terça-feira, 20 de outubro de 2009

A água e o lixo, artigo de Aroldo Cangussu/ABAS

A água e o lixo, artigo de Aroldo Cangussu
Pode não parecer, mas todo o lixo que produzimos, se não bem cuidado pode acarretar sérios problemas para a água existente na natureza.

Cada brasileiro produz, em média, 700 g de lixo por dia, podendo chegar a muito mais. Todos geram algum tipo de resíduo, mas alguns geram mais que outros, dependendo de seu estilo de vida e de seu grau de conscientização a respeito desse assunto.

A maior parte do lixo é orgânica: cascas de frutas e legumes, restos de comida, podas de jardim e outras. Tudo isso pode ser transformado em adubo ou composto, mas, na maioria das vezes, é jogado fora da casa, transportado até lixões e acaba contaminando as águas, pela infiltração do chorume (líquido negro) gerado em sua decomposição.

No Brasil, das 125 mil toneladas de lixo anualmente, 76% vai parar nos lixões a céu aberto, contaminando o meio ambiente e prejudicando a saúde pública. Muitas vezes, a chuva leva parte dos resíduos para os córregos ou nascentes.

Parte desses resíduos poderia ter sido vendida para indústrias que reciclam papel, alumínio, plástico, vidro, metais e alguns outros materiais. Parte poderia ter sido transformada em belos artesanatos ou utensílios domésticos. E ainda outra parte poderia ter sido evitada, se as pessoas usassem menos produtos descartáveis e evitassem tantas embalagens quando fazem suas compras. Parte poderia se tornar adubo orgânico.

Uma tonelada de papel reciclado evita o corte de cerca de 20 árvores, economiza oito mil litros de água e ainda sobra em torno de três metros cúbicos de espaço disponível nos aterros sanitários para outros resíduos, ao longo do tempo. Um quilo de vidro reutilizado evita a extração de seis quilos de areia dos rios e a energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante quatro horas. Ou seja, quando uma pessoa cuida do lixo de sua casa, está cuidando das águas de seu município, tanto em termos de qualidade, quanto em termos de quantidade, deixando bastante para seus filhos.

A água que sai das casas pelos ralos e vasos sanitários geralmente vai para os córregos ou rios, porisso a poluição das águas tende a aumentar cada vez que alguém joga alguma substância tóxica na pia ou vaso sanitário – venenos, remédios, detergentes, restos de comida e muito mais.

Procure, caro leitor, saber o número telefônico do serviço de abastecimento de sua cidade para informar vazamentos que observar em espaços públicos. Essas perdas afetam todos os moradores, tanto pela possível falta de água nas residências, quanto pelo custo final. Além disso, sabe-se que na distribuição local de água existem perdas consideráveis devido a grandes fugas nas canalizações principais e nas ligações clandestinas.

Aroldo Cangussu
Coordenador Adjunto do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica




Notícia publicada em 03/09/2009.

Diretoria da ASTEC Toma Posse na Cogerh Foi realizada hoje (16), às 10h, no Auditório do Espaço das Águas, a posse da nova Diretoria da ASTEC.

Diretoria da ASTEC Toma Posse na Cogerh Foi realizada hoje (16), às 10h, no Auditório do Espaço das Águas, a posse da nova Diretoria da ASTEC.




Foi realizada hoje (16), às 10h, no Auditório do Espaço das Águas, a posse da nova Diretoria da Associação dos Servidores da Cogerh-ASTEC



Concorreu apenas uma chapa AVANÇAR, para o biênio 2009/2011, na qual eram membros: Berthyer Peixoto (Diretor-Presidente), Maria do Céu Ramos Colares (Diretor Vice-Presidente), Josefa Marciana Barbosa de França (Diretor Secretário-Geral), Denílson Marcelino Fidelis (Diretor-Financeiro), José Alves carneiro Neto (Diretor Social/Comunicação) e Sósthenis de Lima Timóteo (Diretor Esportivo/Cultural).



A abertura da posse foi feita por Ricardo Veras que fez parte de todo o processo na Comissão Eleitoral, juntamente com Tereza Cecília e Adahil Sena.



Na ocasião Berthyer fez uma retrospectiva do início da Associação, bem como apresentou um plano de trabalho inicial de ação da ASTEC.



Além de colaboradores da Companhia, prestigiou a Posse o presidente da Associação dos Servidores da Sohidra, Said Gonçalves que parabenizou a nova Diretoria. Com a palavra facultada os funcionários Manuel Pinheiro (AUDIN), Izêlda Fiúza (GEFIN) e Célio Augusto (GESIN) também falaram para os presentes.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva
13/10/2009

De 31/10/2009 a 4/11/2009

Faltam 18 dias para o início do evento. Duração: 5 dias

Agência FAPESP – O 9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva será realizado em Recife (PE), de 31 de outubro a 4 de novembro de 2009. Em torno do tema central “Compromisso da Ciência, Tecnologia e Inovação com Direito à Saúde” estarão reunidos docentes, pesquisadores, gestores, profissionais de saúde de múltiplas disciplinas que compõem a área de Saúde Coletiva.

A programação prevê palestras, debates e cursos nos quais o tema central será explorado em quatro dimensões: Ciência, Tecnologia e Inovação para o cumprimento dos princípios e diretrizes do SUS; Saúde e Seguridade Social; Desenvolvimento Social e Econômico Sustentável; e Garantia dos Direitos Humanos.

Segundo a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), responsável pela realização do evento, essas dimensões estão alinhadas a marcos e contextos históricos estruturantes para a Saúde no país, como é o caso dos 20 anos da Constituição e a criação do Sistema Único de Saúde, celebrados em 2008. No mesmo ano, no contexto internacional, o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e os 30 anos de Alma Ata.

Mais informações: www.saudecoletiva2009.com.br

O Universo é finito?

O Universo é finito?
13/10/2009

Dia 21/10/2009

Faltam 8 dias para o início do evento. Duração: 1 dia

Agência FAPESP – O Universo se expandirá para sempre ou a expansão vai parar e haverá um novo colapso ao estado denso que levou ao Big Bang? Essa é uma das questões que serão abordadas na palestra “O Universo é Finito?”, no próximo dia 21 de outubro, às 18h20, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O palestrante convidado é o professor Kepler de Oliveira, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), autor dos livros Astronomia e Astrofísica e Evolução e Interiores Estelares.

Oliveira, que foi astrônomo residente sênior no telescópio SOAR [Southern Observatory for Astrophysical Research], instalado em Cerro Pachon, nos andes chilenos– lugar estratégico para observações científicas –, vai apresentar avanços no conhecimento que revelam como as galáxias estão se afastando uma das outras, evidências sobre a expansão do Universo e as implicações cosmológicas da escuridão noturna.

“Discutiremos as evidências da expansão do Universo e do fato de ele ser finito, tanto no tempo quanto no espaço, sua idade e como as observações indicam que a maior parte da energia e matéria do Universo ainda é desconhecida”, diz o professor, que trabalha com estrelas anãs brancas pulsantes, com observações com o Whole Earth Telescope e com o Telescópio Espacial Hubble.

O evento, aberto e gratuito, é integrado ao ciclo de palestras em comemoração ao Ano Internacional da Astronomia e será realizado no auditório Garapuvu, Centro de Cultura e Eventos.

Após a palestra do astrônomo, haverá a estreia da peça “As Luas de Galileu”, no Teatro-Igrejinha da UFSC, com o Grupo Pesquisa Teatro Novo, do Departamento Artístico Cultura, Secretaria de Cultura e Arte da universidade. A Cia. de Teatro Bambolina Andattina (Metateatro) conduz a trama com cenas da vida de Galileu, sua paixão pelo saber e o embate com a Inquisição.

Mais informações: (48) 3721-8238 e pelo e-mail: astro@astro.ufsc.br

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nasa realiza impacto bem sucedido de foguete em cratera da Lua

Nasa realiza impacto bem sucedido de foguete em cratera da Lua
Sex, 09 Out, 10h04



WASHINGTON, EUA (AFP) - A Nasa conseguiu jogar com êxito um foguete Atlas chamado Centauro contra uma cratera da Lua a uma velocidade de 9.000 km por hora, em uma missão em busca de água, anunciou nesta sexta-feira a agência espacial americana.


A televisão da Nasa não mostrou imagens do flash provocado pelo impacto do projétil de 2,3 toneladas às 11H31 GMT na crater.


A sonda LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) partiu da Terra em junho passado a bordo de um foguete Atlas V, junto à sonda LRO (Lunar Reconaissance Orbiter), encarregada de elaborar uma carta detalhada do único satélite natural do nosso planeta.


Os dois artefatos integram a primeira missão do programa Constellation, que prevê a volta do homem à Lua a partir de 2020.


A sonda LCROSS viajou para a Lua durante três meses, carregada por um estágio do foguete Atlas chamado Centauro.


Centauro bateu contra a Cabeus a uma velocidade de 9.000 km por hora, criando uma cratera de 20 metros de diâmetro por cinco de profundidade.


O impacto deve lançar 350 toneladas de material, a até 10 km de altura, que esta nuvem de solo lunar será amplamente iluminada pelos raios do Sol.


A sonda LCROSS, com 891 quilos, sofreu o mesmo destino do Centauro, quatro minutos depois, o tempo necessário para que seus nove instrumentos, entre eles três espectrômetros, possam captar e determinar a natureza das partículas projetadas pelo primeiro impacto, e transmitir os dados à Terra.


Os cientistas pretendem determinar se há água congelada no fundo da cratera, que jamais recebe a luz solar e tem temperaturas médias de 240 graus negativos.





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Processo de Captação e Envase da Água Mineral

Processo de Captação e Envase da Água Mineral
Captação da água mineral, se faz por meio de poços artesianos com várias profundidades e vazões e de modo menos comum, de nascentes.
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Captação da água mineral, se faz por meio de poços artesianos com várias profundidades e vazões e de modo menos comum, de nascentes.

Os reservatórios de água mineral podem ser construídos em alvenaria, com revestimento em azulejos ou tanques em aço inox. Dos reservatórios a água mineral é enviada para as linhas de envasamento.

As tubulações utilizadas para a movimentação da água podem ser em polietileno de alta densidade (PEAD) ou em aço inox.

Em muitos casos, a estabilização micro-biológica da água mineral, antes de ser envasada, é efetuada através da utilização do ozônio (O3).

Envasamento - as linhas de envasamento podem ser para embalagens tipo copo, garrafas e garrafões e são constituídas de um sistema de rinsagem do vasilhame, enchedora, lacradora (tampadora), inspeção visual, rotuladora e empacotadora (caixas de papelão).

Enchimento - o processo de enchimento deve preservar as características de qualidade do produto. As inspeções visual ou eletrônica - são de extrema importância para o processo, já que permitem o monitoramento do estado dos vasilhames ou do produto acabado, evitando que ocorram desvios no padrão de qualidade dos produtos.

A rotulagem é a identificação de cada vasilhame de produto, permitindo que seja rastreado da fábrica até o consumidor.

Empacotamento (embalagem) do produto assegura a sua integridade durante o transporte e manuseio da fábrica até o ponto de venda.

Ponto de venda / Consumidor - as vezes no ponto de venda pode ocorrer alterações na qualidade do produto pelo manuseio inadequado do mesmo (queda, exposição a altas temperaturas e etc.).



Fonte: ANA (Agência Nacional de Águas)

Roteiro para obtenção da concessão de lavra de água mineral -AMBIENTEBRASIL

Roteiro para obtenção da concessão de lavra de água mineral
Procedimentos específicos que devem ser cumpridos junto às entidades que detêm as competências no contexto das legislações mineral e ambiental.
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Conforme já comentado, o direito de lavrar água mineral, assim como outros recursos minerais, é obtido pelo cumprimento de diversos procedimentos referentes aos regimes de autorização e de concessão previstos na legislação.

