terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Economia da natureza

Especiais
Economia da natureza
22/4/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Seria a natureza a única limitante do processo econômico? Existem barreiras biofísicas que impediriam o crescimento exponencial de produção de bens de consumo de tal forma que o mundo caminhasse para uma “estabilização das atividades econômicas”?

Essas e outras questões envolvendo economia e ecologia estão presentes no livro A natureza como limite da economia – a contribuição de Nicolas Georgescu-Roegen, de Andrei Cechin, lançado na segunda-feira (19/4) na livraria da Edusp, a editora da Universidade de São Paulo (USP). Antes do lançamento, o autor e convidados debateram os principais pontos abordados na obra, na sede do Instituto de Estudos Avançados (IEA).

O livro é resultado da pesquisa de mestrado de Cechin, com Bolsa da FAPESP, defendido em 2008 no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam) da USP, com orientação de José Eli da Veiga, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

O título faz referência ao pensamento de Nicolas Georgescu-Roegen (1906-1994), matemático e economista romeno considerado o precursor do conceito de desenvolvimento sustentável. Segundo Georgescu-Roegen, a natureza é a única limitante do processo econômico.

De acordo com Veiga, um dos debatedores do encontro no IEA, o livro aborda interrelações entre economia e natureza e resgata o pensamento do economista romeno na moderna discussão sobre clima, sustentabilidade e governança corporativa.

“Quando, nos anos 1980, ele disse que a economia, no futuro, seria mais um capítulo da ecologia, foi ‘expurgado’ totalmente e caiu no esquecimento. O livro do Andrei traz uma contribuição inédita porque permite que muitos estudantes tenham acesso às suas ideias no Brasil”, disse à Agência FAPESP .

Na oportunidade, o professor também lançou o livro Economia socioambiental, uma coletânea de 14 artigos organizada por ele que enfoca mudanças de paradigmas entre a economia convencional e a economia ecológica ou ambiental. Segundo Veiga, para fazer a introdução à coletânea – que escreveu junto com Cechin – teve como suporte o livro do orientando.

Georgescu ficou conhecido – e pagou um alto preço por suas ideias nos anos de 1970 – por aplicar à economia o conceito de entropia, emprestado da termodinâmica, ao mostrar que as concepções tradicionais da economia pecavam pelo extremo mecanicismo.

“Os manuais de economia sempre começam com o diagrama do fluxo circular, que mostra como o dinheiro, mercadorias e insumos circulam entre famílias e empresas. Para Georgescu, isso é um sintoma claro do mecanicismo que predomina na economia”, disse Cechin.

Segundo ele, o economista romeno tentou mudar a visão sistêmica do fluxo circular unitário e isolado, segundo a qual capital e trabalho são considerados a estrutura do processo que transforma fluxo de energia em produtos e resíduos.

“Ele muda para uma visão metabólica do processo, mostrando que o sistema econômico não era um motor-perpétuo, que alimenta a si mesmo de forma circular, sem perdas. Ao contrário, é um sistema que transforma recursos naturais em rejeitos que não podem mais ser utilizados. Ao desenvolver uma nova representação do processo, Georgescu destacou que ele não é circular e isolado, mas linear e aberto”, disse Cechin.

Novos ritmos

De acordo com Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e debatedor no encontro no IEA, o trabalho do economista romeno é fundamental, porque conecta duas ciências aparentemente separadas: economia e ecologia.

“Outro ponto atual é a discussão sobre os limites ao desenvolvimento, sejam eles da natureza ou material. Esse recado parece que vem sendo entendido ou pelo menos valorizado pela humanidade”, disse.

Brito Cruz destacou alguns pontos que acha importantes para o debate do crescimento sustentável, como a questão da velocidade do processo, o custo social, o aumento da população e a criação de novas ideias.

“Como entender as partes desse sistema e como elas se combinam e de que maneira as ideias da humanidade vão empurrar para a frente esse ‘fim’ a partir da lei fundamental da natureza? As premissas de Georgescu são também uma oportunidade de conhecer novas ideias, já que sabemos que criamos uma solução para um problema e, em consequência, geramos outros desafios”, destacou.

