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sábado, 29 de janeiro de 2011
Apodi inicia operações visando ao varejo
Apodi inicia operações visando ao varejo
65% da produção da Apodi serão destinados ao varejo, que receberá atenção especial na estratégia da empresa
FOTO: THIAGO GASPAR
29/1/2011
Situada no Complexo do Pecém, cimenteira custou R$ 70 milhões e deve produzir 1.500 toneladas por dia
Megaconstruções, obras estruturantes, Copa do Mundo são pontos positivos, mas não são fundamentais para a nova indústria cimenteira em atividade no Ceará, a Apodi, que quer conquistar o mercado varejista, com foco nos depósitos de construção.
O novo empreendimento está localizado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e custou R$ 70 milhões, rateados entre recursos próprios dos acionistas (Copercon e empresários Juscelino Sarkis e Ivens Dias Branco), além de financiamento. A fábrica deve produzir 1.500 toneladas de cimento por dia e gerar 100 empregos diretos.
De acordo com o presidente da empresa, Adauto Farias, cerca de 65% da produção serão destinados ao consumo direto, ou seja, ao cidadão comum que faz reformas no lar ou outras construções de menor porte. A esse mercado, conhecido como "consumo formiguinha", a empresa focará com intensidade, apostando na qualidade do produto. A produção deve abastecer todo o Nordeste. "Em regiões como a nossa, as classes C, D e E fazem reformas. A divisão do mercado contempla 35% da produção para obras públicas, construtoras e indústria de pré-moldados", explica.
O presidente não acredita que o setor gire em torno da Copa de 2014, mas não deixa de destacar a importância. "É claro que vai aumentar o número de obras públicas, mas isso não é significante, o que é importante para a indústria de cimento é a massa salarial", pondera.
A nova empresa deve fomentar o fornecimento de cimento, que segundo Farias, terá um mercado muito bem ofertado nos próximos dois anos. "Novas empresas estão entrando no mercado. Ao contrário do que se diz, não existe um oligopólio do cimento no Brasil", diz.
Fábrica em Quixeré
Na fronteira entre Ceará e Rio Grande do Norte, o município de Quixeré (a 218 km de Fortaleza) receberá as obras da outra unidade da cimenteira Apodi, que já deve ter liberado em poucas semanas a Licença de Instalação (LI) da Semace, que autoriza o início das obras. Em 2013, o empreendimento, orçado em torno de R$ 400 milhões, deve estar pronto, gerando 500 empregos diretos e produzindo 4 mil toneladas/dia.
Sobre a escolha da cidade de Quixeré, Farias destaca a questão da matéria-prima como principal fator. "É uma região com bastante calcário e de boa qualidade. É uma cidade muito pobre, que certamente irá ganhar com a empresa se instalando lá. Além disso, o Governo do Estado se comprometeu a construir uma estrada a nível de BR, que possibilitará o transporte de cargas", explica.
Ainda de acordo com Farias, o compromisso da fábrica é aproveitar a mão-de-obra local. "Cerca de 90% dos funcionários serão da região. Tanto é vantajoso para nós, como para o município, mas ainda temos certa dificuldade para conseguir a força de trabalho", afirma.
GUSTAVO DE NEGREIROS
REPÓRTER
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