São procedimentos específicos que devem ser cumpridos junto às entidades que detêm as competências no contexto das legislações mineral e ambiental, cujo roteiro é resumido a seguir, considerando-se o caso do Estado de São Paulo, onde os procedimentos correspondentes ao DNPM e à Secretaria do Meio Ambiente estão articulados.



1ª Etapa: No Âmbito do Regime de Autorização

1. DNPM: para requerimento da autorização de pesquisa

O requerimento se faz através de formulários padronizados do DNPM, com o preenchimento de todos os campos ali indicados, acompanhado de:

a) Planta de situação e de detalhe da área

b) Plano dos trabalhos de pesquisa contendo orçamento e cronograma de execução

c) Prova do pagamento de emolumentos no valor de R$ 287,31

d) Apresentação da ART/CREA

O requerimento assim instruído é protocolado no DNPM, ocasião em que é mecanicamente numerado e formado o Processo correspondente. Analisado o requerimento e uma vez não estando incurso em situações prévias de indeferimento, o DNPM (Distrito SP) solicita o cumprimento de exigências caso a área requerida esteja inserida em algumas das situações citadas no item 2, abaixo.



2. Outros órgãos: caso a área estiver sujeita a quaisquer das seguintes situações, dirigir-se ao órgão correspondente para obtenção de assentimento ou anuência:

a) áreas de proteção ambiental e, ou, em áreas localizadas na faixa de 10 km no entorno das unidades de conservação estaduais: assentimento da SMA/DPRN

b) áreas urbanas: assentimento da Prefeitura Municipal

c) Pesquisas em cursos de água: anuência do DAEE/SP



2. DNPM: para apresentação dos documentos obtidos no item 2, se for o caso

Com a incorporação destes documentos ao Processo, o DNPM prossegue a análise com vistas à outorga do Alvará de Pesquisa, inclusive com consultas a outros órgãos quanto à conveniência da realização dos trabalhos de pesquisa no caso de se situar em áreas sob jurisdições legais específicas destes: Ministério da Marinha, FUNAI, áreas de segurança nacional etc. e, bem como, quando a área abranger terrenos que serão inundados por reservatórios.

Obtido o Alvará de Pesquisa, o titular deverá iniciar os trabalhos no prazo de 60 dias a contar da data da publicação deste diploma no DOU, ou, se for o caso, da data em que lhe for conferido judicialmente o ingresso na área. O prazo de validade do Alvará é de 2 anos no caso da água, admitindo-se pedido de prorrogação.

Na vigência do Alvará de Pesquisa, como indica o próprio nome, está assegurada ao seu titular apenas a pesquisa, e não a lavra.



2ª Etapa: No Âmbito do Regime de Concessão

Cumpridas todas as disposições técnicas, administrativas e legais relativas ao Alvará de Pesquisa (Regime de Autorização), especialmente tendo sido aprovado o Relatório Final de Pesquisa, com a qualificação, quantificação e exeqüibilidade econômica da substância mineral pesquisada, os procedimentos para a obtenção da concessão de lavra envolvem o seguinte roteiro:

1. Caso a extração seja em leito de rios, providenciar previamente junto ao DAEE/SP a obtenção de outorga para implantação do empreendimento, ou, então, quando se tratar de áreas de reservatórios, o documento de aceite do concessionário ou proprietário.



3. DNPM: para requerer a concessão de lavra

O requerimento deverá ser efetuado dentro do prazo de um ano a partir da aprovação do Relatório de Pesquisa e estar instruído com os seguintes elementos de informação e prova:

a) Documentos obtidos conforme item 1, se for o caso

b) Indicação do Alvará de Pesquisa outorgado e da aprovação do correspondente Relatório Final

c) Planta de detalhe da área pretendida, devidamente vinculada a ponto de amarração perfeitamente identificado e o correspondente memorial descritivo

d) Plano de Aproveitamento Econômico (PAE), elaborado cf. critérios estipuladas no Código de Mineração

e) Constituição de servidões de que deverá gozar a mina

f) Anotação de Responsabilidade Técnica/CREA

g) Certidão de Registro no Departamento Nacional de Registro do Comércio, do requerente pessoa jurídica

h) Prova de disponibilidade de fundos ou de existência de compromissos de financiamento necessários à execução do PAE



O requerimento assim instruído é protocolado no DNPM, passando a ser juntado ao Processo correspondente já existente. Analisado o requerimento e uma vez não estando incurso em situações prévias de exigências ou de indeferimento, o DNPM (Distrito SP) tem condições de emitir declaração julgando satisfatório o PAE apresentado e atestando a planta da área requerida, as quais, basicamente, vão servir de elementos para o interessado iniciar o processo de solicitação e obtenção do licenciamento ambiental subseqüente.



3. Secretaria do Meio Ambiente: para iniciar o processo de licenciamento ambiental

Obtida a declaração do DNPM, conforme item anterior, o interessado parte para a solicitação de licenciamento ambiental, cujo processo, analogamente ao citado no Regime de Licenciamento, envolve a obtenção de 3 tipos de licenças específicas:

a) Licença Prévia (LP): na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos na fase de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais e federais de uso do solo e desenvolvimento;

b) Licença de Instalação (LI): autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado; e

c) Licença de Operação (LO): autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas LP e LI.

Quanto aos procedimentos e as documentações necessárias para a solicitação e obtenção destas licenças, devem ser observados os regulamentos e orientações estabelecidos pelo órgão ambiental competente que, no caso de SP, é a Secretaria do Meio Ambiente, através de suas unidades especializadas.

Estas licenças são solicitadas e emitidas em etapas, sendo que, obtida a Licença de Instalação, o interessado faz o seu encaminhamento ao DNPM.



4. DNPM: para entrega da Licença de Instalação (LI)

Com a incorporação da LI, acompanhada da planta autenticada pela SMA/CPRN, ao Processo correspondente, o DNPM está em condições de finalizar a análise do processo com vistas à outorga da Portaria de Lavra.



5. Secretaria do Meio Ambiente: para obtenção da Licença de Operação (LO)

A solicitação da LO é feita apresentando o documento de outorga da Portaria de Lavra pelo DNPM, acompanhado de outros estabelecidos pelo órgão ambiental, especialmente o referente ao compromisso de recuperação futura da área conforme plano de recuperação e destinação final.



6. DNPM: para requerer a Posse da Jazida

Dentro do prazo de 90 dias contados da data da publicação da Portaria de Lavra, o titular deve requerer a posse da jazida, para cuja imissão estão estipulados, entre outros, pagamento de emolumentos correspondentes a 500 UFIR (R$ 532,05) e apresentação da Licença de Operação, obtida conforme item 5.

O Código de Mineração estabelece que o início dos trabalhos previstos no plano de lavra deverá ocorrer no prazo de 6 meses, sob pena de sanções.



Fonte: Uniagua

A solução está sob a terra

A solução está sob a terra
Por muito tempo considerada infinita e não valorável pela sua visível abundância, a água representa recurso natural de imprescindível utilidade para a humanidade, constituindo bem de valor econômico limitado na superfície terrestre, como recentemente reconhecido na doutrina jurídica ambiental comparada – dos 2,5% de água doce da Terra, 68,9% formam as calotas polares e geleiras, as quais são inacessíveis; 29,9% constituem as reservas de águas subterrâneas; em torno de 1% são, de fato, aproveitáveis.


A incessante busca da Humanidade por recursos naturais que possibilitassem a sua sobrevivência e desenvolvimento caracteriza o painel de constantes rivalidades entre as nações ao longo da história.

A apropriação desses bens continua sendo a principal fonte de tensão nas atuais relações internacionais, reforçada por outras causas de natureza ideológica ou cultural. Os conflitos territoriais podem se resumir, em várias situações, à tentativa de expandir ou confirmar a soberania estatal sobre determinados espaços em que se localizam valiosos recursos. É dentro desse contexto que se insere a questão da água.

Por muito tempo considerada infinita e não valorável pela sua visível abundância, a água representa recurso natural de imprescindível utilidade para a humanidade, constituindo bem de valor econômico limitado na superfície terrestre, como recentemente reconhecido na doutrina jurídica ambiental comparada – dos 2,5% de água doce da Terra, 68,9% formam as calotas polares e geleiras, as quais são inacessíveis; 29,9% constituem as reservas de águas subterrâneas; em torno de 1% são, de fato, aproveitáveis. Além de viabilizar a sobrevivência humana, a água proporciona dignidade à vida dos indivíduos através do atendimento das necessidades mais básicas como higiene e saneamento.


Essencial para a redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável, a água tem sido o alvo de numerosas conferências e debates regionais, nacionais e internacionais focalizando uma enorme quantidade de temas relacionados com o assunto, basta mencionar as duas últimas acontecidas já no século atual: o Terceiro Fórum Mundial da Água, realizado em Kyoto, em Março de 2003 e a Cúpula da Água realizada em Johanesburgo em Agosto de 2002. De fato, não se pode conceber crescimento sem água.

O aumento da demanda, devido à expansão industrial e da agricultura e ao crescimento populacional, torna-se um grande problema quando aliado à degradação qualitativa dos mananciais e à contínua alteração do ciclo hidrológico por causa do desmatamento e da urbanização.

Tal fato agrava a tradicional situação de sua escassez em determinadas áreas do mundo, pois nunca deixaram de haver conflitos a respeito dos recursos hídricos – em maior ou menor escala – derivados das mentalidades antropocêntricas e patrimonialista imperantes.

As recentes tendências apontam que três áreas principais correm risco de sofrer severo estresse de água até o ano de 2025: o Oriente Médio, a Ásia do Sul e a África. Identificam-se, não por acaso, com as regiões de constantes conflitos bélicos ou de grave questão social. Na maioria dos países do Oriente Próximo, a demanda de água ultrapassa em grande medida o abastecimento renovável. Estes problemas, a escassez de recursos e certas formas de degradação ambiental, são fatores determinantes de desestabilidade política ou dos conflitos violentos em nível local, regional e interestatal. Os líderes das nações do Oriente Médio, tanto do passado como do presente, têm declarado que a água é o fator que mais provavelmente levaria seus países à guerra. Diversos estudiosos do assunto como Shlomi Dinar, professor da Universidade de Columbia e membro da filial estadunidense da Cruz Verde Internacional, analisaram exaustivamente o tema. No caso do Sul da Ásia, o principal problema é o aumento descontrolado da população, causando diminuição da relação entre oferta e procura dos recursos hídricos. No continente africano, pode-se constatar que a questão ambiental, mormente a desertificação, conduzida menos pela ignorância dos aborígines do que pela necessidade de sobrevivência, é sem dúvida razão que contribui com o estresse hídrico.

A crise da água, no entanto, ultrapassa os limites territoriais, pois a função ambiental desse recurso interfere nos processos em nível global. As águas estão em constante movimento (ciclo hidrológico), o que demonstra que o impacto de ações antrópicas localizadas têm ressonância mundial. Há aqüíferos subterrâneos que perpassam as fronteiras de vários países. Por isso, nenhum Estado pode se eximir da tarefa de garantir, através da conservação e preservação dos recursos hídricos, a qualidade de vida de seus povos e das futuras gerações.

Chegando ao ponto principal deste ensaio, qual será o papel do Brasil na atual questão da água?

