segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Diet não dá refresco

Divulgação Científica
Diet não dá refresco
10/2/2011

Agência FAPESP – Trocar o refrigerante por uma versão diet pode ajudar no controle do peso, mas não vai refrescar a saúde cardiovascular. Segundo uma nova pesquisa, quem consome refrigerante com frequência, mesmo que diet, tem risco muito maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que aqueles que não ingerem a bebida.

O estudo apresentado na quarta-feira (9/2) na International Stroke Conference 2011, em Los Angeles, Estados Unidos, foi feito com 2.564 pessoas com mais de 40 anos, de diferentes etnias, em Nova York, acompanhadas por uma média de 9,3 anos.

Os resultados mostraram que aqueles que consumiram mais de um refrigerante diet por dia tiveram risco 61% maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que os que não beberam refrigerante com a mesma frequência.

O motivo é o sal presente em tais bebidas, seja na versão com açúcar ou com adoçante, que, ainda que esteja presente em pequena quantidade por unidade, pode se somar de modo prejudicial em uma dieta já rica em sódio. O consumo elevado de sal, além de poder causar hipertensão, mostrou-se relacionado com um grande aumento no risco de manifestar acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquêmicos, que interrompem o fluxo de sangue para o cérebro.

O estudo verificou que os participantes que consumiram mais de 4 gramas de sódio por dia apresentaram risco duas vezes maior de desenvolver AVC do que aqueles que ingeriram menos de 1,5 grama por dia.

“Se os resultados forem confirmados em estudos futuros, poderemos dizer que os refrigerantes diet podem não ser os substitutos ideais para as bebidas açucaradas, pelo menos com relação à proteção contra eventos vasculares”, disse Hannah Gardener, da Universidade de Miami, líder da pesquisa.

Dos participantes, apenas um terço se mostrou no limite recomendado pelas U.S. Dietary Guidelines de consumir até 2,3 gramas de sódio por dia, o equivalente a uma colher de chá de sal. A recomendação da American Heart Association é de um consumo diário de até 1,5 grama de sódio e a média do estudo ficou em 3 gramas.

“A ingestão elevada de sódio é um fator de risco para AVC isquêmico em pessoas com hipertensão ou não, o que destaca a importância de limitar o consumo de alimentos com muito sal”, disse Hannah.

A cientista destaca que nos resultados do estudo devem ser levados em consideração os poucos dados sobre tipos de bebidas consumidas, e que a variação entre marcas ou no uso de adoçantes pelas mesmas pode ter influído nos resultados.

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