O livro A natureza como limite da economia está dividido em cinco partes. No capítulo introdutório, Cechin apresenta o paradigma que une todas as escolas do pensamento econômico e o ponto de ruptura com as ideias de Georgescu.

A segunda é dedicada à vida e obra do economista romeno, do seleto grupo de economistas da Universidade Harvard, nos anos de 1930, ao banimento dos círculos acadêmicos nos idos de 1970, quando passou a estudar as bases biofísicas da economia, conhecimento que ele chamou de bioeconomia.

Nos capítulos seguintes, o autor avalia as idéias de Georgescu no contexto do debate sobre a escassez de recursos naturais e o crescimento econômico e a influência de seus postulados para formar a base do pensamento econômico.

Os capítulos apontam ao final para a discussão de que o futuro energético da humanidade está no centro da problemática do chamado desenvolvimento sustentável. “Georgescu mostrou que, para que o termo desenvolvimento sustentável não representasse uma mera inovação retórica, é necessário atentar para o duplo aspecto da relação entre processo econômico e natureza, ou seja, o esgotamento dos recursos naturais e a saída inevitável de resíduos”, disse Cechin.

Uma das principais teses de Georgescu – e a mais polêmica – gira em torno da ideia de decrescimento da economia. “A tese sinalizava que um dia a humanidade terá que pensar em estabilizar as atividades econômicas, pois não haverá como evitar a dissipação dos materiais utilizados nos processos industriais. Em algum momento, segundo ele, haverá a necessidade de diminuir o ritmo da economia”, disse.

Durante os debates outras questões foram levantadas, como o papel das inovações entre países ricos e emergentes. Como defender, por exemplo, o não crescimento em países que ainda precisam crescer.

Para Cechin, não seria correto dizer que o economista romeno se opõe ao desenvolvimento, mas que ele defende que a sociedade precisará se desenvolver decrescendo, sob novos paradigmas. “Os questionamentos sobre as teses de Georgescu só mostram o quanto o momento é propício para aceitação de suas ideias”, disse.

Título: A natureza como limite da economia: a contribuição de Nicolas Georgescu-Roegen
Autor: Andrei Cechin
Edição: Edusp/Senac
Páginas: 264
Preço: R$ 45
Mais informações:

www.edusp.com.br/detlivro.asp?ID=412356

www.editorasenacsp.com.br

quinta-feira, 22 de abril de 2010

SHORT COURSE,Prof. SIMANKE da ABAS-SEDE

Programa do curso(GESTÃO E CAPACITAÇÃO EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS)Prof.Dr. João Carlos Simanke de Souza.
Arcabouço legal para gestão integrada de recursos hídricos subterrâneos e superficiais e os instrumentos da lei 9433/97

Planejamento, construção de poços tubulares e testes de bombeamento

Proteção da qualidade da água subterrânea: guia para empresas de saneamento, autoridades municipais e agencias ambientais

Vulnerabilidade natural de aqüíferos, áreas de proteção de aqüíferos e perímetros de proteção de poços e fontes

Novas tecnologías para captação de águas subterrâneas – poços coletores horizontais

Hidrogeologia e planejamento ambiental.
Local:Auditório Espaço das Águas da COGERH/SOHIDRA-Rua:Adualdo Batista 1550,próximo ao Centro Administrativodo Cambeba.Fortaleza-Ce.
Data:27 e 28 de maio de 2010.
INVESTIMENTO
Profissional Sócio da ABAS (em dia) R$ 100,00; Profissional Não Sócio da ABAS-CE R$ 150,00; Estudante de pós-graduação sócio da ABAS (em dia) R$ 50,00 e estudante de curso de graduação/curso técnico sócio da ABAS (em dia) GRÁTIS.VAGAS LIMITADAS.