É reconhecido internacionalmente que determinados países em desenvolvimento estão fazendo avanços construtivos em relação à gestão dos recursos da água. O gigante sul-americano é sem dúvida um dos expoentes da nova consciência ambiental (em comparação ao resto do mundo) motivado pela percepção de necessidade de preservação da vasta biodiversidade e da conservação dos “abundantes” recursos naturais (das águas doces, o Brasil detém aproximadamente 12% do total mundial, mas estes estão distribuídos de maneira bastante desigual. A Amazônia concentra 80% do total, enquanto o Nordeste é a região menos favorecida, sofrendo com secas perió dicas.). As realizações do Brasil no setor de água são significativas e isso tem o colocado como inovador e líder emergente nessa matéria.

Desse modo, como pode este país efetivamente assumir a liderança na defesa dos recursos hídricos e por que deve fazê-lo? As ações do Brasil devem servir de exemplo para outros países, em outras palavras, deve se encarar a atuação brasileira interna da proteção das águas como modelo a ser seguido. Não é preciso dizer que esse comprometimento, com certeza, melhora a imagem do Brasil no exterior, favorecendo sua inserção política. Outra maneira de atuação é através da formação de grupo de pressão, composto por outros expressivos países em desenvolvimento, engajados com a questão da água, contra as ações poluidoras de países desenvolvidos e de suas respectivas empresas transnacionais. É nesse contexto que o direito assume lugar primordial na condução dos avanços na conservação dos recursos hídricos. Isto é, pode o direito ser instrumentalizado a serviço da proteção das águas.

Neste âmbito de atuação, o Brasil tem um dos regimes jurídicos mais avançados do mundo. O moderno sistema jurídico de água envolve a implementação de normas internas de gestão e conservação considerando a água como bem ambiental, recurso natural limitado dotado de valor econômico, assegurando que sua gestão deva sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, e estabelecendo a bacia hidrográfica como unidade territorial e a descentralização como tônica dominante para a concreção de Políticas Nacionais de Recursos Hídricos.

Compreende também normas de garantia da tutela civil (indenização por danos), penal (responsabilidade criminal) e administrativa (multas e concessões de outorgas) em matéria de águas. Além disso, necessita de formas de efetivação do direito fundamental à água, o que envolve prestações positivas por parte do Estado como ações de saneamento básico, provimento de água potável de qualidade e em quantidade suficiente e a segurança de que em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.

O campo do Direito Internacional, por sua vez, não pode ficar defasado. O Brasil deve promover a conclusão de tratados multilaterais de combate à poluição hídrica e a efetivação da responsabilidade internacional dos Estados por danos causados.

Também compete ao Brasil a ampliação das normas ambientais comunitárias de modo a harmonizar a legislação dos países em integração no que se refere à gestão e proteção dos recursos hídricos. Por fim, a toda a nação brasileira cabe lutar pelo aperfeiçoamento dos instrumentos de implementação do direito humano à água.



Por Murilo Otávio Lubambo de Melo - Graduando em Direito pela UFPE, Monitor de Hermenêutica Jurídica Fonte: Eco 21 - www.eco21.com.br

Uso da água divide mineradoras e Estado

Uso da água divide mineradoras e Estado

O uso da água escassa do Norte de Minas abriu uma queda de braço entre o Governo do Estado e as mineradoras interessadas em explorar as jazidas de ferro da região de Rio Pardo de Minas, estimadas em 10 bilhões de toneladas - quase metade do potencial do Quadrilátero Ferrífero, que inclui 30 municípios mineiros, entre eles os da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Itabira e Mariana, onde estão importantes minas da Vale.

As mineradoras querem construir um mineroduto - tubulação para transporte de minério de ferro - até o Porto de Ilhéus, na Bahia, mas o Governo de Minas Gerais é contra, por considerar que a solução consumiria muita água. Para o Governo do Estado, o ideal seria a construção de uma ferrovia. A logística de transporte da produção, seja por mineroduto ou ferrovia, e a exploração do mineral vão demandar investimentos de R$ 2,4 bilhões. A polêmica veio à tona ontem, durante audiência pública sobre o projeto em Rio Pardo de Minas.

O município de Rio Pardo de Minas fica a 500 quilômetros do Sul da Bahia, onde seria feito o escoamento da produção. A construção do mineroduto custaria US$ 500 mil por quilômetro instalado. No total, seriam gastos US$ 250 milhões. Já com a estrada de ferro, o valor seria o dobro. “As empresas não são contra a ferrovia. Porém, elas só aceitarão esta possibilidade por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP)”, revela o diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Jamil Habib Cury.

Segundo Cury, além de Rio Pardo, outras cidades da região, como Grão Mogol e Salinas, também possuem potencial mineral. Cury diz que o minério de ferro encontrado na região tem uma qualidade boa, com um teor de concentração de 42%. No quadrilátero ferrífero, esse teor é de 60%.

O diretor-presidente da Mineração Minas Bahia (Miba), Alexandre Couri Sadi, disse que a empresa vai investir R$ 1 bilhão na exploração do mineral. Segundo ele, somente nos estudos de prospecção, feitos nos últimos 3 anos, já foram gastos mais de R$ 30 milhões. Ele confirmou que as empresas estão unidas para aceitar a construção da ferrovia somente por meio de uma PPP.

“É perfeitamente viável explorar o ferro encontrado na região. Precisamos do apoio do Governo para a possibilidade de uma estrada de ferro, que vai ficar muito cara. O que não vamos fazer, em hipótese alguma, é desistir deste projeto”, afirma Sadi.

A audiência pública em Rio Pardo de Minas reuniu órgãos públicos e representantes de mineradoras como Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Votorantim Metais e Miba. Na pauta de discussões, além da logística, incentivos fiscais. Rio Pardo de Minas possui 28,2 mil habitantes e fica a 681 quilômetros de Belo Horizonte. (Fonte: Portal Hoje em Dia)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

EXIGÊNCIAS PARA OBTER DESSALINIZADOR

OS INTERESSADOS EM ADQUIRIR DESSALINIZADOR ATRAVÉS DA SOHIDRA:
Enviar solicitação através de oficio para o superintendente Dr. Leão Montezuma.
Os dados acerca do poço tubular existente,se a SOHIDRA foi a construtora, é exigência no momento tendo em vista evitar problemas construtivos.
Dados da associação, ata de eleição,ata de posse,cnpj,endereço,telefone para contato.
Para mais informações falar com o geólogo Democrito Gomes, telefone:85-31014698.

RETIFICAÇÕES/COMENTÁRIOS

Pesquisa inédita da FGV e Instituto Trata Brasil a...":

Atleta de triatlhon,Cearense Wesley Matos,pede o apoio desta Oscip.(www.wesleymatos.com.br)

SOHIDRA em 11º lugar no ranking dos sites governam...":

a comunidade de Araporanga em santana do cariri é abastecida pelo um poço profundo tubular, a água é salgada,gostaria de saber como adquirir um dissalinizador atraves de uma associação ja existente junto ao governo do estado do ceara para corrigir esse problema, a comunidade tem mais ou menos 600 casas e tem uma população de aproximadamente 2000 pessoas. Francisco Edvan Pereira
lider comunitario
nome da associção. Associação para o Desenvolvimento Comunitario do Distrito de Araporanga.
rua são jose s/n Araporanga Santana do Cariri
cnpj 01.208.318/0001-25

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

IDH do Brasil cresce; país é 75º no ranking

Brasília, 05/10/2009
IDH do Brasil cresce; país é 75º no ranking
Renda foi principal razão da melhora no Índice de Desenvolvimento Humano; Brasil está entre nações de alto padrão de desenvolvimento



Veja as tabelas

Veja o novo ranking do IDH, em português

Tabelas, textos e mapas, em inglês


O relatório completo

Ultrapassar Barreiras: Mobilidade e desenvolvimento humanos (em português de Portugal)

Sumário executivo (em português de Portugal)


Leia também

Mundo tem quase 1 bilhão de migrantes



da PrimaPagina

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil melhorou entre 2006 e 2007, mas o país manteve sua posição no ranking mundial — ficou em 75º numa lista com número recorde de 182 países e territórios, aponta o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2009, divulgado nesta segunda-feira pelo PNUD.


Como o estudo usa indicadores e metodologias que foram revisados e aperfeiçoados pelas fontes produtoras dos dados, o IDH deste ano não pode ser comparado com o dos relatórios anteriores. Porém, a fim de possibilitar que sejam verificadas tendências no desenvolvimento humano, o estudo usou as novas séries estatísticas não só para calcular o IDH de 2007 (os relatórios sempre se referem ao índice de dois anos antes), mas também para recalcular o IDH de 2006, 2005 e de outros seis anos de referência: 1980, 1985, 1990, 1995 e 2000.


O IDH varia de 0 a 1. É a síntese de três índices: de renda (que leva em conta o Produto Interno Bruto (PIB) per capita), de longevidade (que usa como indicador a expectativa de vida) e de educação (que considera dois indicadores: taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais de idade e taxa de matrícula bruta nos três níveis de ensino — relação entre a população em idade escolar e o número de pessoas matriculadas no ensino fundamental, médio e superior). Em relação aos dados divulgados no ano passado, houve revisão na expectativa de vida e no PIB per capita.


Os números recalculados para 2006 apontam que o IDH do Brasil era de 0,808. Em 2007, passou para 0,813. Assim, ficou em 75º, logo acima de Bósnia-Herzegóvina (76º), Colômbia (77º), Peru (78º), Turquia (79º) e Equador (80º) e logo abaixo de Granada (74º), Dominica (73º), Macedônia (72º), Rússia (71º) e Albânia (70º).


O país se manteve entre os classificados como de desenvolvimento humano elevado (IDH entre 0,800 e 0,899), grupo em que entrou há três anos. Os líderes do IDH 2007 são Noruega (0,971), Austrália (0,970), Islândia (0,969), Canadá (0,966) e Irlanda (0,965). Eles estão entre os 38 países ou territórios classificados pelo PNUD como de desenvolvimento humano muito elevado (0,900 ou mais), categoria criada neste ano. O único país da América Latina e do Caribe nesse conjunto é a ilha caribenha de Barbados (37º no ranking, IDH de 0,903). Os piores do ranking são Níger (182º, IDH de 0,340), Afeganistão (181º, IDH de 0,352) e Serra Leoa (180º, IDH de 0,365). Como os dados são de 2007, eles não captam a fase mais intensa da crise econômica global.


Renda lidera melhora


De 2006 para 2007, o Brasil avançou nos três subíndices: longevidade (de 0,783 para 0,787), educação (de 0,888 para 0,891) e renda (de 0,750 para 0,761). A esperança de vida ao nascer subiu de 72 para 72,2 anos no período. Ainda assim, esta é a dimensão em que o país se sai pior em comparação ao resto do mundo: é o 89º no ranking global (no IDH 2006, era o 91º).


Nos indicadores relacionados à educação, o RDH mostra que o Brasil obteve avanços em um deles e, no outro, se manteve estável. As séries estatísticas apontam que a taxa de alfabetização aumentou de 89,6% para 90% (10% de analfabetismo, 73º no ranking mundial). A taxa bruta de matrícula estabilizou-se em 87,2% (41º no ranking).



A dimensão renda do IDH é avaliada pelo Produto Interno Bruto per capita, ajustado pela paridade do poder de compra (dólar PPC, método que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). De 2006 para 2007, foi o item que mais impulsionou o índice brasileiro: o PIB per capita avançou 6,9% — passou de US$ 8.949 para US$ 9.567. O país está em 79º lugar no ranking de renda, quatro posições abaixo da colocação no ranking do IDH. Em 2006, no cálculo pela nova metodologia, ele era 91º no IDH Renda.






A decomposição do IDH mostra que o Brasil tem um subíndice de renda inferior ao da América Latina e à média mundial. Em esperança de vida, supera a média global, mas não a latino-americana. Educação é a dimensão em que o Brasil mais se aproxima dos países ricos e mais se distancia da média mundial.
















