sábado, 11 de abril de 2015

VOTOÇÃO


A Câmara dos Deputados aprovou na noite da quarta-feira 8, por 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções, o texto principal do projeto de lei que trata da regulamentação do trabalho terceirizado no Brasil. Os destaques e sugestões de alterações serão discutidos na próxima semana.

Apenas três partidos – PT, PCdoB e PSOL – orientaram seus parlamentares a votar contra o projeto. O Pros e o bloco formado por PRB, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB, PTC, PSL e PTdoB liberaram as bancadas.

PSDB, PSD, PR, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PPS, PV e o bloco composto por PMDB, PP, PTB, PSC, PHS e PEN determinaram voto a favor da terceirização.

Veja como votou cada deputado, conforme lista disponível no site da Câmara dos Deputados:

DEM

Alberto Fraga DF Sim
Alexandre Leite SP Sim
Carlos Melles MG Sim
Efraim Filho PB Sim
Eli Côrrea Filho SP Sim
Elmar Nascimento BA Sim
Felipe Maia RN Sim
Hélio Leite PA Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
José Carlos Aleluia BA Sim
Mandetta MS Sim
Misael Varella MG Sim
Moroni Torgan CE Não
Onyx Lorenzoni RS Sim
Osmar Bertoldi PR Sim
Pauderney Avelino AM Sim
Paulo Azi BA Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende TO Não
Rodrigo Maia RJ Sim
Total DEM: 19
PCdoB
Alice Portugal BA Não
Aliel Machado PR Não
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Chico Lopes CE Não
Daniel Almeida BA Não
Davidson Magalhães BA Não
Jandira Feghali RJ Não
Jô Moraes MG Não
João Derly RS Não
Luciana Santos PE Não
Orlando Silva SP Não
Rubens Pereira Júnior MA Não
Wadson Ribeiro MG Não
Total PCdoB: 13
PDT
Abel Mesquita Jr. RR Sim
Afonso Motta RS Sim
André Figueiredo CE Sim
Dagoberto MS Sim
Damião Feliciano PB Não
Deoclides Macedo MA Sim
Félix Mendonça Júnior BA Sim
Flávia Morais GO Sim
Giovani Cherini RS Sim
Major Olimpio SP Sim
Marcelo Matos RJ Não
Marcos Rogério RO Não
Mário Heringer MG Sim
Roberto Góes AP Sim
Sergio Vidigal ES Sim
Subtenente Gonzaga MG Não
Weverton Rocha MA Sim
Wolney Queiroz PE Não
Total PDT: 18
PEN
André Fufuca MA Sim
Junior Marreca MA Sim
Total PEN: 2
PHS
Adail Carneiro CE Sim
Carlos Andrade RR Sim
Diego Garcia PR Não
Kaio Maniçoba PE Sim
Marcelo Aro MG Sim
Total PHS: 5
PMDB
Alceu Moreira RS Sim
Baleia Rossi SP Sim
Cabuçu Borges AP Sim
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Carlos Marun MS Sim
Celso Jacob RJ Sim
Celso Maldaner SC Sim
Celso Pansera RJ Sim
Daniel Vilela GO Sim
Danilo Forte CE Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Dulce Miranda TO Sim
Edinho Bez SC Sim
Edio Lopes RR Sim
Eduardo Cunha RJ Art. 17
Elcione Barbalho PA Sim
Fabio Reis SE Sim
Fernando Jordão RJ Sim
Flaviano Melo AC Sim
Geraldo Resende MS Sim
Hermes Parcianello PR Não
Hildo Rocha MA Sim
Hugo Motta PB Sim
Jarbas Vasconcelos PE Sim
João Arruda PR Não
João Marcelo Souza MA Sim
José Fogaça RS Sim
Josi Nunes TO Sim
Laudivio Carvalho MG Sim
Lelo Coimbra ES Sim
Leonardo Picciani RJ Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Lindomar Garçon RO Sim
Lucio Mosquini RO Não
Lucio Vieira Lima BA Sim
Manoel Junior PB Sim
Marcelo Castro PI Sim
Marcos Rotta AM Sim
Marinha Raupp RO Não
Marquinho Mendes RJ Sim
Marx Beltrão AL Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Mariani SC Sim
Mauro Pereira RS Sim
Newton Cardoso Jr MG Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Osmar Terra RS Não
Pedro Chaves GO Sim
Rodrigo Pacheco MG Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Roney Nemer DF Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Sergio Souza PR Sim
Silas Brasileiro MG Sim
Soraya Santos RJ Sim
Valdir Colatto SC Sim
Veneziano Vital do Rêgo PB Sim
Vitor Valim CE Não
Walter Alves RN Sim
Washington Reis RJ Sim
Total PMDB: 61
PMN
Dâmina Pereira MG Sim
Hiran Gonçalves RR Sim
Total PMN: 2
PP
Afonso Hamm RS Sim
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
Arthur Lira AL Sim
Beto Rosado RN Sim
Cacá Leão BA Sim
Conceição Sampaio AM Sim
Covatti Filho RS Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Eduardo da Fonte PE Sim
Esperidião Amin SC Sim
Ezequiel Fonseca MT Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Guilherme Mussi SP Sim
Iracema Portella PI Sim
Jerônimo Goergen RS Sim
Jorge Boeira SC Não
José Otávio Germano RS Sim
Julio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Marcelo Belinati PR Não
Marcus Vicente ES Sim
Mário Negromonte Jr. BA Sim
Missionário José Olimpio SP Sim
Nelson Meurer PR Não
Odelmo Leão MG Sim
Paulo Maluf SP Sim
Renato Molling RS Sim
Ricardo Barros PR Sim
Roberto Balestra GO Sim
Roberto Britto BA Sim
Ronaldo Carletto BA Sim
Sandes Júnior GO Sim
Simão Sessim RJ Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Total PP: 37
PPS
Alex Manente SP Sim
Arnaldo Jordy PA Não
Carmen Zanotto SC Sim
Eliziane Gama MA Não
Hissa Abrahão AM Sim
Marcos Abrão GO Sim
Moses Rodrigues CE Não
Raul Jungmann PE Sim
Roberto Freire SP Sim
Rubens Bueno PR Sim
Sandro Alex PR Sim
Total PPS: 11
PR
Aelton Freitas MG Sim
Alfredo Nascimento AM Sim
Altineu Côrtes RJ Sim
Anderson Ferreira PE Sim
Bilac Pinto MG Sim
Cabo Sabino CE Não
Capitão Augusto SP Sim
Clarissa Garotinho RJ Não
Dr. João RJ Sim
Francisco Floriano RJ Sim
Giacobo PR Sim
Gorete Pereira CE Sim
João Carlos Bacelar BA Não
Jorginho Mello SC Sim
José Rocha BA Sim
Lincoln Portela MG Não
Luiz Cláudio RO Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Magda Mofatto GO Sim
Marcio Alvino SP Sim
Maurício Quintella Lessa AL Sim
Miguel Lombardi SP Sim
Milton Monti SP Sim
Paulo Feijó RJ Sim
Remídio Monai RR Sim
Silas Freire PI Não
Tiririca SP Não
Vinicius Gurgel AP Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zenaide Maia RN Abstenção
Total PR: 30
PRB
Alan Rick AC Sim
André Abdon AP Sim
Antonio Bulhões SP Não
Beto Mansur SP Sim
Carlos Gomes RS Sim
César Halum TO Sim
Cleber Verde MA Sim
Fausto Pinato SP Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
Jony Marcos SE Não
Marcelo Squassoni SP Sim
Márcio Marinho BA Não
Roberto Sales RJ Sim
Ronaldo Martins CE Não
Rosangela Gomes RJ Sim
Tia Eron BA Sim
Vinicius Carvalho SP Sim
Total PRB: 17
