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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Jovem egípcio respalda democracia e voto
Reportagens
Cairo, 31/01/2011
Jovem egípcio respalda democracia e voto
Na faixa de 18 a 29 anos, 84% dão forte apoio à importância de se viver em um Estado democrático, diz pesquisa no RDH 2010 do país
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da PrimaPagina
Entre os jovens egípcios, 84% dão “grande importância” a se viver em um Estado democrático, segundo pesquisa citada no RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano) 2010 do Egito. O número coloca o país africano à frente de nações mais desenvolvidas, como Japão (64%), Estados Unidos (62%) e Reino Unido (62%), acrescenta o estudo.
Os 84% dão ao país o oitavo lugar em um ranking de 19 países – incluindo o Brasil, que soma 69%. A Suécia lidera a lista, com 93%, e a Índia é a última colocada, com 48%. A pesquisa mostra ainda que 90% dos jovens egípcios reconhecem a importância da escolha popular de seus líderes por meio de eleições diretas.
“Isso pode indicar um desejo entre os jovens egípcios por mais democracia do que a disponível atualmente”, avalia o RDH egípcio, encomendado pelo PNUD e o mais recente de uma série de 11 publicações. “A população jovem do Egito importa porque suas aspirações, participações, energias, motivações, imaginações, valores e ideais moldarão o futuro do país”, acrescenta.
A proporção dos que veem os direitos civis como forma de proteger liberdades e enfrentar a opressão chega a 73%, ainda de acordo com os números citados no RDH do país africano, que têm, entre suas fontes, o IDSC (Information and Decision Support Center), órgão ligado ao governo egípcio.
A classificação "jovem" no RDH egípcio levou em conta a população de 18 a 29 anos, limite entre a idade adotada pela Justiça do país como de transição entre a infância e a vida adulta e o teto esperado para que uma pessoa já tenha constituído família ou possa ter adquirido uma moradia.
O Egito vive uma crise política caracterizada por protestos multitudinários, que levaram as autoridades a implementarem toque de recolher no país. Nas praças das principais cidades da nação árabe mais populosa, os ativistas pedem a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.
Ainda segundo o RDH egípcio, divulgado antes da crise, a população de 18 a 29 anos responde por 23,5% do total do país. E esse componente demográfico que traduz um momento-chave para o futuro da sociedade egípcia. “No lado positivo, poderia provocar uma diminuição na taxa de dependência e a oportunidade de haver mais 'ganha-pão' em cada família.”
Pelo lado oposto, se mal administrada, a situação desses jovens contribuirá para o aumento da pobreza e a longos períodos de desemprego, a um frágil entendimento sobre cidadania e suas responsabilidades, e a uma maior dependência da família.
Amparo da ONU e do Brasil
Devido à crise, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos líderes do Egito que tomem “medidas ousadas” e ouçam as preocupações das milhares de pessoas que têm se manifestado por mudança, ressaltando, ao mesmo tempo, que os protestos sejam pacíficos.
“Tenho dito que os líderes de todos os países, incluindo o Egito, devem em primeiro lugar ouvir atentamente as vozes das pessoas,” afirmou Ban neste domingo, em entrevista em Adis Abeba (Etiópia), onde participa de uma reunião de cúpula da União Africana.
O Itamaraty afirmou, por sua vez, “desestimular qualquer viagem ao Egito até que a situação volte à normalidade”, e que “tem atuado no retorno antecipado dos brasileiros que se encontram no país” africano.
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