Em comparação com algumas nações da América Latina (México, Peru, Argentina Venezuela, Chile e Colômbia), o Brasil tinha, em 1980, o pior Índice de Desenvolvimento Humano. Dez anos depois, havia superado apenas o Peru, que voltou a ultrapassá-lo em 1995. Nos cinco anos seguintes, porém, o Brasil foi o que avançou mais rapidamente, ficando acima do Peru e da Colômbia e chegando perto da Venezuela em 2000. Da virada do milênio ano em diante, o crescimento no IDH brasileiro desacelerou, o que fez com que Peru e Colômbia novamente se aproximassem do nível brasileiro. A Argentina (hoje o 49º país do ranking) e, a partir da década de 90, o Chile (44º hoje) estiveram sempre acima desse grupo.











Uma análise da expansão média anual de alguns países da região mostra que o Brasil teve avanços mais rápidos nos anos 90, sobretudo na segunda metade da década, mas o progresso foi mais lento no início de 2000 a 2007. De 1980 a 2007, o Brasil foi o país que teve o maior crescimento anual entre os da tabela acima, mas isso não foi suficiente para se aproximar do Índice de Desenvolvimento Humano do Chile e da Argentina. Se o Brasil foi um dos um dos países com menor crescimento nos último dois anos, a Venezuela se destaca como o que mais cresceu no período de 2005 a 2007.






O RDH 2009 também traz o ranking de dois índices derivados do IDH. No Índice de Pobreza Humana (IPH), elaborado desde 1997 e calculado apenas para países em desenvolvimento, o Brasil aparece na 43ª posição num total de 135 territórios, pouco pior que o Uzbequistão (42º), Tailândia (41º) e Turquia (40º) e pouco melhor que República Dominicana (44º), Ilhas Maurício (45º) e Suriname (25º). O país em melhor posição é a República Tcheca e o pior, Afeganistão. Esse indicador mede a privação em três aspectos: curta duração da vida (calculada como possibilidade de se viver menos de 40 anos), falta de educação elementar (calculada pela taxa de analfabetismo de adultos) e falta de acesso a recursos públicos e privados (calculada pela porcentagem de pessoas sem acesso a serviço de água potável e pela porcentagem de crianças com peso inferior ao recomendado).


Outro indicador derivado do IDH é o Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Gênero (IDG), que leva em conta as mesmas dimensões do IDH, mas considera as desigualdades entre homens e mulheres. No ranking com 155 países, o Brasil fica em 63º, logo à frente de Colômbia (64º) e Peru (65º) e logo atrás de Macedônia (62º) e Albânia (61º). Na lista do IDG, o líder é a Austrália e o último colocado, Níger.





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Cagece realiza obras preventivas em toda a Região Metropolitana de Fortaleza Será preciso suspender o abastecimento de água no próximo sábado (10), en

Cagece realiza obras preventivas em toda a Região Metropolitana de Fortaleza Será preciso suspender o abastecimento de água no próximo sábado (10), entre 5h e 21h


O serviço deve ser restabelecido no domingo, de forma gradual
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) realiza, no próximo sábado (10), entre 5h e 21h, um mutirão de trabalhos programados em diversas áreas da cidade. A intenção é melhorar a rede de distribuição de água e dar mais confiabilidade ao sistema da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), evitando possíveis paralisações para manutenções corretivas.

Por isso, será preciso suspender o fornecimento de água em Fortaleza, Maracacanaú, Caucaia e Eusébio, durante todo o procedimento. O retorno do abastecimento ocorrerá no domingo, gradativamente, até a saturação do sistema.

A Cagece irá substituir uma válvula de 1.200mm na unidade de bombeamento da Estação de Tratamento do Gavião (ETA Gavião). Além disso, serão instalados dois macromedidores de 1400mm cada, nas linhas de elevatória da adutora da ETA Gavião. A Cagece vai aproveitar o feriado prolongado - onde a demanda por água encanada é menor - para realizar outros tipos intervenções em alguns bairros da Grande Fortaleza, como a troca de medidores e substituições de rede.

“A Cagece orienta a população a utilizar a água reservada nos imóveis de modo a não faltar durante o resto do dia. O ideal é que as pessoas antecipem algumas atividades para a semana, como a lavagem das roupas, por exemplo, para não deixar para o sábado”, afirma o diretor de operações André Facó. Com as intervenções, a Cagece conseguirá um maior equilíbrio de pressões na rede de distribuição, melhorando o abastecimento em toda a RMF, em especial, dos bairros que ficam na ponta de rede. Além disso, a medida evitará vazamentos e, conseqüentemente, paralisações no abastecimento.

Para realizar as intervenções, a Cagece irá mobilizar diversas equipes e materiais como grupos geradores, caminhões Munck, máquinas de solda elétrica e pontes rolantes. Mais de 100 trabalhadores estarão envolvidos na operação. Esta é a segunda das duas grandes intervenções programadas pela Cagece deste ano. A primeira foi no início de julho.

Exportações do CE voltam a crescer em setembro

Exportações do CE voltam a crescer em setembro
Depois da queda registrada em agosto, as exportações do Ceará voltaram a subir no mês passado. Setembro anotou o terceiro melhor resultado de 2009 US$ 93,39 milhões), conforme dados preliminares divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Com isso a média das vendas para o Exterior subiu para US$ 84,8 milhões. Apesar do acréscimo de US$ 12 milhões, a estimativa ainda é de que as exportações fechem o ano em pouco mais de US$ 1 bilhão.

O superintendente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (CIN/Fiec), Eduardo Bezerra Neto, disse que o resultado é motivo de comemoração. Para ele, mais uma vez o Ceará surpreende e a explicação passa por um aquecimento da demanda nos países importadores.

Quanto à influência do dólar, que tem sido cotado abaixo dos R$ 2, ele avalia que deve ter sido compensada pelo aumento das vendas. "O Ceará sempre contraria a doutrina econômica e mesmo com o sobe e desce do dólar tem se superado", comenta, ressaltando que o comportamento das vendas deste mês deve definir melhor o quadro. Até o dia 15 o CIN/Fiec, quando o Mdic liberar todas as informações da balança comercial, divulgará uma análise mais detalhada por produtos e setores.

De janeiro a setembro deste ano as exportações cearenses somam US$ 764 milhões. Além de setembro, os meses que registraram os maiores valores foram abril (US$ 100,6 milhões) e julho (US$ 95,3 milhões). Ao contrário das exportações, o valor das importações caiu, possibilitando um saldo comercial (exportações menos importações) no mês passado (R$ 6,6 milhões). No acumulado do ano, entretanto, continua negativo (-US$ 166,2 milhões).

No País, as exportações somaram US$ 13,8 bilhões em setembro. Sobre igual período de 2008, alta de 27,4% e, em relação a agosto de 2009 um pequeno crescimento de 0,3%, pela média diária. As importações brasileiras totalizaram US$ 12,5 bilhões, retração de 23,9% sobre setembro de 2008 e crescimento de 16,4% em relação a agosto de 2009, também pela média diária. O saldo comercial foi de US$ 1,3 bilhões.

Nos primeiros nove meses de 2009, o saldo comercial totalizou US$ 21,2 bilhões, valor 8,1% superior ao alcançado em iguais meses de 2008 (US$ 19,686 bilhões). A corrente de comércio acumula US$ 202,2 bilhões, montante 27,5% inferior ao apresentado em janeiro-setembro de 2008, pela média diária.


NÚMEROS

93,39
MILHÕES DE DÓLARES FOI O MONTANTE EXPORTADO PELO CEARÁ EM SETEMBRO

764
MILHÕES DE DÓLARES É O ACUMULADO DE JANEIRO A SETEMBRO PELO ESTADO EM VENDAS PARA O EXTERIOR

13,8
BILHÕES DE DÓLARES FORAM EXPORTADOS PELO PAÍS EM SETEMBRO

Fonte: O Povo - 05/10/09

NANOTECNOLOGIA NO BEBEDOURO

Nanotecnologia no bebedouro
7/10/2009

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um revestimento bactericida formado por nanopartículas de cerâmica e prata para aplicação em reservatórios de bebedouros e purificadores de água foi desenvolvido pela Nanox Tecnologia, com sede em São Carlos, no interior paulista.

A empresa, que conta com apoio do programa Pesquisa Inovativa na Pequena e Micro Empresa (PIPE) da FAPESP, desenvolveu a invenção em parceria com pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da fundação paulista.

A tecnologia consiste em uma resina aplicada internamente nos reservatórios de água, de modo a formar uma película que inibe a proliferação de bactérias e toxinas. O revestimento interno, formado por nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2) e prata, penetra nas células dos microorganismos presentes na água para destruir suas funções vitais.

“O revestimento é aplicado nas cubas de aço inox que armazenam a água no interior dos bebedouros. A água nesses reservatórios fica imprópria para consumo depois de cerca de dois dias. Com a tecnologia, a grande vantagem é que a água pode ficar parada durante até dez dias na cuba sem perder qualidade”, disse Gustavo Simões, presidente da Nanox, à Agência FAPESP.

“No bebedouro, a água encanada passa por filtros onde é totalmente limpa e purificada. O problema é que o contato humano com as torneiras externas acaba produzindo bactérias no reservatório interno do equipamento, que é úmido e escuro – o ambiente ideal para esses microorganismos se reproduzirem e proliferarem”, explica.

Segundo ele, se não houver nenhum tipo de abrasão – ou uma raspagem vigorosa com palha de aço –, o revestimento nanobactericida na cuba interna tem a mesma vida útil do próprio bebedouro.

“A tecnologia não tem seletividade e elimina qualquer tipo de bactéria por meio de pequenos choques que ocorrem na própria cuba, em cuja superfície vivem 99% das bactérias, já que é onde elas conseguem se alimentar”, aponta.

Criada em janeiro de 2005, a empresa, especializada no desenvolvimento de materiais inteligentes por meio da síntese de óxidos e metais nanoestruturados, foi formada por três pesquisadores do Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), vinculado ao Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP).

“As tecnologia da empresa vêm sendo desenvolvidas com base em um tripé que une a capacidade empreendedora da Nanox, os recursos de fomento de instituições como a FAPESP e a parceria estabelecida ao longo desses anos com a Unesp”, aponta Gustavo Simões.

As tecnologias de revestimento da Nanox Tecnologia, que recebeu o prêmio Inovação Tecnológica da Finep em 2007 na categoria Pequena Empresa, também podem ser aplicadas em vidros, metais, cerâmicas e plásticos que necessitam ficar livres de microorganismos prejudiciais à saúde.

Mais informações: www.nanox.com.br

COMPLEXO DE VIRA-LATA

COMPLEXO DE VIRA-LATA
Os astros brasileiros e a patrulha

Por Carlos Brickmann em 6/10/2009


Como dizia Tom Jobim, no Brasil o sucesso é ofensa pessoal. O meia Kaká, exatamente após ter recebido o troféu de Melhor do Mundo, sofreu violentíssima campanha questionando sua opção religiosa. Rubens Barrichello não é o melhor piloto do mundo (e seria difícil sê-lo, já que em sua carreira na Fórmula 1 topou com adversários como Ayrton Senna e Michael Schumacher), mas é um dos melhores. Uma história engraçada mostra que Rubinho não é o piloto que teve mais segundos lugares: é o segundo. E isso mostra que está entre os corredores de ponta. Mas a imprensa gosta de retratá-lo, de forma até desrespeitosa, como aquilo que também não é, uma tartaruga entre coelhos.

