27/06/2010 - O Verdadeiro Papel do Captador de RecursosPor Fernanda Dearo
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No mercado brasileiro temos 3 perfis diferentes de captadores de recursos:
1. Captador de Recursos Institucional – é aquele que assume a frente de captação de recursos de uma instituição filantrópica assistencial, cultural, ambiental, esportiva, de defesa de direitos, associativa, de bairro, voltada à saúde, seja qual for a área. Esse profissional pode ser encontrado em 3 níveis: Operacional (geralmente um estagiário ou trainee),Gerencial (um profissional com experiência prática de no mínimo 3 anos em captação de recursos e/ou marketing) e Direção/ou coordenação Geral em alguns casos (um profissional com experiência prática de no mínimo 5 anos). O Captador de Recursos institucional trabalha em tempo integral para a instituição e cria, desenvolve, implementa e/ou executa o planejamento de captação de recursos. Nesse caso a remuneração é celetista e é possível incentivar com comissões e prêmios por atingimento de metas.
2. Captador de Recursos Autônomo – é aquele que pode captar recursos para projetos de instituições/pessoas/empresas/órgãos públicos diferentes. Geralmente recebe o projeto pronto, faz um ou outro ajuste e parte pro mercado. Sua remuneração é baseada em ajuda de custo e comissões por resultado.
3. Consultor em Captação de Recursos – Um consultor é um profissional que entende profundamente de uma área e que geralmente já passou pelos 3 estágios: operacional, gerencial e direção. Obteve êxito em sua carreira, tornando-se conhecedor, estudioso, pesquisador e desenvolvedor de novas técnicas na área em questão. Tem habilidade em repassar know-how e possui métodos de avaliação, diagnóstico e soluções.
Numa comparação simples, imagine um corpo humano. O cérebro é a parte que pensa a instituição, a causa, as ações sociais propriamente ditas, o projeto, a idéia, o porquê de sua existência. O órgão que manda as ordens. Agora imagine o coração, bombeando sangue para todos os órgãos. É assim que funciona a captação de recursos, um coração que alimenta todas as áreas de uma instituição, de um projeto, de uma idéia, sendo responsável também pelo cumprimento da sua missão.
Atletas, ONGs, artistas, cantores, todos que tem um projeto, estão basicamente sem coração. E entram num ciclo vicioso, onde quem não tem dinheiro não pode contratar um captador de recursos e quem não tem um captador de recursos, é claro, não tem dinheiro.
Sem recursos, NADA funciona. No Planeta Terra nada acontece sem recursos. Sem recursos = sem dignidade. Então como oferecer dignidade às nossas crianças, como desenvolver um projeto de preservação de meio ambiente, como desenvolver um evento profissional, como abrir uma ONG sem recursos?
O captador de recursos é co-responsável pelo cumprimento da missão da instituição, do projeto, da idéia, assim como todos que dela participam.
E para isso deve:
- Conhecer profundamente a instituição/projeto/idéia que precisa de recursos.
- Conhecer profundamente a causa defendida/artista/atleta.
- Conhecer o mercado em que atua e que pretende-se atuar.
- Fazer uma avaliação sobre o aproveitamento dos recursos atuais disponíveis e as previsões de recursos futuros.
- Desenvolver um planejamento de captação de recursos para a manutenção da ONG, do projeto, da idéia. O grande desafio em qualquer mercado é MANTER o que foi conquistado em escala crescente de sucessos.
- Nunca desvirtuar a missão da instituição/projeto/idéia por causa de recursos.
- Contribuir na elaboração do projeto comercial, que nada mais é que a apresentação do projeto voltada ao patrocínio, menos técnico, com menos texto, mais objetivo e dinâmico, tornando-o atraente em termos de marketing e visibilidade.
- Planejar a captação de recursos com base em estudo de mercado e não simplesmente “sair dando tiro para tudo quanto é lado”.
- Planejar ações de marketing direto e social para a manutenção operacional da instituição - despesas operacionais como aluguel da sede, folha de pagamento, água, luz, material de escritório.
- Fazer interface com a área de assessoria de imprensa e comunicação da instituição/projeto/idéia, buscando a melhor maneira de divulgar institucionalmente e promocionalmente o produto.
- Captar uma agência de propaganda e publicidade para auxiliar em criação de peças e campanhas.
- Agregar valor à imagem da instituição/projeto/idéia através de parcerias estratégicas.
- Prezar pela imagem e ética da instituição/projeto/idéia no mercado externo.
- Representar a instituição/projeto/idéia em eventos, congressos e reuniões sociais, fortalecendo vínculos e abrindo novas parcerias para a continuidade e manutenção do trabalho da instituição.
- Criar novas maneiras de interesse do mercado pela instituição/projeto/idéia.
- Acompanhar o bom uso dos recursos captados até a finalização do projeto, garantindo o cumprimento do que fora combinado no papel.
- Manter-se informado sobre o mercado, economia e ações sociais, identificando oportunidades e ameaças às atividades de patrocínio.
- Pensar grande e começar pequeno. Planejar. Traçar metas e estratégias.
- Ser parceiro da diretoria da ONG/proponente do projeto/idéia.
Captar recursos é como construir uma casa. Se o alicerce é fraco, não passa do primeiro andar, isso quando não desmorona.
E o Profissional de Captação de Recursos, mesmo sob pressão, deve manter a calma e trabalhar com planejamento.
Perfil ideal de um Captador de Recursos (o profissional pode não se encaixar em 100%-cem por cento do que estabelecemos abaixo, mas deve estar pelo menos em consonância com 70% dessas características e habilidades para que o risco de não dar certo seja menor):
- Formação em administração de empresas, relações públicas, comunicação social ou marketing.
- Possuir habilidade em vendas e negociações.
- Otimista.
- Comunicativo.
- Ter facilidade em comunicar-se pessoalmente, ao telefone e no papel através de uma boa escrita.
- Estar ciente da responsabilidade de um patrocínio.
- Ter disponibilidade em ter uma vida social ativa.
- Ser flexível com bom senso, sem deixar objetivos de lado.
- Ser apaixonado pelo o que faz e apaixonar-se pela causa/projeto/idéia que será beneficiada com seu trabalho.
- Ser um eterno interessado em informações do mercado.
- Ser organizado e fazer cumprir datas e prazos.
- Interessante possuir conhecimentos em inglês, muitos recursos disponíveis para projetos no Brasil estão lá fora.
- Fundamental conhecimento em informática em Windows e Pacote Office.
- Reciclar conhecimentos pelo menos 2 vezes ao ano.
- Filiar-se à outras ONGs para acompanhar a evolução do mercado.
- Habilidade em elaborar projetos.
- Persistente.
- Criativo.
- Fundamental possuir conhecimentos de marketing.
De qualquer maneira, captar recursos é uma arte, uma profissão. As tintas estão disponíveis no mercado, de todas as cores e texturas. Pegue seu pincel e escreva sua história!
Boa sorte!
Blog da Associação dos Servidores da SOHIDRA - ASSO, destinado à troca de informações com nossos colegas, colaboradores e população em geral.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
RESULTADOS DO ENEM
RESULTADOS DO ENEM
O óbvio e o relativo
Por Gabriel Perissé em 27/7/2010
As férias escolares de julho vão terminar, o que parece ter trazido com renovado impulso à pauta de jornais e revistas o tema recorrente da qualidade educacional. Também as listas de "melhores" e "piores" escolas, com base nos resultados do Enem e do Ideb recentemente divulgados, despertam na mídia o desejo de dar aulas sobre o pedagogicamente correto.
O jornalista Daniel Salles, na Veja São Paulo (28/7), declina as "Dez lições da escola número 1". As dez obviedades, porém, explicam apenas que o sucesso do "campeão" do ensino médio, o Colégio Vértice, reside em circunstâncias anteriores ao exame que faz dele um hors-concours.
Que sentido há em concorrer com o Vértice ou compará-lo com as demais escolas? Ele já começa a "disputa" vencendo, como seu nome indica: ápice, cume. Os alunos só são admitidos porque aprenderam a estudar, seus pais podem pagar a alta mensalidade, os professores do colégio ganham cerca de 7 mil reais por mês, as turmas são pequenas, os alunos têm acompanhamento individualizado, existe um projeto pedagógico unificado, interdisciplinar, aberto a variados esportes e ao mundo artístico.
Não se questionam os méritos do Vértice. Questionável é relatar sem relativizar. Na outra ponta da história também é razoável relativizar o fracasso de grande parte das escolas do ensino médio brasileiras (públicas e privadas), na medida em que suas próprias obviedades (situação social precária, professores desvalorizados, classes lotadas etc.) invalidam desde o início a tentativa insignificante, e em última análise injusta, de denunciá-las como escolas fracas.
Outras qualidades essenciais
As notas médias de uma escola são relativas porque nem todos os alunos inscritos no último ano se submetem ao Enem, dado o seu caráter voluntário. A matéria "Qual é o peso do Enem?", da revista Época (26/07), assinada por Camila Guimarães, enfatiza essa relatividade. De resto, verdade seja dita, tal consideração está explícita na Nota Técnica do Inep.
Nesta Nota, há algo mais. O desempenho dos alunos, que em tese reflete o nível da instituição onde estudam, não depende somente do quanto um colégio é "bom" ou "ruim". A Nota lembra a importância do trajeto escolar de cada estudante, das suas circunstâncias familiares, bem como da comunidade onde está inserido, e emprega ainda um genérico "entre outros aspectos".
O fato é que a qualidade da Educação não se mede adequadamente (se é que se mede...) sem se levar em conta o imponderável, esses "outros aspectos" que as provas não capturam. Não capturam, por exemplo, o heroísmo de tantos alunos que as enfrentaram em inferioridade de condições. Suas notas menores mereceriam ser elevadas à potência de seus esforços de superação, somados à generosa dedicação dos seus professores.
O Enem é instrumento necessário de avaliação. Ajuda-nos a ver o óbvio: existe uma seleção socioeconômica e cultural prévia, decisiva. No entanto, cabe à mídia relativizar esses resultados, cobrando, sobretudo em relação à educação pública, e em especial às prefeituras e aos governos estaduais, outras "qualidades" que antecedem a própria realidade escolar: a qualidade da saúde, da alimentação, da moradia, do transporte etc.
O óbvio e o relativo
Por Gabriel Perissé em 27/7/2010
As férias escolares de julho vão terminar, o que parece ter trazido com renovado impulso à pauta de jornais e revistas o tema recorrente da qualidade educacional. Também as listas de "melhores" e "piores" escolas, com base nos resultados do Enem e do Ideb recentemente divulgados, despertam na mídia o desejo de dar aulas sobre o pedagogicamente correto.
O jornalista Daniel Salles, na Veja São Paulo (28/7), declina as "Dez lições da escola número 1". As dez obviedades, porém, explicam apenas que o sucesso do "campeão" do ensino médio, o Colégio Vértice, reside em circunstâncias anteriores ao exame que faz dele um hors-concours.
Que sentido há em concorrer com o Vértice ou compará-lo com as demais escolas? Ele já começa a "disputa" vencendo, como seu nome indica: ápice, cume. Os alunos só são admitidos porque aprenderam a estudar, seus pais podem pagar a alta mensalidade, os professores do colégio ganham cerca de 7 mil reais por mês, as turmas são pequenas, os alunos têm acompanhamento individualizado, existe um projeto pedagógico unificado, interdisciplinar, aberto a variados esportes e ao mundo artístico.
Não se questionam os méritos do Vértice. Questionável é relatar sem relativizar. Na outra ponta da história também é razoável relativizar o fracasso de grande parte das escolas do ensino médio brasileiras (públicas e privadas), na medida em que suas próprias obviedades (situação social precária, professores desvalorizados, classes lotadas etc.) invalidam desde o início a tentativa insignificante, e em última análise injusta, de denunciá-las como escolas fracas.
Outras qualidades essenciais
As notas médias de uma escola são relativas porque nem todos os alunos inscritos no último ano se submetem ao Enem, dado o seu caráter voluntário. A matéria "Qual é o peso do Enem?", da revista Época (26/07), assinada por Camila Guimarães, enfatiza essa relatividade. De resto, verdade seja dita, tal consideração está explícita na Nota Técnica do Inep.
Nesta Nota, há algo mais. O desempenho dos alunos, que em tese reflete o nível da instituição onde estudam, não depende somente do quanto um colégio é "bom" ou "ruim". A Nota lembra a importância do trajeto escolar de cada estudante, das suas circunstâncias familiares, bem como da comunidade onde está inserido, e emprega ainda um genérico "entre outros aspectos".
O fato é que a qualidade da Educação não se mede adequadamente (se é que se mede...) sem se levar em conta o imponderável, esses "outros aspectos" que as provas não capturam. Não capturam, por exemplo, o heroísmo de tantos alunos que as enfrentaram em inferioridade de condições. Suas notas menores mereceriam ser elevadas à potência de seus esforços de superação, somados à generosa dedicação dos seus professores.
O Enem é instrumento necessário de avaliação. Ajuda-nos a ver o óbvio: existe uma seleção socioeconômica e cultural prévia, decisiva. No entanto, cabe à mídia relativizar esses resultados, cobrando, sobretudo em relação à educação pública, e em especial às prefeituras e aos governos estaduais, outras "qualidades" que antecedem a própria realidade escolar: a qualidade da saúde, da alimentação, da moradia, do transporte etc.
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Observatório da Imprensa
JORNALISMO AMBIENTAL
JORNALISMO AMBIENTAL
Falta diálogo com a sociedade
Por Washington Araújo em 27/7/2010
Em junho de 1992, o Brasil sediou a Cúpula da Terra, o mais importante evento promovido pelas Nações Unidas para tratar do meio ambiente no planeta. Durante quase um mês, centenas de organismos não-governamentais foram ao Rio de Janeiro e nos dias mesmo da Cúpula tivemos cerca de 180 chefes de Estado presentes.
O Aterro do Flamengo celebrou a força do movimento ecológico. Ainda não se falava do superaquecimento com o fervor com que hoje se fala; buraco na camada de ozônio aterrorizava mais pelo desconhecimento que por suas consequências práticas; derretimento das calotas polares era tema restrito aos círculos de cientistas. Enfim, éramos muito mais idealistas e muito menos práticos. E não existia ainda de maneira consolidada o jornalismo ambiental. Quem cobria catástrofes naturais, cobria meio ambiente; quem cobria a cena internacional, cobria a ação.
O jornalismo ambiental – mesmo que ainda, a meu ver, incipiente no Brasil – precisa mudar por várias razões. Em primeiro lugar, não se pode praticar o jornalismo ambiental sem compromisso, apostando numa pretensa neutralidade, objetividade etc. Em segundo lugar, o jornalismo ambiental não se pode focar apenas no aspecto técnico porque o importante, se quisermos efetivamente trabalhar para a solução dos problemas, é perceber as conexões entre o meio ambiente, a economia, a cultura, a política, a saúde e a sociedade.
Esta perspectiva fragmentada, que vem a reboque da cobertura de grandes catástrofes, não contribui para fortalecer o jornalismo ambiental, apenas o coloca na agenda, sem se comprometer com um debate sério, abrangente, como deve ser. Finalmente, o jornalismo ambiental deve atentar para os grandes interesses que rondam essa área e ter em mente que existe na prática a chamada praga do marketing verde.
Criar dificuldades para vender facilidades
É comum que jornalistas que "cobrem o meio ambiente" criem um linguajar todo próprio, falem com naturalidade sobre temas como efeito-estufa, vazamento de petróleo no golfo do México e as consequências do desmatamento desenfreado no Brasil, em particular, na região amazônica. Também são dados a repercutir previsões catastróficas sobre o futuro da humanidade, citando para tanto cientistas há muito assessorando entidades ambientalistas.
Parece-me estratégia equivocada. Não é através do medo que as pessoas passarão a se interessar pela preservação do meio ambiente. Tampouco é razoável ficar difundindo novas datas para o colapso total do planeta. Tal ação jornalística produz exatamente o efeito contrário: retirar a necessária credibilidade do assunto, quando não o empurra para aqueles temas fantasiosos que terminam virando roteiro de ficção científica tipo B, bem ao gosto dos estúdios cinematográficos de Hollywood.
Foi ao término da Segunda Guerra Mundial que ganhou relevância o jornalismo ambiental. Sessenta anos depois, a verdade é que ainda engatinhamos no assunto e seus temas estão invariavelmente atrelados ao catastrofismo. Pouco espaço é concedido à importância de levar à vitrine midiática experiências bem sucedidas no campo da educação ambiental. E não falta assunto sobre meio ambiente; o que falta mesmo é apetite para o cardápio.
Há muito que organismos não-governamentais, como o Greenpeace, embarcaram na onda da espetacularização, onde quanto mais vistosa for a cena, quanto mais inusitado for o roteiro a ser veiculados em filmetes mundo afora, usando-se principalmente o suporte da internet, mais se tem a sensação de missão cumprida. É assim com o trabalho das ONGs contra o massacre de baleias e é assim também sua ação contra a proliferação de tecnologia nuclear. O mesmo diapasão é usado para promover a preservação de espécies em extinção.
Quando teremos um jornalismo ambiental que dialogue com a sociedade, de igual para igual? Quando ouviremos um jornalista declaradamente ambientalista discorrendo sobre o assunto sem aquele jeito presunçoso de quem é o dono absoluto da verdade?
Há que se baixar a bola dos que se sentem investidos da missão de salvar o planeta e levantar a bola dos que sabem que, mesmo sendo a Terra nada mais um pálido ponto azul no universo, ainda assim é o melhor e o mais belo planeta que conhecemos e que nos acolhe uma e mil vezes, a cada momento, a cada instante. O que precisa ser levado à extinção é a arrogância dos que criam dificuldades para vender facilidades logo em seguida.
Será que fui claro?
Falta diálogo com a sociedade
Por Washington Araújo em 27/7/2010
Em junho de 1992, o Brasil sediou a Cúpula da Terra, o mais importante evento promovido pelas Nações Unidas para tratar do meio ambiente no planeta. Durante quase um mês, centenas de organismos não-governamentais foram ao Rio de Janeiro e nos dias mesmo da Cúpula tivemos cerca de 180 chefes de Estado presentes.
O Aterro do Flamengo celebrou a força do movimento ecológico. Ainda não se falava do superaquecimento com o fervor com que hoje se fala; buraco na camada de ozônio aterrorizava mais pelo desconhecimento que por suas consequências práticas; derretimento das calotas polares era tema restrito aos círculos de cientistas. Enfim, éramos muito mais idealistas e muito menos práticos. E não existia ainda de maneira consolidada o jornalismo ambiental. Quem cobria catástrofes naturais, cobria meio ambiente; quem cobria a cena internacional, cobria a ação.
O jornalismo ambiental – mesmo que ainda, a meu ver, incipiente no Brasil – precisa mudar por várias razões. Em primeiro lugar, não se pode praticar o jornalismo ambiental sem compromisso, apostando numa pretensa neutralidade, objetividade etc. Em segundo lugar, o jornalismo ambiental não se pode focar apenas no aspecto técnico porque o importante, se quisermos efetivamente trabalhar para a solução dos problemas, é perceber as conexões entre o meio ambiente, a economia, a cultura, a política, a saúde e a sociedade.
Esta perspectiva fragmentada, que vem a reboque da cobertura de grandes catástrofes, não contribui para fortalecer o jornalismo ambiental, apenas o coloca na agenda, sem se comprometer com um debate sério, abrangente, como deve ser. Finalmente, o jornalismo ambiental deve atentar para os grandes interesses que rondam essa área e ter em mente que existe na prática a chamada praga do marketing verde.
Criar dificuldades para vender facilidades
É comum que jornalistas que "cobrem o meio ambiente" criem um linguajar todo próprio, falem com naturalidade sobre temas como efeito-estufa, vazamento de petróleo no golfo do México e as consequências do desmatamento desenfreado no Brasil, em particular, na região amazônica. Também são dados a repercutir previsões catastróficas sobre o futuro da humanidade, citando para tanto cientistas há muito assessorando entidades ambientalistas.