PROS
Ademir Camilo MG Não
Antonio Balhmann CE Sim
Beto Salame PA Não
Domingos Neto CE Sim
Dr. Jorge Silva ES Sim
Givaldo Carimbão AL Sim
Hugo Leal RJ Sim
Leônidas Cristino CE Sim
Miro Teixeira RJ Não
Ronaldo Fonseca DF Sim
Valtenir Pereira MT Sim
Total PROS: 11
PRP
Alexandre Valle RJ Sim
Juscelino Filho MA Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG Sim
Total PRP: 3
PSB
Adilton Sachetti MT Sim
Átila Lira PI Não
Bebeto BA Não
Fabio Garcia MT Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Flavinho SP Sim
Glauber Braga RJ Não
Gonzaga Patriota PE Sim
Heitor Schuch RS Não
Heráclito Fortes PI Sim
Janete Capiberibe AP Não
João Fernando Coutinho PE Sim
José Reinaldo MA Sim
Jose Stédile RS Não
Júlio Delgado MG Sim
Keiko Ota SP Sim
Leopoldo Meyer PR Sim
Luciano Ducci PR Sim
Luiz Lauro Filho SP Sim
Luiza Erundina SP Não
Maria Helena RR Não
Marinaldo Rosendo PE Sim
Pastor Eurico PE Sim
Paulo Foletto ES Sim
Rodrigo Martins PI Sim
Stefano Aguiar MG Sim
Tadeu Alencar PE Não
Tenente Lúcio MG Sim
Tereza Cristina MS Sim
Vicentinho Júnior TO Sim
Total PSB: 30
PSC
Andre Moura SE Sim
Erivelton Santana BA Sim
Gilberto Nascimento SP Sim
Irmão Lazaro BA Sim
Júlia Marinho PA Sim
Marcos Reategui AP Não
Pr. Marco Feliciano SP Não
Professor Victório Galli MT Sim
Raquel Muniz MG Sim
Silvio Costa PE Sim
Total PSC: 10
PSD
Alexandre Serfiotis RJ Sim
Átila Lins AM Sim
Cesar Souza SC Sim
Danrlei de Deus Hinterholz RS Não
Delegado Éder Mauro PA Abstenção
Diego Andrade MG Sim
Evandro Rogerio Roman PR Sim
Fábio Faria RN Sim
Fábio Mitidieri SE Sim
Fernando Torres BA Sim
Francisco Chapadinha PA Sim
Goulart SP Sim
Herculano Passos SP Sim
Heuler Cruvinel GO Sim
Irajá Abreu TO Sim
Jaime Martins MG Sim
Jefferson Campos SP Sim
João Rodrigues SC Sim
Joaquim Passarinho PA Sim
José Carlos Araújo BA Sim
José Nunes BA Sim
Júlio Cesar PI Sim
Marcos Montes MG Sim
Ricardo Izar SP Sim
Rogério Rosso DF Sim
Rômulo Gouveia PB Sim
Sérgio Brito BA Sim
Sergio Zveiter RJ Sim
Sóstenes Cavalcante RJ Não
Walter Ihoshi SP Sim
Total PSD: 30
PSDB
Alexandre Baldy GO Sim
Alfredo Kaefer PR Sim
Antonio Imbassahy BA Sim
Arthur Virgílio Bisneto AM Sim
Betinho Gomes PE Sim
Bruna Furlan SP Sim
Bruno Covas SP Sim
Caio Narcio MG Sim
Célio Silveira GO Sim
Daniel Coelho PE Sim
Delegado Waldir GO Sim
Domingos Sávio MG Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Cury SP Sim
Fábio Sousa GO Sim
Geovania de Sá SC Não
Giuseppe Vecci GO Sim
Izalci DF Sim
João Campos GO Sim
João Castelo MA Sim
João Gualberto BA Sim
João Paulo Papa SP Sim
Lobbe Neto SP Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mara Gabrilli SP Não
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Mariana Carvalho RO Sim
Miguel Haddad SP Sim
Nelson Marchezan Junior RS Sim
Nilson Leitão MT Sim
Nilson Pinto PA Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pedro Cunha Lima PB Sim
Pedro Vilela AL Sim
Raimundo Gomes de Matos CE Sim
Ricardo Tripoli SP Sim
Rocha AC Sim
Rodrigo de Castro MG Sim
Rogério Marinho RN Sim
Rossoni PR Sim
Samuel Moreira SP Sim
Shéridan RR Sim
Silvio Torres SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Total PSDB: 46
PSDC
Aluisio Mendes MA Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Sim
Total PSDC: 2
PSL
Macedo CE Não
Total PSL: 1
PSOL
Cabo Daciolo RJ Não
Chico Alencar RJ Não
Edmilson Rodrigues PA Não
Ivan Valente SP Não
Jean Wyllys RJ Não
Total PSOL: 5
PT
Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso Florence BA Não
Alessandro Molon RJ Não
Ana Perugini SP Não
Andres Sanchez SP Não
Angelim AC Não
Arlindo Chinaglia SP Não
Assis Carvalho PI Não
Assis do Couto PR Não
Benedita da Silva RJ Não
Beto Faro PA Não
Bohn Gass RS Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP Não
Chico D Angelo RJ Não
Décio Lima SC Não
Enio Verri PR Não
Erika Kokay DF Não
Fabiano Horta RJ Não
Fernando Marroni RS Não
Givaldo Vieira ES Não
Helder Salomão ES Não
Henrique Fontana RS Não
João Daniel SE Não
Jorge Solla BA Não
José Airton Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
José Mentor SP Não
Leo de Brito AC Não
Leonardo Monteiro MG Não
Luiz Couto PB Não
Luiz Sérgio RJ Não
Luizianne Lins CE Não
Marco Maia RS Não
Marcon RS Não
Margarida Salomão MG Não
Maria do Rosário RS Não
Merlong Solano PI Não
Moema Gramacho BA Não
Nilto Tatto SP Não
Odorico Monteiro CE Não
Padre João MG Não
Paulão AL Não
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Teixeira SP Não
Pedro Uczai SC Não
Professora Marcivania AP Não
Ságuas Moraes MT Não
Sibá Machado AC Não
Toninho Wandscheer PR Não
Valmir Assunção BA Não
Valmir Prascidelli SP Não
Vander Loubet MS Não
Vicente Candido SP Não
Vicentinho SP Não
Waldenor Pereira BA Não
Weliton Prado MG Não
Zé Carlos MA Não
Zé Geraldo PA Não
Zeca Dirceu PR Não
Zeca do Pt MS Não
Total PT: 61
PTB
Adelson Barreto SE Sim
Alex Canziani PR Sim
Antonio Brito BA Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Não
Arnon Bezerra CE Sim
Benito Gama BA Sim
Deley RJ Não
Eros Biondini MG Não
Jorge Côrte Real PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Jovair Arantes GO Sim
Jozi Rocha AP Sim
Luiz Carlos Busato RS Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Paes Landim PI Sim
Pedro Fernandes MA Não
Ricardo Teobaldo PE Sim
Ronaldo Nogueira RS Não
Walney Rocha RJ Sim
Wilson Filho PB Sim
Zeca Cavalcanti PE Não
Total PTB: 22
PTC
Brunny MG Não
Uldurico Junior BA Não
Total PTC: 2
PTdoB
Luis Tibé MG Sim
Pastor Franklin MG Sim
Total PTdoB: 2
PTN
Bacelar BA Não
Christiane de Souza Yared PR Não
Delegado Edson Moreira MG Sim
Renata Abreu SP Sim
Total PTN: 4
PV
Evair de Melo ES Sim
Evandro Gussi SP Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Leandre PR Sim
Victor Mendes MA Sim
William Woo SP Sim
Total PV: 6
Solidariedade
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Augusto Carvalho DF Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Aureo RJ Sim
Benjamin Maranhão PB Sim
Carlos Manato ES Sim
Elizeu Dionizio MS Sim
Expedito Netto RO Sim
Ezequiel Teixeira RJ Sim
Genecias Noronha CE Sim
Laercio Oliveira SE Sim
Lucas Vergilio GO Sim
Paulo Pereira da Silva SP Sim
Zé Silva MG Sim
Total Solidariedade: 14