E Pelé, o maior de todos os ídolos? Num discurso em Copenhague, chamou Michael Jordan de Michael Jackson. Patrulheiros jornalistas que não perdoam o apoio de Pelé à realização das Olimpíadas no Rio informaram que o Rei, por causa disso, foi relegado a segundo plano na delegação brasileira que apresentou os planos (afinal vitoriosos) para os Jogos Olímpicos; outros disseram que Pelé "estava ficando gagá". Quando a ministra Dilma Rousseff trocou o nome de um estado, houve piadinhas, claro, mas ninguém a acusou de ser gagá. O exemplo máximo de troca de nomes, o governador paulista André Franco Montoro, referência positiva na política brasileira, é lembrado por sua honradez e capacidade, enquanto as confusões ficam onde devem ficar – no campo das brincadeiras. E Montoro caprichava: durante anos chamou seu assessor de imprensa, Luthero Maynard, de Homero. E daí?

Pelé só não conseguiu realizar um sonho: jogar no Corinthians, o cume da carreira de um jogador de futebol. Quanto ao resto, fez tudo: era veloz, hábil, inteligente, excelente chutador, excelente cabeceador, raciocinava mais depressa do que qualquer outro jogador do mundo. Tinha força física, malícia, personalidade, e muito, muito carisma. Este colunista estava a seu lado, no aeroporto de San Francisco, EUA, quando três rapazes tunisianos, entre seus 17 e 20 anos, pediram para ser fotografados com ele. Pelé jamais jogou na Tunísia. E os três nasceram depois que ele havia deixado o futebol. Mas o trataram como se ele fosse, naquele instante, o melhor jogador do mundo, e atuasse na seleção de seu país.

Talvez seja demais para gente que não pode ver brasileiro vencer, odeia admitir que somos os melhores em alguma coisa, detesta (ou inveja) ídolos. E tem espaço nos meios de comunicação para descarregar todas as amarguras de sua vida.



A hora do Rio

O Rio ganhou: é a sede das primeiras Olimpíadas na América do Sul. E boa parte da imprensa parece triste: onde já se viu comemorar uma vitória brasileira?

Muita gente é contra o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, e deve ter bons motivos para isso. Mas o fato é que não é Nuzman que estará nas manchetes do mundo em 2016: é o Rio, o cartão postal do Brasil.

Há problemas com o cartão postal? Há, sem dúvida; e esta é uma excelente oportunidade de planejar os investimentos para recuperá-lo. Se hospedar os Jogos Olímpicos fosse ruim, o presidente Barack Obama não teria ido a Copenhague para defender a candidatura de Chicago; se hospedar os Jogos Olímpicos fosse ruim, o primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero não teria ido a Copenhague defender a candidatura de Madri.

Todas as oportunidades, como sempre, dependem de como aproveitá-las. Nossa primeira idéia é a do superfaturamento, da corrupção, das obras gigantescas que depois ficarão abandonadas. Mas é perfeitamente possível usar o evento (e os fluxos de capital que o acompanham) para modernizar a infraestrutura da cidade, para estimular a prática do esporte, para crescer. E nós, jornalistas, temos um papel nesta escolha: o papel de ficar atentos, sem patrulhas, sem condescendência, trazendo a debate as grandes escolhas e fiscalizando a aplicação dos investimentos. Se recusarmos todas as oportunidades por termos a certeza de que serão desperdiçadas, então as coisas não têm mais jeito: é devolver para Portugal pedindo desculpas pelos estragos.



O que falta contar

Há jornalistas brasileiros em Honduras, acompanhando a crise. Sabemos que no prédio da embaixada brasileira falta água quente, que os telefones são precários, que de vez em quando falta luz. Sabemos até que o presidente Manuel Zelaya acusou "agentes israelenses" de, por algum motivo, atacá-lo com radiações nocivas, para que tenha dores de cabeça. Sabemos que os principais meios de comunicação favoráveis a Zelaya são comandados pela rádio Globo hondurenha, e que por isso a rádio já enfrentou problemas de censura com o governo atual.

Mas o que praticamente não foi noticiado foi a declaração formal, feita no dia 25 de setembro (houve prazo para divulgá-la, portanto), pelo diretor desta rádio Globo, David Romero. Este colunista só encontrou a declaração, em áudio, no blog de Reinaldo Azevedo. Talvez seja falha deste colunista, mas não viu nem a declaração nem comentários sobre ela em outros veículos.

E que é que diz David Romero que deveria ser noticiado? Ele diz que se pergunta se Hitler não teve razão de querer terminar com os judeus no Holocausto. "Se há gente que causa dano ao país são judeus, os israelitas". E quer saber por que não deixaram que Hitler "cumprisse sua missão histórica".

O Brasil, não nos esqueçamos, esteve entre os que não deixaram que Hitler cumprisse aquilo que Romero chama de "sua missão histórica". Foi alvo de ataques nazistas, lutou contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Há na Europa um cemitério, o de Pistoia, em que foram enterrados os brasileiros mortos pela máquina de guerra do nazismo. Nossos meios de comunicação não podem silenciar; nosso governo não pode ser cúmplice das viúvas de Hitler, como David Romero.



O novo ministro

O presidente Lula indicou o advogado José Antônio Dias Toffoli para o Supremo Tribunal Federal e se abriram as comportas da indignação. Errado: Toffoli preenche as condições legais para ser ministro do Supremo. Quanto às críticas, nada de muito sério: ele é ligado ao PT (como provavelmente cada um dos demais ministros tem seu partido e seus candidatos), não tem cursos de pós-graduação mas vem mostrando competência na carreira, mostrou que é capaz de lutar por seu cliente, no caso a União. O maior defeito que tem, para um cargo tão importante, é a idade, pouco superior ao mínimo exigido. Mas isso é coisa que o tempo resolve.



Quem se beneficia?

Esplêndida a cobertura da repórter Renata Cafardo, de O Estado de S.Paulo, no caso do vazamento das provas do Enem. Renata ouviu tranquilamente as pessoas que pretendiam cobrar R$ 500 mil do jornal pelo dossiê completo, leu algumas das questões, memorizou-as e, ao voltar à Redação, avisou às autoridades que um crime estava sendo cometido. Levou-lhes, de memória, algumas das questões que havia no dossiê, e que efetivamente estavam na prova. E publicou tudo – a principal função de um repórter, que é levar a informação aos consumidores de notícias.

Espera-se que as investigações tragam o resto da história: quem vazou e quais seus motivos – porque, se alguém esperava levantar um dinheirinho com o dossiê, ir ao jornal era o caminho errado. Jornal sério não paga por informação, repórter sério não faz negociações sem o acompanhamento da chefia. O caso é ainda muito confuso. As únicas coisas claras são o bom desempenho da repórter e do jornal.



E a Constituição?

Já faz mais de dois meses que O Estado de S.Paulo está sob censura, proibido judicialmente de noticiar fatos que envolvam Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, e que constam nas apurações da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. A Constituição proíbe a censura prévia: cada um publica aquilo que julgar conveniente, e responde pelas consequências. Mas, se a a Constituição a proíbe, como se mantém a censura prévia? Bem, os tribunais finalmente concluíram que a Constituição continua válida – mas mantiveram a censura prévia, que a Constituição proíbe, até que um tribunal maranhense julgue o caso.

O Maranhão, não esqueçamos, está sob o domínio da família Sarney há mais de 50 anos.



Acredite se puder

Vale a pena transcrever a nota que nos foi enviada:

"A Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado publica em sua página no portal do Senado a consolidação da defesa do senador José Sarney – argumentos e documentos –– contra todas as acusações que sofreu ao longo dos últimos meses. É um manifesto de respeito aos cidadãos brasileiros, tendo em vista que muitas dessas acusações sobreviveram no tempo de tanto que foram repetidas, desconsiderados com frequência os argumentos e provas apresentados pela defesa do presidente do Senado. Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado Federal" (ver aqui).

Importante: não podemos esquecer que a Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado é financiada integralmente com recursos públicos – com o seu, o meu, o nosso dinheiro. Quem se beneficia deste trabalho? O senador José Sarney, que também, como presidente do Senado, é quem autoriza esse gasto.



Quem tem razão?

O PT acaba de perder em segunda instância, no Tribunal de Justiça de São Paulo, um processo que move contra a revista Veja, por parcialidade e perseguição. O PT agiu corretamente: não pediu censura prévia, mas, julgando-se prejudicado, abriu o processo. E Veja se defendeu com êxito, mostrando que, embora tenha feito muitas reportagens que atingiram o partido e o governo, também o fez com outros partidos e outros presidentes, especialmente Fernando Collor (que, na época, estava do lado oposto ao do hoje presidente Lula).

A tese de Veja, no fundo, é a de que jornalismo é oposição. É uma tese correta, embora a revista por muitas vezes, na opinião deste colunista, tenha se excedido. A Justiça entendeu que as reportagens apontadas como parciais tinham base em documentos e informações sólidos e, portanto, não havia intenção de atingir indevidamente a credibilidade do partido.



O indesejado

Por falar em censura, o jornalista Adib Muanis, chefe de reportagem da TV Tem, de São José do Rio Preto (SP), foi alvo até de uma lei específica: virou persona non grata em Catanduva. Em 1983, o governador Franco Montoro convidou vários prefeitos da região para jantar no Palácio dos Bandeirantes. Alguém fez uma brincadeira, provavelmente outro prefeito; e um segurança barrou o prefeito de Catanduva, querendo revistá-lo para ver se não havia roubado alguns talheres de prata. O governador já tinha se recolhido e o prefeito, furioso, xingava os seguranças e lhes mostrava que não tinha nada no bolso, exceto lenço, carteira, essas coisas. Muanis publicou a história e o prefeito perdeu a linha: fez com que um vereador de seu grupo apresentasse um projeto (que virou lei) considerando-o persona non grata na cidade.

Muanis não se importou: acha que é um belo item no seu currículo.

Este colunista também é persona non grata, só que em Pindamonhangaba. Mas não conseguiu realizar seu sonho: receber o título numa sessão da Câmara.



O mundo...

Parece incrível, mas um maluco colocou no Facebook uma enquete a respeito do seguinte tema: "O presidente Obama deveria ser assassinado?" As alternativas eram "sim", "não", "talvez" e "só se ele cortar meu plano de saúde". Conspirar para a morte de uma pessoa é crime; conspirar para a morte do presidente da República é crime ainda mais grave. O serviço secreto americano pediu a retirada da enquete e o Facebook o atendeu imediatamente.

Surge aí uma questão típica da era da internet: é lícito permitir o anonimato, mas é preciso manter em ordem os registros de quem faz o que para que os atingidos possam eventualmente processá-los. Os nomes podem perfeitamente ficar a salvo de divulgação, mas precisam estar disponíveis para a Justiça. Anonimato, sim; irresponsabilidade, não.



...em que vivemos

Outro caso do Facebook: alguém está usando o portal para fazer ameaças ao advogado Jack Thompson. Thompson decidiu processar o Facebook por permitir as ameaças. Um bom tema para debate: até que ponto um portal de relacionamento, que tem algumas centenas de milhões de associados, dispõe de condições de controlar antecipadamente o que é colocado no ar?



A paixão do imortal

Na quinta-feira (8/10), às 17h30, o professor Arnaldo Niskier lança o livro Língua Portuguesa, uma Paixão, na Academia Brasileira de Letras, Rio. Niskier é acadêmico há quase 26 anos, e seus livros cuidam principalmente de seu interesse básico: a Educação. Tudo indica que será uma boa leitura.



Como...

De um grande jornal, falando sobre a acusação ao cineasta Roman Polanski: "estrupo".

O curioso é que "estrupo" é de pronúncia mais difícil que "estupro". É como aquele pessoal que fala em "vrido", em vez de "vidro".



...é...

Título num grande portal noticioso:

** "Refúgio paraguaio para bandidos"

Texto: "Prefeitura [do Rio] lança licitação dos trajetos municipais e pela sexta vez deixa de cobrar por permissão."