Parece-me estratégia equivocada. Não é através do medo que as pessoas passarão a se interessar pela preservação do meio ambiente. Tampouco é razoável ficar difundindo novas datas para o colapso total do planeta. Tal ação jornalística produz exatamente o efeito contrário: retirar a necessária credibilidade do assunto, quando não o empurra para aqueles temas fantasiosos que terminam virando roteiro de ficção científica tipo B, bem ao gosto dos estúdios cinematográficos de Hollywood.
Foi ao término da Segunda Guerra Mundial que ganhou relevância o jornalismo ambiental. Sessenta anos depois, a verdade é que ainda engatinhamos no assunto e seus temas estão invariavelmente atrelados ao catastrofismo. Pouco espaço é concedido à importância de levar à vitrine midiática experiências bem sucedidas no campo da educação ambiental. E não falta assunto sobre meio ambiente; o que falta mesmo é apetite para o cardápio.
Há muito que organismos não-governamentais, como o Greenpeace, embarcaram na onda da espetacularização, onde quanto mais vistosa for a cena, quanto mais inusitado for o roteiro a ser veiculados em filmetes mundo afora, usando-se principalmente o suporte da internet, mais se tem a sensação de missão cumprida. É assim com o trabalho das ONGs contra o massacre de baleias e é assim também sua ação contra a proliferação de tecnologia nuclear. O mesmo diapasão é usado para promover a preservação de espécies em extinção.
Quando teremos um jornalismo ambiental que dialogue com a sociedade, de igual para igual? Quando ouviremos um jornalista declaradamente ambientalista discorrendo sobre o assunto sem aquele jeito presunçoso de quem é o dono absoluto da verdade?
Há que se baixar a bola dos que se sentem investidos da missão de salvar o planeta e levantar a bola dos que sabem que, mesmo sendo a Terra nada mais um pálido ponto azul no universo, ainda assim é o melhor e o mais belo planeta que conhecemos e que nos acolhe uma e mil vezes, a cada momento, a cada instante. O que precisa ser levado à extinção é a arrogância dos que criam dificuldades para vender facilidades logo em seguida.
Será que fui claro?
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O QUE É FICHA LIMPA?
O QUE É FICHA LIMPA
O projeto Ficha Limpa é uma campanha da sociedade civil brasileira com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Para isso, foi elaborado um Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a vida pregressa dos candidatos com o objetivo de tornar mais rígidos os critérios de quem não pode se candidatar - critérios de inelegibilidades.
A iniciativa popular é um instrumento previsto em nossa Constituição que permite que um projeto de lei seja apresentado ao Congresso Nacional desde que, entre outras condições, apresente as assinaturas de 1% de todos os eleitores do Brasil.
O projeto Ficha Limpa circulou por todo o país, e foram coletadas mais de 1,3 milhões de assinaturas em seu favor – o que corresponde a 1% dos eleitores brasileiros. No dia 29 de setembro de 2009 foi entregue ao Congresso Nacional junto às assinaturas coletadas.
O MCCE, a ABRACCI e cidadãos de todo o país acompanharam a votação do projeto de lei na Câmara dos Deputados e no Senado e, no dia 4 de junho de 2010, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Complementar nº. 135/2010, que prevê a lei da Ficha Limpa.
Clique aqui para acessar a íntegra dessa lei complementar. A aprovação do Ficha Limpa foi possível com mobilização e a pressão popular. É, portanto, uma vitória de todos!
QUEM SOMOS
A Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (ABRACCI) é uma rede de 78 entidades com a missão de “contribuir para a construção de uma cultura de não corrupção e impunidade no Brasil por meio do estímulo e da articulação de ações de instituições e iniciativas com vistas a uma sociedade justa, democrática e solidária”.
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) é composto por 46 entidades cuja atuação se estende por todo o país. Com sede em Brasília (DF), acompanha de perto a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mantém contato com os responsáveis pela adoção de medidas que favoreçam a lisura do processo eleitoral em todo o Brasil. O MCCE é uma das entidades fundadoras da ABRACCI.
O projeto Ficha Limpa é uma campanha da sociedade civil brasileira com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Para isso, foi elaborado um Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a vida pregressa dos candidatos com o objetivo de tornar mais rígidos os critérios de quem não pode se candidatar - critérios de inelegibilidades.
A iniciativa popular é um instrumento previsto em nossa Constituição que permite que um projeto de lei seja apresentado ao Congresso Nacional desde que, entre outras condições, apresente as assinaturas de 1% de todos os eleitores do Brasil.
O projeto Ficha Limpa circulou por todo o país, e foram coletadas mais de 1,3 milhões de assinaturas em seu favor – o que corresponde a 1% dos eleitores brasileiros. No dia 29 de setembro de 2009 foi entregue ao Congresso Nacional junto às assinaturas coletadas.
O MCCE, a ABRACCI e cidadãos de todo o país acompanharam a votação do projeto de lei na Câmara dos Deputados e no Senado e, no dia 4 de junho de 2010, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Complementar nº. 135/2010, que prevê a lei da Ficha Limpa.
Clique aqui para acessar a íntegra dessa lei complementar. A aprovação do Ficha Limpa foi possível com mobilização e a pressão popular. É, portanto, uma vitória de todos!
QUEM SOMOS
A Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (ABRACCI) é uma rede de 78 entidades com a missão de “contribuir para a construção de uma cultura de não corrupção e impunidade no Brasil por meio do estímulo e da articulação de ações de instituições e iniciativas com vistas a uma sociedade justa, democrática e solidária”.
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) é composto por 46 entidades cuja atuação se estende por todo o país. Com sede em Brasília (DF), acompanha de perto a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mantém contato com os responsáveis pela adoção de medidas que favoreçam a lisura do processo eleitoral em todo o Brasil. O MCCE é uma das entidades fundadoras da ABRACCI.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
ONU declara acesso à água um direito humano essencial
ONU declara acesso à água um direito humano essencial
1 hora, 25 minutos atrás
O acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, declarou a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em uma votação realizada hoje na sede da entidade em Nova York e que espelha a preocupação com a situação de quase 900 milhões de pessoas em todo o mundo sem acesso a fontes de água limpa. A decisão foi tomada por 122 votos a favor e 41 abstenções, informa a ONU em sua página na internet. Não houve nenhum voto contra a declaração, apesar de 29 países terem se ausentado da votação.
O Brasil votou a favor da resolução. Em sua intervenção, a representante permanente do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, declarou que o direito à água potável e ao saneamento básico está intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde, à alimentação e à habitação.
De acordo com ela, é responsabilidade dos Estados assegurar esses direitos a todos os seus cidadãos e o Brasil tem trabalhado dentro e fora de suas fronteira para promover o acesso à água e ao saneamento básico, especialmente entre as comunidades de baixa renda.
O texto da resolução manifesta profunda preocupação com o fato de 884 milhões de pessoas em todo o mundo não terem acesso a fontes confiáveis de água potável e de mais de 2,6 bilhões não disporem de saneamento básico.
Estudos também indicam que cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos morrem e 443 milhões de aulas são perdidas todos os anos no planeta por conta de doenças relacionadas à potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.
Pela resolução aprovada hoje pela Assembleia Geral da ONU, composta por 192 países, Catarina de Albuquerque, especialista independente da ONU em direitos humanos, terá de incluir em seu relatório anual sobre o tema a situação do acesso à água potável e ao saneamento básico. As análises se concentrarão nos desafios a serem superados para que haja direito universal à água e aos serviços de saneamento e no progresso dos países rumo ao cumprimento das Metas do Milênio.
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1 hora, 25 minutos atrás
O acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, declarou a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em uma votação realizada hoje na sede da entidade em Nova York e que espelha a preocupação com a situação de quase 900 milhões de pessoas em todo o mundo sem acesso a fontes de água limpa. A decisão foi tomada por 122 votos a favor e 41 abstenções, informa a ONU em sua página na internet. Não houve nenhum voto contra a declaração, apesar de 29 países terem se ausentado da votação.
O Brasil votou a favor da resolução. Em sua intervenção, a representante permanente do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, declarou que o direito à água potável e ao saneamento básico está intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde, à alimentação e à habitação.
De acordo com ela, é responsabilidade dos Estados assegurar esses direitos a todos os seus cidadãos e o Brasil tem trabalhado dentro e fora de suas fronteira para promover o acesso à água e ao saneamento básico, especialmente entre as comunidades de baixa renda.
O texto da resolução manifesta profunda preocupação com o fato de 884 milhões de pessoas em todo o mundo não terem acesso a fontes confiáveis de água potável e de mais de 2,6 bilhões não disporem de saneamento básico.
Estudos também indicam que cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos morrem e 443 milhões de aulas são perdidas todos os anos no planeta por conta de doenças relacionadas à potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.
Pela resolução aprovada hoje pela Assembleia Geral da ONU, composta por 192 países, Catarina de Albuquerque, especialista independente da ONU em direitos humanos, terá de incluir em seu relatório anual sobre o tema a situação do acesso à água potável e ao saneamento básico. As análises se concentrarão nos desafios a serem superados para que haja direito universal à água e aos serviços de saneamento e no progresso dos países rumo ao cumprimento das Metas do Milênio.
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segunda-feira, 19 de julho de 2010
CONVITE DE PARCERIA COM A ABAS
Os organizadores do informativo "ABAS-CE INFORMA" INCENTIVA OS PESQUISADORES AMIGOS DA ABAS para enviar sugestoões cartas,apoio para produção de um bom instrumento de comunicação.PARTICIPE!
Hidrogeólogos: em defesa da água
Hidrogeólogos: em defesa da água
A geologia ambiental estuda a interação do homem com a Terra, seu uso e consequências. Os estudos conduzidos por geólogos na Área da Ciência da Terra são primordiais para melhoria da vida e manutenção dos recursos naturais existentes no Planeta. Nela, utiliza-se a aplicação da informação geológica para resolver conflitos, minimizando a possibilidade de degradação ambiental e maximizando a possibilidade de uso adequado do ambiente natural ou modificado.
A localização e remediação de plumas de contaminação em aquiferos é um destes trabalhos. Esta área alia a geologia com a hidrologia. Juntas, elas podem encontrar soluções para problemas de degradação ambiental por contaminantes químicos, como agrotóxicos, combustíveis, substancias químicas, resíduos do lixo ou outros. Um trabalho que é de extrema importância, já que a água é inerente a sobrevivência humana.
Entre os muitos e variados tipos de poluentes encontrados em áreas contaminadas, há uma predominância do nitrato, proveniente do esgoto não tratado e de derivados do petróleo, como BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), sendo os postos de combustíveis os principais agentes causadores da contaminação. Além destes, existem muitos outros contaminantes de origem industrial que podem provocar contaminações de dimensões muitas vezes superiores, com riscos associados bem elevados e com custos de tratamento significativamente elevados.
Para encontrar soluções para estes casos, os hidrogeólogos contam com uma ajuda fundamental em seu dia a dia, que é a tecnologia. Uma grande aliada destes profissionais em seu trabalho, já que com ela é possível, investigar, monitorar e remediar áreas degradadas. Os equipamentos disponíveis passam por melhoras significativas em seus sensores, softwares e outros, a cada dia que passa.
Atualmente existem equipamentos modernos, capazes de otimizar os trabalhos de avaliação e remediação de áreas contaminadas. Estes equipamentos possibilitam maior eficácia, com redução de tempo e custos.
Entre algumas das opções disponíveis para este mercado estão equipamentos de investigação de áreas contaminadas, projetados para trabalhos mais simples e práticos; equipamentos e produtos para remediação e biorremediação de água e solos; poços multiníveis e equipamentos especializados para a determinação das plumas de contaminação com relação ao fluxo, volume e direção do material contaminante; medidores de nível e interface, para medição da altura e volume da água e do contaminante; sistemas de monitoramento local ou telemétrico para nível d'água, vazão, amostragem e qualidade da água, entre outros.
Essas tecnologias visam facilitar a identificação dos pontos críticos de contaminação e o trabalho de remediação. Toda a instrumentação citada já se encontra disponível no Brasil para locação, venda e suporte.
* Mauro Banderali é especialista em instrumentação ambiental da Ag Solve - www.agsolve.com.br
A geologia ambiental estuda a interação do homem com a Terra, seu uso e consequências. Os estudos conduzidos por geólogos na Área da Ciência da Terra são primordiais para melhoria da vida e manutenção dos recursos naturais existentes no Planeta. Nela, utiliza-se a aplicação da informação geológica para resolver conflitos, minimizando a possibilidade de degradação ambiental e maximizando a possibilidade de uso adequado do ambiente natural ou modificado.
A localização e remediação de plumas de contaminação em aquiferos é um destes trabalhos. Esta área alia a geologia com a hidrologia. Juntas, elas podem encontrar soluções para problemas de degradação ambiental por contaminantes químicos, como agrotóxicos, combustíveis, substancias químicas, resíduos do lixo ou outros. Um trabalho que é de extrema importância, já que a água é inerente a sobrevivência humana.
Entre os muitos e variados tipos de poluentes encontrados em áreas contaminadas, há uma predominância do nitrato, proveniente do esgoto não tratado e de derivados do petróleo, como BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), sendo os postos de combustíveis os principais agentes causadores da contaminação. Além destes, existem muitos outros contaminantes de origem industrial que podem provocar contaminações de dimensões muitas vezes superiores, com riscos associados bem elevados e com custos de tratamento significativamente elevados.
Para encontrar soluções para estes casos, os hidrogeólogos contam com uma ajuda fundamental em seu dia a dia, que é a tecnologia. Uma grande aliada destes profissionais em seu trabalho, já que com ela é possível, investigar, monitorar e remediar áreas degradadas. Os equipamentos disponíveis passam por melhoras significativas em seus sensores, softwares e outros, a cada dia que passa.
Atualmente existem equipamentos modernos, capazes de otimizar os trabalhos de avaliação e remediação de áreas contaminadas. Estes equipamentos possibilitam maior eficácia, com redução de tempo e custos.
Entre algumas das opções disponíveis para este mercado estão equipamentos de investigação de áreas contaminadas, projetados para trabalhos mais simples e práticos; equipamentos e produtos para remediação e biorremediação de água e solos; poços multiníveis e equipamentos especializados para a determinação das plumas de contaminação com relação ao fluxo, volume e direção do material contaminante; medidores de nível e interface, para medição da altura e volume da água e do contaminante; sistemas de monitoramento local ou telemétrico para nível d'água, vazão, amostragem e qualidade da água, entre outros.
Essas tecnologias visam facilitar a identificação dos pontos críticos de contaminação e o trabalho de remediação. Toda a instrumentação citada já se encontra disponível no Brasil para locação, venda e suporte.
* Mauro Banderali é especialista em instrumentação ambiental da Ag Solve - www.agsolve.com.br
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DO SITE DA ABAS-NACIONAL
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Votação para concurso de foto e vídeo é prorrogada para 21 de julho
Votação para concurso de foto e vídeo é prorrogada para 21 de julho
16/7/2010
A Agência Nacional de Águas (ANA), o WWF-Brasil e o HSBC Climate Partnership informam que houve problemas técnicos no sistema de votação na etapa da votação via internet do Concurso de Foto e Vídeo Olhares sobre a Água e o Clima. Os problemas foram corrigidos e os votos irregulares foram removidos. Em função desses problemas, o prazo para as votações foi prorrogado até 21 de julho de 2010.
Foram considerados votos irregulares:
- votos repetidos em um mesmo trabalho, feitos a partir de um mesmo endereço de e-mail;
- votos feitos a partir de endereços inválidos (sem @, sem domínio, etc.);
- votos computados antes do início oficial da votação (18/06).
Certos de contar com a compreensão de todos, colocamo-nos à disposição para mais esclarecimentos.
Atenciosamente,
Equipe do Concurso Olhares sobre a Água e o Clima
Ascom/ANA
16/7/2010
A Agência Nacional de Águas (ANA), o WWF-Brasil e o HSBC Climate Partnership informam que houve problemas técnicos no sistema de votação na etapa da votação via internet do Concurso de Foto e Vídeo Olhares sobre a Água e o Clima. Os problemas foram corrigidos e os votos irregulares foram removidos. Em função desses problemas, o prazo para as votações foi prorrogado até 21 de julho de 2010.
Foram considerados votos irregulares:
- votos repetidos em um mesmo trabalho, feitos a partir de um mesmo endereço de e-mail;
- votos feitos a partir de endereços inválidos (sem @, sem domínio, etc.);
- votos computados antes do início oficial da votação (18/06).
Certos de contar com a compreensão de todos, colocamo-nos à disposição para mais esclarecimentos.
Atenciosamente,
Equipe do Concurso Olhares sobre a Água e o Clima
Ascom/ANA
A ABAS lançará o Guia de Compras
A ABAS lançará o Guia de Compras 2010/2011 durante a Solenidade de Abertura do XVI Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços e a FENÁGUA – Feira Nacional da Água, no dia 31 de agosto de 2010 em São Luís - MA.
A edição anterior reuniu 270 empresas. Temos a certeza que aumentaremos ainda mais esse número. Faça já o seu cadastramento, participe. É nosso papel mostrar quanto o mercado de águas subterrâneas é consolidado e forte no Brasil. .
Características Grátis Intermediário Master
Preço R$ 0,00 R$ 175,00 R$ 350,00
Tempo de Anúncio 1 Ano 1 Ano 1 Ano
Empresa (Razão Social) Sim Sim Sim
Empresa (Nome a ser Divulgado) Sim Sim Sim
Nome da pessoa de contato Não Não Sim
Endereço Não Sim Sim
CEP Não Sim Sim
Cidade Sim Sim Sim
UF Sim Sim Sim
País Sim Sim Sim
Email Não Não Sim
Website Não Sim Sim
Telefone Sim Sim Sim
Logo Não Não Sim
Negrito Não Sim Sim
SETOR PERFURAÇÃO DE POÇOS
Produtos: Fabricação Venda Grátis Intermediário Master
Bombas Submersas e Painéis Elétricos
Cabos Elétricos
Brocas
Compressores
Filtros
Fluidos de perfuração
Hidrometros e Macromedidores
Produtos Químicos
Martelos e Bits
Máquinas e equipamentos de perfuração
Pré-Filtro
Produto para reabilitação de poços
Tubos de revestimento
Tubos e Conexões para condução água (Edutores)
Equipamentos para Medições e Monitoramentos
Serviços: Grátis Intermediário Master
Conserto de bombas
Laboratórios de análise de água
Perfilagem Óptica e Elétrica
Empresas Perfuradoras de Poços
Licenças Ambientais - Perfuração e Outorga
Operação e Manutenção de Poços
Substitução de Bombas, Manutenção e Limpeza de Poços
Modelagem Matemática
Automação em filtro central
Montagem de painel para bomba e poço artesiano
Máquinas e Equipamentos para Perfuração de Poços Artesianos - (Locação)
SETOR DIAGNÓSTICO DE CONTAMINAÇÃO E REMEDIAÇÃO DE SOLOS E ÁGUAS
Produtos: Fabricação Venda Grátis Intermediário Master
Amostradores de água
Amostradores de solos
Bentonita
Bombas
Câmaras de calçada
Perfuratrizes
Pré-Filtro
Tampões
Equipamentos de remediação
Gerador de hipoclorito/cloro
Serviços: Grátis Intermediário Master
Perfuração de poços de monitoramento
Amostragem de solo e água subterrânea
Laboratórios de análise de água
Tratamento de solos (co-processamento, disposição em aterro, incineração, lavagem de solo)
Equipamentos de remediação (locação)
Tratamento de água
Pesquisas geofísicas
Investigação do Solo
Análise de Risco
Remediação de Áreas Contaminadas
"Softwares" ou "Soluções tecnológicas"
SETOR CONSULTORIA
Serviços: Grátis Intermediário Master
Estudos Hidrogeológicos e Projetos de Poços
Consultoria e Fiscalização na Construção de Poços
Direito das Águas
Razão Social:
Nome Fantasia:
Nome do Contato
(nome que será divulgado no guia):
CNPJ:
Endereço Completo:
CEP:
Estado: Selecione Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goias Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondonia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins
Cidade: Selecione
E-mail:
Site:
Telefone:
Logo:
A edição anterior reuniu 270 empresas. Temos a certeza que aumentaremos ainda mais esse número. Faça já o seu cadastramento, participe. É nosso papel mostrar quanto o mercado de águas subterrâneas é consolidado e forte no Brasil. .