INSCRIÇÕES
O pagamento poderá ser efetivado através de: 1) Cheque nominal a ABAS; 2) Depósito bancário, através do BANCO DO BRASIL – Ag. 3515-7 – C/C 5403-8; 3) Na própria entidade no horário de 08 às 12hs.13 ás 16:30h. Cujo comprovante deverá ser encaminhado para o Fax nº (85) 3218-1557 em atenção a ABAS com nome(s) e telefone do(s) inscrito(s) para identificação do crédito e contato. CNPJ DA ABAS. Nº 512074130001-82

CONTATOS: ABAS-CE (85) 9988-2178 (Said)85-32181557(Augusto) E-mail: asso@sohidra.ce.gov.br
INVISTA EM VOCÊ!

O disfarçe faz parte ,por Rafael Semes

O disfarçe faz parte
31.05.09 | por Rafael Semes | Categorias: Fotos & Reflexões
Há um limite para a macheza, mas ninguém precisa saber…

Há muitos e muitos anos, viveu um homem do mar, conhecido como “O Capitão".
Ele era muito valente e jamais teve medo diante de qualquer inimigo.
Certa vez, navegando pelos sete mares, um dos vigias da embarcação viu que se aproximava um barco pirata.
“O Capitão” gritou:
- Tragam a minha camisa vermelha! E vestindo-a, ordenou aos seus homens:
- Ataquem! Ataquem e vençam estes malditos piratas! E assim foi
feito, e derrotaram os piratas.
Alguns dias mais tarde, o vigia viu dois barcos piratas.
“O Capitão” pediu novamente sua camisa vermelha e a vitória voltou a ser sua.
Nesta mesma noite, seus homens perguntaram porque ele sempre
pedia a camisa vermelha, antes de entrar na batalha. E “O Capitão” respondeu:
- “Se eu for ferido em combate, a camisa vermelha não deixará que
meus homens vejam meu sangue, e assim, todos continuarão lutando sem
medo.”
Todos os homens, diante daquela declaração, ficaram maravilhados
com a coragem de seu comandante.
Logo no amanhecer do dia seguinte, o vigia viu não um ou dois,
mas “DEZ” barcos piratas que se aproximavam. Toda a tripulação, assustada, dirigiu os olhos para o capitão, e ele, com sua voz potente e sem demonstrar nenhum medo gritou:
- Tragam a minha calça marrom!!!
Envie seus comentários e sugestões para rafaelsemes@hotmail.com

Pensamentos Filosóficos sobre o casamento

Pensamentos Filosóficos sobre o casamento
30.05.09 | por Rafael Semes | Categorias: Fotos & Reflexões
1) Quando um cara rouba sua mulher, não há melhor vingança do que deixá-lo ficar com ela. (David Bissonette)
2) Depois do casamento, marido e mulher se tornam as duas faces de uma moeda; um não pode ver o outro mas continuam juntos. (Sacha Guitry)
3) Por todos os motivos, case-se. Se você tiver uma boa esposa, você será feliz. Se ela for uma má esposa, você se torna um filósofo. (Sócrates)
4) As mulheres nos inspiram boas coisas e evitam que nós as conquistemos. (Anônimo)
5) A pergunta que não quer calar, que nunca consegui responder é: “O que quer uma mulher?” (Dumas)
6) Eu troquei algumas palavras com minha mulher e ela trocou alguns parágrafos comigo. (Sigmund Freud)
7) Algumas pessoas me perguntam o segredo de nosso longo e duradouro casamento. Nós saímos para jantar duas vezes por semana. Jantares à luz de velas, música suave, depois dançar… Ela vai às terças e eu vou às sextas. (Anônimo)
8) Há um novo método de transferência de fundos muito mais efeciente e rápido do que as transferências eletrônicas. Chama-se casamento. (Sam Kinison)
9) Eu não tive sorte com minhas duas esposas. A primeira me deixou e a segunda não. (James Holt McGavra)
10) Dois segredos para manter seu casamento perfeito:
1. Sempre que estiver errado, admita
2. Sempre que estiver certo, cale a boca (Patrick Murray)
11) A maneira mais fácil de sempre se lembrar do aniversário de seu esposa é esquecê-lo uma vez. (Nash)
12) Sabe o que eu fazia antes de me casar? O que eu queria. (Anônimo)
13) Minha esposa e eu fomos felizes por vinte anos. Então nos conhecemos. (Henry Youngman)
14) Uma boa esposa sempre perdoa seu marido quando ela está errada. (Rodney Dangerfield)
15) Um homem colocou um anúncio nos classificados: “Procura-se uma esposa". No dia seguinte ele recebeu centenas de cartas. Elas todas diziam a mesma coisa: “Fique com a minha". (Anônimo)
16) Um cara, todo orgulhoso disse: “Minha esposa é um anjo". O segundo cara respondeu: “Sorte sua, a minha ainda está viva". (Anônimo)
Envie seu comentário para: rafaelsemes@hotmail.com