...mesmo?

Título de outro grande portal noticioso:

** "Conflito em Israel"

Texto: "Avião faz pouso de emergência em rodovia dos EUA."



E eu com isso?

Você não é obrigado a perder seu programa favorito para aprender, no Animal Planet, como se comportam os animais. A imprensa, no papel ou na internet, faz este favor a você:

** "Crocodilo acha que toda minhoca é isca e ataca turista que fazia xixi"

** "Saiba quanto custa e qual é a rotina de um cavalo da polícia"

** "Perereca rara paralisa obra do PAC"

** "Presa onça suspeita de matar galinhas"

A indigitada, habilmente interrogada, rosnou manifestando seu inconformismo com a a ação dos homens da lei, no que foi interpretado como confissão completa do crime.

Há também, no noticiário, noções de educação sexual:

** "Viviane Araújo faz sexo todo dia para engravidar"

** "Grávida não sabe qual dos seis é o pai da criança"

E, finalmente, aquelas notícias sobre pessoas famosas sem as quais não conseguiremos sequer conversar com os vizinhos:

** "Kristen Stewart, de Crepúsculo, diz que sua vida é chata"

** "Íris Stefanelli estreia quadro com maquiadores de defunto"

** "Britney Spears vai às compras com vestido rasgado"

** "Maitê Proença toma lanche em aeroporto"

** "Sylvester Stallone fuma charuto ao lado da mulher"

Serra nele!



O grande título

O português é uma língua extremamente rica, cheia de nuances. "Pois não" é sim, "pois sim" é não, "posto que" significa "embora", e não "já que". Veja que delícia de título:

** "Burger King fecha nova parceria para deslanchar em SP"

Fecha parceria quer dizer que abre; e deslanchar, um termo esquisitíssimo numa empresa que serve lanches, acaba tendo outro significado. Beleza!

Mas não é este o melhor título da semana. O melhor é este retrato do Brasil:

** "Polícia prende suspeitos de falsificação de CDs piratas"

Até CDs piratas já estão sendo falsificados!

COMPLEXO DE VIRA-LATA

COMPLEXO DE VIRA-LATA
Os astros brasileiros e a patrulha

Por Carlos Brickmann em 6/10/2009


Como dizia Tom Jobim, no Brasil o sucesso é ofensa pessoal. O meia Kaká, exatamente após ter recebido o troféu de Melhor do Mundo, sofreu violentíssima campanha questionando sua opção religiosa. Rubens Barrichello não é o melhor piloto do mundo (e seria difícil sê-lo, já que em sua carreira na Fórmula 1 topou com adversários como Ayrton Senna e Michael Schumacher), mas é um dos melhores. Uma história engraçada mostra que Rubinho não é o piloto que teve mais segundos lugares: é o segundo. E isso mostra que está entre os corredores de ponta. Mas a imprensa gosta de retratá-lo, de forma até desrespeitosa, como aquilo que também não é, uma tartaruga entre coelhos.

E Pelé, o maior de todos os ídolos? Num discurso em Copenhague, chamou Michael Jordan de Michael Jackson. Patrulheiros jornalistas que não perdoam o apoio de Pelé à realização das Olimpíadas no Rio informaram que o Rei, por causa disso, foi relegado a segundo plano na delegação brasileira que apresentou os planos (afinal vitoriosos) para os Jogos Olímpicos; outros disseram que Pelé "estava ficando gagá". Quando a ministra Dilma Rousseff trocou o nome de um estado, houve piadinhas, claro, mas ninguém a acusou de ser gagá. O exemplo máximo de troca de nomes, o governador paulista André Franco Montoro, referência positiva na política brasileira, é lembrado por sua honradez e capacidade, enquanto as confusões ficam onde devem ficar – no campo das brincadeiras. E Montoro caprichava: durante anos chamou seu assessor de imprensa, Luthero Maynard, de Homero. E daí?

Pelé só não conseguiu realizar um sonho: jogar no Corinthians, o cume da carreira de um jogador de futebol. Quanto ao resto, fez tudo: era veloz, hábil, inteligente, excelente chutador, excelente cabeceador, raciocinava mais depressa do que qualquer outro jogador do mundo. Tinha força física, malícia, personalidade, e muito, muito carisma. Este colunista estava a seu lado, no aeroporto de San Francisco, EUA, quando três rapazes tunisianos, entre seus 17 e 20 anos, pediram para ser fotografados com ele. Pelé jamais jogou na Tunísia. E os três nasceram depois que ele havia deixado o futebol. Mas o trataram como se ele fosse, naquele instante, o melhor jogador do mundo, e atuasse na seleção de seu país.

Talvez seja demais para gente que não pode ver brasileiro vencer, odeia admitir que somos os melhores em alguma coisa, detesta (ou inveja) ídolos. E tem espaço nos meios de comunicação para descarregar todas as amarguras de sua vida.



A hora do Rio

O Rio ganhou: é a sede das primeiras Olimpíadas na América do Sul. E boa parte da imprensa parece triste: onde já se viu comemorar uma vitória brasileira?

Muita gente é contra o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, e deve ter bons motivos para isso. Mas o fato é que não é Nuzman que estará nas manchetes do mundo em 2016: é o Rio, o cartão postal do Brasil.

Há problemas com o cartão postal? Há, sem dúvida; e esta é uma excelente oportunidade de planejar os investimentos para recuperá-lo. Se hospedar os Jogos Olímpicos fosse ruim, o presidente Barack Obama não teria ido a Copenhague para defender a candidatura de Chicago; se hospedar os Jogos Olímpicos fosse ruim, o primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero não teria ido a Copenhague defender a candidatura de Madri.

Todas as oportunidades, como sempre, dependem de como aproveitá-las. Nossa primeira idéia é a do superfaturamento, da corrupção, das obras gigantescas que depois ficarão abandonadas. Mas é perfeitamente possível usar o evento (e os fluxos de capital que o acompanham) para modernizar a infraestrutura da cidade, para estimular a prática do esporte, para crescer. E nós, jornalistas, temos um papel nesta escolha: o papel de ficar atentos, sem patrulhas, sem condescendência, trazendo a debate as grandes escolhas e fiscalizando a aplicação dos investimentos. Se recusarmos todas as oportunidades por termos a certeza de que serão desperdiçadas, então as coisas não têm mais jeito: é devolver para Portugal pedindo desculpas pelos estragos.



O que falta contar

Há jornalistas brasileiros em Honduras, acompanhando a crise. Sabemos que no prédio da embaixada brasileira falta água quente, que os telefones são precários, que de vez em quando falta luz. Sabemos até que o presidente Manuel Zelaya acusou "agentes israelenses" de, por algum motivo, atacá-lo com radiações nocivas, para que tenha dores de cabeça. Sabemos que os principais meios de comunicação favoráveis a Zelaya são comandados pela rádio Globo hondurenha, e que por isso a rádio já enfrentou problemas de censura com o governo atual.

Mas o que praticamente não foi noticiado foi a declaração formal, feita no dia 25 de setembro (houve prazo para divulgá-la, portanto), pelo diretor desta rádio Globo, David Romero. Este colunista só encontrou a declaração, em áudio, no blog de Reinaldo Azevedo. Talvez seja falha deste colunista, mas não viu nem a declaração nem comentários sobre ela em outros veículos.

E que é que diz David Romero que deveria ser noticiado? Ele diz que se pergunta se Hitler não teve razão de querer terminar com os judeus no Holocausto. "Se há gente que causa dano ao país são judeus, os israelitas". E quer saber por que não deixaram que Hitler "cumprisse sua missão histórica".

O Brasil, não nos esqueçamos, esteve entre os que não deixaram que Hitler cumprisse aquilo que Romero chama de "sua missão histórica". Foi alvo de ataques nazistas, lutou contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial. Há na Europa um cemitério, o de Pistoia, em que foram enterrados os brasileiros mortos pela máquina de guerra do nazismo. Nossos meios de comunicação não podem silenciar; nosso governo não pode ser cúmplice das viúvas de Hitler, como David Romero.



O novo ministro

O presidente Lula indicou o advogado José Antônio Dias Toffoli para o Supremo Tribunal Federal e se abriram as comportas da indignação. Errado: Toffoli preenche as condições legais para ser ministro do Supremo. Quanto às críticas, nada de muito sério: ele é ligado ao PT (como provavelmente cada um dos demais ministros tem seu partido e seus candidatos), não tem cursos de pós-graduação mas vem mostrando competência na carreira, mostrou que é capaz de lutar por seu cliente, no caso a União. O maior defeito que tem, para um cargo tão importante, é a idade, pouco superior ao mínimo exigido. Mas isso é coisa que o tempo resolve.



Quem se beneficia?

Esplêndida a cobertura da repórter Renata Cafardo, de O Estado de S.Paulo, no caso do vazamento das provas do Enem. Renata ouviu tranquilamente as pessoas que pretendiam cobrar R$ 500 mil do jornal pelo dossiê completo, leu algumas das questões, memorizou-as e, ao voltar à Redação, avisou às autoridades que um crime estava sendo cometido. Levou-lhes, de memória, algumas das questões que havia no dossiê, e que efetivamente estavam na prova. E publicou tudo – a principal função de um repórter, que é levar a informação aos consumidores de notícias.

Espera-se que as investigações tragam o resto da história: quem vazou e quais seus motivos – porque, se alguém esperava levantar um dinheirinho com o dossiê, ir ao jornal era o caminho errado. Jornal sério não paga por informação, repórter sério não faz negociações sem o acompanhamento da chefia. O caso é ainda muito confuso. As únicas coisas claras são o bom desempenho da repórter e do jornal.



E a Constituição?

Já faz mais de dois meses que O Estado de S.Paulo está sob censura, proibido judicialmente de noticiar fatos que envolvam Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, e que constam nas apurações da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal. A Constituição proíbe a censura prévia: cada um publica aquilo que julgar conveniente, e responde pelas consequências. Mas, se a a Constituição a proíbe, como se mantém a censura prévia? Bem, os tribunais finalmente concluíram que a Constituição continua válida – mas mantiveram a censura prévia, que a Constituição proíbe, até que um tribunal maranhense julgue o caso.

O Maranhão, não esqueçamos, está sob o domínio da família Sarney há mais de 50 anos.



Acredite se puder

Vale a pena transcrever a nota que nos foi enviada:

"A Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado publica em sua página no portal do Senado a consolidação da defesa do senador José Sarney – argumentos e documentos –– contra todas as acusações que sofreu ao longo dos últimos meses. É um manifesto de respeito aos cidadãos brasileiros, tendo em vista que muitas dessas acusações sobreviveram no tempo de tanto que foram repetidas, desconsiderados com frequência os argumentos e provas apresentados pela defesa do presidente do Senado. Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado Federal" (ver aqui).

Importante: não podemos esquecer que a Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado é financiada integralmente com recursos públicos – com o seu, o meu, o nosso dinheiro. Quem se beneficia deste trabalho? O senador José Sarney, que também, como presidente do Senado, é quem autoriza esse gasto.



Quem tem razão?

O PT acaba de perder em segunda instância, no Tribunal de Justiça de São Paulo, um processo que move contra a revista Veja, por parcialidade e perseguição. O PT agiu corretamente: não pediu censura prévia, mas, julgando-se prejudicado, abriu o processo. E Veja se defendeu com êxito, mostrando que, embora tenha feito muitas reportagens que atingiram o partido e o governo, também o fez com outros partidos e outros presidentes, especialmente Fernando Collor (que, na época, estava do lado oposto ao do hoje presidente Lula).