Características Grátis Intermediário Master
Preço R$ 0,00 R$ 175,00 R$ 350,00
Tempo de Anúncio 1 Ano 1 Ano 1 Ano
Empresa (Razão Social) Sim Sim Sim
Empresa (Nome a ser Divulgado) Sim Sim Sim
Nome da pessoa de contato Não Não Sim
Endereço Não Sim Sim
CEP Não Sim Sim
Cidade Sim Sim Sim
UF Sim Sim Sim
País Sim Sim Sim
Email Não Não Sim
Website Não Sim Sim
Telefone Sim Sim Sim
Logo Não Não Sim
Negrito Não Sim Sim
SETOR PERFURAÇÃO DE POÇOS
Produtos: Fabricação Venda Grátis Intermediário Master
Bombas Submersas e Painéis Elétricos
Cabos Elétricos
Brocas
Compressores
Filtros
Fluidos de perfuração
Hidrometros e Macromedidores
Produtos Químicos
Martelos e Bits
Máquinas e equipamentos de perfuração
Pré-Filtro
Produto para reabilitação de poços
Tubos de revestimento
Tubos e Conexões para condução água (Edutores)
Equipamentos para Medições e Monitoramentos
Serviços: Grátis Intermediário Master
Conserto de bombas
Laboratórios de análise de água
Perfilagem Óptica e Elétrica
Empresas Perfuradoras de Poços
Licenças Ambientais - Perfuração e Outorga
Operação e Manutenção de Poços
Substitução de Bombas, Manutenção e Limpeza de Poços
Modelagem Matemática
Automação em filtro central
Montagem de painel para bomba e poço artesiano
Máquinas e Equipamentos para Perfuração de Poços Artesianos - (Locação)
SETOR DIAGNÓSTICO DE CONTAMINAÇÃO E REMEDIAÇÃO DE SOLOS E ÁGUAS
Produtos: Fabricação Venda Grátis Intermediário Master
Amostradores de água
Amostradores de solos
Bentonita
Bombas
Câmaras de calçada
Perfuratrizes
Pré-Filtro
Tampões
Equipamentos de remediação
Gerador de hipoclorito/cloro
Serviços: Grátis Intermediário Master
Perfuração de poços de monitoramento
Amostragem de solo e água subterrânea
Laboratórios de análise de água
Tratamento de solos (co-processamento, disposição em aterro, incineração, lavagem de solo)
Equipamentos de remediação (locação)
Tratamento de água
Pesquisas geofísicas
Investigação do Solo
Análise de Risco
Remediação de Áreas Contaminadas
"Softwares" ou "Soluções tecnológicas"
SETOR CONSULTORIA
Serviços: Grátis Intermediário Master
Estudos Hidrogeológicos e Projetos de Poços
Consultoria e Fiscalização na Construção de Poços
Direito das Águas
Razão Social:
Nome Fantasia:
Nome do Contato
(nome que será divulgado no guia):
CNPJ:
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Estado: Selecione Acre Alagoas Amazonas Amapá Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goias Maranhão Minas Gerais Mato Grosso do Sul Mato Grosso Pará Paraíba Pernambuco Piauí Paraná Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rondonia Roraima Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe São Paulo Tocantins
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ABAS - GUIA DE COMPRAS 2010/2011
Informativo do Núcleo ABAS-CE
A Diretoria Executiva,Conselho Deliberativo do Núcleo ABAS-CE,ESTA ENTUSIASMADA com a idéia do lançamento do ABAS-CE INFORMA.Convidamos para este importante empreendimento.Participe envie sua sugestão,sua colaboração vale mais que ouro,vale água.
E-MAIL-pesquisagua@yahoo.com.br ou asso.sohidra@yahoo.com.br .
E-MAIL-pesquisagua@yahoo.com.br ou asso.sohidra@yahoo.com.br .
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NÚCLEO ABAS-CE.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Desafios da química ambiental
Entrevistas
Desafios da química ambiental
30/6/2010
Por Fabio Reynol
Agência FAPESP – “É preciso conhecer os limites do planeta e definir melhor o que se entende por sustentabilidade”, disse Arnaldo Alves Cardoso, professor do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que coordena o projeto de pesquisa Effects of emissions on current and future rainfall patterns in Southeast Brazil, apoiado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Segundo Cardoso, o desenvolvimento econômico dos países traz com ele o aumento no consumo de produtos e serviços, o que causa uma contradição: quanto mais rica uma nação se torna, maior será o impacto que ela provocará sobre o planeta.
Como exemplo, citou dados da Energy Information Administration (EIA) dos Estados Unidos, segundo os quais o país consumiu 71,4 exajoules de energia em 2006, enquanto o Brasil consumiu 8 exajoules e Moçambique, 0,207 exajoule, no mesmo período.
“Ou seja, Moçambique leva 345 anos para consumir a quantidade de energia que os Estados Unidos gastam em apenas um ano”, comparou Cardoso, para quem os desejos de consumo também provocam uma contradição.
“Queremos ter um belo carro, morar em um grande apartamento voltado para uma floresta e, de preferência, perto de uma praia ou cachoeira. E não nos damos conta de que o avanço dos padrões de consumo está exaurindo o planeta”, disse Cardoso.
O pesquisador destacou o artigo A safe operating space for humanity, escrito pelo grupo de Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo, Suécia, publicado na edição de setembro de 2009 da revista Nature.
O artigo listou nove limites críticos para a sustentabilidade do planeta: mudanças climáticas; perda da biodiversidade; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; acidificação dos oceanos; e perda do ozônio estratosférico.
Três áreas já teriam ultrapassado o limite da sustentabilidade: mudanças climáticas, perda da biodiversidade e o ciclo do nitrogênio. A expansão da agricultura seria, na opinião do professor da Unesp, um dos fatores que mais afetam o planeta. “A agricultura é uma atividade que influencia todos os nove limites divulgados no artigo de Rockström e colegas”, disse Cardoso à Agência FAPESP.
Utilizado nas lavouras como fertilizante, o nitrogênio é importado por vários países agrícolas, incluindo o Brasil, e apenas parte desse elemento é incorporado ao produto. A maior quantidade fica no ambiente em que é aplicado.
“As plantas absorvem, no máximo, 30% do nitrogênio aplicado no solo e todo o excedente fica no país que utiliza o fertilizante”, disse o professor, que também coordena o projeto Deposição atmosférica de espécies químicas nitrogenadas em corpos de água superficial, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
Além de ser um importante contaminante e formador do óxido nitroso, um dos mais poderosos gases de efeito estufa, o nitrogênio também tem sido extraído da natureza de maneira desequilibrada, segundo Cardoso.
Em 1990, quando a produção mundial de nitrogênio atingiu 80 milhões de toneladas, o homem igualou a capacidade natural do planeta de utilizar esse elemento. Desde então, com índices crescentes de 156 milhões de toneladas em 1995 e 187 milhões em 2005, mais nitrogênio tem sido retirado da natureza, o que pode levar à escassez do elemento fundamental para a produção de alimentos e de bioenergia.
“O nitrogênio tem um papel fundamental na agricultura. Sem ele, cerca de 3 bilhões de pessoas, metade da população mundial, não estariam aqui hoje”, disse Cardoso, explicando que o elemento foi crucial na chamada revolução verde, proporcionando, por exemplo, um salto na produção de trigo na Índia de 12 milhões de toneladas, em 1965, para 73,5 milhões de toneladas em 1999.
Esse é um problema a ser enfrentado também na produção de biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol da cana-de-açúcar, de acordo com o cientista.
Esgoto terciário Cardoso destacou outro fator de forte impacto ambiental, especialmente no Brasil: a falta de tratamento de esgoto. Segundo o Sistema Nacional de Informação Sanitária (SNIS), em 2004 apenas 32,5% do esgoto produzido no Brasil recebia algum tipo de tratamento.
Além disso, a parte do esgoto que é tratada não retira as moléculas mais complexas. “Aquilo que chamamos de água limpa que sai dos tratamentos contém fármacos, hormônios, nitratos, sulfatos e fosfatos – e esses últimos vão para os rios gerando a proliferação de algas”, disse.
“Não sou contra o tratamento atual de esgoto, que é um serviço muito importante, mas é preciso dizer que ele precisa ser aperfeiçoado”, afirmou o professor, ressaltando que é crucial investir em tecnologia para que a química consiga atingir também o chamado nível terciário de tratamento de esgoto, que ataca essas substâncias.
Em relação ao consumo de energia, Cardoso coloca um vilão ambiental muito encontrado nas grandes cidades: a combustão. “Toda combustão é um processo de quebra e reorganização e produz sempre óxido de nitrogênio, composto envolvido na formação do ozônio”, explicou.
Importante elemento da alta atmosfera, por servir de filtro aos raios solares ultravioleta, na baixa atmosfera o ozônio pode ser nocivo. Cardoso citou uma medição feita em Araraquara, que apontou o aumento da presença desse gás na cidade.
O grupo de pesquisa da Unesp encontrou quase 70 partes por bilhão (ppb) na cidade paulista, enquanto o índice máximo recomendado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos é de 75 ppb.
Com a combustão provocada principalmente por indústrias e veículos, o ozônio tem subido a taxas de 1% a 2% ao ano em áreas remotas. “Precisamos conhecer as consequências disso, mas ninguém está falando desse problema”, disse.
Outro subproduto da combustão é o nitrogênio. Sua deposição a partir da atmosfera tem provocado a eutrofização dos oceanos, que é a proliferação de algas, e o aumento da acidez dos mares devido à formação de ácido nítrico.
Para Cardoso, contornar esses obstáculos requer uma participação dos químicos e de mais divulgação sobre essa matéria para a população. “Plantar uma árvore que exala aromas em um grande centro, por exemplo, pode piorar a qualidade do ar, pois ao exalar compostos orgânicos voláteis ela vai contribuir para formar mais ozônio”, disse.
Desenvolver tecnologias para o tratamento de esgoto terciário, criar fertilizantes inteligentes que sejam liberados conforme a capacidade de absorção das plantas, pesquisas de alternativas energéticas que dispensem a combustão, buscar alternativas para reduzir as emissões de orgânicos voláteis são algumas pautas sugeridas por Cardoso para os profissionais da química.
O professor ainda defende uma revisão do ensino de química em todos os níveis de formação. “É preciso que esses problemas também sejam colocados em sala de aula, para que os alunos sintam que a química está muito mais relacionada com o nosso cotidiano do que se imagina”, disse.
Desafios da química ambiental
30/6/2010
Por Fabio Reynol
Agência FAPESP – “É preciso conhecer os limites do planeta e definir melhor o que se entende por sustentabilidade”, disse Arnaldo Alves Cardoso, professor do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que coordena o projeto de pesquisa Effects of emissions on current and future rainfall patterns in Southeast Brazil, apoiado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Segundo Cardoso, o desenvolvimento econômico dos países traz com ele o aumento no consumo de produtos e serviços, o que causa uma contradição: quanto mais rica uma nação se torna, maior será o impacto que ela provocará sobre o planeta.
Como exemplo, citou dados da Energy Information Administration (EIA) dos Estados Unidos, segundo os quais o país consumiu 71,4 exajoules de energia em 2006, enquanto o Brasil consumiu 8 exajoules e Moçambique, 0,207 exajoule, no mesmo período.
“Ou seja, Moçambique leva 345 anos para consumir a quantidade de energia que os Estados Unidos gastam em apenas um ano”, comparou Cardoso, para quem os desejos de consumo também provocam uma contradição.
“Queremos ter um belo carro, morar em um grande apartamento voltado para uma floresta e, de preferência, perto de uma praia ou cachoeira. E não nos damos conta de que o avanço dos padrões de consumo está exaurindo o planeta”, disse Cardoso.
O pesquisador destacou o artigo A safe operating space for humanity, escrito pelo grupo de Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo, Suécia, publicado na edição de setembro de 2009 da revista Nature.
O artigo listou nove limites críticos para a sustentabilidade do planeta: mudanças climáticas; perda da biodiversidade; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; acidificação dos oceanos; e perda do ozônio estratosférico.
Três áreas já teriam ultrapassado o limite da sustentabilidade: mudanças climáticas, perda da biodiversidade e o ciclo do nitrogênio. A expansão da agricultura seria, na opinião do professor da Unesp, um dos fatores que mais afetam o planeta. “A agricultura é uma atividade que influencia todos os nove limites divulgados no artigo de Rockström e colegas”, disse Cardoso à Agência FAPESP.
Utilizado nas lavouras como fertilizante, o nitrogênio é importado por vários países agrícolas, incluindo o Brasil, e apenas parte desse elemento é incorporado ao produto. A maior quantidade fica no ambiente em que é aplicado.
“As plantas absorvem, no máximo, 30% do nitrogênio aplicado no solo e todo o excedente fica no país que utiliza o fertilizante”, disse o professor, que também coordena o projeto Deposição atmosférica de espécies químicas nitrogenadas em corpos de água superficial, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
Além de ser um importante contaminante e formador do óxido nitroso, um dos mais poderosos gases de efeito estufa, o nitrogênio também tem sido extraído da natureza de maneira desequilibrada, segundo Cardoso.
Em 1990, quando a produção mundial de nitrogênio atingiu 80 milhões de toneladas, o homem igualou a capacidade natural do planeta de utilizar esse elemento. Desde então, com índices crescentes de 156 milhões de toneladas em 1995 e 187 milhões em 2005, mais nitrogênio tem sido retirado da natureza, o que pode levar à escassez do elemento fundamental para a produção de alimentos e de bioenergia.
“O nitrogênio tem um papel fundamental na agricultura. Sem ele, cerca de 3 bilhões de pessoas, metade da população mundial, não estariam aqui hoje”, disse Cardoso, explicando que o elemento foi crucial na chamada revolução verde, proporcionando, por exemplo, um salto na produção de trigo na Índia de 12 milhões de toneladas, em 1965, para 73,5 milhões de toneladas em 1999.
Esse é um problema a ser enfrentado também na produção de biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol da cana-de-açúcar, de acordo com o cientista.
Esgoto terciário Cardoso destacou outro fator de forte impacto ambiental, especialmente no Brasil: a falta de tratamento de esgoto. Segundo o Sistema Nacional de Informação Sanitária (SNIS), em 2004 apenas 32,5% do esgoto produzido no Brasil recebia algum tipo de tratamento.
Além disso, a parte do esgoto que é tratada não retira as moléculas mais complexas. “Aquilo que chamamos de água limpa que sai dos tratamentos contém fármacos, hormônios, nitratos, sulfatos e fosfatos – e esses últimos vão para os rios gerando a proliferação de algas”, disse.
“Não sou contra o tratamento atual de esgoto, que é um serviço muito importante, mas é preciso dizer que ele precisa ser aperfeiçoado”, afirmou o professor, ressaltando que é crucial investir em tecnologia para que a química consiga atingir também o chamado nível terciário de tratamento de esgoto, que ataca essas substâncias.
Em relação ao consumo de energia, Cardoso coloca um vilão ambiental muito encontrado nas grandes cidades: a combustão. “Toda combustão é um processo de quebra e reorganização e produz sempre óxido de nitrogênio, composto envolvido na formação do ozônio”, explicou.
Importante elemento da alta atmosfera, por servir de filtro aos raios solares ultravioleta, na baixa atmosfera o ozônio pode ser nocivo. Cardoso citou uma medição feita em Araraquara, que apontou o aumento da presença desse gás na cidade.
O grupo de pesquisa da Unesp encontrou quase 70 partes por bilhão (ppb) na cidade paulista, enquanto o índice máximo recomendado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos é de 75 ppb.
Com a combustão provocada principalmente por indústrias e veículos, o ozônio tem subido a taxas de 1% a 2% ao ano em áreas remotas. “Precisamos conhecer as consequências disso, mas ninguém está falando desse problema”, disse.
Outro subproduto da combustão é o nitrogênio. Sua deposição a partir da atmosfera tem provocado a eutrofização dos oceanos, que é a proliferação de algas, e o aumento da acidez dos mares devido à formação de ácido nítrico.
Para Cardoso, contornar esses obstáculos requer uma participação dos químicos e de mais divulgação sobre essa matéria para a população. “Plantar uma árvore que exala aromas em um grande centro, por exemplo, pode piorar a qualidade do ar, pois ao exalar compostos orgânicos voláteis ela vai contribuir para formar mais ozônio”, disse.
Desenvolver tecnologias para o tratamento de esgoto terciário, criar fertilizantes inteligentes que sejam liberados conforme a capacidade de absorção das plantas, pesquisas de alternativas energéticas que dispensem a combustão, buscar alternativas para reduzir as emissões de orgânicos voláteis são algumas pautas sugeridas por Cardoso para os profissionais da química.
O professor ainda defende uma revisão do ensino de química em todos os níveis de formação. “É preciso que esses problemas também sejam colocados em sala de aula, para que os alunos sintam que a química está muito mais relacionada com o nosso cotidiano do que se imagina”, disse.
Maracujá com tamanho de melões
Notícias
Maracujá com tamanho de melões
16/7/2010
Agência FAPESP – No município de Sítio d’Abadia, interior de Goiás, o agricultor Lúcio da Silva tem colhido maracujás que chegam a pesar 650 gramas e têm dimensões próximas às de melões. A superfruta é o produto de uma pesquisa da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Planaltina (DF).
Desde 2008, a unidade disponibiliza três tipos de maracujás híbridos que, aliados a boas práticas de manejo da cultura, têm obtido bons resultados em vários Estados brasileiros.
Segundo a Embrapa, a produção de Silva também apresenta alto rendimento de polpa e boas condições fitossanitárias, o que valoriza esse maracujá no mercado. O produtor agora pretende aumentar a área plantada com os híbridos.
Para obter frutos com essa qualidade, além das sementes híbridas, é necessário o manejo adequado, o que inclui a correção do solo, irrigação, controle fitossanitário, podas, adubações entre outras práticas.
As sementes podem ser solicitadas na Embrapa Transferência de Tecnologia, pelo telefone (19) 3749-8888 ou e-mail sac@campinas.snt.embrapa.br.
Mais informações: www.campinas.snt.embrapa.br
VOCÊ PAGOU COM TRAIÇÃO A QUEM LHE DEU A MÃO...!
4,84% É INACEITÁVEL!
VOCÊ PAGOU COM TRAIÇÃO A QUEM LHE DEU A MÃO...!
Os servidores públicos estaduais estão estarrecidos com a afirmação do Governo na última audiência com o Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais - FUASPEC. O Governador afirmou que “dinheiro e vontade ele tinha para conceder o reajuste, mas a Lei Eleitoral o impedia”.
A pauta de reivindicações dos servidores públicos do Estado do Ceará vem sendo discutida com o Governo desde a criação da MENP (Mesa de Negociação Permanente) em 2007. Diante dessa ação desrespeitosa, vimos esclarecer que:
1 – A pauta da Campanha Salarial de 2010 foi entregue em abril deste ano e muitos pontos já foram discutidos e encaminhados desde 2007, mesmo assim, não foram atendidos pelo Governador;
2 - O reajuste de 4,84% é um desaforo;
3 – As mesas setoriais de negociação são desrespeitadas;
4 – Durante todo o seu mandato, ano após ano, o Governador se ocupou apenas em conceder o valor da inflação como reajuste, portanto, sem aumento real;
5 – O Governador trata o servidor público estadual com repressão e tenta calar o direito de livre expressão das entidades sindicais;
6 – As perdas dos servidores públicos estaduais já somam 61,10%, o que evidencia, por parte do Governo, a desvalorização do servidor público e do serviço público;
7 – Com essa ação, o Governador causou insatisfação aos 144 mil servidores públicos estaduais e suas famílias, bem como, à sociedade cearense, que utiliza o serviço público;
8 – O Governador não negocia, apenas comunica as suas posições;
9 – O Governador prioriza as terceirizações, não dando lugar aos concursados;
10 – O Governo intercepta na justiça o direito dos servidores públicos estaduais (ex: piso salarial, PCCS);
A autonomia e liberdade sindical vêm sendo desrespeitadas, inclusive o direito constitucional de greve. Ao invés do Governo negociar, ele recorre com liminar para julgá-los ilegais.
Diante desses fatos, os servidores públicos estaduais estão motivados a continuar as suas mobilizações e repudiar falsas “promessas”.
Governador, respeite o servidor!
Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais – FUASPEC, representando 144 mil servidores.