Curso: "Brigadista de Incêndio"

Curso: "Brigadista de Incêndio"

Tipo do evento: Curso
Data: 23/4/2010
Horário: 08:00 às 18:00 horas
Local: Auditório da Secretaria de Esporte / Auditório do CREA

Será realizado no dia 23 de abril o Curso "Brigadista de Incêndio", que visa a capacitação de profissionais quanto às situações e aspectos de segurança e preventivos contra incêndios, tumultos e pânicos em Estádios de Futebol, extensivo a edificações prediais multifamiliares, hospitais, edificações comerciais, shoppings e em áreas especiais de eventos.


Objetivo: Capacitar profissionais em segurança contra incêndio em edificações predias.
Local de Inscrição: IBAPE (Localizado na sede do Crea-CE).
Taxa de Inscrição: R$50,00 (Cinquenta Reais) sendo 50% doado ao CBMCE.
Vagas: 22 vagas aos profissionais do Sistema Confea/Creas.
Horario e Local: 8h às 12h - Auditório da Secretaria de Esporte (Av. Alberto Craveiro 2901 - Estádio Plácido Castelo, Castelão), abertura com o Secretário de Esportes do Estado do Ceará, Dr. Ferrúccio Feitosa.
14h às 18h - Auditório do Crea-CE (Rua Castro e Silva, 81 - Centro), encerramento com o Presidente do Crea-CE, Eng. Eletricista Antonio Salvador da Rocha.
Realização: Crea-CE, PJ-CE, FCF, Secretaria de Esportes e CBMCE.

Para mais informações: Eng°. Civil Osmar Delboni Júnior. Crea-CE 102742/D - Coordenador Responsável do Curso e Conselheiro Efetivo do Crea-CE
Telefone: (85) 9171.4349 - E-mail: estbrasilia@yahoo.com.br / www.osmardelboni.com.br

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Alemanha quer ampliar intercâmbio estudantil com Brasil

Alemanha quer ampliar intercâmbio estudantil com Brasil
15/4/2010

Agência FAPESP – O governo da Alemanha pretende intensificar o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação do país com o Brasil.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (13/4), pela ministra da Educação e Pesquisa da Alemanha, Annette Schavan, em conferência no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

As ações de cooperação – que envolvem a definição de um programa de intercâmbio – estão previstas dentro das comemorações do Ano Brasil-Alemanha da Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com a Unicamp, a ministra destacou que a Alemanha considera o Brasil um parceiro estratégico na América Latina para a formulação de soluções e propostas inovadoras que possam contribuir para que o mundo avance em direção ao desenvolvimento sustentável.

Atualmente, estão em vigor 230 convênios de colaboração entre universidades brasileiras e alemãs. Em contrapartida, existem cerca de 1,2 mil empresas alemãs no Brasil, grande parte delas (cerca de 800) no Estado de São Paulo.

A Unicamp mantém atualmente 11 convênios de cooperação com universidades e institutos de pesquisa da Alemanha.

Mais informações: www.unicamp.br/unicamp/

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Curso de Contratos Internacionais

FIEC realizará curso de Contratos Internacionais e Direito Marítimo Aplicado ao Comércio Internacional
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) através do Centro Internacional de Negócios (CIN-CE) realizará em maio, os cursos de Direito Marítimo Aplicado ao Comércio Internacional (de 24 a 26) e Contratos Internacionais (27 e 28).