A tese de Veja, no fundo, é a de que jornalismo é oposição. É uma tese correta, embora a revista por muitas vezes, na opinião deste colunista, tenha se excedido. A Justiça entendeu que as reportagens apontadas como parciais tinham base em documentos e informações sólidos e, portanto, não havia intenção de atingir indevidamente a credibilidade do partido.



O indesejado

Por falar em censura, o jornalista Adib Muanis, chefe de reportagem da TV Tem, de São José do Rio Preto (SP), foi alvo até de uma lei específica: virou persona non grata em Catanduva. Em 1983, o governador Franco Montoro convidou vários prefeitos da região para jantar no Palácio dos Bandeirantes. Alguém fez uma brincadeira, provavelmente outro prefeito; e um segurança barrou o prefeito de Catanduva, querendo revistá-lo para ver se não havia roubado alguns talheres de prata. O governador já tinha se recolhido e o prefeito, furioso, xingava os seguranças e lhes mostrava que não tinha nada no bolso, exceto lenço, carteira, essas coisas. Muanis publicou a história e o prefeito perdeu a linha: fez com que um vereador de seu grupo apresentasse um projeto (que virou lei) considerando-o persona non grata na cidade.

Muanis não se importou: acha que é um belo item no seu currículo.

Este colunista também é persona non grata, só que em Pindamonhangaba. Mas não conseguiu realizar seu sonho: receber o título numa sessão da Câmara.



O mundo...

Parece incrível, mas um maluco colocou no Facebook uma enquete a respeito do seguinte tema: "O presidente Obama deveria ser assassinado?" As alternativas eram "sim", "não", "talvez" e "só se ele cortar meu plano de saúde". Conspirar para a morte de uma pessoa é crime; conspirar para a morte do presidente da República é crime ainda mais grave. O serviço secreto americano pediu a retirada da enquete e o Facebook o atendeu imediatamente.

Surge aí uma questão típica da era da internet: é lícito permitir o anonimato, mas é preciso manter em ordem os registros de quem faz o que para que os atingidos possam eventualmente processá-los. Os nomes podem perfeitamente ficar a salvo de divulgação, mas precisam estar disponíveis para a Justiça. Anonimato, sim; irresponsabilidade, não.



...em que vivemos

Outro caso do Facebook: alguém está usando o portal para fazer ameaças ao advogado Jack Thompson. Thompson decidiu processar o Facebook por permitir as ameaças. Um bom tema para debate: até que ponto um portal de relacionamento, que tem algumas centenas de milhões de associados, dispõe de condições de controlar antecipadamente o que é colocado no ar?



A paixão do imortal

Na quinta-feira (8/10), às 17h30, o professor Arnaldo Niskier lança o livro Língua Portuguesa, uma Paixão, na Academia Brasileira de Letras, Rio. Niskier é acadêmico há quase 26 anos, e seus livros cuidam principalmente de seu interesse básico: a Educação. Tudo indica que será uma boa leitura.



Como...

De um grande jornal, falando sobre a acusação ao cineasta Roman Polanski: "estrupo".

O curioso é que "estrupo" é de pronúncia mais difícil que "estupro". É como aquele pessoal que fala em "vrido", em vez de "vidro".



...é...

Título num grande portal noticioso:

** "Refúgio paraguaio para bandidos"

Texto: "Prefeitura [do Rio] lança licitação dos trajetos municipais e pela sexta vez deixa de cobrar por permissão."



...mesmo?

Título de outro grande portal noticioso:

** "Conflito em Israel"

Texto: "Avião faz pouso de emergência em rodovia dos EUA."



E eu com isso?

Você não é obrigado a perder seu programa favorito para aprender, no Animal Planet, como se comportam os animais. A imprensa, no papel ou na internet, faz este favor a você:

** "Crocodilo acha que toda minhoca é isca e ataca turista que fazia xixi"

** "Saiba quanto custa e qual é a rotina de um cavalo da polícia"

** "Perereca rara paralisa obra do PAC"

** "Presa onça suspeita de matar galinhas"

A indigitada, habilmente interrogada, rosnou manifestando seu inconformismo com a a ação dos homens da lei, no que foi interpretado como confissão completa do crime.

Há também, no noticiário, noções de educação sexual:

** "Viviane Araújo faz sexo todo dia para engravidar"

** "Grávida não sabe qual dos seis é o pai da criança"

E, finalmente, aquelas notícias sobre pessoas famosas sem as quais não conseguiremos sequer conversar com os vizinhos:

** "Kristen Stewart, de Crepúsculo, diz que sua vida é chata"

** "Íris Stefanelli estreia quadro com maquiadores de defunto"

** "Britney Spears vai às compras com vestido rasgado"

** "Maitê Proença toma lanche em aeroporto"

** "Sylvester Stallone fuma charuto ao lado da mulher"

Serra nele!



O grande título

O português é uma língua extremamente rica, cheia de nuances. "Pois não" é sim, "pois sim" é não, "posto que" significa "embora", e não "já que". Veja que delícia de título:

** "Burger King fecha nova parceria para deslanchar em SP"

Fecha parceria quer dizer que abre; e deslanchar, um termo esquisitíssimo numa empresa que serve lanches, acaba tendo outro significado. Beleza!

Mas não é este o melhor título da semana. O melhor é este retrato do Brasil:

** "Polícia prende suspeitos de falsificação de CDs piratas"

Até CDs piratas já estão sendo falsificados!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Uma pauta para mudar o Rio

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Uma pauta para mudar o Rio
Postado por Luiz Weis em 5/10/2009 às 5:57:49 PM



Seria fazer muito pouco de nossa imprensa imaginar que a ideia já não tenha ocorrido ao menos a um jornalista e não tenha corrido ao menos por uma redação, mesmo no clima de carnaval da vitória desses últimos dias.

A ideia é sobre a parte que cabe à mídia para tornar possível o que interessa acima de tudo na realização das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro: a oportunidade sem precedentes até onde a memória alcança de mudar a cidade para mudar a qualidade de vida da população carioca.

Uma coisa é preparar a cidade para os Jogos em sentido estrito. Outra coisa, porque não quer dizer necessariamente o mesmo, apesar dos muitos pontos em comum, é fazer da cidade, aproveitando o embalo e os bilhões que vão rolar no processo, um lugar decente para todos quantos precisem disso, a começar dos pobres.

É razoável supôr que o modo como a mídia participar da repaginação do Rio para atender aos compromisos assumidos pelo Brasil em Copenhague pode fazer diferença no campo social.

Pode fazer também diferença para a história do jornalismo brasileiro.

Claro que a incumbência primeira é do Globo – o único jornalão que sobreviveu no Rio. Ah, a falta que fazem o Jornal do Brasil de outros tempos, o Correio da Manhã… Mas isso não quer dizer que a Folha e o Estado de S.Paulo estejam confinados a serem figurantes nessa história.

Na TV e no rádio, o mesmo vale para as outras redes, além da Globo.

Mas, afinal, do que se está falando?

Está se falando de a imprensa se apetrechar para uma operação de longo prazo, absolutamente incomum portanto, que deveria ir além da melhor cobertura concebível do que o poder público decidir fazer e fizer para tornar o Rio uma cidade olímpica.

A operação começaria por revisitar sistematicamente as grandes mazelas cariocas. Imagine-se uma força-tarefa de jornalistas criada para planejar, coordenar e publicar a partir de 2010 a mais ambiciosa sequência de reportagens sobre o “estado da arte” dos conhecidos desastres cariocas – da crise dos serviços de infra-estrutura urbana à degradação ambiental e, naturalmente, à criminalidade.

Imagine-se o jornal, ao mesmo tempo, extraíndo o sumo do sumo dos melhores especialistas em cada um desses problemaços e recorrendo, por meio de tudo que a internet tem a oferecer, a todos quantos acreditem que tenham algo a dizer a respeito, não só para dissecar as questões, mas para apontar em cada caso as possíveis portas de saída – capazes de ser abertas no preparo do Rio para 2016 com as chaves douradas dos R$ 28,8 bilhões que o poder público promete gastar nessa empreitada.

Imagine-se ainda um trabalho também sistemático de confronto entre os projetos dos governos e os que a imprensa, pelo que tiver apurado, considerar que aqueles não contemplam (ou contemplam pela rama), sempre de uma mesma perspectiva: a dos ganhos sociais que devem proporcionar.

Por que um jornal, calçado nas melhores análises disponíveis e com a participação dos seus leitores, não deveria pressionar por mudanças nas decisões oficiais, se essas forem consideradas erradas ou insuficientes?

Imagine-se por fim (ou não necessariamente por fim) o jornalismo tomar para si, por intermédio de quem entende dessas coisas, a auditoria dos investimentos decididos – com base nas informações cuja divulgação a própria imprensa tiver conseguido assegurar, batendo nessa tecla desde a primeira hora: agora.

Gritar “pega, ladrão”, a mídia brasileira até que faz, valendo-se dos flagras do Ministério Público ou dos Tribunais de Contas. Mas, nesse cenário, o alarme, quando for o caso de acioná-lo, viria depois do alerta sobre as oportunidades que os governos estariam deixando de aproveitar (por uma pá de razões que também deveriam ser expostas) para transformar as condições de vida da maioria.

É um trabalho para durar, metaforicamente, até a chegada da tocha olímpica. Por aí já se vê a dificuldade: jornalistas não são de fazer planos – e cumpri-los – para um período desse tamanho. No Brasil, o futuro para o qual a imprensa se prepara é o das eleições do ano que vem. Depois dos resultados, ela vai planejar a cobertura dos primeiros meses do novo governo. Tais são os horizontes naturais da mídia.

Dá para estendê-los, ou assim o blogueiro quer acreditar, correndo o risco de passar por ingênuo, pensando numa analogia. Na área pública, existem políticas de governo e políticas de Estado – estas, feitas para sobreviver ao entra-e-sai dos governantes de turno. Seria absurdo um órgão de imprensa criar uma “política de Estado” – definições, metas, ações continuadas no universo da informação – para lidar com o formidável potencial de um evento como os Jogos do Rio?

Fica a provocação.

Siderúrgica do CE: mão-de-obra local insuficiente

Siderúrgica do CE: mão-de-obra local insuficiente
Não haverá mão-de-obra suficiente no Ceará para suprir a necessidade da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) em sua primeira fase, que prevê o início da operação em 2013. É o que afirmou ontem o gerente de Projetos da empresa, Pedro Braga, durante apresentação do empreendimento a empresários na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), na noite de ontem.

"Não será possível conseguir toda a mão-de-obra na velocidade do projeto. Estaremos competindo ainda com a Petrobras pelos profissionais, com a instalação da refinaria. Entretanto, o que tivermos de mão-de-obra local, vamos utilizar", disse.

A CSP deverá contratar, em sua primeira fase, 15 mil empregos diretos somente na construção das instalações, fase que se inicia já no ano que vem. Na operação, são previstos mais quatro mil vagas formais.

O gerente de Desenvolvimento da CSP, Ricardo Parente, complementa a afirmação de Braga afirmando que os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs), que podem preparar profissionais para trabalhar no empreendimento, possuem vagas ociosas, mesmo nesse período em que se sabe da demanda futura. "Muitas pessoas não se inscrevem porque acham que vão perder o Bolsa Família", explica o gerente. Parente diz que a CSP está pensando em ações para reverter esse quadro.

A gerente de Recursos Humanos da empresa empreendedora da siderúrgica, Edna de Oliveira, a CSP ainda está esperando que o governo estadual apresente o que poderá oferecer, em relação à força de trabalho preparada, à usina. Edna diz que uma comissão já foi formada para trabalhar a mão-de-obra para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), e ela participou de algumas reuniões do grupo.