ACSM/PM – ASSEEC – ASSEMA – ASNUT – APEOC – ASSEINFRA – ASPRAMECE – ASSEDRU – ACECRIM – ASSO – ASSIDACE – ASSOFI – ASSTDS – ASRH – CUT – MOVA-SE – SASEC – SINDUECE – SINDER – SINDETRAN – SINDSAÚDE – SINTAF – SINPOCI – SINDASP – SINPLAG – SINDIUTE – ASENMESC – ASCECE – ASFUN – SINTBEM
VOCÊ PAGOU COM TRAIÇÃO A QUEM LHE DEU A MÃO...!
Os servidores públicos estaduais estão estarrecidos com a afirmação do Governo na última audiência com o Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais - FUASPEC. O Governador afirmou que “dinheiro e vontade ele tinha para conceder o reajuste, mas a Lei Eleitoral o impedia”.
A pauta de reivindicações dos servidores públicos do Estado do Ceará vem sendo discutida com o Governo desde a criação da MENP (Mesa de Negociação Permanente) em 2007. Diante dessa ação desrespeitosa, vimos esclarecer que:
1 – A pauta da Campanha Salarial de 2010 foi entregue em abril deste ano e muitos pontos já foram discutidos e encaminhados desde 2007, mesmo assim, não foram atendidos pelo Governador;
2 - O reajuste de 4,84% é um desaforo;
3 – As mesas setoriais de negociação são desrespeitadas;
4 – Durante todo o seu mandato, ano após ano, o Governador se ocupou apenas em conceder o valor da inflação como reajuste, portanto, sem aumento real;
5 – O Governador trata o servidor público estadual com repressão e tenta calar o direito de livre expressão das entidades sindicais;
6 – As perdas dos servidores públicos estaduais já somam 61,10%, o que evidencia, por parte do Governo, a desvalorização do servidor público e do serviço público;
7 – Com essa ação, o Governador causou insatisfação aos 144 mil servidores públicos estaduais e suas famílias, bem como, à sociedade cearense, que utiliza o serviço público;
8 – O Governador não negocia, apenas comunica as suas posições;
9 – O Governador prioriza as terceirizações, não dando lugar aos concursados;
10 – O Governo intercepta na justiça o direito dos servidores públicos estaduais (ex: piso salarial, PCCS);
A autonomia e liberdade sindical vêm sendo desrespeitadas, inclusive o direito constitucional de greve. Ao invés do Governo negociar, ele recorre com liminar para julgá-los ilegais.
Diante desses fatos, os servidores públicos estaduais estão motivados a continuar as suas mobilizações e repudiar falsas “promessas”.
Governador, respeite o servidor!
Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais – FUASPEC, representando 144 mil servidores.
ACSM/PM – ASSEEC – ASSEMA – ASNUT – APEOC – ASSEINFRA – ASPRAMECE – ASSEDRU – ACECRIM – ASSO – ASSIDACE – ASSOFI – ASSTDS – ASRH – CUT – MOVA-SE – SASEC – SINDUECE – SINDER – SINDETRAN – SINDSAÚDE – SINTAF – SINPOCI – SINDASP – SINPLAG – SINDIUTE – ASENMESC – ASCECE – ASFUN – SINTBEM
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MOVA-SE E FUASPEC E OUTROS
domingo, 11 de julho de 2010
Sete estados atingem ODM contra a pobreza
Reportagens
São Paulo, 12/07/2010
Sete estados atingem ODM contra a pobreza
Ciclo de seminários regionais de acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio debate dados regionais de metas da ONU
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A 5 anos dos ODM, Brasil atinge duas metas
DANIELLE BRANT
da PrimaPagina
Das 27 unidades federativas brasileiras, sete conseguiram reduzir pelo menos à metade, entre 1991 e 2008, a proporção da população com renda familiar inferior a R$ 255 (meio salário mínimo), meta estabelecida pelo primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujos cumprimentos são previstos até 2015, revela o coordenador do Orbis (Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade), Alby Rocha, que participou do 3º ciclo de Seminários Estaduais de Acompanhamento dos ODM, entre 23 de abril e 10 de junho.
Dos sete estados, seis ficam no eixo Sul-Sudeste: Santa Catarina lidera os avanços, com 67%, seguido de Paraná (60%), Rio Grande do Sul (54%), Minas Gerais (53%), Espírito Santo (51%) e Rio de Janeiro (50%). Goiás é o único de outra região a alcançar o objetivo 1, com progresso de 53%.
"Já São Paulo não avançou tão rapidamente", explica Rocha. A maior metrópole do país teve resultados bem inferiores: reduziu a pobreza em 30%. O estado possui 5,7 milhões de pobres, sendo que 1,63 milhão de pessoas possuem renda familiar mensal menor que R$ 127,5.
Se Santa Catarina foi o estado que apresentou melhor resultado, Roraima seguiu a direção inversa, com queda de apenas 4% no indicador de pobreza no período analisado. Em compensação, é o que apresenta o menor número de pobres no Brasil: 160 mil. Na região Norte, o Tocantins ficou perto de alcançar a meta, com avanço de 46% no objetivo 1.
Com exceção do Distrito Federal (25%), as outras três unidades federativas do Centro-Oeste fizeram progresso considerável. Goiás ultrapassou a meta, enquanto Mato Grosso (49%) e Mato Grosso do Sul (48%) quase chegaram lá. Por outro lado, o DF é quem possui menos pessoas sob a linha de pobreza na região, com 465 mil.
Já o Nordeste continua apresentando os menores avanços do país. O estado que mais se aproximou da meta 1 foi o Rio Grande do Norte (39%), enquanto o que ficou menos perto foi Alagoas. Em todas as unidades federativas nordestinas, cerca de metade da população se encontra abaixo da linha de pobreza, indicam os dados das sínteses estaduais da região, quando confrontados com estimativas populacionais do IBGE de 2007.
Ciclo de seminários estaduais
O 3º ciclo de seminários estaduais terminou no dia 10 de junho com quatro reuniões estaduais – em Curitiba, Natal, Vitória e Rio Branco. Cada unidade federativa abrigou uma edição do evento, durante as quais foram apresentados os dados contidos na respectiva síntese estadual.
Ao todo, sete mil pessoas participaram dos seminários. Para Maria Aparecida Zago Udenal, que faz a articulação do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade na Paraíba, o ciclo foi muito positivo. "Foi interessante para as pessoas poderem conhecer como estão os seus estados. O círculo de diálogos ajuda a engajar a sociedade no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", afirma.
Os seminários também discutiram como trabalhar os ODM na gestão municipal e como a indústria e o setor privado podem atuar mediante seus projetos de responsabilidade social. Ao fim do terceiro ciclo, ficou definido que Curitiba abrigará um projeto-piloto de workshop, em 17 de agosto, que terá apoio do PNUD e buscará mostrar às indústrias paranaenses como elas podem ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Já a coordenadora da unidade de planejamento do PNUD, Maria Celina Arraes, afirma que os seminários ajudam a enfrentar o desafio da municipalização dos ODMs, levando em consideração as diferenças locais para o cumprimento das metas.
Por sua vez, o assessor da Secretaria Geral da Presidência Davi Schmidt acredita que os núcleos estaduais de auxílio aos ODM, representados por movimentos como o Nós Podemos, saem fortalecidos com a iniciativa. Ele também elogiou a quantidade de informação disponível para planejar ações que ajudem a atingir os objetivos fixados pela ONU até 2015.
E o vento levou...
COPA DO MUNDO
E o vento levou...
Por Ivo Lucchesi em 13/7/2010
Este é o terceiro e último artigo sobre o tema que arrebata a atenção de quase dois bilhões de espectadores pelos mais diversos lugares do mundo. Agora, lembrando o título de uma das canções assinadas pela parceria Roberto e Erasmo Carlos, "o show já terminou". O título, que também é o verso inicial da canção, emenda com outro: "vamos voltar à realidade".
A Fifa ofereceu ao mundo o total de 64 jogos. Muitos haverão acompanhado, na íntegra, todos (ou quase todos) e, preferencialmente, com telões 3D. Não sei bem o que, de raro, terão visto. Fato é que alentadas horas de suas vidas terão sido entregues a algo que, tirante a excepcionalidade do acontecimento (de quatro em quatro anos), nada de diferente a recém-encerrada Copa do Mundo exibiu. Perdão: omiti a "bola mágica". Perdão: outra omissão – a final entre duas seleções que, até então, jamais haviam conquistado um título. Sim, e mais: uma delas (Espanha) jamais chegara a uma final. Sim... e então? É isso. Agora, o vento já levou toda e qualquer presença residual.
O presente artigo não tem a intenção de relembrar, à luz dos fatos, as teses expostas ao longo dos dois textos anteriores (ver "A paranóia fake continua" e "A face real da paranóia"). Elas estão confirmadas.
O que importa agora destacar, efetivamente, diz respeito à questão do crescente apego a tudo que a vida oferece como fugaz e, imediatamente, substituível. É nesse ponto que, sobretudo, a mídia atua e investe. Os sistemas de produção comunicacional, em tempos de hipermodernidade, não mais se preocupam com codificações de caráter subliminar. Isto é recurso ultrapassado. Na hipermodernidade, o modo de codificação de uma mensagem foi substituído pelo processo tensional de conexão/desconexão, ou seja, elimina-se, rapidamente, a emoção negativa pela promessa de outra emoção compensatória. Assim, o possível "ego traumatizado" pode ser deslocado para outra experiência a realimentar o "ego sintonizado".
Alemanha, a grande vencedora
Na era das desconexões, o que conta, sob a regência do sistema midiático, é a preservação de uma emoção integrada. Para tanto, tem de se apagar qualquer resíduo de experiência emocional negativa e, em tempo hábil, reinserir, por deslocamento, nova carga de "emoção esperançosa". Esta foi a fórmula adotada pelos principais meios de comunicação do país com o propósito de neutralizarem mínimos sentimentos de frustração quanto ao medíocre desempenho da seleção brasileira. Para tanto, o grande mote foi a próxima Copa realizar-se no Brasil.
Matérias impressas e audiovisuais se fartaram em conclamar o envolvimento do público, no sentido de acreditarmos que, em 2014, superaremos o trauma da Copa de 50. Ficou visível, ao menos no Rio de Janeiro, a permanências de decorações até o término da Copa. Poucos retiraram, após a eliminação contra a Holanda, os enfeites com os quais prédios, varandas e carros foram alvo de ornamentação. A mídia, timidamente, promoveu análises sobre a pífia presença da seleção no Mundial.
De resto, como havia sinalizado, a Europa foi à África e lá ratificou sua hegemonia. Os três primeiros lugares ficaram no "Velho Mundo" (Espanha, Holanda e Alemanha). A grande vencedora da competição, a exemplo do que já prenunciara ainda nas oitavas de final, foi a Adidas. Lembremos um detalhe: quem ostenta a maior riqueza na comunidade europeia é a Alemanha. É bem verdade que a seleção alemã não foi a vencedora. Todavia, a exemplo do que ocorreu na Copa de 2006, outra vez a Alemanha se viu contemplada.
Das quatro seleções semifinalistas, três delas foram patrocinadas por Adidas (Espanha e Alemanha) e Puma (Uruguai), restando à Nike o patrocínio da seleção holandesa. Não bastasse, ainda há o dado das premiações: o "bola de ouro" coube ao atacante uruguaio Forlán (Puma); o quesito "chuteira de ouro": o atacante alemão Müller (Adidas); para melhor goleiro, o espanhol Casillas (Adidas).
Como bem se pode constatar, de uma forma ou de outra, é para a Alemanha que, uma vez mais, convergem as conquistas. Agora, no melhor estilo que investe na estratégia das desconexões, apaga-se rapidamente o evento que o vento já levou e insere-se novo produto: as eleições majoritárias. Quando uma novela termina... outra tem início. O que importa é manter-se audiência... Como intervalo, ou passagem, há a minissérie do "caso Bruno". Na "era das desconexões", cria-se a instância deformada dessa nomeação esquizóide: memória do futuro.
***
Para quem gostou, ótimo!
Ivo Lucchesi
Não pretendo ser chato. Por outro lado, há muitos anos abandonei a condição de "leitor ingênuo". A mudança de percepção acerca da realidade na qual estamos inseridos cobra um preço: o corte com vínculos que possam perpetuar (ou prolongar) o modo "infantil" de relacionarmo-nos com os acontecimentos no mundo. Nada do que antecipei era resultado de "bruxaria". Menos ainda, de "poderes sobrenaturais". Tudo que sinalizei, ainda na reta final das oitavas de final da Copa do Mundo, constava na própria planilha de uma tabela, a exemplo do que tem ocorrido em Copas anteriores. A fórmula se repete, desde 1982. É com base, portanto, em análises, que nada do que foi, nos artigos, afirmado deixou de cumprir-se.
Ao escrever três artigos sobre a Copa (este é o quarto e derradeiro), tinha tão-somente o propósito de instigar novos olhares. Este, acredito, deveria ser o papel a ser desempenhado pelo jornalismo isento, crítico e transformador. Todavia, bem sabemos que, no atual cenário, todos os campos de atuação estão cooptados pela lógica perversa dos interesses financeiros e comerciais. Nada escapa dessa contaminação. Menos ainda, a esfera do entretenimento. A palavra não nega: "ter" + "entre". Quem "tem"? Quem mantém o outro "entre"? Quem tem e quem mantém é o que banca. Futebol (ou o esporte, em geral), há muito tempo, foi vendido como "uma paixão irresistível".
Nada além
Muitos, pelas mais diferentes carências, se apaixonaram e, nessa paixão, permaneceram, a despeito do avanço da idade. Outros, poucos, descobriram diferentes caminhos, elegendo para si "paixões" que, efetivamente, transformassem suas vidas. Sim, joguei futebol, torci por clube... Um dia, o "espelho" me perguntou: "Sua vida sofre alguma alteração por conta de quem foi (ou deixou de ser) campeão?" Obviamente, a resposta tinha de ser "não". Consequentemente, desse dia em diante, passei a ocupar-me com outras questões... Estava no limiar de minha terceira década de vida. Jamais me arrependi de haver promovido novas escolhas.
Alguns poderão indagar se não é desconfortável sentir-se "isolado", em meio a um coro esmagadoramente majoritário. Bem, para esses, questão inversa pode ser formulada: não é desconfortável saber que o que faz e o que sente são exatamente iguais a milhões de seres? Se pretendo sentir-me "indivíduo", tenho, portanto, de encontrar um "lugar" para vivenciar tal condição. Esperar que a mídia (em qualquer país do mundo) proponha enfoques geradores de mutações perceptivas é o mesmo que acreditar que o fim do mundo se dará em 22 de dezembro de 2012... de acordo com profecias... Do dois mil, já passamos... De 2012, também passaremos e para muito mais. O dado mencionado é para alertar "alguns leitores" quanto ao fato de eu não ser movido por "teoria conspiratória".
O que sempre impulsiona minha escrita é a "paixão" de saber da possibilidade de, com o que se escreve e publica-se, ser capaz de germinar, em um leitor que seja, um diferente olhar sobre as "coisas do mundo". Nada além disso.
E o vento levou...
Por Ivo Lucchesi em 13/7/2010
Este é o terceiro e último artigo sobre o tema que arrebata a atenção de quase dois bilhões de espectadores pelos mais diversos lugares do mundo. Agora, lembrando o título de uma das canções assinadas pela parceria Roberto e Erasmo Carlos, "o show já terminou". O título, que também é o verso inicial da canção, emenda com outro: "vamos voltar à realidade".
A Fifa ofereceu ao mundo o total de 64 jogos. Muitos haverão acompanhado, na íntegra, todos (ou quase todos) e, preferencialmente, com telões 3D. Não sei bem o que, de raro, terão visto. Fato é que alentadas horas de suas vidas terão sido entregues a algo que, tirante a excepcionalidade do acontecimento (de quatro em quatro anos), nada de diferente a recém-encerrada Copa do Mundo exibiu. Perdão: omiti a "bola mágica". Perdão: outra omissão – a final entre duas seleções que, até então, jamais haviam conquistado um título. Sim, e mais: uma delas (Espanha) jamais chegara a uma final. Sim... e então? É isso. Agora, o vento já levou toda e qualquer presença residual.
O presente artigo não tem a intenção de relembrar, à luz dos fatos, as teses expostas ao longo dos dois textos anteriores (ver "A paranóia fake continua" e "A face real da paranóia"). Elas estão confirmadas.
O que importa agora destacar, efetivamente, diz respeito à questão do crescente apego a tudo que a vida oferece como fugaz e, imediatamente, substituível. É nesse ponto que, sobretudo, a mídia atua e investe. Os sistemas de produção comunicacional, em tempos de hipermodernidade, não mais se preocupam com codificações de caráter subliminar. Isto é recurso ultrapassado. Na hipermodernidade, o modo de codificação de uma mensagem foi substituído pelo processo tensional de conexão/desconexão, ou seja, elimina-se, rapidamente, a emoção negativa pela promessa de outra emoção compensatória. Assim, o possível "ego traumatizado" pode ser deslocado para outra experiência a realimentar o "ego sintonizado".
Alemanha, a grande vencedora
Na era das desconexões, o que conta, sob a regência do sistema midiático, é a preservação de uma emoção integrada. Para tanto, tem de se apagar qualquer resíduo de experiência emocional negativa e, em tempo hábil, reinserir, por deslocamento, nova carga de "emoção esperançosa". Esta foi a fórmula adotada pelos principais meios de comunicação do país com o propósito de neutralizarem mínimos sentimentos de frustração quanto ao medíocre desempenho da seleção brasileira. Para tanto, o grande mote foi a próxima Copa realizar-se no Brasil.
Matérias impressas e audiovisuais se fartaram em conclamar o envolvimento do público, no sentido de acreditarmos que, em 2014, superaremos o trauma da Copa de 50. Ficou visível, ao menos no Rio de Janeiro, a permanências de decorações até o término da Copa. Poucos retiraram, após a eliminação contra a Holanda, os enfeites com os quais prédios, varandas e carros foram alvo de ornamentação. A mídia, timidamente, promoveu análises sobre a pífia presença da seleção no Mundial.
De resto, como havia sinalizado, a Europa foi à África e lá ratificou sua hegemonia. Os três primeiros lugares ficaram no "Velho Mundo" (Espanha, Holanda e Alemanha). A grande vencedora da competição, a exemplo do que já prenunciara ainda nas oitavas de final, foi a Adidas. Lembremos um detalhe: quem ostenta a maior riqueza na comunidade europeia é a Alemanha. É bem verdade que a seleção alemã não foi a vencedora. Todavia, a exemplo do que ocorreu na Copa de 2006, outra vez a Alemanha se viu contemplada.
Das quatro seleções semifinalistas, três delas foram patrocinadas por Adidas (Espanha e Alemanha) e Puma (Uruguai), restando à Nike o patrocínio da seleção holandesa. Não bastasse, ainda há o dado das premiações: o "bola de ouro" coube ao atacante uruguaio Forlán (Puma); o quesito "chuteira de ouro": o atacante alemão Müller (Adidas); para melhor goleiro, o espanhol Casillas (Adidas).
Como bem se pode constatar, de uma forma ou de outra, é para a Alemanha que, uma vez mais, convergem as conquistas. Agora, no melhor estilo que investe na estratégia das desconexões, apaga-se rapidamente o evento que o vento já levou e insere-se novo produto: as eleições majoritárias. Quando uma novela termina... outra tem início. O que importa é manter-se audiência... Como intervalo, ou passagem, há a minissérie do "caso Bruno". Na "era das desconexões", cria-se a instância deformada dessa nomeação esquizóide: memória do futuro.
***
Para quem gostou, ótimo!
Ivo Lucchesi
Não pretendo ser chato. Por outro lado, há muitos anos abandonei a condição de "leitor ingênuo". A mudança de percepção acerca da realidade na qual estamos inseridos cobra um preço: o corte com vínculos que possam perpetuar (ou prolongar) o modo "infantil" de relacionarmo-nos com os acontecimentos no mundo. Nada do que antecipei era resultado de "bruxaria". Menos ainda, de "poderes sobrenaturais". Tudo que sinalizei, ainda na reta final das oitavas de final da Copa do Mundo, constava na própria planilha de uma tabela, a exemplo do que tem ocorrido em Copas anteriores. A fórmula se repete, desde 1982. É com base, portanto, em análises, que nada do que foi, nos artigos, afirmado deixou de cumprir-se.
