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01/02/2011
Pesquisa mostra otimismo das famílias brasileiras em relação ao futuro do país
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa divulgada hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que as famílias brasileiras estão otimistas em relação ao país, apesar das medidas tomadas pelo governo para frear o ritmo de crescimento da economia. A sexta edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF) mostra que a expectativa dos brasileiros atingiu em janeiro 67,2 pontos, 4,02% a mais do que o índice apurado em dezembro do ano passado, que foi de 64,6 pontos.
“Esse é o maior índice alcançado em seis meses”, destacou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Quando a pesquisa foi iniciada, em agosto de 2010, o índice era de 62,8 pontos. De lá para cá, o indicador subiu 7%. A pesquisa de janeiro foi feita em 3,8 mil domicílios de 214 municípios.
Segundo Pochmann, a população ainda não sentiu os efeitos das medidas de restrição ao consumo. “Pela expectativa em relação às decisões de compra e a avaliação sobre a situação financeira e econômica para os próximos 12 meses, a pesquisa mostra aumento do otimismo das famílias em relação a [perspectiva de] consumir mais”.
Os mais otimistas estão na Região Centro-Oeste, que registrou 76,6 pontos, 8,6% a mais do que a pontuação de dezembro (70,5 pontos). Em relação a agosto de 2010, quando a pesquisa foi iniciada, o registro é de queda do otimismo das famílias que vivem nas regiões Norte (- 2,1%) e Nordeste (- 1,8%), e de melhora das expectativas no Sul (+ 12,9%), Centro-Oeste (+ 12,5%) e Sudeste (+ 11,8%).
O presidente do Ipea admitiu que existe, de acordo com o IEF, uma desconexão entre as expectativas das famílias e as decisões que estão sendo anunciadas pelo governo federal. Embora a projeção seja de desaceleração do crescimento econômico, as famílias têm a percepção de que estarão em situação melhor do que há um ano. O Ipea projeta para este ano crescimento pouco acima de 5%. “Em algum momento, haverá algum ajuste, seja do ponto de vista das decisões governamentais, para desacelerar ainda mais a economia, ou uma melhor decisão, por parte dos consumidores”.
A pesquisa mostra que as pessoas com maior renda e maior escolaridade tendem a ter uma perspectiva mais otimista em relação à situação econômica e financeira do país. Pochmann lembrou que, na saída da crise internacional de 2008, ocorreu uma recuperação de empregos na base da pirâmide social, principalmente nos setores ligados à construção civil, à indústria e ao comércio. “Hoje, nós percebemos que o avanço dos investimentos vem permitindo às empresas contratar pessoas com mais alta escolaridade e remuneração mais alta. Por outro lado, a escassez de mão de obra qualificada faz com que as empresas passem a remunerar um pouco melhor os seus trabalhadores”. Isso aumenta o otimismo nas chamadas classes mais favorecidas, admitiu Pochmann.
A expectativa das famílias sobre a situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses é de melhoria para 64% dos entrevistados. Esse índice sobe para 68,1% na região Centro-Oeste. Nos próximos cinco anos, a percepção é de melhoria da situação para 60,92% das famílias e de piora para 12,41%. De novo, o Centro-Oeste apresenta a melhor expectativa no médio prazo: 72,2%.
Edição: Vinicius Doria
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