DERROTA DO POVO.


Especialista em sociologia do trabalho, Ruy Braga traça um cenário delicado para os próximos quatro anos: salários 30% mais baixos para 18 milhões de pessoas. Até 2020, a arrecadação federal despencaria, afetando o consumo e os programas de distribuição de renda. De um lado, estaria o desemprego. De outro, lucros desvinculados do aumento das vendas. Para o professor da Universidade de São Paulo (USP), a aprovação do texto base do Projeto de Lei 4330/04, que facilita a terceirização de trabalhadores, completa o desmonte dos direitos trabalhistas iniciado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na década de 90. “Será a maior derrota popular desde o golpe de 64”, avalia o professor em entrevista a CartaCapital.

Embora o projeto não seja do governo, Braga não poupa a presidenta e o PT pelo cenário político que propiciou sua aprovação. Ele cita as restrições ao Seguro Desemprego, sancionadas pelo governo no final de 2014, como o combustível usado pelo PMDB para engatar outras propostas desfavoráveis ao trabalhador, e ironiza: “Esse projeto sela o fim do governo do PT e o início do governo do PMDB. Dilma está terceirizando seu mandato”.

Leia a entrevista completa:

CartaCapital: Uma lei para regular o setor é mesmo necessária?

Ruy Braga: Não. A Súmula do TST [Tribunal Superior do Trabalho] pacificou na Justiça o consenso de que não se pode terceirizar as atividades-fim. O que acontece é que as empresas não se conformam com esse fato. Não há um problema legal. Já há regulamentação. O que existe são interesses de empresas que desejam aumentar seus lucros.

CC: Qual a diferença entre atividade-meio e atividade-fim?

RB: Uma empresa é composta por diferentes grupos de trabalhadores. Alguns cuidam do produto ou serviço vendido pela companhia, enquanto outros gravitam em torno dessa finalidade empresarial. Em uma escola, a finalidade é educar. O professor é um trabalhador-fim. Quem mexe com segurança, limpeza e informática, por exemplo, trabalha com atividades-meio.

CC: O desemprego cai ou aumenta com as terceirizações?

RB: O desemprego aumenta. Basta dizer que um trabalhador terceirizado trabalha em média três horas a mais. Isso significa que menos funcionários são necessários: deve haver redução nas contratações e prováveis demissões.

CC: Quantas pessoas devem perder a estabilidade?

RB: Hoje o mercado formal de trabalho tem 50 milhões de pessoas com carteira assinada. Dessas, 12 milhões são terceirizadas. Se o projeto for transformado em lei, esse número deve chegar a 30 milhões em quatro ou cinco anos. Estou descontando dessa conta a massa de trabalhadores no serviço público, cuja terceirização é menor, as categorias que de fato obtêm representação sindical forte, que podem minimizar os efeitos da terceirização, e os trabalhadores qualificados.

CC: Por que os trabalhadores pouco qualificados correm maior risco?