Com 12h/a, o curso de Direito Marítimo tem como objetivo, propiciar uma visão geral dos principais aspectos do Direito Marítimo, com ênfase nos principais aspectos que envolvem as responsabilidades civil, penal e administrativa dos que atuam no transporte aquaviário, especialmente conteiner e cobrança de créditos no Brasil e no Exterior, por meio de estudo de casos.

Também com 12h/a, o curso Contratos de Internacionais visa propiciar uma visão geral e crítica sobre a contratação internacional, sob a ótica dos importadores, exportadores e da Análise Econômica do Direito; proporcionar instrumentos teórico-práticos para uma atuação jurídica segura na esfera das relações internacionais. Além disso, também irá questionar a lógica da contratação internacional, realizada na compra e venda e no transporte marítimo de mercadorias, para rever conceitos e elaborar novas estratégias de contratação.

Ambos os treinamentos serão ministrados pelo advogado Osvaldo Agripino de Castro Júnior, Doutor em Direito Internacional e Desenvolvimento pela UFSC e Pós-Doutor em Direito Regulatório pela Harvard University e professor de Direito Marítimo e Comércio Internacional no Programa de Doutorado e Mestrado em Ciência Jurídica da UNIVALI e da FGV/RJ. Além disso, já publicou vários livros e artigos, dentre eles, Temas Atuais de Direito do Comércio Internacional e Direito Marítimo Made in Brasil.

As inscrições continuam abertas no CIN/CE e no site (www.fiec.org.br/cin) com investimento de R$ 350,00 para profissionais e R$ 280,00 para estudantes, podendo ser parcelado em 4x (sem juros) no cartão VISA ou em 2x no cheque.

Serviço
Direito Marítimo Aplicado ao Comércio Internacional, de 24 a 26/04 das 18h às 22h
Contratos Internacionai, 27 e 28/04, das 18h às 22h (quinta-feira) e das 14h às 22h (sexta-feira).
FIEC (Av. Barão de Studart, 1980). Contato: (85) 3421.5420

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Obituário das mortes anônimas/OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA.

HAITI, TRÊS MESES DEPOIS
Obituário das mortes anônimas

Por Washington Araújo em 13/4/2010


Durante muito tempo aprendemos que para fazer bom jornalismo é necessário investigar, levantar questões, buscar respostas, analisar informações. Tudo em nome de manter bem informado o leitor, o ouvinte, o telespectador e o internauta. Fazer bom jornalismo implica esforço, determinação, objetividade, visão analítica, percepção do conjunto disso que chamamos realidade. Mas existe outro jornalismo, o de impacto. Foi impactante? Será dado na primeira página do jornalão. O impacto resultou em milhares de mortos? Capa de revista semanal. A declaração sobre tema polêmico é, por todos os motivos, desastrosa? Assegure-se, então, a geração de edição especial do telejornal de maior audiência. Depois... bem, depois é repercutir as variadas versões do mesmo fato.

No livro O Reino e o Poder, sobre a história do New York Times, o jornalista estadunidense Gay Talese preferiu se arriscar a dizer o óbvio. Tem vezes que dizer o óbvio é o melhor a fazer. E é ótimo então para destacar esta ou aquela apreensão da verdade. Muito bem, concordo com Talese quando disse que os jornalistas preferem "ver países em ruínas e navios a pique do que uma cena sadia, que compõe boa parte da vida". Há uma atração fatal pela doença, pelo doentio. De tanto se bater na tecla que doença contagia ninguém mais se atreve a perder alguns centésimos de segundos acreditando que saúde também pode contagiar. E, no entanto, é a mais pura verdade.

Confesso que, eventualmente, quando tenho em mãos uma edição do New York Times, logo após ler as chamadas de capa sigo direto para a seção de obituários. Um bom obituário vale por muitas reportagens dando conta do óbvio: 2.700 morreram na Faixa de Gaza, 11.300 morreram no sul de Bagdá, 300 mil morreram em Porto Príncipe. É que enquanto alguns escrevem o número de mortes no corpo maior, mais chamativo, bem centralizado e tudo, a leitura de um obituário assinado por Robert McG. Thomas Jr. me faz pensar horas a fio sobre o que seu texto me ensina de vidas inspiradoras. O mesmo acontece quando leio texto assinado por Richard Pearson. Gente que tem o dom de eternizar quem acaba de morrer por intermédio de um punhado de palavras, duas ou três frases e não mais que isso; que consegue captar o sentido da vida e da morte mais que o repórter afoito que empurra seu microfone por debaixo de escombros buscando saber como se sente a vítima de soterramento. É a destreza profissional desses repórteres que inundam as redações do jornalismo-catástrofe. E como não noticiam nada que valha a pena ser lido uma segunda vez, não hesitam em carregar no informe do número de vítimas fatais.

