Exportação - Ceará registra aumento de 8% no mês de janeiro
O ano de 2011 começou de forma positiva para a indústria cearense, que registrou expansão de 8% nas exportações do mês de janeiro, em comparação com igual período do ano anterior. Ao todo, foram exportados US$ 108,8 milhões, segundo melhor resultado para janeiro dos últimos dez anos. A taxa de crescimento das exportações locais no primeiro mês do ano, contudo, está bem abaixo da anotada no Brasil: 34,6%. As informações são do estudo Ceará em Comex, divulgado ontem (16) pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Na avaliação do superintendente do CIN, Eduardo Bezerra, o resultado alcançado pelo Ceará é considerado bom, uma vez que as exportações ultrapassaram a marca de US$ 100 milhões, considerada a média de valor para o mês. “Nós estamos bem, pois superamos o índice médio das exportações do Ceará. No entanto, não dá para comparar as exportações de janeiro com as de dezembro passado, quando chegamos a US$132,7 milhões, pois, no início do ano, é normal que as exportações caiam, pois as empresas saem do ritmo acelerado do final do ano e param um pouco”, afirma.
QUATRO SETORES RESPONDEM POR 75% DO TOTAL
No primeiro mês do ano, os quatro principais setores exportadores do Ceará foram responsáveis por 75% de tudo o que o Estado exportou. São eles: calçados (US$ 36,308 milhões), com 33,4%; castanha de caju - amêndoa e LCC (US$ 20,400 milhões), com 18,7%; couros (US$ 13,605 milhões), com 12,5%; e fruticultura (US$ 11,209 milhões), com 10,3%. Segundo o estudo, o setor de calçados continua sendo o principal exportador, mas sofreu queda de 18,7% quando comparadas às exportações de janeiro de 2011 e 2010. Vale destacar que todos os principais setores apresentam saldo comercial positivo.
No total, o Ceará exportou 170 itens, segundo melhor resultado em dez anos, sendo superado somente pelo anotado em janeiro de 2002, quando foram vendidos 243 itens. Dentre os principais produtos exportados pelo Ceará, destaca-se o crescimento de 113,5% do segmento “outros couros/peles bovinos”, comparando-se janeiro de 2011 a janeiro de 2010; e a exportação de produtos de ferro/aço, que somente nesse primeiro mês exportou mais da metade do valor que foi exportado em todo o ano de 2010. “Por incrível que pareça, a China está deixando de comprar ferro em outras regiões do Brasil, como Carajás, para comprar o ferro no Ceará, que tem um preço mais convidativo”, explica Eduardo Bezerra.
No que diz respeito aos destinos das vendas externas do Estado, o Peru é destaque dentre os países compradores das exportações cearenses, com crescimento de 1.679,3% nas compras de janeiro de 2011, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O país importou, principalmente, produtos de ferro/aço. O valor importado pelo Peru corresponde ao total exportado pelo Ceará.
SALDO NEGATIVO
Apesar do crescimento das exportações cearenses, a balança comercial do Estado registra déficit de US$ 10,9 milhões, resultado da importação de US$ 119,785. “O saldo negativo da balança comercial não nos preocupa, pois o Ceará não importa produtos supérfluos, mas sim itens que se destinam ao seu processo produtivo, que são essenciais para a nossa vitalidade econômica. Além disso, o resultado do Ceará não influencia em nada o do Brasil”, destaca o superintendente do CIN.
Dentre os produtos importados pelo Ceará, destaca-se o algodão simplesmente debulhado, não cardado nem penteado, oriundo de Argentina e Uruguai, com crescimento de 997,0%. “Nosso polo têxtil precisa de algodão, que é matéria-prima. Toda indústria têxtil precisa ter um estoque de algodão para não ficar dependendo de oscilações em outros países”, explica Eduardo Bezerra.
Outro destaque nas importações são os laminados de ferro/aço com revestimento de óxido de cromo e/ou cromo, oriundos de Coreia do Sul, Taiwan e Colômbia, com crescimento de 462,3%. Esses itens também são usados no consumo direto ou no parque produtivo do Estado.
Com relação ao país-origem, a Argentina se destaca, sendo responsável pela maior parte das importações cearenses em janeiro de 2011, superando os EUA e China. Parte disso se deve à importação de trigo, principal produto importado no mês, e ao algodão simplesmente debulhado, não cardado nem penteado, que é o terceiro principal produto importado no mês.
NORDESTE
Conforme o estudo, a região Nordeste foi a única que não obteve crescimento das exportações, sofrendo variação negativa de 5,3% em janeiro de 2011 comparado a janeiro de 2010. Esse resultado pode ser atribuído ao fato de que estados brasileiros não apresentaram crescimento nas exportações de janeiro de 2011, sendo que quatro são nordestinos: Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí.
Fonte: O Estado do Ceará
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