RB: O mercado de trabalho no Brasil se especializou em mão de obra semiqualificada, que paga até 1,5 salário mínimo. Quando as empresas terceirizam, elas começam por esses funcionários. Quando for permitido à companhia terceirizar todas as suas atividades, quem for pouco qualificado mudará de status profissional.

CC: Como se saíram os países que facilitaram as terceirizações?

RB: Portugal é um exemplo típico. O Banco de Portugal publicou no final de 2014 um estudo informando que, de cada dez postos criados após a flexibilização, seis eram voltados para estagiários ou trabalho precário. O resultado é um aumento exponencial de portugueses imigrando. Ao contrário do que dizem as empresas, essa medida fecha postos, diminui a remuneração, prejudica a sindicalização de trabalhadores, bloqueia o acesso a direitos trabalhistas e aumenta o número de mortes e acidentes no trabalho porque a rigidez da fiscalização também é menor por empresas subcontratadas.

CC: E não há ganhos?

RB: Há, o das empresas. Não há outro beneficiário. Elas diminuem encargos e aumentam seus lucros.

CC: A arrecadação de impostos pode ser afetada?

RB: No Brasil, o trabalhador terceirizado recebe 30% menos do que aquele diretamente contratado. Com o avanço das terceirizações, o Estado naturalmente arrecadará menos. O recolhimento de PIS, Cofins e do FGTS também vão reduzir porque as terceirizadas são reconhecidas por recolher do trabalhador mas não repassar para a União. O Estado também terá mais dificuldade em fiscalizar a quantidade de empresas que passará a subcontratar empregados. O governo sabe disso.

CC: Por que a terceirização aumenta a rotatividade de trabalhadores?

RB: As empresas contratam jovens, aproveitam a motivação inicial e aos poucos aumentam as exigências. Quando a rotina derruba a produtividade, esses funcionários são demitidos e outros são contratados. Essa prática pressiona a massa salarial porque a cada demissão alguém é contratado por um salário menor. A rotatividade vem aumentando ano após ano. Hoje, ela está em torno de 57%, mas alcança 76% no setor de serviços. O Projeto de Lei 4330 prevê a chamada "flexibilização global", um incentivo a essa rotatividade.

CC: Qual o perfil do trabalhador que deve ser terceirizado?

RB: Nos últimos 12 anos, o público que entrou no mercado de trabalho é composto por: mulheres (63%), não brancos (70%) e jovens. Houve um avanço de contratados com idade entre 18 e 25 anos. Serão esses os maiores afetados. Embora os últimos anos tenham sido um período de inclusão, a estrutura econômica e social brasileira não exige qualificações raras. O perfil dos empregos na agroindústria, comércio e indústria pesada, por exemplo, é menos qualificado e deve sofrer com a nova lei porque as empresas terceirizam menos seus trabalhadores qualificados.

CC: O consumo alavancou a economia nos últimos anos. Ele não pode ser afetado?

RB: Essa mudança é danosa para o consumo, o que inevitavelmente afetará a economia e a arrecadação. Com menos impostos é provável que o dinheiro para transferência de renda também diminua.

CC: Qual a responsabilidade do PT e do governo Dilma por essa derrota na Câmara?

RB: O governo inaugurou essa nova fase de restrição aos direitos trabalhistas. No final de 2014, o governo editou as medidas provisórias 664 e 665, que endureceram o acesso ao Seguro Desemprego, por exemplo. Evidentemente que a base governista - com PMDB e PP - iria se sentir mais à vontade em avançar sobre mais direitos. Foi então que [o presidente da Câmara] Eduardo Cunha resgatou o PL 4330 do Sandro Mabel, que nem é mais deputado.

CC: Para um partido de esquerda, essa derrota na Câmara pode ser considerada a maior que o PT já sofreu?

RB: Eu diria que, se esse projeto se tornar lei, será a maior derrota popular desde o golpe de 64 e o maior retrocesso em leis trabalhistas desde que o FGTS foi criado, em 1966. Essa é a grande derrota dos trabalhadores nos últimos anos. Ela sela o fim do governo do PT e marca o início do governo do PMDB. A Dilma está terceirizando seu mandato.

CC: A pressão do mercado era mesmo incontornável?

RB: Dilma deixou de ser neodesenvolvimentista a partir do segundo ano de seu primeiro mandato. Seu governo privatizou portos, aeroportos, intensificou a liberação de crédito para projetos duvidosos e agora está fazendo de tudo para desonerar o custo do trabalho. O governo se voltou contra interesses históricos dos trabalhadores. O que eu vejo é a intensificação de um processo e não uma mudança de rota. Se havia alguma dúvida, as pessoas agora se dão conta de que o governo está rendido ao mercado financeiro.

CC: A terceirização era um dos assuntos preferidos nos anos 90, mas não passou. Não é contraditório que isso aconteça agora?

RB: O Fernando Henrique tentou acabar com a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] por meio de uma reforma trabalhista que não foi totalmente aprovada. Ele conseguiu passar a reforma previdenciária do setor privado e a regulamentação de contratos por tempo determinado. O governo Lula aprovou a reforma previdenciária do setor público e agora, com anos de atraso, o segundo governo Dilma conclui a reforma iniciada por FHC.

CC: Mas a CLT não protege também o trabalhador terceirizado?

RB: A proteção da CLT é formal, mas não acontece no mundo real. Quem é terceirizado, além de receber menos, tem dificuldade em se organizar sindicalmente porque 98% dos sindicatos que representam essa classe protegem as empresas em prejuízo dos trabalhadores. Um simples dado exemplifica: segundo o Ministério Público do Trabalho, das 36 principais libertações de trabalhadores em situação análoga a de escravos em 2014, 35 eram funcionários terceirizados.

CC: A bancada patronal tem 221 parlamentares, segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Existe alguma relação entre o tão falado fim do financiamento privado de campanha e a aprovação desse projeto?

RB: Não há a menor dúvida. Hoje em dia é muito simples perceber o que acontece no País. Para eleger um vereador em São Paulo paga-se 4 milhões de reais. Para se eleger deputado estadual, são 10 milhões. Quem banca? Quem financia cobra seus interesses, e essa hora chegou. Enquanto o presidente da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], Paulo Skaf, ficou circulando no Congresso durante os últimos dois dias, dando entrevista, conversando com deputados e defendendo o projeto, sindicalistas levavam borrachada da polícia. Esse é o retrato do Congresso brasileiro hoje: conservador, feito de empresários, evangélicos radicais e bancada da bala.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Programação de 6 a 11 de janeiro no DRAGÃO DO MAR.