Ao escrever três artigos sobre a Copa (este é o quarto e derradeiro), tinha tão-somente o propósito de instigar novos olhares. Este, acredito, deveria ser o papel a ser desempenhado pelo jornalismo isento, crítico e transformador. Todavia, bem sabemos que, no atual cenário, todos os campos de atuação estão cooptados pela lógica perversa dos interesses financeiros e comerciais. Nada escapa dessa contaminação. Menos ainda, a esfera do entretenimento. A palavra não nega: "ter" + "entre". Quem "tem"? Quem mantém o outro "entre"? Quem tem e quem mantém é o que banca. Futebol (ou o esporte, em geral), há muito tempo, foi vendido como "uma paixão irresistível".
Nada além
Muitos, pelas mais diferentes carências, se apaixonaram e, nessa paixão, permaneceram, a despeito do avanço da idade. Outros, poucos, descobriram diferentes caminhos, elegendo para si "paixões" que, efetivamente, transformassem suas vidas. Sim, joguei futebol, torci por clube... Um dia, o "espelho" me perguntou: "Sua vida sofre alguma alteração por conta de quem foi (ou deixou de ser) campeão?" Obviamente, a resposta tinha de ser "não". Consequentemente, desse dia em diante, passei a ocupar-me com outras questões... Estava no limiar de minha terceira década de vida. Jamais me arrependi de haver promovido novas escolhas.
Alguns poderão indagar se não é desconfortável sentir-se "isolado", em meio a um coro esmagadoramente majoritário. Bem, para esses, questão inversa pode ser formulada: não é desconfortável saber que o que faz e o que sente são exatamente iguais a milhões de seres? Se pretendo sentir-me "indivíduo", tenho, portanto, de encontrar um "lugar" para vivenciar tal condição. Esperar que a mídia (em qualquer país do mundo) proponha enfoques geradores de mutações perceptivas é o mesmo que acreditar que o fim do mundo se dará em 22 de dezembro de 2012... de acordo com profecias... Do dois mil, já passamos... De 2012, também passaremos e para muito mais. O dado mencionado é para alertar "alguns leitores" quanto ao fato de eu não ser movido por "teoria conspiratória".
O que sempre impulsiona minha escrita é a "paixão" de saber da possibilidade de, com o que se escreve e publica-se, ser capaz de germinar, em um leitor que seja, um diferente olhar sobre as "coisas do mundo". Nada além disso.
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Observatório da Imprensa
Senado aprova Política Nacional dos Resíduos Sólidos
Senado aprova Política Nacional dos Resíduos Sólidos
Depois de tramitar na câmara por mais de duas décadas, o projeto que prevê que as empresas recolham embalagens usadas segue agora para sanção do Presidente da República
Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu
Foi aprovado pelo plenário do Senado, nesta quarta-feira (7/7), o projeto de lei (PLS 354/89), que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Basicamente, a nova lei regula a reciclagem e disciplina o manejo dos resíduos. O projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Agência Senado, o principal alvo do projeto é “um dos mais sérios problemas do país, que é a ausência de regras para tratamento das 150 mil toneladas de lixo produzidas diariamente nas cidades brasileiras”.
De acordo com dados que embasaram o projeto, do lixo produzido no Brasil, 59% vão para os "lixões". Apenas 13% do lixo têm destinação correta, em aterros sanitários. Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 405 tinham serviço de coleta seletiva em 2008.
O projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados em 1989 e só começou a ser analisado em 1991. Só neste ano, foi aprovado e enviado ao Senado, onde passou pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), antes da aprovação em plenário.
“Estamos vivendo um momento histórico. Este projeto mostra a importância do meio ambiente e procura resolver o maior problema ambiental do país hoje que é esta questão dos resíduos sólidos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que acompanhou a votação.
Para o senador César Borges (PR-BA), relator do projeto no Senado, o objetivo da proposta é reduzir a geração de resíduos, incentivar a reciclagem e determinar o que fazer com o lixo remanescente.
“Hoje você tem legislações diversas nos estados e nos municípios. Agora, teremos diretrizes gerais para disciplinar o manejo”, afirmou.
André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), declarou que a proposta é um ganho para o país, pois, está de acordo com os anseios da população brasileira.
O executivo se mostrou otimista em relação à implementação da lei. “Boa parte das medidas já se verificam no Brasil. Existem, por exemplo, empresas proativas que já fazem a logística reversa. A tendência agora é vermos uma massificação dessa tendência”.
O que muda com a nova lei
Em geral, o projeto estabelece a “responsabilidade compartilhada” entre governo, indústria, comércio e consumidor final no gerenciamento e na gestão dos resíduos sólidos.
As normas e sanções previstas em caso do descumprimento da lei aplicam-se às pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos.
Consumidores
- Pela lógica da “responsabilidade compartilhada”, os consumidores finais estão também responsabilizados e terão de acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, inclusive fazendo a separação onde houver coleta seletiva;
- Os consumidores são proibidos de descartar resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e em lagos.
Poder público
- Depois de sancionada a lei pelo Presidente da República, os municípios terão um prazo de quatro anos para fazer um plano de manejo dos resíduos sólidos em conformidade com as novas diretrizes;
- Todas as entidades estão proibidas de manter ou criar lixões. As prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem;
- A União, os Estados e os municípios são obrigados a elaborar planos para tratar de resíduos sólidos, estabelecendo metas e programas de reciclagem;
- Os municípios só receberão dinheiro do governo federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos depois de aprovarem planos de gestão;
- Os consórcios intermunicipais para a área de lixo terão prioridade no financiamento federal;
- O texto trata também da possibilidade de incineração de lixo para evitar o acúmulo de resíduos.
Indústria e comércio
A nova lei cria a “logística reversa”, que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a criar mecanismos para recolher as embalagens após o uso. A medida valeria para o setor de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e para todos os tipos de lâmpadas.
- Depois de usados pelo consumidor final, os itens acima mencionados, além dos produtos eletroeletrônicos e seus componentes, deverão retornar para as empresas, que darão a destinação ambiental adequada.
Cooperativas e associações de catadores e de reciclagem
- O projeto prevê que o poder público incentive as atividades de cooperativas e associações de catadores de resíduos recicláveis e entidades de reciclagem, por meio de linhas de financiamento;
- As embalagens de produtos fabricados em território nacional deverão ser confeccionadas a partir de materiais que propiciem sua reutilização ou reciclagem para viabilizar ainda mais os profissionais de coleta seletiva e reciclagem;
Proibições gerais e sanções
A lei proíbe:
- Importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos;
- Lançamento de resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e lagos;
- Lançamento de resíduos in natura a céu aberto;
- A queima de lixo a céu aberto ou em instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade.
O infrator que desrespeitar a lei cometerá crime federal, que prevê pena máxima de cinco anos de reclusão e multa, de acordo com as sanções previstas para crimes ambientais relacionados à poluição. A pena, no entanto, não se aplica no caso do lixo doméstico.
Depois de tramitar na câmara por mais de duas décadas, o projeto que prevê que as empresas recolham embalagens usadas segue agora para sanção do Presidente da República
Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu
Foi aprovado pelo plenário do Senado, nesta quarta-feira (7/7), o projeto de lei (PLS 354/89), que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Basicamente, a nova lei regula a reciclagem e disciplina o manejo dos resíduos. O projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a Agência Senado, o principal alvo do projeto é “um dos mais sérios problemas do país, que é a ausência de regras para tratamento das 150 mil toneladas de lixo produzidas diariamente nas cidades brasileiras”.
De acordo com dados que embasaram o projeto, do lixo produzido no Brasil, 59% vão para os "lixões". Apenas 13% do lixo têm destinação correta, em aterros sanitários. Dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 405 tinham serviço de coleta seletiva em 2008.
O projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados em 1989 e só começou a ser analisado em 1991. Só neste ano, foi aprovado e enviado ao Senado, onde passou pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), antes da aprovação em plenário.
“Estamos vivendo um momento histórico. Este projeto mostra a importância do meio ambiente e procura resolver o maior problema ambiental do país hoje que é esta questão dos resíduos sólidos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que acompanhou a votação.
Para o senador César Borges (PR-BA), relator do projeto no Senado, o objetivo da proposta é reduzir a geração de resíduos, incentivar a reciclagem e determinar o que fazer com o lixo remanescente.
“Hoje você tem legislações diversas nos estados e nos municípios. Agora, teremos diretrizes gerais para disciplinar o manejo”, afirmou.
André Vilhena, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), declarou que a proposta é um ganho para o país, pois, está de acordo com os anseios da população brasileira.
O executivo se mostrou otimista em relação à implementação da lei. “Boa parte das medidas já se verificam no Brasil. Existem, por exemplo, empresas proativas que já fazem a logística reversa. A tendência agora é vermos uma massificação dessa tendência”.
O que muda com a nova lei
Em geral, o projeto estabelece a “responsabilidade compartilhada” entre governo, indústria, comércio e consumidor final no gerenciamento e na gestão dos resíduos sólidos.
As normas e sanções previstas em caso do descumprimento da lei aplicam-se às pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos.
Consumidores
- Pela lógica da “responsabilidade compartilhada”, os consumidores finais estão também responsabilizados e terão de acondicionar de forma adequada seu lixo para a coleta, inclusive fazendo a separação onde houver coleta seletiva;
- Os consumidores são proibidos de descartar resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e em lagos.
Poder público
- Depois de sancionada a lei pelo Presidente da República, os municípios terão um prazo de quatro anos para fazer um plano de manejo dos resíduos sólidos em conformidade com as novas diretrizes;
- Todas as entidades estão proibidas de manter ou criar lixões. As prefeituras deverão construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento ou compostagem;
- A União, os Estados e os municípios são obrigados a elaborar planos para tratar de resíduos sólidos, estabelecendo metas e programas de reciclagem;
- Os municípios só receberão dinheiro do governo federal para projetos de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos depois de aprovarem planos de gestão;
- Os consórcios intermunicipais para a área de lixo terão prioridade no financiamento federal;
- O texto trata também da possibilidade de incineração de lixo para evitar o acúmulo de resíduos.
Indústria e comércio
A nova lei cria a “logística reversa”, que obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a criar mecanismos para recolher as embalagens após o uso. A medida valeria para o setor de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e para todos os tipos de lâmpadas.
- Depois de usados pelo consumidor final, os itens acima mencionados, além dos produtos eletroeletrônicos e seus componentes, deverão retornar para as empresas, que darão a destinação ambiental adequada.
Cooperativas e associações de catadores e de reciclagem
- O projeto prevê que o poder público incentive as atividades de cooperativas e associações de catadores de resíduos recicláveis e entidades de reciclagem, por meio de linhas de financiamento;
- As embalagens de produtos fabricados em território nacional deverão ser confeccionadas a partir de materiais que propiciem sua reutilização ou reciclagem para viabilizar ainda mais os profissionais de coleta seletiva e reciclagem;
Proibições gerais e sanções
A lei proíbe:
- Importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos;
- Lançamento de resíduos sólidos em praias, no mar, em rios e lagos;
- Lançamento de resíduos in natura a céu aberto;
- A queima de lixo a céu aberto ou em instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade.
O infrator que desrespeitar a lei cometerá crime federal, que prevê pena máxima de cinco anos de reclusão e multa, de acordo com as sanções previstas para crimes ambientais relacionados à poluição. A pena, no entanto, não se aplica no caso do lixo doméstico.
Causa Viral do Diabetes Tipo I
Agenda
Causa Viral do Diabetes Tipo I
12/7/2010
Dia 13/7/2010
Falta 1 dia para o início do evento. Duração: 1 dia
Agência FAPESP – O Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) realizará, no dia 13, a palestra “Viral Cause of Type-1”, em São Paulo.
A palestra será proferida por Matthias von Herrath, diretor do Centro de Pesquisas em Diabetes Tipo I do Instituto La Jolla de Alergia e Imunologia, em San Diego, Estados Unidos.
Herrath tem como base a hipótese de o diabetes tipo I ser causado por vírus. Seus estudos focam estratégias de prevenção da doença por meio da indução de células T reguladoras.
O encontro é organizado em conjunto pelo Laboratório de Imunologia do Incor, pela Disciplina de Alergia e Imunologia da FMUSP e pelo Instituto de Investigação em Imunologia/Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (iii-INCT).
O evento é gratuito e aberto ao público e não requer inscrição prévia. A palestra será no anfiteatro de Microbiologia da Faculdade de Medicina da USP, localizada na Avenida Dr. Arnaldo, próximo à estação Clínicas do Metrô.
Mais informações: (11) 3069-5907
Causa Viral do Diabetes Tipo I
12/7/2010
Dia 13/7/2010
Falta 1 dia para o início do evento. Duração: 1 dia
Agência FAPESP – O Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) realizará, no dia 13, a palestra “Viral Cause of Type-1”, em São Paulo.
A palestra será proferida por Matthias von Herrath, diretor do Centro de Pesquisas em Diabetes Tipo I do Instituto La Jolla de Alergia e Imunologia, em San Diego, Estados Unidos.
Herrath tem como base a hipótese de o diabetes tipo I ser causado por vírus. Seus estudos focam estratégias de prevenção da doença por meio da indução de células T reguladoras.
O encontro é organizado em conjunto pelo Laboratório de Imunologia do Incor, pela Disciplina de Alergia e Imunologia da FMUSP e pelo Instituto de Investigação em Imunologia/Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (iii-INCT).
O evento é gratuito e aberto ao público e não requer inscrição prévia. A palestra será no anfiteatro de Microbiologia da Faculdade de Medicina da USP, localizada na Avenida Dr. Arnaldo, próximo à estação Clínicas do Metrô.
Mais informações: (11) 3069-5907
NOSSA REALIDADE/Edgar Carlos de Amorim - escritor
11/7/2010
Sem dúvida, nunca foi dito tanto em tão poucas palavras como fez o Sr. Orlando Coelho através deste jornal nos términos seguintes: " o que vemos é uma polícia despreparada para combater a criminalidade, uma justiça morosa com leis fracas e mal aplicadas. E o pior: um legislativo irresponsável e caro para a nação. Estes senhores pendulares não votam leis severas para punições exemplares, talvez com o receio de que estas sirvam de punições para eles mesmos." A nossa polícia não desempenha vigilância eficaz porque também é mal paga. Muitos dos seus componentes moram no meio de favelas, locais onde reside a maioria dos bandidos. O Congresso tem 587 membros. É uma multidão, não resolve quase nada. Em síntese, o poder mais importante é o Legislativo e, quando esse não funciona a contento, passa a ser um corpo sem cérebro. Os outros dois ficam emperrados por falta de hábeis e sábias leis. E tudo ocorre porque não somos uma República Federativa na acepção da palavra. E sim unitária com fechada federação. As assembleias legislativas não têm quase o que fazer, porquanto o poder de legislar está quase todo com a União, basta ler o art. 22 da CF/88, que também precisa de uma reforma para deixar de ser romântica. Essa onda, de criminalidade, devemos a ela, que permite aos ricos e aos de classe média matarem os seus semelhantes sem punição. Se pudessem os legisladores dos respectivos estados elaborar leis penais, bem como dos demais ramos do Direito, como nos EUA, então, seríamos uma república federativa. Em assim sendo, o que legislasse melhor serviria de cópia para as demais unidades de federação. Enquanto isso, os delinquentes estão soltos. São sempre aqueles que foram condenados até mesmo a 30 anos de reclusão, e com 6 de prisão, comendo e dormindo, voltam às ruas para atacar quem quer que seja. Há em tudo um grande erro, quando muitos afirmam que a polícia prende e a justiça solta. Mas, quem põe essa bandidagem na rua são as leis. O Judiciário, se não é eficiente, a culpa também é do legislativo. Seu atraso tem como causa a burocracia processual e o número de recursos. Então de quem é a culpa? Claro que do Congresso.
Edgar Carlos de Amorim - escritor
Sem dúvida, nunca foi dito tanto em tão poucas palavras como fez o Sr. Orlando Coelho através deste jornal nos términos seguintes: " o que vemos é uma polícia despreparada para combater a criminalidade, uma justiça morosa com leis fracas e mal aplicadas. E o pior: um legislativo irresponsável e caro para a nação. Estes senhores pendulares não votam leis severas para punições exemplares, talvez com o receio de que estas sirvam de punições para eles mesmos." A nossa polícia não desempenha vigilância eficaz porque também é mal paga. Muitos dos seus componentes moram no meio de favelas, locais onde reside a maioria dos bandidos. O Congresso tem 587 membros. É uma multidão, não resolve quase nada. Em síntese, o poder mais importante é o Legislativo e, quando esse não funciona a contento, passa a ser um corpo sem cérebro. Os outros dois ficam emperrados por falta de hábeis e sábias leis. E tudo ocorre porque não somos uma República Federativa na acepção da palavra. E sim unitária com fechada federação. As assembleias legislativas não têm quase o que fazer, porquanto o poder de legislar está quase todo com a União, basta ler o art. 22 da CF/88, que também precisa de uma reforma para deixar de ser romântica. Essa onda, de criminalidade, devemos a ela, que permite aos ricos e aos de classe média matarem os seus semelhantes sem punição. Se pudessem os legisladores dos respectivos estados elaborar leis penais, bem como dos demais ramos do Direito, como nos EUA, então, seríamos uma república federativa. Em assim sendo, o que legislasse melhor serviria de cópia para as demais unidades de federação. Enquanto isso, os delinquentes estão soltos. São sempre aqueles que foram condenados até mesmo a 30 anos de reclusão, e com 6 de prisão, comendo e dormindo, voltam às ruas para atacar quem quer que seja. Há em tudo um grande erro, quando muitos afirmam que a polícia prende e a justiça solta. Mas, quem põe essa bandidagem na rua são as leis. O Judiciário, se não é eficiente, a culpa também é do legislativo. Seu atraso tem como causa a burocracia processual e o número de recursos. Então de quem é a culpa? Claro que do Congresso.
Edgar Carlos de Amorim - escritor
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As informações são do Jornal Diário do Nordeste
Fortaleza é a oitava em homicídios de jovens
Cidade
Cidade ESTUDO DA SEDH
Fortaleza é a oitava em homicídios de jovens
Apesar dos altos índices de assassinatos, a Capital cearense ainda não dispõe de um programa suficientemente abrangente para a proteção de ameaçados de morte
ALEX COSTA
MATÉRIAS RELACIONADAS
11/7/2010 - Vítimas estão denunciando mais
11/7/2010
Muitos casos têm relação com drogas e exploração sexual. Só neste ano, 113 crianças e adolescentes morreram
Fortaleza é a oitava cidade em número de homicídios a crianças e adolescentes, segundo dados do IV Mapeamento da Violência, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH). Contudo, mesmo estando entre esses índices levantados pelo órgão, a Capital cearense não aparece entre as prioridades do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), da própria Secretaria Especial.
Atuando em oito estados do País, desde 2003, o programa é uma estratégia do Governo Federal para o enfrentamento da letalidade infanto-juvenil. A proteção acontece em convênio com órgãos estaduais, municipais e ONGs, que retiram a criança e o adolescente ameaçado de morte do local de risco e os insere em contextos mais seguros, longe das drogas e da exploração sexual.
Conselhos Tutelares
Diante da elevada demanda de crianças e adolescentes em situação de ameaça, recebida diariamente por Conselhos Tutelares e ONGs, entidades civis e públicas cearenses vem tentando, desde 2004, a viabilização do PPCAAM no Ceará. Este ano, a Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (Apavv) elaborou um projeto que foi enviado à SEDH.
A resposta enviada pelo órgão, há dois meses, em ofício, foi negativa, com a alegação de que não existe disponibilidade orçamentária nem para 2010 nem 2011 para a implantação do programa aqui. Em 2008, a iniciativa foi executada em sete estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Distrito federal) e já está em fase de implantação no Paraná, Bahia e Alagoas.
De acordo com Yuri Assunção, coordenador da Apavv, as crianças e adolescentes ameaçados de morte precisam de uma atenção diferenciada, o que as políticas existentes na Capital não dão conta em sua totalidade, apesar do esforço das entidades e redes solidárias.
