sábado, 22 de outubro de 2011

Casos de áreas contaminadas no país demandam ações imediatas

Casos de áreas contaminadas no país demandam ações imediatas

Dados da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS) revelam que o valor econômico do passivo ambiental no Brasil ultrapassa R$ 15 bilhões de reais

A contaminação do solo e consequentemente dos lençóis freáticos é um problema extremamente grave e de desdobramentos complexos, que afeta tanto o meio ambiente quanto e principalmente a sociedade. É infelizmente bastante comum em várias regiões do país. Casos como o do Condomínio Barão de Mauá, construído sobre uma área contaminada por gases tóxicos e cancerígenos em Mauá, na Grande São Paulo e do Shopping Center Norte, também localizado na capital paulistana, são alguns exemplos. Na região Nordeste, na cidade de Fortaleza (CE), cerca de 80% dos aquíferos estão poluídos, isto devido a esgotos clandestinos, à destinação inadequada do esgoto residencial e de chorume de aterro sanitário e também de perfurações ilegais de poços. A cidade de Natal (RN) encontra-se em situação semelhante.

PRINCIPAIS POLUENTES E POLUIDORES

O Estado de São Paulo possui 3.675 áreas contaminadas conhecidas, sendo que a maior fonte de contaminação são os postos de combustíveis (79% do total), seguido das atividades industriais, responsáveis por 13% das contaminações, de acordo com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), atualizados até dezembro de 2010. Como os postos foram avaliados antes pela agência, espera-se que a quantidade de áreas industriais conhecidas aumente no futuro próximo.

Entre os muitos e variados tipos de poluentes encontrados em áreas contaminadas, há uma predominância do nitrato e metano, provenientes do esgoto não tratado e dos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), provenientes dos derivados do petróleo, sendo os postos de combustíveis os principais agentes causadores desta contaminação. Estes gastam em média R$ 300 mil para diagnosticar e remediar contaminações, conforme exigência da licença ambiental, podendo alcançar, em vários casos, valores muito mais altos. O tempo para se remediar nestes casos varia, em média, de dois a quatro anos. No Brasil, os locais mais afetados pela contaminação encontram-se no Estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Capital, na cidade de Ribeirão Preto, e em Campinas e seu entorno.

Além destes, existem muitos outros contaminantes de origem industrial que podem provocar contaminações de dimensões muitas vezes superiores, com riscos associados bem elevados e com custos de tratamento significativamente elevados, muitas vezes sem solução através de remediação, requerendo medidas institucionais, como a proibição do uso da água subterrânea, por exemplo.

ALTOS CUSTOS E GRAVES CONSEQUÊNCIAS

O conjunto de obrigações que as empresas têm com relação ao meio ambiente e com a sociedade, denominado passivo ambiental, tem se tornado, cada vez mais, alvo da preocupação das empresas, especialmente por conta de seus onerosos desdobramentos. Uma contaminação de solo ou água subterrânea pode levar à desvalorização da empresa, de imóveis e a problemas de saúde pública, além de onerar e até mesmo alterar projetos de obras públicas, como a expansão do metrô, por exemplo.

Segundo estimativas conservadoras da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), o valor econômico do passivo ambiental no Brasil ultrapassa R$ 15 bilhões de reais. Resultado obtido por meio da multiplicação do número aproximado de áreas contaminadas pelo valor médio do custo de um trabalho de remediação. Atualmente, o valor médio de uma descontaminação é de R$ 500 mil, incluindo as diversas etapas do trabalho, de acordo com a ABAS.

"O valor da recuperação do local é bastante caro e, também, variável, já que cada metro cúbico de água contaminada, por exemplo, tem um custo para ser tratado, pois é preciso verificar o tipo de contaminação e a profundidade do local", afirma o hidrogeólogo Everton de Oliveira, secretário da ABAS e presidente do II Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo. Segundo Oliveira, esta situação é resultado de longos anos de urbanização e industrialização no Brasil.

LEGISLAÇÃO

O passivo ambiental só começou a ser alvo de preocupação no país a partir da década de 80, mas foi somente nos anos 90, que ações efetivas foram implantadas. Em relação à legislação, somente em junho de 2009, foi aprovada lei específica para punir as empresas poluidoras no Estado de São Paulo: a Lei 13.577, mas nada há ainda de alcance nacional. A lei paulista, que ainda carece de regulamentação, estabelece normas e diretrizes para proteção da qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas e determina que as empresas, quando constatarem casos de contaminação, são obrigadas a comunicar à CETESB, inclusive para a perfuração de poços no Estado.

A Gestão de Áreas Contaminadas e a Regulamentação da Lei Estadual de Áreas Contaminadas serão alguns dos temas debatidos durante o II Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo (II CIMAS), que acontecerá de 4 a 6 de outubro, em São Paulo, Capital. Realizado pela ABAS e por inúmeros parceiros e apoiadores, o evento de cunho técnico-científico e internacional, pretende ampliar a discussão e a divulgação sobre o uso sustentável dos recursos subterrâneos em território nacional. A programação completa do evento está disponível no link: http://www.abas.org/cimas/pt/index.php

Fonte : Assessoria de Imprensa II CIMAS

II CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEIO AMBIENTE SUBTERRÂNEO
Local: Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, Capital
Realização: Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS)
Informações: (11) 3868-0726 / cimas@abas.org
Inscrições: www.abas.org/cimas

Atendimento à imprensa:
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