Dragão do Mar: Programação de 6 a 11 de janeiro PDF Imprimir
Seg, 05 de Janeiro de 2015 14:01
► Mostra Expectativa/ Retrospectiva

A primeira edição da Mostra Expectativa/Retrospectiva segue até dia 14 de janeiro, no Cinema do Dragão-Fundação Joaquim Nabuco. Nos três primeiros dias, dias 2, 3 e 4 de janeiro, as sessões da mostra receberam 1.778 pessoas. Sucesso de público. A expectativa é que esta semana que se inicia bata o recorde de público desde a re-inauguração do Cinema do Dragão, em 2013. De 2 e 14 de janeiro, a Mostra Expectativa/Retrospectiva faz a exibição de 61 longas-metragens, entre os mais marcantes de 2014, as potenciais estreias dos próximos meses e grandes clássicos.

Realizada no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Recife) desde 1998 com sucesso absoluto de público, a Mostra Expectativa/Retrospectiva tem como objetivo exibir alguns dos filmes mais fortes do ano que passou e as principais estreias do início do ano que começa.

61 mil espectadores

Em apenas 15 meses, o Cinema do Dragão – Fundação Joaquim Nabuco consolidou-se como um espaço democrático e plural. Estimamos que, nesse tempo, pelo menos 61.000 espectadores terão acompanhado as nossas sessões até o fim de dezembro. O desafio de criar um elo permanente entre o público de Fortaleza e as múltiplas formas e temas da cinematografia mundial e brasileira foi atingido.

Em 2014, foram exibidos 73 longas metragens (entre clássicos, contemporâneos, locais, sessões especiais e filmes em circuito) e incontáveis curtas metragens nacionais ao longo do ano. Criamos também a faixa Conversa de Cinema, na qual realizamos diversos debates com importantes nomes da cinematografia brasileira. A exibição de clássicos, constante desde a inauguração do cinema, foi ampliada e fortalecida, chegando à marca de 18 clássicos estrangeiros exibidos durante o ano em cópias digitais restauradas (DCP 2K e 4K) e no suporte original 35mm.

Programação

06 de Janeiro – Terça-Feira
15h30 / Cupcakes – Música e Fantasia – 92 min – 10 anos (Sala 1)
15h30 / Bem-Vindo a Nova York – 125 min – 18 anos (Sala 2)
17h30 / Libertem Angela Davis – 102 min – 14 anos (Sala 1)
18h / No Limite do Amanhã – 113 min – 14 anos (Sala 2)
19h30 / O Lugar das Perdas (Conversa de Cinema do Israel Branco) – 80 min – Livre (Sala 1)
20h / Bem Perto de Buenos Aires – 80 min – 14 anos (Sala 2)

07 de Janeiro - Quarta-Feira
15h / Magia ao Luar – 100 min – 12 anos (Sala 2)
15h30 / The Rover – A Caçada – 103 min – 16 anos (Sala 1)
17h / O Pequeno Fugitivo – 80 min – 10 anos (Sala 2)
17h30 / Mommy – 139 min – 14 anos (Sala 1)
19h / Interstellar – 170 min – 12 anos (Sala 2)
20h30 / My Name is Now – Elza Soares – 71 min – 14 anos (Sala 1)

08 de Janeiro – Quinta-Feira
15h15 / Ninfomaníaca – Parte 2 – 123 min – 18 anos (Sala 2)
16h / Nick Cave – 20.000 Dias na Terra – 97 min – 12 anos (Sala 1)
17h45 / O Grande Momento – 80 min – Livre (Sala 2)
18h / Amantes Eternos – 123 min – 12 anos (Sala 1)
19h30 / Garotas – 112 min – 14 anos (Sala 2)
19h45 / Era Uma Vez em Nova York – 120 min – 14 anos (Sala 1)

09 de Janeiro - Sexta-Feira
15h45 / Cortinas Fechadas – 106 min – 12 anos (Sala 1)
16h / Um Fim de Semana em Paris – 90 min – 12 anos (Sala 2)
17h45 / Sinfonia da Necrópole – 85 min – 14 anos (Sala 1)
18h / Bem Perto de Buenos Aires – 80 min – 14 anos (Sala 2)
19h30 – Acima das Nuvens – 124 min – 14 anos (Sala 1)
19h45 – Fome de Viver – 97 min – 16 anos (Sala 2)

10 de Janeiro – Sábado
15h / O Homem Duplicado – 90 min – 16 anos (Sala 2)
15h30 / Quando Eu Era Vivo – 108 min – 14 anos (Sala 1)
17h / Os Pássaros – 120 min – 14 anos (Sala 2)
17h30 / Jersey Boys – 134 min – 12 anos (Sala 1)
19h30 / Depois da Chuva (Conversa de Cinema com Claudio Marques) – 90 min – 12 anos (Sala 2)
20h / Ida – 82 min – 14 anos (Sala 1)

11 de Janeiro – Domingo
14h30 / Nós Somos as Melhores – 102 min – 12 anos (Sala 1)
15h30 / O Vento Lá Fora – 64 min – Livre (Sala 2)
16h45 / Boyhood – 164 min – 14 anos (Sala 1)
17h / Os Doces Bárbaros – 100 min – 12 anos (Sala 2)
19h / Leviatã – 142 min – 14 anos (Sala 2)
20h / Amor, Plástico e Barulho – 86 min – 14 anos (Sala 1)

13 de Janeiro – Terça-Feira
15h / Relatos Selvagens – 120 min – 14 anos (Sala 2)
15h45 / Violette – 140 min – 14 anos (Sala 1)
17h45 / Hiroshima, Mon Amour – 91 min – 14 anos (Sala 2)
18h30 / A Vida Privada dos Hipopótamos – 91 min – 12 anos (Sala 1)
19h45 / Retorno a Ítaca – 95 min – 16 anos (Sala 2)
20h30 / Sopro – 73 min – Livre (Sala 1)

14 de Janeiro - Quarta-Feira
14h40 / O Abutre – 120 min – 12 anos (Sala 1)
16h / Ida – 82 min – 14 anos (Sala 2)
17h / O Crítico – 98 min – 12 anos (Sala 1)
17h30 / Brincante – 93 min – Livre (Sala 2)
19h30 / Cães Errantes – 138 min – 16 anos (Sala 1)
19h45 / A História da Eternidade – 120 min – 16 anos (Sala 2)
_De 2 a 14 de janeiro. Ingressos: R$ 12 e R$ 6 (meia). Terça-feira é dia de MEIA PARA TODOS, no Cinema do Dragão. Mais informações: www.cinemadodragao.com.br.