O projeto enviado à SEDH sugeria o atendimento inicial de 100 crianças e adolescentes. A assessoria de imprensa da SEDH foi procurada durante dois dias, mas não deu resposta à reportagem. O critério para escolha dos estados que podem ser cobertos pelo PPCAAM são desconhecidos.
Na Capital, neste ano, 113 crianças e adolescentes foram assassinados. Em 2009, outros 165 morreram. Os dados, de levantamento do Diário do Nordeste, resultam do cruzamento de informações da Perícia Forense, Serviço de Verificação de Óbito (SVO), registros de delegacias e hospitais e Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).
JANAYDE GONÇALVES
REPÓRTER
Cidade ESTUDO DA SEDH
Fortaleza é a oitava em homicídios de jovens
Apesar dos altos índices de assassinatos, a Capital cearense ainda não dispõe de um programa suficientemente abrangente para a proteção de ameaçados de morte
ALEX COSTA
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11/7/2010
Muitos casos têm relação com drogas e exploração sexual. Só neste ano, 113 crianças e adolescentes morreram
Fortaleza é a oitava cidade em número de homicídios a crianças e adolescentes, segundo dados do IV Mapeamento da Violência, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH). Contudo, mesmo estando entre esses índices levantados pelo órgão, a Capital cearense não aparece entre as prioridades do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), da própria Secretaria Especial.
Atuando em oito estados do País, desde 2003, o programa é uma estratégia do Governo Federal para o enfrentamento da letalidade infanto-juvenil. A proteção acontece em convênio com órgãos estaduais, municipais e ONGs, que retiram a criança e o adolescente ameaçado de morte do local de risco e os insere em contextos mais seguros, longe das drogas e da exploração sexual.
Conselhos Tutelares
Diante da elevada demanda de crianças e adolescentes em situação de ameaça, recebida diariamente por Conselhos Tutelares e ONGs, entidades civis e públicas cearenses vem tentando, desde 2004, a viabilização do PPCAAM no Ceará. Este ano, a Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (Apavv) elaborou um projeto que foi enviado à SEDH.
A resposta enviada pelo órgão, há dois meses, em ofício, foi negativa, com a alegação de que não existe disponibilidade orçamentária nem para 2010 nem 2011 para a implantação do programa aqui. Em 2008, a iniciativa foi executada em sete estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Distrito federal) e já está em fase de implantação no Paraná, Bahia e Alagoas.
De acordo com Yuri Assunção, coordenador da Apavv, as crianças e adolescentes ameaçados de morte precisam de uma atenção diferenciada, o que as políticas existentes na Capital não dão conta em sua totalidade, apesar do esforço das entidades e redes solidárias.
O projeto enviado à SEDH sugeria o atendimento inicial de 100 crianças e adolescentes. A assessoria de imprensa da SEDH foi procurada durante dois dias, mas não deu resposta à reportagem. O critério para escolha dos estados que podem ser cobertos pelo PPCAAM são desconhecidos.
Na Capital, neste ano, 113 crianças e adolescentes foram assassinados. Em 2009, outros 165 morreram. Os dados, de levantamento do Diário do Nordeste, resultam do cruzamento de informações da Perícia Forense, Serviço de Verificação de Óbito (SVO), registros de delegacias e hospitais e Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).
JANAYDE GONÇALVES
REPÓRTER
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Diario do Nordeste
Reunião define reajuste de servidores estaduais
Reunião define reajuste de servidores estaduais
O Governo do Estado recebeu, nesta sexta-feira (09), no Palácio de Iracema, os representantes da Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) para negociações relativas a ajustes financeiros dos servidores estaduais. Além do Governador Cid Gomes, participaram do encontro os secretários de Planejamento e Gestão, Desirée Mota e Reno Ximenes, da Fazenda, Lúcia Callou, e os deputados estaduais Artur Bruno, Nelson Martins e Raquel Marques.
Segundo anunciado na reunião, os servidores estaduais receberão reajuste de 4,84%, de acordo com o índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, relativo a período de julho de 2009 a junho de 2010. O índice valerá para todas as rubricas salariais. No caso do Auxílio Alimentação, o percentual será de 5,07%, o mesmo índice do IPCA - A, específico para alimentos. A matéria deverá ser votada na Assembleia Legislativa até o dia 16 de julho.
Durante a audiência, o Governo do Estado anunciou que serão abertos concursos públicos para Detran e inspetor da polícia civil.
As demais reivindicações apresentadas pelos servidores não puderam avançar, em obediência aos incisos V e VIII do artigo 73 da Lei 9504, que trata:
São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
Nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:
Fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no Art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.
09.07.2010
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado:
Casa Civil ( comunicacao@casacivil.ce.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. / 3101.6247)
O Governo do Estado recebeu, nesta sexta-feira (09), no Palácio de Iracema, os representantes da Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) para negociações relativas a ajustes financeiros dos servidores estaduais. Além do Governador Cid Gomes, participaram do encontro os secretários de Planejamento e Gestão, Desirée Mota e Reno Ximenes, da Fazenda, Lúcia Callou, e os deputados estaduais Artur Bruno, Nelson Martins e Raquel Marques.
Segundo anunciado na reunião, os servidores estaduais receberão reajuste de 4,84%, de acordo com o índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, relativo a período de julho de 2009 a junho de 2010. O índice valerá para todas as rubricas salariais. No caso do Auxílio Alimentação, o percentual será de 5,07%, o mesmo índice do IPCA - A, específico para alimentos. A matéria deverá ser votada na Assembleia Legislativa até o dia 16 de julho.
Durante a audiência, o Governo do Estado anunciou que serão abertos concursos públicos para Detran e inspetor da polícia civil.
As demais reivindicações apresentadas pelos servidores não puderam avançar, em obediência aos incisos V e VIII do artigo 73 da Lei 9504, que trata:
São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
Nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:
Fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no Art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.
09.07.2010
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado:
Casa Civil ( comunicacao@casacivil.ce.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. / 3101.6247)
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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Servidores agredidos pela polícia no Palácio Iracema09-07-2010
Servidores agredidos pela polícia no Palácio Iracema09-07-2010
Foto: SindetranServidores de todos os órgão e secretarias estaduais que protestaram na manhã do dia 08/07, nas imediações do Palácio Iracema foram recebidos com agressividade pelos policiais da guarda militar.
O protesto era contra a demora do governador em negociar a Campanha Salarial 2010 entregue em abril. Mal os manifestantes chegaram e os policiais cercaram a Kombi equipada com microfone e som da CUT dizendo que o motorista não poderia se aproximar da entrada do Palácio Iracema por ser área de Segurança.
Servidores seguiram em passeata até o local onde o carro de som se encontrava para tentar resgatá-lo. Nesse momento começou o conflito. As servidoras e servidores além das mulheres de policiais militares subiram no paralama da Kombi enquanto outros tentavam desobstruir a passagem empurrando as motos da guarda militar. Os policiais partiram para o confronto dando socos e empurrões nos manifestantes, a maioria mulheres. Uma delas chegou a cair. Um policial ameaçou o motorista sacando a arma, mas desistiu quando viu que a imprensa filmava e fotografava tudo.
Em protesto, por não terem conseguido levar o carro de som para a frente do Palácio Iracema, os servidores foram em marcha até a Avenida Washington Soares onde várias viaturas do Honda já estavam lá. Mesmo assim, os manifestantes conseguiram bloquear uma via da avenida das 9 horas até as 12h45min.
Os ânimos só foram apaziguados com a chegada do líder do governo, deputado Nelson Martins, às 11h30min que liberou o carro de som e disse que o governador aceitou antecipar para amanhã, às 15 horas, a audiência
marcada com a coordenação do Fórum de servidores para a segunda-feira, 12/07. Os servidores, no entanto, discordaram do horário e prometem repetir a manifestação com mais trabalhadores amanhã às 8 horas.
Mais informações:
Auxiliadora Alencar: diretora do MOVA-SE – 8726.4238
Rita de Cásia: coordenador do FUASPEC – 8702.9851
Sílvia Carla Araújo: assessora de imprensa – 86817347/ 87178993
Foto: SindetranServidores de todos os órgão e secretarias estaduais que protestaram na manhã do dia 08/07, nas imediações do Palácio Iracema foram recebidos com agressividade pelos policiais da guarda militar.
O protesto era contra a demora do governador em negociar a Campanha Salarial 2010 entregue em abril. Mal os manifestantes chegaram e os policiais cercaram a Kombi equipada com microfone e som da CUT dizendo que o motorista não poderia se aproximar da entrada do Palácio Iracema por ser área de Segurança.
Servidores seguiram em passeata até o local onde o carro de som se encontrava para tentar resgatá-lo. Nesse momento começou o conflito. As servidoras e servidores além das mulheres de policiais militares subiram no paralama da Kombi enquanto outros tentavam desobstruir a passagem empurrando as motos da guarda militar. Os policiais partiram para o confronto dando socos e empurrões nos manifestantes, a maioria mulheres. Uma delas chegou a cair. Um policial ameaçou o motorista sacando a arma, mas desistiu quando viu que a imprensa filmava e fotografava tudo.
Em protesto, por não terem conseguido levar o carro de som para a frente do Palácio Iracema, os servidores foram em marcha até a Avenida Washington Soares onde várias viaturas do Honda já estavam lá. Mesmo assim, os manifestantes conseguiram bloquear uma via da avenida das 9 horas até as 12h45min.
Os ânimos só foram apaziguados com a chegada do líder do governo, deputado Nelson Martins, às 11h30min que liberou o carro de som e disse que o governador aceitou antecipar para amanhã, às 15 horas, a audiência
marcada com a coordenação do Fórum de servidores para a segunda-feira, 12/07. Os servidores, no entanto, discordaram do horário e prometem repetir a manifestação com mais trabalhadores amanhã às 8 horas.
Mais informações:
Auxiliadora Alencar: diretora do MOVA-SE – 8726.4238
Rita de Cásia: coordenador do FUASPEC – 8702.9851
Sílvia Carla Araújo: assessora de imprensa – 86817347/ 87178993
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MOVA-SE E FUASPEC
quinta-feira, 8 de julho de 2010
CRACOLANDIA
As imagens de usuários de crack vagando pelas ruas da cracolândia paulista sempre me impressionam muito. A maioria é de jovens, crianças e até mulheres grávidas. Agora as fotos de jornais mostram cenas semelhantes no Rio.
Segundo as autoridades, o devastador crack já é a droga mais usada por menores de rua no Rio. É desanimador.
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Cracolândia, em São Paulo. (Fotos: Hélvio Romero / AE)
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Agência Brasil
Ministério da Saúde estima que 25 mil jovens corram risco de vida pelo uso de
06/07/2010
Ministério da Saúde estima que 25 mil jovens corram risco de vida pelo uso de crack
Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crack, droga formada pela mistura de bicarbonato de sódio e cocaína, ameaça a vida de 25 mil jovens brasileiros. A estimativa é do Ministério da Saúde e, segundo o coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do ministério, Pedro Delgado, a dependência coloca esses jovens no nível de marginalidade extrema. Ele falou sobre o problema no Seminário Internacional de Políticas sobre Drogas, na Câmara Federal.
Delgado disse ainda que faltam estudos de âmbito nacional sobre o tema, mas os dados do ministério mostram que existem padrões diferentes de uso das drogas, inclusive do crack. “Existem duas populações de consumidores de crack no Brasil. Uma que estimamos em 25 mil jovens que estejam em vulnerabilidade máxima e corram risco de vida e outra, em situação menos grave, com 600 mil pessoas que fazem uso frequente da droga”.
O coordenador do Ministério da Saúde também falou do problema da mortalidade de adolescentes pelo uso de drogas, citando Maceió como a cidade com o maior registro de morte violenta de jovens. “Temos convicção de que isto tem a ver com a vulnerabilidade associada ao uso de drogas”, disse.
Em maio deste ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Plano Nacional de Combate ao Crack que destinou R$ 90 milhões para o Ministério da Saúde, prioritariamente para a ampliação dos leitos em hospitais gerais. Mais R$ 210 milhões de recursos novos do orçamento do ministério estão sendo utilizados para a ampliação de centros de Atendimento Psicossocial para dependentes químicos, que nas cidades com mais de 200 mil habitantes passarão a funcionar durante 24 horas.
Segundo o representante do Ministério da Saúde apesar da necessidade de ampliação do número de vagas em hospitais gerais, a internação não deve ser vista como a solução do problema. “Em situação de risco existe a opção da internação, mas ela não é a solução para o crack. Os casos mais graves acometem pessoas que passaram pela internação. Precisamos de ações intersetoriais para combater o problema”, disse.
O secretário nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), general Paulo Uchôa, disse que em agosto começam os cursos a distância para a formação de profissionais de diversas áreas para lidar com o problema do crack. Serão 80 mil vagas destinadas a religiosos, conselheiros de infância e adolescência, educadores e profissionais de saúde. “A ideia é fazer uma capacitação coletiva para que todos falem a mesma linguagem”, afirmou.
Uchôa falou também que uma pesquisa realizada pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostrará o retrato da situação do crack no país, desde o consumo, o perfil do dependente até as consequências da droga sobre as famílias. Os primeiros dados da pesquisa devem ser apresentados em setembro.
“Com base nos dados revelados na pesquisa faremos um redirecionamento ou direcionamento das ações. Temos muitos informações sobre a cocaína, mas não temos dados aprofundados sobre o uso do crack”.
Edição: Aécio Amado
Ministério da Saúde estima que 25 mil jovens corram risco de vida pelo uso de crack
Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crack, droga formada pela mistura de bicarbonato de sódio e cocaína, ameaça a vida de 25 mil jovens brasileiros. A estimativa é do Ministério da Saúde e, segundo o coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do ministério, Pedro Delgado, a dependência coloca esses jovens no nível de marginalidade extrema. Ele falou sobre o problema no Seminário Internacional de Políticas sobre Drogas, na Câmara Federal.
Delgado disse ainda que faltam estudos de âmbito nacional sobre o tema, mas os dados do ministério mostram que existem padrões diferentes de uso das drogas, inclusive do crack. “Existem duas populações de consumidores de crack no Brasil. Uma que estimamos em 25 mil jovens que estejam em vulnerabilidade máxima e corram risco de vida e outra, em situação menos grave, com 600 mil pessoas que fazem uso frequente da droga”.
O coordenador do Ministério da Saúde também falou do problema da mortalidade de adolescentes pelo uso de drogas, citando Maceió como a cidade com o maior registro de morte violenta de jovens. “Temos convicção de que isto tem a ver com a vulnerabilidade associada ao uso de drogas”, disse.
Em maio deste ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Plano Nacional de Combate ao Crack que destinou R$ 90 milhões para o Ministério da Saúde, prioritariamente para a ampliação dos leitos em hospitais gerais. Mais R$ 210 milhões de recursos novos do orçamento do ministério estão sendo utilizados para a ampliação de centros de Atendimento Psicossocial para dependentes químicos, que nas cidades com mais de 200 mil habitantes passarão a funcionar durante 24 horas.
Segundo o representante do Ministério da Saúde apesar da necessidade de ampliação do número de vagas em hospitais gerais, a internação não deve ser vista como a solução do problema. “Em situação de risco existe a opção da internação, mas ela não é a solução para o crack. Os casos mais graves acometem pessoas que passaram pela internação. Precisamos de ações intersetoriais para combater o problema”, disse.
O secretário nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), general Paulo Uchôa, disse que em agosto começam os cursos a distância para a formação de profissionais de diversas áreas para lidar com o problema do crack. Serão 80 mil vagas destinadas a religiosos, conselheiros de infância e adolescência, educadores e profissionais de saúde. “A ideia é fazer uma capacitação coletiva para que todos falem a mesma linguagem”, afirmou.
Uchôa falou também que uma pesquisa realizada pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostrará o retrato da situação do crack no país, desde o consumo, o perfil do dependente até as consequências da droga sobre as famílias. Os primeiros dados da pesquisa devem ser apresentados em setembro.
“Com base nos dados revelados na pesquisa faremos um redirecionamento ou direcionamento das ações. Temos muitos informações sobre a cocaína, mas não temos dados aprofundados sobre o uso do crack”.
Edição: Aécio Amado
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Agência Brasil
Casos de dengue aumentam 120% neste ano e ultrapassam 700 mil
Casos de dengue aumentam 120% neste ano e ultrapassam 700 mil
Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O número de casos de dengue no Brasil já totaliza 737.756. O número representa um aumento de 120,05 % em relação ao mesmo período de 2009, quando foram registrados 335.265 casos. O levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde foi realizado de 1º de janeiro a 1º de maio deste ano. Os números ainda são preliminares e dependem de investigação para confirmação de diagnósticos.
Do total de casos, 577.313 (78,3%) permanecem concentrados em sete estados, que apresentaram também alta incidência em relação ao total da população: Acre (3.636 casos por 100 mil habitantes), Mato Grosso do Sul (2.930 casos por 100 mil habitantes), Rondônia (1.657 casos por 100 mil habitantes), Goiás (1.350 casos por 100 mil habitantes), Mato Grosso (1.128 casos por 100 mil habitantes), Minas Gerais (789 casos por 100 mil habitantes) e São Paulo (494 casos por 100 mil habitantes).
Os dois últimos estados dessa lista passaram de incidência média e baixa (289,3 casos e 11,1 casos por 100 mil habitantes, respectivamente), registradas no mesmo período do ano anterior, para incidência alta neste ano. O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência de dengue: baixa (menos de 100 casos por 100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos por 100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos por 100 mil habitantes).
O balanço parcial revela ainda que 28,2% dos registros de dengue estão concentrados em oito municípios: Belo Horizonte (6,5%); Campo Grande (5,2%); Goiânia (5,1%); Ribeirão Preto, em São Paulo (3,5%); Rio Branco (3,1%); Betim, em Minas Gerais (1,8%); São José do Rio Preto, em São Paulo (1,5%); e Araçatuba, em São Paulo (1,5%). À exceção de Ribeirão Preto e Betim, em todos os municípios há tendência de redução de casos.
Segundo o ministério, desde 2009, houve intensificação das ações nos estados que enfrentam aumento de casos. As medidas adotadas foram a assessoria técnica, envio de equipamentos para aplicação de inseticidas e aumento nas remessas de insumos e medicamentos.
Os recursos para ações de controle da dengue e de outras doenças, que têm repasse mensal aos estados, foram mantidos e o aporte extra de R$ 128 milhões, feito em 2009, foi incorporado ao teto financeiro de vigilância em saúde, orçado em R$ 1,02 bilhão para 2010.
Edição: Lana Cristina
Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O número de casos de dengue no Brasil já totaliza 737.756. O número representa um aumento de 120,05 % em relação ao mesmo período de 2009, quando foram registrados 335.265 casos. O levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde foi realizado de 1º de janeiro a 1º de maio deste ano. Os números ainda são preliminares e dependem de investigação para confirmação de diagnósticos.
Do total de casos, 577.313 (78,3%) permanecem concentrados em sete estados, que apresentaram também alta incidência em relação ao total da população: Acre (3.636 casos por 100 mil habitantes), Mato Grosso do Sul (2.930 casos por 100 mil habitantes), Rondônia (1.657 casos por 100 mil habitantes), Goiás (1.350 casos por 100 mil habitantes), Mato Grosso (1.128 casos por 100 mil habitantes), Minas Gerais (789 casos por 100 mil habitantes) e São Paulo (494 casos por 100 mil habitantes).
Os dois últimos estados dessa lista passaram de incidência média e baixa (289,3 casos e 11,1 casos por 100 mil habitantes, respectivamente), registradas no mesmo período do ano anterior, para incidência alta neste ano. O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência de dengue: baixa (menos de 100 casos por 100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos por 100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos por 100 mil habitantes).
O balanço parcial revela ainda que 28,2% dos registros de dengue estão concentrados em oito municípios: Belo Horizonte (6,5%); Campo Grande (5,2%); Goiânia (5,1%); Ribeirão Preto, em São Paulo (3,5%); Rio Branco (3,1%); Betim, em Minas Gerais (1,8%); São José do Rio Preto, em São Paulo (1,5%); e Araçatuba, em São Paulo (1,5%). À exceção de Ribeirão Preto e Betim, em todos os municípios há tendência de redução de casos.
