sábado, 24 de janeiro de 2009

Esforço pioneiro

Esforço pioneiro
Relatório internacional reconhece trabalho da agência Inova Unicamp na promoção de parcerias com empresas, governo e sociedade
Fabrício Marques
Edição Impressa 155 - Janeiro 2009




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Pesquisa FAPESP -
© Marcos Garuti
Um recente relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 30 dos países mais industrializados do mundo, rendeu um reconhecimento insuspeito ao esforço da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de levar à sociedade os avanços do conhecimento obtidos por seus pesquisadores. O relatório OECD Science, Technology and Industry Outlook 2008 analisou a situação da pesquisa, desenvolvimento e inovação em diversos países e, no capítulo sobre o Brasil, deu destaque ao trabalho da Agência de Inovação Inova Unicamp, por patentear um número crescente de invenções feitas na instituição e aumentar em 60% os contratos de licenciamentos de tecnologia para empresas, entre os anos de 2004 e 2005. Dados mais recentes mostram que houve uma média de oito licenciamentos para empresas ao ano entre 2004 e 2007. A agência é citada como exemplo do crescimento do número de patentes acadêmicas no país. “A menção nos dá um grande orgulho, porque evidencia o sucesso da inserção internacional de nossas atividades”, diz Roberto de Alencar Lotufo, diretor executivo da agência e professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp. A Inova Unicamp foi criada em 2003 com a ambição de se tornar o núcleo de inovação tecnológica da universidade. Seu objetivo é promover e apoiar parcerias da Unicamp com empresas, governos e entidades da sociedade. Sua principal vocação vincula-se à gestão da propriedade intelectual. Ela atua com os pesquisadores da Unicamp, ajudando-os a identificar se produtos provenientes de suas descobertas científicas têm potencial comercial, além de orientá-los nos processos de patenteamento e licenciamento de inovações. A agência também mantém uma rede de relacionamentos com empresas e órgãos governamentais, por meio da qual mostra o potencial das patentes para exploração comercial. Esse é o aspecto da atuação da Inova Unicamp elogiado pela OCDE. Esse esforço, não por acaso, colocou a Unicamp no topo do ranking de patentes pedidas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) entre os anos de 1999 e 2003 – atualmente acumula mais de 500 patentes vigentes depositadas. O dado, embora altamente positivo, revela uma inversão de papéis no Brasil – nos países desenvolvidos, o topo do ranking de patentes é ocupado por empresas, não por instituições acadêmicas (ver Pesquisa FAPESP nº 123). Nos últimos quatro anos, a Inova Unicamp celebrou 40 contratos de licenciamento para empresas, ante apenas 6 nos 15 anos que antecederam a criação da agência. Entre os casos de sucesso destaca-se, por exemplo, um teste para detectar em recém-nascidos a causa de surdez de origem genética. A tecnologia, desenvolvida no Laboratório de Genética Humana do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética, foi licenciada em 2004 para a empresa de diagnósticos DLE e se consolidou no mercado no ano seguinte, atingindo a marca de 30 testes realizados ao mês.

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