quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Vazio político ameaça o Haiti em meio às denúncias de fraudes eleitorais


Vazio político ameaça o Haiti em meio às denúncias de fraudes eleitorais

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma comissão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA) verifica se houve fraude nas eleições presidenciais do Haiti, realizadas em novembro de 2010. Em meio às dúvidas, o segundo turno marcado para o próximo domingo (16) deve ser adiado e se for definido que haverá novas eleições, há o risco de vencer o prazo do mandato do atual presidente, René Préval, que acaba em 7 de fevereiro.

“A conclusão dessa verificação ainda não foi divulgada. Mas posso adiantar que tecnicamente será impossível promover o segundo turno das eleições no próximo dia 16. Não há como organizar as eleições até lá. Também se deve aguardar o resultado da avaliação da comissão internacional para decidir o que fazer”, disse à Agência Brasil o embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean.

Para ele, a comissão da OEA deve divulgar logo o resultado das verificações feitas pois o mandato de Préval acaba em 7 de fevereiro. “Se houver a decisão pela anulação das eleições, novas terão de ser realizadas. Isso é um problema porque o mandato do atual presidente acaba dia 7. O que vai ocorrer então?”, reagiu o embaixador.

Em dezembro de 2010, a Comissão Eleitoral Provisória do Haiti divulgou o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais. Por esse resultado, ficou na frente a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, seguida pelo governista Jude Celestin. O músico Michel Martelly ficou como terceiro colocado, não podendo disputar um eventual segundo turno.

Várias denúncias de fraudes surgiram, no entanto, como cédulas já prontas, além de desorganização, atrasos e protestos de candidatos e eleitores. Algumas seções abriram com horas de atraso e houve informações sobre eleitores que votaram mais de uma vez.

O Conselho Eleitoral do Haiti negou as acusações. As eleições também foram realizadas para a escolha de 11 dos 30 senadores e 99 deputados federais. Porém, os resultados divulgados não foram considerados pela OEA, que determinou a vistoria por parte de uma comissão especial. Nesta semana termina o trabalho da comissão.

Edição: Graça Adjuto

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