► Selvagens à Procura de Lei faz show dia 10 de janeiro, no Anfiteatro

Os meninos que reuniram o maior público da Maloca Dragão - os cinco dias que comemoraram os 15 anos do Dragão do Mar - retornam com tudo para o primeiro show da banda em 2015. Será dia 10 de janeiro, às 20h. Ingressos já à venda.

Além de músicas cantadas em coro como "Mucambo Cafundó", "Brasileiro" e "Despedida", quem for poderá ouvir pela primeira vez algumas das músicas novas que estarão no próximo disco, o "Praieiro". Após o show, a banda retorna para São Paulo, onde retomam a gravação nos estúdios da Red Bull e seguem com a agenda de compromissos.

Sobre a banda

Texto por Jamari França

O maior elogio que posso fazer aos Selvagens à Procura de Lei é que poderiam estar entre as grandes formações dos anos 80. Uma banda com letras consistentes, arranjos que fogem ao óbvio e duas grandes vozes de Gabriel Aragão e Rafael Martins que se completam em vocais dos quatro integrantes. Gabriel e Rafael são virtuosos nas guitarras, mas nem por isso enchem o disco com elas. São usadas na medida certa em que as canções pedem e a dupla abre mão delas por violões e piano em várias faixas.

Natural de Fortaleza, a banda se projetou em seu Estado, ocupando todos os palcos, dos menores ao maior deles, o Ceará Music, antes de partir para conquistas ainda maiores - que incluíram uma indicação na categoria Aposta do VMB 2012 da MTV e uma apresentação no mesmo ano no Prêmio Multishow junto com o Capital Inicial. O produtor David Corcos assumiu a produção da banda que resultou neste CD, lançado pela Universal Music.

Os Selvagens podem ser chamados de a primeira grande revelação do Rock Brasil nesta segunda década dos anos 00. Uma banda que honra uma qualidade conseguida nas décadas de 80 e 90 e que andou fazendo falta nos últimos tempos, se é que vocês me entendem. Já apontaram neles influências de The Strokes e Arctic Monkeys, bandas que tem um pé na sonoridade dos 60 e 70. Eles apontam um leque de influências que incluem os guitarristas John Frusciante, Jack White e Fernando Catatau, e a trindade nada santa de Lobão, Cazuza e Renato Russo, além de The Beatles.

A letra de “Brasileiro” tem um verso que é, ao mesmo tempo, uma crítica ao mainstream atual e uma profissão de fé da banda: “Música não pra cabeça, mas feita pro pé”. Na mesma canção um verso que ecoa “Ideologia”, a música manifesto de Cazuza: “Nossos heróis de verdade morreram por covardia”. Em “Juventude solitude”, a grande indagação que persegue jovens desde sempre: “Será que você vai se tornar o que esperam de você?”. E mais adiante: “O que você vai escolher agora, sem ninguém pra lhe dizer o que fazer a cada hora?”. E proclamam “Crescer dói, mas essa é a história de todos os heróis”. Já “Mucambo Cafundó” ecoa: “Eu fico louco em saber que o futuro é um precipício”. Muitas questões colocadas como costumava ser nos anos 80, quando a geração do rock discutia alternativas, fazia propostas e alimentava a geração jovem que emergia dos anos de ditadura.

Os temas românticos não ficam de fora e são tratados sem pieguices. “Despedida” proclama: “Mostrando a realidade de nossa dupla solidão, eu me entrego a você como uma cidade derruba muros”. “Música de amor número um” indaga: “Quais sentimentos não se pode apagar? Em quem você vai confiar? Vamos fazer memórias juntos na corrente de um rio?”. E uma outra se define no próprio título: “O amor existe, mas não querem que você acredite”.

As embalagens musicais destas canções, feitas em maioria por Gabriel Aragão, algumas por Rafael Martins e outras pela dupla, são bem variadas. “Massarrara”, por exemplo, explode de cara com duas guitarras, uma em cada canal do estéreo, com uma levada roquenrol cantada a duas vozes por Rafael e Gabriel, com o baixista Caio Evangelista e o baterista Nicholas Magalhães se juntando a eles nos vocais.

“Juventude solitude” alterna momentos mais suaves com outros mais pesados com uma pontuação de guitarra a La The Edge em alguns momentos, com o vocal de Gabriel. Para a radiografia de “Brasileiro”, um povo cujo ano só começa quando passa fevereiro, a levada rock e vocal rap é pontuada por guitarras pesadas com maior ou menor ênfase em cada estrofe e explosão no refrão.

“Música de amor número um” tem uma levada acústica de coloração country folk brasileiro, tipo Sá e Guarabyra, neste apelo do cantor para encontrar uma certa Claudia. “Despedida” é uma balada em midtempo com duas guitarras em levadas distintas, uma em cada canal, com bom reforço vocal de Nicholas junto com Rafael e Gabriel. Na coda, o andamento muda para um encerramento na base de ná ná nás, pontuado por um bom solo no canal direito.

“Sr. Coronel” me remeteu à fase solo de John Lennon, deve ser viagem minha, talvez pelo estilo do piano que segura a levada, se bem que não nas frases de guitarra que pontuam a segunda parte. Belo trabalho de entrosamento vocal entre Gabriel e a banda nos back vocals. “Carrossel em câmera lenta” tem um excelente trabalho de guitarras, mais comedidas em algumas partes, mais pesadas em outras, com timbres alternados e solos bem sujos no final. “Mar fechado” usa o recurso clássico de um começo lento quase a capella, só com leves frases de guitarra para ganhar peso e explodir no final com uma levada que me lembrou “She´s so heavy”, dos Beatles, mas com um solo veemente e inspirado de guitarra.

Em “Enquanto eu passar na sua rua”, Rafael e Gabriel duelam cantando estrofes diferentes ao mesmo tempo, uma canção de amor pontuada por guitarras em timbres diferentes e batida rock em midtempo. “Crescer dói” tem arranjo dominado pelo piano de Gabriel, que faz o vocal, com participação discreta de guitarra, baixo e bateria, uma levada econômica e altamente eficaz de curta duração. “Mucambo Cafundó” evoca a cidade natal dos Selvagens à Procura de Lei, Fortaleza, para falar de uma crise existencial num eterno país do futuro com uma levada vigorosa com guitarras pesadas.

