domingo, 4 de janeiro de 2009

Sexta-Feira, 02 de Janeiro de 2009 | Versão Impressa

O ano ruim para os mercados de ações

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Os mercados acionários foram os que mais sofreram - em escala global - com a crise econômica deflagrada nos Estados Unidos, desde setembro.

Segundo levantamento da Bloomberg, o mercado de ações da Rússia liderou as quedas de 2008, com 73%, seguido do Brasil (59,7%), da China (59,4%), da Alemanha (52,8%), da Inglaterra (52,4%) e da França (47%). O patrimônio dos investidores em ações diminuiu de US$ 60,8 trilhões para US$ 30,5 trilhões, no mundo.

Outros dados, compilados pela consultoria Economática, mostraram que, no Brasil, o valor de mercado das empresas cotadas em bolsa caiu R$ 871 bilhões, de R$ 2,097 trilhões em dezembro de 2007 para R$ 1,225 trilhão, até dia 26/12.

Dispondo de ampla base de dados e informações online, os mercados acionários são os primeiros a refletir as crises, mas são também os que antecipam as recuperações.

Os índices de ações caíram mais na Rússia, no Brasil e na China, mas, embora com quedas menores, o impacto da crise tende a ser maior nos países desenvolvidos, onde as empresas dependem mais das emissões de ações para se capitalizarem.

Das 46,3 mil empresas cotadas nas bolsas mundiais, conforme dados de junho da World Federation of Exchanges (WFE), apenas 5,4 mil são negociadas nas bolsas norte-americanas (Nyse Group e Nasdaq), mas tinham valor de mercado de US$ 10,1 trilhões - uma terça parte do valor total das ações no mundo. No Brasil, há cerca de 400 papéis negociados, valendo US$ 560 bilhões, menos de 2% do valor de mercado das ações cotadas em bolsa, no mundo.

Houve relação direta entre a queda dos mercados acionários e a queda do valor das commodities, como petróleo, minério de ferro e soja. No Brasil, a desvalorização do bruto derrubou o valor de mercado das ações da Petrobrás de R$ 429,9 bilhões, em dezembro de 2007, para R$ 220,5 bilhões, em 26/12 (-48,7%), e da Vale, de R$ 270,4 bilhões para R$ 136,3 bilhões (-49,6%). Quedas maiores tiveram empresas de construção civil que abriram o capital em 2006/2007 ou que perderam com "derivativos tóxicos", como Aracruz (78,9%), VCP (68,2%) e Sadia (62,9%).

A desvalorização de ativos afeta tanto consumidores como empresas. Entre suas consequências está a de que o mercado de capitais tende a continuar fechado para emissões novas, dificultando assim a capitalização das empresas.ESTADÃO

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