Segundo o ministério, desde 2009, houve intensificação das ações nos estados que enfrentam aumento de casos. As medidas adotadas foram a assessoria técnica, envio de equipamentos para aplicação de inseticidas e aumento nas remessas de insumos e medicamentos.
Os recursos para ações de controle da dengue e de outras doenças, que têm repasse mensal aos estados, foram mantidos e o aporte extra de R$ 128 milhões, feito em 2009, foi incorporado ao teto financeiro de vigilância em saúde, orçado em R$ 1,02 bilhão para 2010.
Edição: Lana Cristina
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AGENCIA BRASIL
2º Workshop Internacional Energia Nuclear, Meio Ambiente e Segurança
2º Workshop Internacional Energia Nuclear, Meio Ambiente e Segurança
7/7/2010
De 19/8/2010 a 20/8/2010
Faltam 42 dias para o início do evento. Duração: 2 dias
Agência FAPESP – O 2º Workshop Internacional Energia Nuclear, Meio Ambiente e Segurança (Enumas 2010) será realizado nos dias 19 e 20 de agosto na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O tema será “Oportunidades em atividades nucleares no Brasil: medicina, agricultura e indústria”.
Entre os participantes programados estão: Afonso Aquino (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/Conselho Nacional de Energia Nuclear Ipen/CNEN), Julio Hadler (Unicamp), José Bressiani (Ipen/CNEN), Antonio Vargas Figueira (Universidade de São Paulo-USP), Suleman Surti (Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos) e Carlos Buchipguel (USP).
O encontro será organizado em eixos temáticos como “Pesquisa e desenvolvimento da energia nuclear no Brasil”, “Energia nuclear no contexto mundial”, “Ciclo do combustível – salvaguardas e proliferação”, “Energia nuclear e meio ambiente” e ‘Energias alternativas: sinergias politicamente corretas”.
Mais informações: www.nipeunicamp.org.br/enumas2010.
7/7/2010
De 19/8/2010 a 20/8/2010
Faltam 42 dias para o início do evento. Duração: 2 dias
Agência FAPESP – O 2º Workshop Internacional Energia Nuclear, Meio Ambiente e Segurança (Enumas 2010) será realizado nos dias 19 e 20 de agosto na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O tema será “Oportunidades em atividades nucleares no Brasil: medicina, agricultura e indústria”.
Entre os participantes programados estão: Afonso Aquino (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/Conselho Nacional de Energia Nuclear Ipen/CNEN), Julio Hadler (Unicamp), José Bressiani (Ipen/CNEN), Antonio Vargas Figueira (Universidade de São Paulo-USP), Suleman Surti (Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos) e Carlos Buchipguel (USP).
O encontro será organizado em eixos temáticos como “Pesquisa e desenvolvimento da energia nuclear no Brasil”, “Energia nuclear no contexto mundial”, “Ciclo do combustível – salvaguardas e proliferação”, “Energia nuclear e meio ambiente” e ‘Energias alternativas: sinergias politicamente corretas”.
Mais informações: www.nipeunicamp.org.br/enumas2010.
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Agência FAPESP
62ª Reunião Anual da SBPC
62ª Reunião Anual da SBPC
7/7/2010
De 25/7/2010 a 30/7/2010
Faltam 17 dias para o início do evento. Duração: 6 dias
Agência FAPESP – A 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) será realizada entre os dias 25 e 30 de julho e terá como tema central “Ciências do mar: herança para o futuro”.
Realizada desde 1948, a Reunião Anual da SBPC é um dos maiores eventos científicos na América Latina e conta com a participação de pesquisadores, estudantes, autoridades, gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia e representantes de sociedades científicas.
Além de ser um importante fórum de debate sobre política científica, o evento também é um meio de difusão dos avanços da ciência em diversas áreas do conhecimento.
Com um programa diversificado, o encontro deste ano traz conferências com temas diversos como “A construção naval no Brasil”, “O papel cognitivo do sono e dos sonhos”, “Mar e defesa”, “A política nacional de defesa e a ciência e tecnologia”, “Deslizamentos submarinos e tsunamis”, “Exoplanetologia”, “Adaptabilidade biológica em tempos de mudanças climáticas”, “Mulheres e ciência” e vários outros.
A SBPC ainda promove durante o encontro oficinas e minicursos voltados a estudantes de ensino básico e técnico na SBPC Jovem.
A Agência FAPESP fará a cobertura do evento e a FAPESP participará com estande no qual serão expostos os principais programas e formas de apoio da Fundação.
Mais informações: www.sbpcnet.org.br/natal/home.
7/7/2010
De 25/7/2010 a 30/7/2010
Faltam 17 dias para o início do evento. Duração: 6 dias
Agência FAPESP – A 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) será realizada entre os dias 25 e 30 de julho e terá como tema central “Ciências do mar: herança para o futuro”.
Realizada desde 1948, a Reunião Anual da SBPC é um dos maiores eventos científicos na América Latina e conta com a participação de pesquisadores, estudantes, autoridades, gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia e representantes de sociedades científicas.
Além de ser um importante fórum de debate sobre política científica, o evento também é um meio de difusão dos avanços da ciência em diversas áreas do conhecimento.
Com um programa diversificado, o encontro deste ano traz conferências com temas diversos como “A construção naval no Brasil”, “O papel cognitivo do sono e dos sonhos”, “Mar e defesa”, “A política nacional de defesa e a ciência e tecnologia”, “Deslizamentos submarinos e tsunamis”, “Exoplanetologia”, “Adaptabilidade biológica em tempos de mudanças climáticas”, “Mulheres e ciência” e vários outros.
A SBPC ainda promove durante o encontro oficinas e minicursos voltados a estudantes de ensino básico e técnico na SBPC Jovem.
A Agência FAPESP fará a cobertura do evento e a FAPESP participará com estande no qual serão expostos os principais programas e formas de apoio da Fundação.
Mais informações: www.sbpcnet.org.br/natal/home.
Entrevista com diretor geral do DNPM
Entrevista com diretor geral do DNPM
Qua, 23 de Dezembro de 2009 17:47
Levando em consideração os 75 anos do DNPM, qual é o seu balanço quanto às atividades da instituição e o desenvolvimento da mineração brasileira?
A história do DNPM e a sua importância para a mineração brasileira se confundem muito com o primeiro Código de Mineração, que data de 1934, o qual definia que as jazidas conhecidas pertenciam aos proprietários do solo onde se encontravam ou a quem fosse por legítimo título. Aos proprietários do solo em que ocorressem jazidas conhecidas foi lhes dado o direito de manifestá-las ao poder público no prazo de um ano. Tratava-se de um sistema misto, em que se garantiram os direitos minerários pré-existentes aos proprietários do solo. As jazidas não conhecidas, no entanto, passariam a ser incorporadas ao patrimônio do país. Com o advento da Constituição de 1967, a preferência do proprietário do solo foi substituída pela participação nos resultados da lavra. O Código de Mineração da mesma época, instituído pelo Decreto-Lei nº 227 de 1967, manteve o princípio da prioridade previsto no Código anterior.
A partir da década de 80, diplomas legais complementares vieram compor o cabedal de atos regulatórios para a mineração, particularmente com o advento da legislação ambiental. A promulgação da atual Constituição Federal em 1988 criou o regime de royalties, que tornou necessária a atualização da legislação minerária. No entanto, tais alterações não foram tão significativas a ponto de exigirem um novo Código. A mudança mais expressiva trazida pelo texto constitucional referia-se à restrição ao capital externo na mineração, dispositivo que veio a ser suprimido por emenda constitucional de 1995. Dentre as mudanças efetivadas, destaca-se a explicitação do direito de propriedade dos recursos minerais como sendo bens da União, superando definitivamente dúvidas quanto à propriedade dessas riquezas em favor do Estado. As jazidas em lavra ou não e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra, dependendo, para sua pesquisa e aproveitamento, autorização ou concessão da União, como prevê o artigo 176 da Constituição Federal. Este fato colocou por terra o regime jurídico , apesar de ainda hoje se conviver com a Lei nº 6.567, de 1978, que confere ao município o direito de emissão da licença para minerais de emprego imediato. Em 2 de maio de 1994, com a sanção da Lei nº 8.876, o DNPM, que até então era considerado um órgão central de direção superior, foi transformado em autarquia federal. O DNPM tem como finalidade promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar em todo o território nacional o exercício das atividades de mineração como: a outorga de direitos minerários; a fiscalização de pesquisa, lavra e beneficiamento de minérios; ações de fomento ao setor mineral; a manutenção da base de dados sobre a economia mineral brasileira; a proteção ao patrimônio fossilífero; a fiscalização do controle ambiental; e a promoção da arrecadação das taxas, emolumentos e compensação financeira decorrentes da atividade de mineração no país. O DNPM tem hoje a clara missão de gerir os bens minerais brasileiros de forma sustentável, em benefício da sociedade.
Quais são os principais projetos atualmente em andamento?
Os principais projetos do DNPM neste momento visam dar andamento à modernização administrativa e tecnológica. Esse é um processo contínuo e, no nosso entender, tem objetivado propiciar a agilidade, transparência e segurança jurídica nos atos de outorga, estimulado a atração de investimentos em pesquisa mineral, que visam à descoberta de novas jazidas e criam as condições para que ocorram investimentos produtivos na mineração. Esses investimentos são fundamentais para o aumento do produto mineral bruto, em particular do PIB mineral, garantindo o suprimento de matéria-prima mineral para a indústria, com a elevação do saldo da balança comercial e com a geração de emprego e renda. Sem dúvida, que tudo isso fortalece o setor mineral brasileiro e assegura o seu crescimento de forma sustentável.
O processo de modernização permitiu, ainda, que o DNPM revertesse o quadro de desgaste institucional existente até 2002, voltando a cumprir plenamente a sua missão institucional. A modernização vem permitindo a implantação de sistemas computacionais voltados para redefinir e simplificar procedimentos relacionados aos macro-processos de outorga, de fiscalização e de arrecadação da autarquia, e propiciando o desenvolvimento da indústria mineral brasileira. Permite que tenhamos, cada vez mais, uma base de dados consistente e em condições de fornecer as informações necessárias para uma melhor política de fomento e de regulação da atividade de mineração em nosso país.
Qual é a sua avaliação quanto à contribuição da produção mineral para a economia brasileira?
O Brasil a cada dia se afirma como um grande país produtor de matéria-prima mineral, ocupando espaços importantíssimos na divisão internacional do trabalho. O desempenho da indústria extrativa mineral tem sido notável nos últimos anos, se comparado a outros setores da economia brasileira. Sua participação na formação do PIB mostra-se crescente particularmente nos últimos cinco anos, já atingindo a marca de quase 7%. O fluxo de comércio exterior do setor vem superando recordes sucessivos. A mineração brasileira responde por parcela expressiva do saldo da balança comercial, mais de 30%, representando, assim, um importante fator na diminuição da vulnerabilidade da economia nacional. Investimentos em pesquisa mineral para a descoberta de novas jazidas, para a abertura de novas minas ou para a ampliação da capacidade produtiva das já existentes praticamente triplicaram desde 2003, chegando à marca de cerca de US$ 480 milhões em 2008, apesar de três meses de crise financeira internacional.
Considerando a possibilidade de o DNPM abrir concurso nos próximos meses, haverá a contratação de geofísicos?
O profissional do DNPM, que virá a desenvolver atividades no campo da Geofísica, não necessariamente terá formação específica, pois conforme competência comum definida pela Resolução 1010 do CONFEA, pode exercer tal habilitação o profissional com qualificação e formação de geólogo, engenheiro de minas, ou outro que tenha especialização na área. Assim, em virtude da necessidade de maior espectro de atribuições profissionais no interesse da autarquia, deveremos abrir vagas para geólogos e engenheiros de minas, que não exercem apenas Geofísica. Os profissionais de Geofísica que sejam oriundos dessas duas áreas deverão concorrer para as vagas dessas profissões e, uma vez aprovados, poderão ser aproveitados, da melhor maneira em função do seu perfil profissiográfico.
Como se posiciona o Brasil quanto à produção de bens minerais em relação aos outros países?
Todos sabem que o Brasil é um dos maiores players globais em bens minerais. Ocupamos o primeiro lugar na produção de nióbio, o segundo em minério de ferro, manganês e tantalita, o terceiro em grafita, e o quarto em rochas ornamentais. Praticamente produzimos todos os bens minerais, incluindo ainda magnesita, cromita, ouro, barita, agregados, pedras preciosas, quartzo, fosfato, dentre outros. Somos realmente carentes em enxofre e potássio, com um alto grau de dependência externa.
Dentro do processo de modernização dos requerimentos de pesquisa, quais foram os avanços tecnológicos observados nos últimos anos?
Estamos dando muita ênfase à questão da tecnologia da informação, modernizando nossos processos com o objetivo de dar maior transparência, celeridade e segurança jurídica. Em 2005 criamos o pré-requerimento eletrônico, que permitiu acabar praticamente com os indeferimentos de plano que não marcavam prioridade e traziam graves prejuízos aos mineradores, pois perdiam tempo e dinheiro e não atingiam seus objetivos de obtenção do alvará. Com o pré-requerimento, sem que houvesse a necessidade de mudança da lei, conseguimos proporcionar ao minerador uma ferramenta segura, que informa aproximadamente em tempo real se a área está onerada e critica eventuais erros de preenchimento que antes conduziam ao indeferimento sem marcar prioridade. Também instituímos a assinatura eletrônica de alvarás em que o diretor-geral aprova e envia para publicação on-line os alvarás minutados pela área de outorga, quando é o caso.
Quais são os planos do DNPM para os próximos anos?
Dentre as linhas de ação que temos planejado internamente, a mais importante mesmo é a continuidade da modernização. Este é um plano permanente que sempre precisará de atualizações. Este é o foco principal, pois nele é que estão as respostas que a sociedade exige. Com isto, será garantida a implantação futura do novo marco regulatório e a criação da agência reguladora de mineração, que deverá substituir e incorporar as atribuições do DNPM. O governo federal quer criar o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM). O Conselho terá o caráter de órgão de assessoria à Presidência da República e irá propor diretrizes e ações para o setor e avaliar e sugerir novas políticas. Terá composição definida por decreto do Poder Executivo e caráter deliberativo, com competência para emitir resoluções, ad referendum do Presidente da República. A Agência vem absorver as atribuições, o passivo, o ativo e servidores do DNPM, e será uma autarquia especial como órgão regulador da atividade econômica e normatizador em nível infra-legal. Terá plenas condições de executar uma legislação menos burocrática e atualizada. Contará com uma diretoria colegiada com dirigentes com mandato e prazo.
A nova lei que substituirá o atual Código de Mineração está sendo considerada o novo marco regulatório e visa fortalecer o poder do Estado no processo de regulação das concessões minerárias e da atividade econômica setorial. Estamos com o anteprojeto praticamente pronto. O principal avanço é a possibilidade de se mudar a relação público-privada, fortalecendo o poder regulatório do Estado, com vistas a garantir plena concorrência, a competitividade da indústria mineral e o caráter estratégico dessa atividade econômica para o país. Redefinir o paradigma não é tarefa fácil. Acredito que, com as propostas que estão no escopo do trabalho, o setor mineral brasileiro em muito ganhará com a aprovação desse novo marco legal.
Considerando futuras alterações no Código de Mineração, é consenso entre os especialistas da área mineral que as mudanças poderão trazer insegurança para os investidores. As modificações são realmente necessárias? Qual é o foco principal da revisão do código?
Discordo que seja consenso entre especialistas. Li a manifestação de um ou outro dirigente de entidade que manifestaram suas preocupações sem maior conhecimento de causa. Após a divulgação dos pontos principais, o que se viu é que de fato o novo marco trará um grande avanço para a mineração brasileira. Já ouvi de muitos que as alterações propostas trazem até mais segurança jurídica. Estamos agora ultimando o texto a ser submetido ao Ministro Lobão. Espero que em breve o Poder Executivo possa encaminhar ao Congresso Nacional o projeto de lei sobre o marco regulatório e a agência reguladora.
Quais resultados pode-se esperar dos levantamentos aéreos na região amazônica, intensificados nos últimos anos? Acredita na existência de uma nova província mineral do tamanho de Carajás na região?
País de dimensões continentais ainda pouco conhecido, e considerando que recentes tecnologias de prospecção aerogeofísica estão sendo aplicadas, certamente teremos resultados promissores na região amazônica, que tem inquestionável potencial mineral. Estudos e descobertas pontuais refletem indícios de que há muito a ser descoberto, como petróleo, ouro, cobre, níquel etc. Tecnologias que proporcionem descobertas pontuais que minimizem custos e que não afetem o meio ambiente representam uma modalidade que se tornou prática mundial e que sem dúvida resultarão em novas províncias minerais. Carajás é uma grande província polimetálica e muito rara. Novas descobertas poderão ocorrer talvez em menores dimensões e a maiores profundidades, com tendências monominerálicas. A Amazônia é uma incógnita, onde tudo é possível se encontrar em grande escala.
Como conciliar a exploração mineral na Amazônia com a preservação ambiental? E como seria possível racionalizar o processo de licenciamento ambiental brasileiro?
A mineração tem suas características especiais, como todos nós sabemos, e a principal delas é a rigidez locacional. Isso significa que o empreendimento somente pode ser instalado naquele local, pois é ali que a jazida ocorre – diferentemente de uma montadora de automóveis, que você pode instalar onde preferir. Portanto, se a jazida ocorre na Amazônia, isto já é uma dádiva pelo fato de acontecer em território brasileiro. Assim, o país terá que desenvolver técnicas para tornar o projeto minerário viável do ponto de vista econômico e principalmente ambiental. Ocorre que, depois do minério ter sido explorado, teremos que usar as melhoras práticas de recuperação de áreas mineradas para devolver à sociedade o local da mina em condições para ter outros usos, em função da vocação da região e da vontade da comunidade envolvida. A Amazônia, por sua vez, requer uma preocupação ainda maior. Não podemos engessar economicamente uma região que tem um grande potencial mineral como é o caso da Amazônia brasileira. Portanto, a grande alternativa para a Amazônia é desenvolver a mineração com sustentabilidade.
Quanto à racionalização do processo de licenciamento ambiental, entendo que não caberia aos estados a competência de legislar sobre licenciamento para pesquisa mineral, e que as normas relativas à supressão de vegetação em unidades de conservação de uso sustentável deveriam ser revistas para que fossem adequadas à dinâmica no setor mineral. A pesquisa mineral, a depender da sua fase, praticamente pode não causar qualquer impacto. A mineração evoluiu do ponto de vista tecnológico, inclusive em tecnologias ambientais ou limpas. Pela importância da mineração em termos de utilidade pública, deve ter um tratamento diferenciado se comparado a outras atividades industriais no país.
Qua, 23 de Dezembro de 2009 17:47
Levando em consideração os 75 anos do DNPM, qual é o seu balanço quanto às atividades da instituição e o desenvolvimento da mineração brasileira?
A história do DNPM e a sua importância para a mineração brasileira se confundem muito com o primeiro Código de Mineração, que data de 1934, o qual definia que as jazidas conhecidas pertenciam aos proprietários do solo onde se encontravam ou a quem fosse por legítimo título. Aos proprietários do solo em que ocorressem jazidas conhecidas foi lhes dado o direito de manifestá-las ao poder público no prazo de um ano. Tratava-se de um sistema misto, em que se garantiram os direitos minerários pré-existentes aos proprietários do solo. As jazidas não conhecidas, no entanto, passariam a ser incorporadas ao patrimônio do país. Com o advento da Constituição de 1967, a preferência do proprietário do solo foi substituída pela participação nos resultados da lavra. O Código de Mineração da mesma época, instituído pelo Decreto-Lei nº 227 de 1967, manteve o princípio da prioridade previsto no Código anterior.