“O amor existe, mas não querem que você acredite” é uma balada com levada de piano com um belo vocal de Gabriel e pontuações de guitarra. Essa me evocou a fase solo de Paul McCartney. Selvagens à Procura de Lei é uma banda que soma ao que existe de melhor no rock brasileiro.

_SERVIÇO
Show Selvagens à Procura de Lei
Quando: dia 10 de janeiro de 2014
Hora: às 20h
Onde: Anfiteatro
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda na bilheteria do Dragão do Mar. Ingressos promocionais nas lojas Nordwest (shoppings Benfica e Del Paseo): R$ 30 + 1 kg de alimento (para trazer no dia do show)
Saiba mais sobre a banda: sapdl.com.

► Fuxico no Dragão [Feira]
DJs, exposição de fotografias de artistas locais e uma feirinha com vinte jovens expositores em design, moda, produtos terapêuticos e gastronômicos agitam as tardes de domingo do Centro Dragão do Mar. O programa perfeito para jogar longe o marasmo dominical.
_Dia 11 de janeiro, das 16h às 20h, na Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.

► Sax in Cena [Circuito de Música Erudita]
Fundado em julho de 2006, o Sax in Cena é o primeiro quarteto de saxofone profissional do Estado do Ceará. Com repertório variado, entre clássicos da música erudita e popular, passando por gêneros como choro, frevo, jazz, xote, entre outros, o grupo trabalha com a proposta de formação de plateias, procurando despertar nas mais diferentes faixas etárias o interesse pela música.
_Dia 11 de janeiro, às 18h, no Auditório. Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia)


► Brincando e Pintando no Dragão do Mar
Brincadeiras e atividades infantis para todas as idades orientadas por monitores.
_Todos os domingos, das 16h às 19h, na Praça Verde. Acesso gratuito.


► Planetário Rubens de Azevedo
O Planetário Rubens de Azevedo é um espaço de entretenimento e formação pedagógica através de caráter transdisciplinar em Astronomia.

Sessões:

O ABC do Sistema Solar
Em uma nave imaginária crianças fazem uma viagem pelo Sistema Solar. Durante a viagem elas aprendem sobre a mitologia das constelações e as lendas astronômicas. 30min.

Nos Limites do Oceano Cósmico
Usando o poder da nossa imaginação, viajaremos pelo espaço a uma velocidade próxima a da luz até o limite do universo visível, e com a ajuda do planetário, veremos de perto a nossa galáxia e grupos de galáxias muito distante de nós. Será que o universo tem fim? O que vemos no céu é uma ilusão? Você verá que o universo está em expansão e novas estrelas estão surgindo a todo instante.

Explorando o Universo
Venha se aventurar numa fascinante viagem pelo universo, e com Galileu conheceremos os segredos do céu e suas descobertas científicas para o progresso da ciência. 40min.

Origens da Vida
Mergulhando no desconhecido, e a partir das profundezas do oceano, descobriremos as origens da vida em nosso planeta. Através do tempo e espaço viajaremos até o nascimento das primeiras estrelas. 30min.

Sessões às quintas e sextas-feiras:
18h - Explorando o Universo
19h - Nos Limites do Oceano Cósmico
20h - Origens da Vida

Sessões aos sábados e domingos:
17h - ABC do Sistema Solar
18h - Explorando o Universo
19h - Nos Limites do Oceano Cósmico
20h - Origens da Vida

05.01.2015

Assessoria de Comunicação do Dragão do Mar
Luar Brandão – 85 3488.8625

Posse na Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará.

Francisco Teixeira toma posse na Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará PDF Imprimir
Seg, 05 de Janeiro de 2015 16:15
posseO novo secretário dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, Francisco José Coelho Teixeira, tomou posse nesta segunda-feira (05), no auditório do Centro Administrativo do Ceará. Francisco Rennys Aguiar Frota, ex-secretário da pasta, foi o responsável por passar o bastão para o novo gestor.

Francisco José Coelho Teixeira, ex-ministro da Integração Nacional e novo gestor da pasta, iniciou o seu discurso de posse agradecendo a indicação e confiança do governador Camilo Santana, a presença da família e amigos na cerimônia, e afirmou ser um grande desafio assumir a Secretaria dos Recursos Hídricos diante de mais um ano que possivelmente será de estiagem.

O novo secretário destacou que o modelo de trabalho ser desenvolvido terá como base três pilares: Infraestrutura, Gestão e, Ciência e Tecnologia. No pilar da infraestrutura, Teixeira destacou que deverá dar continuidade às obras iniciadas e que desenvolverá novos projetos de acumulação e transferência de água bruta, como o Cinturão das Águas do Ceará e a construção de grandes barragens.

Com relação à gestão dos recursos hídricos, segundo pilar citado, Francisco Teixeira afirmou que é necessário repensar a distribuição espacial da água nas bacias hidrográficas do Ceará. Para o novo secretário, “é importante que o Estado passe a pensar o crescimento dos recursos hídricos de forma racional, inteligente e com amplo planejamento. É necessário cada vez mais fazermos uma gestão eficaz e eficiente dos recursos hídricos, com racionalidade e o uso de ferramentas que permitam planejamento de curto, médio e longo prazo”.

Ao se referir ao terceiro pilar base da sua gestão, Teixeira falou da importância da ciência e tecnologia para o sistema estadual dos recursos hídricos. Para o novo secretário “é urgente a implementação de tecnologias que possibilitem o reuso da água, em um primeiro momento para a irrigação, e a dessalinização da água do mar para o abastecimento de comunidades residentes próximas ao litoral”.

Francisco José Coelho Teixeira, que assume a partir de hoje o cargo até então ocupado pelo advogado e gestor público, Francisco Rennys Aguiar Frota, encerrou o seu discurso de posse destacando que desenvolverá todas as ações necessárias para dar continuidade ao abastecimento e garantir segurança hídrica para todos os cearenses.