Perguntas sem respostas

Mas ainda há que se ter talento. Saber contar uma história que sacie a fome de informação e de sensibilidade. Na cobertura de terremoto devastador (como se existisse terremoto pacífico e não destruidor), o jornalista tem que escolher entre informar "o lugar e os números" – algo como: terremoto no Haiti, 80 mil mortos – e "o lugar e as vidas" – algo como: terremoto no Haiti semeia dor, luta e morte entre milhares de pessoas.

A segunda opção trata de humanizar a catástrofe da natureza. E só se consegue isso se enveredar pela narração de histórias de gente normal, de carne e osso, com sentimentos, angústias e anseios, desespero e esperança. Há que se discernir o grau de importância dada a informe dando conta que 100 mil tratores ficaram inutilizadas e 100 mil vidas foram interrompidas. De 130 mil pés de laranja que foram arrancados pela enchente e 2 mil pessoas que ficaram feridas e desabrigadas.

Jornalismo interrompido é o que temos. Depois de ocupar noticiários em todas as plataformas – rádio, jornal, TV, internet – e passados 90 dias do terremoto de 12 de janeiro de 2010, ninguém fica informado sobre o que realmente acontece no Haiti. As perguntas se acumulam como cadáveres a céu aberto – insepultas.

Qual o volume de recursos financeiros que efetivamente chegou ao Haiti após o terremoto? Alguém sabe se Porto Príncipe voltou à vida normal? Qual o contingente atual de tropas estrangeiras sediadas no Haiti? Quem coordena os esforços das Nações Unidas pós-terremoto? O Brasil ou os Estados Unidos? O país é governado por haitianos ou por forças de paz? Em que resultaram os megashows de celebridades internacionais em favor do povo haitiano? E a adoção de crianças haitianas? Qual nação recebeu o maior número de crianças adotadas? A dobradinha Bush-Clinton rendeu o que, em termos práticos, para a reconstrução do Haiti? A quantas anda o plano de reconstrução, a infraestrutura hospitalar, o aparato governamental? E o cônsul haitiano em São Paulo, aquele que disse que o terremoto foi ocasionado pela crença haitiana em vodu... o que aconteceu com ele? Segue representante de seu país no Brasil?

Qual o montante de dinheiro doado pelos brasileiros – aquele depositado em bancos oficiais – para o povo haitiano? Que países decidiram perdoar a dívida externa do Haiti? Sobreviventes que perderam suas casas receberam ajuda financeira para reconstruí-las? Países cumpriram promessas de ajuda financeira trilionária? Existe alimento suficiente para a população desabrigada? Quantos são os desabrigados?

País sem rosto

Sem respostas a tais questões vemos a pauta "Terremoto no Haiti" morrer por inanição. Inanição no jornalismo também pode ser descrito como preguiça mental, desleixo profissional, desrespeito com o consumidor final da notícia: eu, você, ele, nós, vós, eles. Imagino reunião de editoria de Internacional decretando solene: "Haiti deu o que tinha de dar". Mas, será que jornalismo se faz assim mesmo? Os fatos se empilham na forma de equações desconexas destinadas a nada produzir, a nada resultar. É que a equação nasce mal formulada, ostenta apenas a primeira parte, o que foi impactante, o que podia fisgar a curiosidade, interesse e atenção do público consumidor de notícias.