"É importante ter trabalhadores da localidade, mas ainda não existe uma cultura de siderurgia aqui. Este é o maior desafio no Estado. As pessoas precisam sonhar em trabalhar na siderurgia, e isso ainda precisa ser construído. Entretanto, eu tenho recebido muitos currículos de cearenses especializados na área, mas que hoje moram fora, querendo voltar e trabalhar na siderúrgica", diz.

Apesar dessa lacuna, que será preenchida com profissionais de outros estados, Edna destaca o fator multiplicador da usina. "Não são somente os empregos diretos que a siderúrgica vai gerar. Ela vai movimentar a economia da região, vai ampliar a oferta de serviços nos arredores. Serão mais farmácias, hospitais, padarias, mercados, outras fábricas, entre outras oportunidades", aponta.

Questão ambiental

O Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), necessários para o licenciamento ambiental da usina já foi concluído e está em análise pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace). A expectativa é de que até o fim do ano o documento seja aprovado para que se possa licenciar o início das obras. Para o ano que vem, está planejada a terraplanagem para, em 2011, terem início as obras civis. Em 2012, devem chegar os equipamentos da usina e, no ano seguinte, ser iniciada a montagem.

A previsão é de que a primeira fase da usina esteja em operação até o fim de setembro de 2013. O gerente de Desenvolvimento da CSP informou ainda que a empresa já realizou estudos para verificar a existência de tribos indígenas no local, e disse não tê-las identificado. Entretanto, foi enviado ofício à Funai pedindo o seu posicionamento, que até agora não veio. A questão é entrave para o início das obras da refinaria no CIPP.

Fonte: Diário do Nordeste - 06/10/09

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cid Gomes apresenta ações para o Cariri durante Governo Itinerante

Cid Gomes apresenta ações para o Cariri durante Governo Itinerante Nesta segunda (5), Barbalha foi sede do Governo. Na terça (6), será a vez de Pedra Branca.


Crédito: Geraldo Silva
Barbalha, na região do Cariri, é, pela segunda vez, sede do Governo do Estado. Nesta segunda-feira (5), o município voltou a receber o projeto Governo do Ceará na Minha Cidade (Itinerante). Durante todo o dia, o governador Cid Gomes e os secretários de Estado estiveram naquele município dialogando com a sociedade e conhecendo a demanda de cada área. Na audiência pública, realizada na solenidade de instalação do Itinerante, Cid Gomes debateu com a população as soluções para os problemas vivenciados no município. “Esta é uma ação que visa conhecer de perto as demandas de cada cidade cearense. Nosso objetivo é interiorizar as ações governamentais, fazendo o Estado se desenvolver de forma igual”, afirmou Cid.

Na ocasião o governador detalhou todos os investimentos do Governo do Estado realizados no Cariri com ênfase no Centro de Convenções e Eventos, Metrô do Cariri, equipamento que segundo o governador deverá ser inaugurado no dia 24 de novembro, a Praça dos Romeiros, além do Hospital Regional do Cariri, Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e a Ceasa, além da recuperação e construção de rodovias. “Este é o maior conjunto de investimentos já implantados para essa Região. Sabemos do grande potencial que o Cariri tem.

Cid Gomes destacou ainda durante a audiência pública a grande atenção que o Governo tem com a capacitação da mão-de-obra e o investimento em educação. Para isso, assinou ordens de serviço para a construção de escolas de ensino profissionalizante em Mauriti, Aurora e Várzea Alegre. Atualmente, 50 escolas profissionais estão em pleno funcionamento no Ceará, até o fim do próximo ano, serão 100 unidades.

Ainda no Governo Itinerante em Barbalha, foram entregues 395 de certificados a candidatos aptos a participar do Programa Carteira de Motorista Popular, assinatura de termos de adesão ao programa de Cooperação Federativa (PCF), no valor de R$ 1.556.029,11; assinatura da ordem de serviço para a construção de 530 fogões ecoeficientes para Barbalha, no valor de R$ 173 mi;l assinatura de termo de compromisso com o projeto Cidades do Ceará, com os municípios de Barbalha, Juazeiro do Norte, Crato, Caririaçu, Farias Brito, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri e entrega de kits de manejo para ovinos, kits de leite do Programa Leite Fome Zero, kits de higienização de ordenha, além de outras ações.

No período da tarde, os secretários visitaram obras do Governo do Estado em construção na Região do Cariri, como o Hospital Regional, Centro de Convenções e Metrô do Cariri. Ainda em Barbalha, a população teve acesso a vários serviços de cidadania como emissão de documentos, serviços da Defensoria e Ouvidoria Geral, corte de cabelo e atividades esportivas.

Em Juazeiro do Norte, também na Região do Cariri, Cid assinará nesta segunda-feira à noite, a ordem de serviço para a construção da Escola Estadual de Educação Profissional. A solenidade acontece às 19 horas. Na sequência, às 20 horas, o chefe do executivo segue para Caririaçu para assinar a ordem de serviço de mais um trecho da Estrada Padre Cícero, ligando Caririaçu à BR-230. A obra reduz o percurso Fortaleza – Cariri em 90 km. Na terça-feira (6), o Governo Itinerante segue para Pedra Branca, no Sertão Central.



Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado:

Casa Civil (comunicacao@casacivil.ce.gov.br / 3101.6247)

DIA MUNDIAL DA SAÚDE MENTAL

MENSAGEM DO SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
KOFI ANNAN,
POR OCASIÃO DO
DIA MUNDIAL DA SAÚDE MENTAL
10 de Outubro de 2006
Fonte: RUNIC - Centro Regional de Informação das Nações Unidas


Estamos profundamente preocupados – e com razão - com as mortes provocadas pelas guerras, homicídios, terrorismo e outras formas de violência. Contudo, as mortes por suicídio e os fatores que levam a este estão longe de suscitar a atenção suficiente. Há cerca de um milhão de suicídios todos os anos. Se a este número acrescentarmos as numerosas tentativas de suicídio, podemos compreender a dimensão real deste problema de saúde pública e a tragédia humana que causa e afeta, no total, 10 milhões de pessoas.

É animador saber que, hoje, compreendemos melhor os comportamentos suicidas. Isto deveria ajudar-nos a evitar muitas mortes desnecessárias, a proteger as pessoas em risco e a apoiar as famílias que perderam um ser querido.

Um dos principais fatores de risco, no caso do suicídio, é a presença de distúrbios mentais, como a depressão ou a esquizofrenia. Outro é uma tentativa de suicídio anterior, que torna mais urgente a necessidade de garantir uma ajuda rápida e eficaz aos que dela precisam. Mas, apesar de existirem maneiras eficientes e pouco dispendiosas de tratar estes distúrbios, nem todos os que precisam têm acesso a elas. A falta de pessoal qualificado e de medicação é agravada pela ignorância sobre os distúrbios mentais e os comportamentos suicidas bem como pelos estigmas a eles associados.

Se não forem tratadas, as doenças mentais podem ser fatais. Uma das melhores formas de reduzir o catastrófico impacto do suicídio é procurar resolver dentro da comunidade distúrbios mentais que estão intimamente ligados a ela. Neste Dia Mundial da Saúde Mental, prometamos agir inspirados por esta idéia. Prestemos ao suicídio a atenção que merece.


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10 de Outubro de 2004
Fonte: Rádio das Nações Unidas

O tema principal do Dia Internacional da Saúde Mental, a coexistência de doenças físicas e mentais, reflete bem a realidade da experiência das pessoas.

Apesar de tendermos a considerar cada doença isoladamente, as pessoas são, com frequência, afetadas por múltiplas enfermidades. Para muitos, sofrer de uma doença mental e física ao mesmo tempo é o mais comum. Esta realidade é especialmente prejudicial para certos setores da população como as pessoas idosas e os pobres, uma vez que as doenças tendem a aumentar e a agravar-se com a idade e em consequência de condições de vida desfavoráveis. A explosão mundial do HIV/AIDS (VIH/SIDA), o ressurgimento de causas de mortalidade como a tuberculose e o aparecimento de novas infeções sublinharam a relação entre doenças físicas, por um lado, e depressões, por outro. Daqui resultam outras complicações, uma vez que, em algumas pessoas afetadas por uma doença física, uma perturbação mental não só aumenta o grau de sofrimento como as torna menos capazes de manter um tratamento.

É evidente que, ao tratar uma doença, obteremos melhores resultados considerando o indivíduo como um todo, em vez de cuidarmos apenas de partes desse todo. Este fato requer que os que prestam cuidados de saúde - mental e física - trabalhem conjuntamente, concentrando as suas responsabilidades e pontos fortes individuais numa ação de cooperação.

Neste Dia Internacional de Saúde Mental, assumamos o compromisso de tratar as pessoas e não apenas algumas partes delas.


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DIA MUNDIAL DA SAÚDE MENTAL
10 de Outubro de 2003
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

Este ano, o Dia Mundial da Saúde Mental convida-nos a refletir sobre as necessidades especiais de algumas das pessoas mais vulneráveis do mundo: as crianças e adolescentes que sofrem de perturbações mentais, de perturbações do comportamento ou de perturbações emocionais.

Compreende-se cada vez melhor que o sofrimento ligado a estas doenças compromete o desenvolvimento saudável e o bem-estar das crianças e adolescentes do mundo inteiro. Estes jovens, que já são tão profundamente vulneráveis, podem ser alvo de rejeição social e de discriminação, ser privados dos cuidados de que necessitam e de oportunidades de educação adequada e nunca terem a possibilidade de construir o futuro, tal como todos os jovens merecem.

Tanto os países em desenvolvimento como os países desenvolvidos têm o dever de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para atenuar essas dificuldades, melhorando o diagnóstico e o tratamento bem como a sensibilização do público e a educação. Os governos devem estar à altura do dever estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança -- o instrumento jurídico internacional mais ratificado da história -- de assegurarem "o desenvolvimento da personalidade da criança, dos seus dons e das suas aptidões mentais e físicas, na medida das suas potencialidades".

Neste Dia Mundial da Saúde Mental, reafirmemos a nossa determinação de fazer valer os direitos das crianças que são enunciados na Convenção. Prometamos prestar à saúde mental dos jovens toda a atenção que merece.


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10 de Outubro de 2002
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas em Portugal

Este ano, o Dia Mundial da Saúde Mental é dedicado aos efeitos dos traumas e da violência nas crianças e nos adolescentes. Para milhões de jovens de todo o mundo, a violência está presente na sua infância e adolescência sob a forma de maus tratos e de abandono, de violência sexual ou de bandos de rua. Em vários países, essa violência está a aumentar. As taxas mundiais de homicídio aumentaram para mais do dobro desde 1985.

A violência deixa sempre cicatrizes, mas muitas delas são difíceis de detectar à superfície. As crianças e adolescentes não precisam ser atingidas por uma bala ou agredidas fisicamente, para sofrer danos permanentes. Quando os vizinhos são baleados, quando as mães são espancadas, quando a sociedade vive sob a ameaça constante do crime ou da guerra, as crianças podem apresentar as marcas desse sofrimento durante muito tempo. Muitas vezes lutam sozinhas, pois a família e os amigos ignoram a situação difícil em que se encontram ou não as podem ajudar.

Temos de romper o silêncio que rodeia toda esta questão e ajudar a compreender melhor o que se pode fazer para ajudar os que são afetados por ela. Mediante o recurso de intervenções inovadoras, dando formação aos trabalhadores do setor da saúde, para que reconheçam os sinais de traumas e depressão, ajudando as famílias a apoiarem os seres que amam, eliminando o estigma associado às perturbações mentais e falando abertamente sobre os custos reais da violência para os jovens, podemos dar um contributo decisivo. Que este Dia Mundial da Saúde Mental sensibilize para a urgência dessa missão.

Gentileza do Centro de Informação da ONU em Portugal
www.onuportugal.pt