A solenidade foi prestigiada por técnicos e colaboradores da Secretaria dos Recursos Hídricos, pelos atuais diretores da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) e da Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), pelo presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, pelos deputados Odorico Monteiro e Carlos Felipe, pelo Secretário de Altos Estudos da Assembleia Legislativa do Ceará, Francisco Viana, entre outros convidados.


05.01.2015

Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH)
Assessoria de Comunicação
Leonardo Meireles E. de Souza
Fone: + 55 85 3101.4022
leonardo.meireles@srh.ce.gov.br

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Kátia Abreu


Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
Ao assumir hoje (5) o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu evitou tratar das polêmicas envolvendo declarações recentes de que não haveria mais latifúndio no Brasil e disse que recebeu da presidenta Dilma Rousseff a incumbência de dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos.

“Ela [Dilma] me pediu obstinação nessa tarefa. Vamos estabelecer como meta dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos. Tem mais de 5 milhões de produtores rurais, sendo que 70% deles estão na classe D e E, 6% na classe A e B e apenas 15% na classe C”, disse a ministra que prometeu levar pelo menos 800 mil produtores para a classe C.

A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, fala durante cerimônia em que recebeu o cargo (Valter Campanato/Agência Brasil)
A nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, fala durante cerimônia de transmissão de cargoValter Campanato/Agência Brasil
Segundo ela, será feito um esforço para dotar esses produtores de capacitação técnica. Para isso, a nova ministra pretende envolver órgãos federais como a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o Sistema S e as universidades. “Vamos de porteira em porteira atrás dessas pessoas buscando e levando uma revolução em tecnologia para que eles possam ascender socialmente e ter uma renda mais elevada”, disse.

Kátia Abreu também falou em diálogo com os movimentos sociais e ao ser perguntada sobre a declaração de que não haveria mais necessidade de uma reforma agrária ampla no Brasil, respondeu que o assunto é da competência de outro ministério . “O meu ministério não é responsável pela reforma agrária, essa competência é do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário], e eu pretendo respeitar essa competência”.

A declaração de Kátia Abreu sobre latifúndio recebeu crítica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que, em nota, considerou a fala “descabida e desconectada da realidade do nosso país”. “Quem realmente conhece a história de nosso país sabe que não são os povos indígenas que saíram ou saem das florestas. São os agentes do latifúndio, do ruralismo, do agronegócio que invadem e derrubam as florestas, expulsam e assassinam as populações que nela vivem”, diz a nota.

A nova ministra, no seu discurso, também defendeu a ampliação da infraestrutura logística com a construção de ferrovias e hidrovias. Segundo Kátia, um dos desafios do ministério será desbravar a fronteira agrícolas dos estados do Norte e Nordeste, em especial o Tocantins, Maranhão, Piauí e a Bahia. “É uma região muito especial onde não ocorrerá desmatamento, pelo contrário, são áreas de pecuária que estão sendo transformadas em agricultura, e essa região precisará ter um crescimento sustentável do ponto de vista ambiental, da logística, da energia e da armazenagem”.

Ela disse ainda que vai trabalhar para aumentar as exportações do agronegócio. “Nós temos um imenso mercado no exterior, e as nossas empresas, as nossas agroindústrias, precisam estar preparadas para exportar para esse grande mercado consumidor, quer seja de carne em geral, quer sejam de outros produtos. A nossa obrigação como ministério é abrir as portas para que todas as empresas possam exportar”.

A nova ministra também prometeu tratar da crise do setor sucroalcooleiro, decorrente do baixo preço do petróleo e de questões climáticas. “O setor sucroalcooleiro não tem uma receita única, teremos que ter uma receita com vários conceitos, com variadas prioridades e soluções para que este assunto se resolva”, disse Katia Abreu que prometeu buscar uma solução para crise em reuniões com os ministérios da Fazenda, do Planejamento e com o Tesouro Nacional.

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Comitê da Seca realiza a primeira reunião de 2015 PDF Imprimir
Seg, 05 de Janeiro de 2015 18:20
O Comitê Integrado da Seca do Ceará realizou na manhã desta segunda-feira (5) a primeira reunião do ano de 2015. Na ocasião o secretário do Desenvolvimento Agrário, Dedé Teixeira, foi empossado como presidente do colegiado.

Participaram da reunião representantes dos órgãos que compõem o colegiado, como a Defesa Civil Nacional e a Defesa Civil do Estado do Ceará, além de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).

O Comitê da Seca vai solicitar aos demais órgãos que compõem o colegiado para indicarem os novos membros, que devem tomar posse solene na próxima segunda-feira (12). O secretário Dedé Teixeira anunciou ainda que terá em breve agenda em Brasília para estreitar as relações com os novos ministros, reafirmando as parcerias que já existem. “Vamos visitar os ministérios da Integração, o MDA e o MDS para reafirmar o nosso interesse em manter as parcerias em andamento e buscar novas, destacando que o Ceará vai encaminhar com agilidade as ações que vão garantir a convivência com a seca”, afirmou.

O secretário Dedé Teixeira informou ainda que o Comitê da Seca vai continuar encaminhando as demandas dos municípios no que diz respeito às obras de convivência com a estiagem. “O trabalho vai continuar, e estaremos aqui para intermediar com os órgãos do Estado e do Governo Federal as soluções e encaminhamentos necessários para a convivência com a estiagem”, disse.


Obras de adutoras
O representante da SRH, Gianni Lima, apresentou as ações do Estado no que diz respeito à garantia da segurança hídrica. Ele destacou que o Estado conseguiu atender com adutoras ou perfuração de poços, municípios em situação de colapso de abastecimento d'água. O investimento nessas ações superou os R$ 200 milhões. Em 2014, 600 poços perfurados em áreas urbanas e rurais do Ceará, seis vezes mais do que o registrado em 2007, quando foram perfurados 90 poços.

O aumento das perfurações ocorreu, principalmente, pela adoção da nova política de perfuração de poços, implantada em julho deste ano, que determina que toda e qualquer solicitação para perfuração de novos poços deverá vir acompanhada do devido estudo geofísico, medida que reduz a quantidade de perfurações ociosas e superexpostas no enfrentamento da seca.

Previsões
A meteorologista da Funceme, Meire Sakamoto, anunciou que, provalvelmente, no dia 22 de janeiro, as previsões devem ser anunciadas as previsões de chuva para os meses de fevereiro, março e abril.


05.01.2015


Assessoria de Comunicação da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
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Mariana Galvão – estagiária de Jornalismo
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