Assim como as pessoas anônimas sofrem mortes comuns, ou seja, sofrem a morte do esquecimento rápido, repentino, súbito como o piscar de olhos, as grandes catástrofes nestas encontram seu espelho: logo são esquecidas, relegadas a um último plano editorial. De tanto ser informado sobre o terremoto no Haiti, a verdade é que quase nada sei sobre o tanto que li, ouvi e vi da movimentação de terra. Não me contaram nenhuma história e por isso a humanidade que há em mim não ressoou tão fortemente ante o estrepitoso noticiário. Porque o que retenho na memória permanente é o rosto humano que se sobressai do relato. E o Haiti ficou sem rosto. Infelizmente.

Mas isso não me impede uma pausada reflexão: quem deixou de viver no dia 12 de janeiro de 2010? Tantos corpos e histórias foram enterrados naquele e nos dias seguintes. Tantas vidas interessantes e interrompidas que jamais conhecerei. É um fardo pesado para carregar. E fica mais pesado porque toda esta multidão morreu sem que ninguém achasse importante escrever seu obituário. Um que fosse, já seria bom.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

WEBMAIL DA BLOGASSO

De: Mardineuson Sena
Assunto: Fwd: [listageografia] DN-Ceará: Capital precisa de mais verde
Para: "Mard Sena"
Data: Domingo, 4 de Abril de 2010, 17:10





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Olá companheir@s. ..

As Areas Verdes, protegidas ou não, são necessárias em todos os ambientes.
No caso das cidades, não apenas Fortaleza, mas na maioria dos sítios
urbanos do interior do Estado, existe uma profunda (ir)responsabilidade dos
poderes locais com a (não) inclusão/cumprimento dos caminhos do "Verde" nas políticas públicas.
Além disso, observa-se uma introdução de árvores exógenas ou não
adequadas à nossa realidade - "árvores da moda," como fala uma
conhecida minha, que também não contribuem com a qualidade ambiental, tão bem exposta pela jornalista e pelos professores da UNIFOR e da UFC na
matéria abaixo.
Abcs de Paz e de novas consciências/ práticas!
Mard
ORKUT: MARD na Chapada!




ESPECIALISTAS ALERTAM

Capital precisa de mais verde


Cinza prevalece: a Avenida Santos Dumont integra a lista das poucas
vias de Fortaleza que ainda conservam algumas árvores nos canteiros
centrais
30/3/2010


A ONU determina que uma cidade deve ter 12 metros quadrados de área
verde por habitante. Fortaleza tem só quatro.


Com o simples ato de plantar uma árvore, pode-se melhorar a qualidade
de vida de toda uma população e contribuir, sobremaneira, para a
manutenção do equilíbrio ambiental. Contudo, em Fortaleza, o cenário
que observamos é de constante destruição e depredação da área verde.
Ao longo dos anos, leitos de rios, dunas fixas, manguezais e margens
de lagoas vêm perdendo espaço para a especulação imobiliária.

Avenidas como Barão de Studart, Duque de Caxias e Dom Manuel são casos
de vias ainda arborizadas. Mas não é o que observa-se na maioria das
ruas e avenidas da Capital. Na Avenida Santos Dumont, por exemplo,
vista de cima do viaduto da Avenida Engenheiro Santana Júnior, pode-se
observar uma enorme via tomada pelo comércio e edificações por toda
parte. Ali, o verde resume-se aos canteiros centrais, ainda assim,
pouco e escasso.

A arquiteta, urbanista e professora da Universidade de Fortaleza
(Unifor), Fernanda Rocha, destaca que, para o clima local, a cidade
deveria ter muito mais árvores. Ela reclama que as pessoas cimentam
muito próximo das raízes, fazendo com que a planta não tenha para onde
se desenvolver. A especialista alerta que deve-se verificar também a
adequação da espécie - com relação ao seu porte - e onde plantar, o
que vai interferir tanto na iluminação pública quanto na fiação.

"Sabendo escolher a espécie adequada, todo mundo ganha. Em redução de
calor, sombreamento, umidade do ar e em gestão de serviços, porque a
poda é reduzida e a cidade fica mais bonita", ressalta.