A partir da década de 80, diplomas legais complementares vieram compor o cabedal de atos regulatórios para a mineração, particularmente com o advento da legislação ambiental. A promulgação da atual Constituição Federal em 1988 criou o regime de royalties, que tornou necessária a atualização da legislação minerária. No entanto, tais alterações não foram tão significativas a ponto de exigirem um novo Código. A mudança mais expressiva trazida pelo texto constitucional referia-se à restrição ao capital externo na mineração, dispositivo que veio a ser suprimido por emenda constitucional de 1995. Dentre as mudanças efetivadas, destaca-se a explicitação do direito de propriedade dos recursos minerais como sendo bens da União, superando definitivamente dúvidas quanto à propriedade dessas riquezas em favor do Estado. As jazidas em lavra ou não e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra, dependendo, para sua pesquisa e aproveitamento, autorização ou concessão da União, como prevê o artigo 176 da Constituição Federal. Este fato colocou por terra o regime jurídico , apesar de ainda hoje se conviver com a Lei nº 6.567, de 1978, que confere ao município o direito de emissão da licença para minerais de emprego imediato. Em 2 de maio de 1994, com a sanção da Lei nº 8.876, o DNPM, que até então era considerado um órgão central de direção superior, foi transformado em autarquia federal. O DNPM tem como finalidade promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar em todo o território nacional o exercício das atividades de mineração como: a outorga de direitos minerários; a fiscalização de pesquisa, lavra e beneficiamento de minérios; ações de fomento ao setor mineral; a manutenção da base de dados sobre a economia mineral brasileira; a proteção ao patrimônio fossilífero; a fiscalização do controle ambiental; e a promoção da arrecadação das taxas, emolumentos e compensação financeira decorrentes da atividade de mineração no país. O DNPM tem hoje a clara missão de gerir os bens minerais brasileiros de forma sustentável, em benefício da sociedade.
Quais são os principais projetos atualmente em andamento?
Os principais projetos do DNPM neste momento visam dar andamento à modernização administrativa e tecnológica. Esse é um processo contínuo e, no nosso entender, tem objetivado propiciar a agilidade, transparência e segurança jurídica nos atos de outorga, estimulado a atração de investimentos em pesquisa mineral, que visam à descoberta de novas jazidas e criam as condições para que ocorram investimentos produtivos na mineração. Esses investimentos são fundamentais para o aumento do produto mineral bruto, em particular do PIB mineral, garantindo o suprimento de matéria-prima mineral para a indústria, com a elevação do saldo da balança comercial e com a geração de emprego e renda. Sem dúvida, que tudo isso fortalece o setor mineral brasileiro e assegura o seu crescimento de forma sustentável.
O processo de modernização permitiu, ainda, que o DNPM revertesse o quadro de desgaste institucional existente até 2002, voltando a cumprir plenamente a sua missão institucional. A modernização vem permitindo a implantação de sistemas computacionais voltados para redefinir e simplificar procedimentos relacionados aos macro-processos de outorga, de fiscalização e de arrecadação da autarquia, e propiciando o desenvolvimento da indústria mineral brasileira. Permite que tenhamos, cada vez mais, uma base de dados consistente e em condições de fornecer as informações necessárias para uma melhor política de fomento e de regulação da atividade de mineração em nosso país.
Qual é a sua avaliação quanto à contribuição da produção mineral para a economia brasileira?
O Brasil a cada dia se afirma como um grande país produtor de matéria-prima mineral, ocupando espaços importantíssimos na divisão internacional do trabalho. O desempenho da indústria extrativa mineral tem sido notável nos últimos anos, se comparado a outros setores da economia brasileira. Sua participação na formação do PIB mostra-se crescente particularmente nos últimos cinco anos, já atingindo a marca de quase 7%. O fluxo de comércio exterior do setor vem superando recordes sucessivos. A mineração brasileira responde por parcela expressiva do saldo da balança comercial, mais de 30%, representando, assim, um importante fator na diminuição da vulnerabilidade da economia nacional. Investimentos em pesquisa mineral para a descoberta de novas jazidas, para a abertura de novas minas ou para a ampliação da capacidade produtiva das já existentes praticamente triplicaram desde 2003, chegando à marca de cerca de US$ 480 milhões em 2008, apesar de três meses de crise financeira internacional.
Considerando a possibilidade de o DNPM abrir concurso nos próximos meses, haverá a contratação de geofísicos?
O profissional do DNPM, que virá a desenvolver atividades no campo da Geofísica, não necessariamente terá formação específica, pois conforme competência comum definida pela Resolução 1010 do CONFEA, pode exercer tal habilitação o profissional com qualificação e formação de geólogo, engenheiro de minas, ou outro que tenha especialização na área. Assim, em virtude da necessidade de maior espectro de atribuições profissionais no interesse da autarquia, deveremos abrir vagas para geólogos e engenheiros de minas, que não exercem apenas Geofísica. Os profissionais de Geofísica que sejam oriundos dessas duas áreas deverão concorrer para as vagas dessas profissões e, uma vez aprovados, poderão ser aproveitados, da melhor maneira em função do seu perfil profissiográfico.
Como se posiciona o Brasil quanto à produção de bens minerais em relação aos outros países?
Todos sabem que o Brasil é um dos maiores players globais em bens minerais. Ocupamos o primeiro lugar na produção de nióbio, o segundo em minério de ferro, manganês e tantalita, o terceiro em grafita, e o quarto em rochas ornamentais. Praticamente produzimos todos os bens minerais, incluindo ainda magnesita, cromita, ouro, barita, agregados, pedras preciosas, quartzo, fosfato, dentre outros. Somos realmente carentes em enxofre e potássio, com um alto grau de dependência externa.
Dentro do processo de modernização dos requerimentos de pesquisa, quais foram os avanços tecnológicos observados nos últimos anos?
Estamos dando muita ênfase à questão da tecnologia da informação, modernizando nossos processos com o objetivo de dar maior transparência, celeridade e segurança jurídica. Em 2005 criamos o pré-requerimento eletrônico, que permitiu acabar praticamente com os indeferimentos de plano que não marcavam prioridade e traziam graves prejuízos aos mineradores, pois perdiam tempo e dinheiro e não atingiam seus objetivos de obtenção do alvará. Com o pré-requerimento, sem que houvesse a necessidade de mudança da lei, conseguimos proporcionar ao minerador uma ferramenta segura, que informa aproximadamente em tempo real se a área está onerada e critica eventuais erros de preenchimento que antes conduziam ao indeferimento sem marcar prioridade. Também instituímos a assinatura eletrônica de alvarás em que o diretor-geral aprova e envia para publicação on-line os alvarás minutados pela área de outorga, quando é o caso.
Quais são os planos do DNPM para os próximos anos?
Dentre as linhas de ação que temos planejado internamente, a mais importante mesmo é a continuidade da modernização. Este é um plano permanente que sempre precisará de atualizações. Este é o foco principal, pois nele é que estão as respostas que a sociedade exige. Com isto, será garantida a implantação futura do novo marco regulatório e a criação da agência reguladora de mineração, que deverá substituir e incorporar as atribuições do DNPM. O governo federal quer criar o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e a Agência Nacional de Mineração (ANM). O Conselho terá o caráter de órgão de assessoria à Presidência da República e irá propor diretrizes e ações para o setor e avaliar e sugerir novas políticas. Terá composição definida por decreto do Poder Executivo e caráter deliberativo, com competência para emitir resoluções, ad referendum do Presidente da República. A Agência vem absorver as atribuições, o passivo, o ativo e servidores do DNPM, e será uma autarquia especial como órgão regulador da atividade econômica e normatizador em nível infra-legal. Terá plenas condições de executar uma legislação menos burocrática e atualizada. Contará com uma diretoria colegiada com dirigentes com mandato e prazo.
A nova lei que substituirá o atual Código de Mineração está sendo considerada o novo marco regulatório e visa fortalecer o poder do Estado no processo de regulação das concessões minerárias e da atividade econômica setorial. Estamos com o anteprojeto praticamente pronto. O principal avanço é a possibilidade de se mudar a relação público-privada, fortalecendo o poder regulatório do Estado, com vistas a garantir plena concorrência, a competitividade da indústria mineral e o caráter estratégico dessa atividade econômica para o país. Redefinir o paradigma não é tarefa fácil. Acredito que, com as propostas que estão no escopo do trabalho, o setor mineral brasileiro em muito ganhará com a aprovação desse novo marco legal.
Considerando futuras alterações no Código de Mineração, é consenso entre os especialistas da área mineral que as mudanças poderão trazer insegurança para os investidores. As modificações são realmente necessárias? Qual é o foco principal da revisão do código?
Discordo que seja consenso entre especialistas. Li a manifestação de um ou outro dirigente de entidade que manifestaram suas preocupações sem maior conhecimento de causa. Após a divulgação dos pontos principais, o que se viu é que de fato o novo marco trará um grande avanço para a mineração brasileira. Já ouvi de muitos que as alterações propostas trazem até mais segurança jurídica. Estamos agora ultimando o texto a ser submetido ao Ministro Lobão. Espero que em breve o Poder Executivo possa encaminhar ao Congresso Nacional o projeto de lei sobre o marco regulatório e a agência reguladora.
Quais resultados pode-se esperar dos levantamentos aéreos na região amazônica, intensificados nos últimos anos? Acredita na existência de uma nova província mineral do tamanho de Carajás na região?
País de dimensões continentais ainda pouco conhecido, e considerando que recentes tecnologias de prospecção aerogeofísica estão sendo aplicadas, certamente teremos resultados promissores na região amazônica, que tem inquestionável potencial mineral. Estudos e descobertas pontuais refletem indícios de que há muito a ser descoberto, como petróleo, ouro, cobre, níquel etc. Tecnologias que proporcionem descobertas pontuais que minimizem custos e que não afetem o meio ambiente representam uma modalidade que se tornou prática mundial e que sem dúvida resultarão em novas províncias minerais. Carajás é uma grande província polimetálica e muito rara. Novas descobertas poderão ocorrer talvez em menores dimensões e a maiores profundidades, com tendências monominerálicas. A Amazônia é uma incógnita, onde tudo é possível se encontrar em grande escala.
Como conciliar a exploração mineral na Amazônia com a preservação ambiental? E como seria possível racionalizar o processo de licenciamento ambiental brasileiro?
A mineração tem suas características especiais, como todos nós sabemos, e a principal delas é a rigidez locacional. Isso significa que o empreendimento somente pode ser instalado naquele local, pois é ali que a jazida ocorre – diferentemente de uma montadora de automóveis, que você pode instalar onde preferir. Portanto, se a jazida ocorre na Amazônia, isto já é uma dádiva pelo fato de acontecer em território brasileiro. Assim, o país terá que desenvolver técnicas para tornar o projeto minerário viável do ponto de vista econômico e principalmente ambiental. Ocorre que, depois do minério ter sido explorado, teremos que usar as melhoras práticas de recuperação de áreas mineradas para devolver à sociedade o local da mina em condições para ter outros usos, em função da vocação da região e da vontade da comunidade envolvida. A Amazônia, por sua vez, requer uma preocupação ainda maior. Não podemos engessar economicamente uma região que tem um grande potencial mineral como é o caso da Amazônia brasileira. Portanto, a grande alternativa para a Amazônia é desenvolver a mineração com sustentabilidade.
Quanto à racionalização do processo de licenciamento ambiental, entendo que não caberia aos estados a competência de legislar sobre licenciamento para pesquisa mineral, e que as normas relativas à supressão de vegetação em unidades de conservação de uso sustentável deveriam ser revistas para que fossem adequadas à dinâmica no setor mineral. A pesquisa mineral, a depender da sua fase, praticamente pode não causar qualquer impacto. A mineração evoluiu do ponto de vista tecnológico, inclusive em tecnologias ambientais ou limpas. Pela importância da mineração em termos de utilidade pública, deve ter um tratamento diferenciado se comparado a outras atividades industriais no país.
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DIVULGAÇÃO DA SBGf
terça-feira, 6 de julho de 2010
Unifesp de Osasco busca docentes
Notícias
Unifesp de Osasco busca docentes
6/7/2010
Agência FAPESP – A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriu processo seletivo para provimento de vagas para professor adjunto – nível 1, no campus de Osasco, em regime de trabalho de 40 horas semanais e dedicação exclusiva.
Os processos ocorrerão por meio de concurso público de títulos e provas. Há vagas nas áreas de Administração, subárea de Gestão de Operações e Serviços; na área de Atuárias (duas vagas); Ciências Econômicas, subárea de Microeconomia; Formação Científica (duas vagas), nas subáreas de Matemática e Estatística; Compreensão da Realidade Brasileira, na subárea de Ciência Política (duas vagas); e em Formação Humanística e Compreensão Humana, na subárea de Antropologia.
Para essas áreas as inscrições foram prorrogadas até 16 de agosto. O concurso será constituído de prova escrita, prova didática e prova de arguição de memorial. As atribuições gerais do cargo são docência de nível superior do concurso e participação em atividades de graduação, pesquisa, extensão, assistência e administração da Unifesp. A remuneração é de R$ 7.026,85.
Exige-se titulação mínima de doutor outorgado por instituição brasileira ou, no caso de obtenção do título em instituição estrangeira, revalidado pela Unifesp.
Os candidatos devem preencher o formulário no site da Unifesp e entregar pessoalmente ou por procurador legalmente constituído a documentação exigida na Rua Botucatu, 740, na Vila Clementino, em São Paulo.
Mais informações: http://concurso.unifesp.br
Unifesp de Osasco busca docentes
6/7/2010
Agência FAPESP – A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) abriu processo seletivo para provimento de vagas para professor adjunto – nível 1, no campus de Osasco, em regime de trabalho de 40 horas semanais e dedicação exclusiva.
Os processos ocorrerão por meio de concurso público de títulos e provas. Há vagas nas áreas de Administração, subárea de Gestão de Operações e Serviços; na área de Atuárias (duas vagas); Ciências Econômicas, subárea de Microeconomia; Formação Científica (duas vagas), nas subáreas de Matemática e Estatística; Compreensão da Realidade Brasileira, na subárea de Ciência Política (duas vagas); e em Formação Humanística e Compreensão Humana, na subárea de Antropologia.
Para essas áreas as inscrições foram prorrogadas até 16 de agosto. O concurso será constituído de prova escrita, prova didática e prova de arguição de memorial. As atribuições gerais do cargo são docência de nível superior do concurso e participação em atividades de graduação, pesquisa, extensão, assistência e administração da Unifesp. A remuneração é de R$ 7.026,85.
Exige-se titulação mínima de doutor outorgado por instituição brasileira ou, no caso de obtenção do título em instituição estrangeira, revalidado pela Unifesp.
Os candidatos devem preencher o formulário no site da Unifesp e entregar pessoalmente ou por procurador legalmente constituído a documentação exigida na Rua Botucatu, 740, na Vila Clementino, em São Paulo.
Mais informações: http://concurso.unifesp.br
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Perdeu o "já ganhou"
Perdeu o "já ganhou"
Por Alberto Dines em 6/7/2010
Reproduzido do Diário de S.Paulo, 3/7/2010
Silenciados os 190 milhões de técnicos de futebol, hora de convocar psicanalistas, psiquiatras, antropólogos e filósofos para devassar as fragilidades da alma humana nos momentos supremos.
Culpadas pelo fiasco no gramado não foram as obsessões, esquemas táticos ou fantasias guerreiras engendradas pelo técnico Dunga. Não foram os "laranjas" os responsáveis pelo retorno prematuro da seleção, os holandeses jogaram como sempre – efetivamente –; quem fez as malas da seleção brasileira foi um coquetel altamente corrosivo que atende pelo nome "fogo de palha", composto de arrogância e negligência, egocentrismo e descaso.
O tal "grupo" que vestiu a camisa azul jogou sem levar em conta que havia outros onze em campo igualmente dotados de vontades. Minimizar adversários é o primeiro passo para entregar-lhes os louros. Um time de futebol (ou de políticos), de empresários (ou tecnocratas), militares (ou civis), artistas (ou cientistas) que se exibe com tanta competência na primeira parte de um confronto não pode desnortear-se e desfibrar-se com tanta facilidade quando o adversário retorna determinado.
Recurso óbvio
Um gol acidental (como o do empate), não pode emascular uma equipe que até então se comportava com galhardia, a não ser que esta galhardia seja clonada e seu estofo, falso.
Impossível jogar de salto alto, os deuses que costumam observar as disputas abominam os triunfalistas, incapazes de perceber que ventos podem mudar de direção e a sorte, de lado. Toureiros longevos sempre souberam que na hora da verdade o touro extenuado pode levantar a cabeça e escapar da espada que o pegaria pela nuca.
O trágico mata-mata que dizimou os guerreiros da Brahma na África do Sul obriga às legiões de seguidores a confrontar-se com o único fantasma que devem temer em todas as competições: o quase-quase, filho dileto do oba-oba.
Pior do que amargar vexames é carregar a fama de insuficiente e secundário. Na sexta-feira (2/7) a maioria dos comentaristas de futebol despediu-se apontando para o calendário e o Mundial de 2014. Recurso óbvio, enganador. O próximo quadriênio será um desafio e não apenas em matéria de futebol. O país inteiro terá que engajar-se numa Copa de Capacitação que até o momento não foi assimilada e sequer visualizada.
Fim do calvário
Não se trata apenas de construir um novo estádio em São Paulo, tarefa relativamente fácil, e preparar as demais facilidades desportivas pelo país afora. Desafio maior, impalpável, deve estender-se além dos canteiros de obras e terá que ser encarado com pachorra, humildade e persistência ao longo de 1460 dias e noites para construir uma imagem nacional de seriedade, probidade, firmeza e convicção.
Pela lei das compensações esta penosa Copa deveria servir para alguma coisa. A melhor reparação seria o fim do calvário do auto-engano e do "já ganhou".
Por Alberto Dines em 6/7/2010
Reproduzido do Diário de S.Paulo, 3/7/2010
Silenciados os 190 milhões de técnicos de futebol, hora de convocar psicanalistas, psiquiatras, antropólogos e filósofos para devassar as fragilidades da alma humana nos momentos supremos.
Culpadas pelo fiasco no gramado não foram as obsessões, esquemas táticos ou fantasias guerreiras engendradas pelo técnico Dunga. Não foram os "laranjas" os responsáveis pelo retorno prematuro da seleção, os holandeses jogaram como sempre – efetivamente –; quem fez as malas da seleção brasileira foi um coquetel altamente corrosivo que atende pelo nome "fogo de palha", composto de arrogância e negligência, egocentrismo e descaso.
O tal "grupo" que vestiu a camisa azul jogou sem levar em conta que havia outros onze em campo igualmente dotados de vontades. Minimizar adversários é o primeiro passo para entregar-lhes os louros. Um time de futebol (ou de políticos), de empresários (ou tecnocratas), militares (ou civis), artistas (ou cientistas) que se exibe com tanta competência na primeira parte de um confronto não pode desnortear-se e desfibrar-se com tanta facilidade quando o adversário retorna determinado.
Recurso óbvio
Um gol acidental (como o do empate), não pode emascular uma equipe que até então se comportava com galhardia, a não ser que esta galhardia seja clonada e seu estofo, falso.
Impossível jogar de salto alto, os deuses que costumam observar as disputas abominam os triunfalistas, incapazes de perceber que ventos podem mudar de direção e a sorte, de lado. Toureiros longevos sempre souberam que na hora da verdade o touro extenuado pode levantar a cabeça e escapar da espada que o pegaria pela nuca.
O trágico mata-mata que dizimou os guerreiros da Brahma na África do Sul obriga às legiões de seguidores a confrontar-se com o único fantasma que devem temer em todas as competições: o quase-quase, filho dileto do oba-oba.
Pior do que amargar vexames é carregar a fama de insuficiente e secundário. Na sexta-feira (2/7) a maioria dos comentaristas de futebol despediu-se apontando para o calendário e o Mundial de 2014. Recurso óbvio, enganador. O próximo quadriênio será um desafio e não apenas em matéria de futebol. O país inteiro terá que engajar-se numa Copa de Capacitação que até o momento não foi assimilada e sequer visualizada.
Fim do calvário
Não se trata apenas de construir um novo estádio em São Paulo, tarefa relativamente fácil, e preparar as demais facilidades desportivas pelo país afora. Desafio maior, impalpável, deve estender-se além dos canteiros de obras e terá que ser encarado com pachorra, humildade e persistência ao longo de 1460 dias e noites para construir uma imagem nacional de seriedade, probidade, firmeza e convicção.
Pela lei das compensações esta penosa Copa deveria servir para alguma coisa. A melhor reparação seria o fim do calvário do auto-engano e do "já ganhou".
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