São vários os benefícios que uma cidade arborizada proporciona à
população. O professor do Departamento de Geografia da Universidade
Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, esclarece que as árvores
amenizam o clima urbano, elevam os índices de permeabilidade do solo,
atuam na diversidade dos ecossistemas, evitam a erosão de mananciais,
auxiliando na drenagem urbana e, consequentemente, diminuindo os
riscos de inundações e enchentes, nos períodos de chuva.

O professor destaca, ainda, que as árvores promovem a captura do gás
carbônico, melhorando a qualidade do ar. "Os locais mais densamente
urbanizados atuam como ambientes de contemplação e lazer", disse.



Arborização

Em Fortaleza, o órgão responsável pela poda e pelo plantio de árvores
é a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb). As
Secretarias Executivas Regionais (SERs) recebem a demanda de cada área
e a Emlurb executa. Já a Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano
(Semam) fica responsável pela criação de políticas públicas
ambientais.

O presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues, esclarece que o
projeto de criação de ruas e avenidas já deve contemplar a arborização
da mesma. Além disso, o plantio de árvores pode ser solicitado por
organizações não-governamentais. Pode ser feito também em parceria com
alguns órgãos, através de balcões de ouvidoria. Ou pelas Regionais,
com distribuição de mudas. "Onde tem espaço e condições de receber
plantio, nós procuramos fazer isso", assegura.

Rodrigues diz que a solicitação de corte de uma árvore tem que ser
autorizada por um técnico da Regional correspondente, para que seja
avaliado se realmente é necessário. Mas algumas condições são
avaliadas antes de decidir pela derrubada: se há risco de desabamento,
se ela está pondo em risco alguma edificação ou se a árvore tem alguma
doença que a comprometa.

Já o processo de podação, segue uma
programação. A solicitação pode ser feita através da Autarquia
Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza
(AMC), quando está cobrindo alguma placa, ou por meio da população,
que aciona a Regional.



Festa

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente realizou de 22 a 28 de
março, a Festa Anual das Árvores, pondo em evidência a importância do
reflorestamento e da preservação das espécies nativas.



A opinião do especialista
Ambiente degradado

Jeovah Meireles
Professor do Departamento de Geografia da UFC


A cidade de Fortaleza vem perdendo extensas áreas verdes, quando os
leitos dos rios, as dunas fixas, os manguezais e as margens das lagoas
são incorporados em um acelerado processo de especulação imobiliária.
Fortaleza está beirando índices muito insustentáveis de qualidade de
vida quando relacionado com a disponibilidade de áreas verdes.

A ONU sugere que sejam 12 metros quadrados de área verde por habitante. No
entanto, Fortaleza tem somente quatro metros quadrados por habitante.
De acordo com dados do Inventário Ambiental de Fortaleza, publicado em
2003, o percentual de cobertura verde da Capital cearense, em 1968,
era de 65,79%, passando para apenas 7,06% na atualidade.

Este processo de degradação das áreas verdes conduz a elevados níveis de
insustentabilidade ambiental nas cidades. Portanto, faz-se necessário
ampliar, preservar e conservar as áreas verdes, principalmente
mantendo protegidas as já existentes - margens dos rios, das lagoas,
matas das dunas fixas e o bosque de mangue dos rios Cocó, Pacoti e
Ceará.

Além das áreas verdes e ecossistemas associados à Lagoa da Itaperaoba,
Parque Ecológico Rio Branco, Polo de Lazer da Sargento Hermínio,
Parque Ecológico do Cocó, enclave de cerrado do setor leste da cidade,
entorno dos riachos Água Fria, das Lavadeiras e Maceió, das lagoas da
Sapiranga e Precabura; Parque Ecológico Maraponga, Pulmão Verde do
Siqueira, Rio Maranguapinho, dunas da Área de Relevante Interesse
Ecológico (Arie) do Cocó, dentre outros. As árvores fornecem abrigo e
alimento para as aves e interligam os ecossistemas urbanos.


LUANA LIMA
ESPECIAL PARA CIDADE




De: Mard Sena
Assunto: Diário - Envio: Capital precisa de mais verde
Para: mardineuson@ yahoo.com. br
Data: Quarta-feira, 31 de Março de 2010, 1:43



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Capital precisa de mais verde
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