Protesto de desabrigados por enchentes fecha BR em AL
2 horas, 36 minutos atrás
Cerca de 100 desabrigados das enchentes do mês de junho em Alagoas bloquearam hoje um trecho da BR-104, próximo ao trevo de acesso a cidade de União dos Palmares, a 85 quilômetros de Maceió. O bloqueio começou por volta das 13 horas e continuou até o final da tarde, causando um congestionamento de mais de dez quilômetros nos dois sentidos da pista. Soldados da Polícia Militar (PM) de Alagoas estiveram no local e tiveram muito trabalho para evitar o confronto entre os manifestantes e os motoristas que tentavam furar o bloqueio.
Eles protestavam contra a falta de assistência e a péssima qualidade da alimentação fornecida pela prefeitura do município aos desabrigados. Eles fazem parte de um grupo de desabrigados das enchentes que estão alojados há mais de três meses no Ginásio de Esportes Governador Manoel Gomes de Barros, que fica na entrada de União dos Palmares. Alguns manifestantes jogavam na pista punhados de feijão, segundo eles, de péssima qualidade, que teria sido fornecido pela prefeitura.
"Esse feijão aqui moço não serve para nada. A gente gasta o gás ou lenha para tentar cozinhá-lo, mas ele é duro que nem pedra", afirmou a dona de casa Maria José Leopoldino da Silva, de 64 anos. Ela disse que os desabrigados também estão revoltados porque terão que ser transferidos do ginásio de esportes para as barracas de lona dos acampamentos. "A gente não quer ir para lona porque é muito quente, ninguém aguenta ficar debaixo de uma barraca daquela, mas dizem que vão tirar a gente do ginásio a pulso."
Esta foi a segunda vez que os desabrigados interditaram a BR. Os manifestantes afirmam também que a prefeitura não está entregando as cestas básicas e água potável. "Estamos passando fome e sede, enquanto os donativos da gente estão sendo usados pelos políticos da região para a troca de voto na eleição", denunciou Everaldo dos Santos Silva, de 43 anos. "Enquanto os desabrigados estão recebendo quentinhas, nós estamos recebendo feijão cru e de péssima qualidade."
Armados com pedaços de paus e pedras nas mãos, os manifestantes ameaçavam atacar os motoristas que se aproximavam para tentar furar o bloqueio. A proposta da prefeitura era de que uma comissão fosse formada para falar com o prefeito em seu gabinete. No entanto, os desabrigados informaram que somente após a chegada do prefeito Areski de Freitas liberariam o trânsito.
Blog da Associação dos Servidores da SOHIDRA - ASSO, destinado à troca de informações com nossos colegas, colaboradores e população em geral.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Bilhões correm risco de abastecimento de água, diz estudo
Bilhões correm risco de abastecimento de água, diz estudo
Por clipping
Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista científica Nature.
Os pesquisadores organizaram um índice com as “ameaças para a água” incluindo itens como escassez e poluição.
Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.
Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções “naturais”, como bacias hidrográficas e pântanos.
Mapeamento – Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas.
Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice.
O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.
“Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento”, disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York.
“O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas”, completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.
Mas quando o impacto da infraestrutura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.
“O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos”, disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa.
“Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial”, disse ele.
“Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente. Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo”, disse ele.
Críticas – De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.
Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.
Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.
A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.
A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.
Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.
“Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados”, disse McIntyre. (Fonte: G1)
Por clipping
Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na revista científica Nature.
Os pesquisadores organizaram um índice com as “ameaças para a água” incluindo itens como escassez e poluição.
Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.
Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções “naturais”, como bacias hidrográficas e pântanos.
Mapeamento – Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas.
Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice.
O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.
“Olhamos para o fatos de forma fria, analisando o que acontece em relação ao abastecimento de água para as pessoas e o impacto no meio-ambiente da infraestrutura criada para garantir este fornecimento”, disse o responsável pelo estudo Charles Vorosmarty, do City College de Nova York.
“O que mapeamos foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas”, completou, referindo-se a represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins.
Mas quando o impacto da infraestrutura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta.
“O problema é que sabemos que uma fatia enorme da população mundial não pode pagar por estes investimentos”, disse Peter McIntyre, da Universidade de Wisconsin, que também participou da pesquisa.
“Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial”, disse ele.
“Mas mesmo em países ricos, esta não é a opção mais inteligente. Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo”, disse ele.
Críticas – De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no ocidente teve um impacto significativo na natureza.
Atualmente, um conceito defendido por organizações de desenvolvimento é o gerenciamento integrado da água, no qual as necessidades de todos os usuários são levadas em consideração e as particularidades naturais são integradas às soluções criadas pelo homem.
Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição agricultural mudou o cenário.
A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento.
A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.
Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Eles calculam que os países desenvolvidos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), não conseguirão investir em infraestrutura os US$ 800 bilhões que o estudo julga necessários até 2015. O panorama para países em desenvolvimento é mais sombrio.
“Este é um raio-x do mundo há cinco ou dez anos, porque fizemos o estudo com bases nestes dados”, disse McIntyre. (Fonte: G1)
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Gerentes e Assessores da ANA
Titulares, Gerentes e Assessores da ANA
Atualização: 24 de maio de 2010
Gabinete do Diretor-Presidente
Área de Administração
Vicente Andreu Guillo (61) 2109-5441 Diretor-Presidente vicente.andreu@ana.gov.br
Horácio da Silva Figueiredo Júnior (61) 2109-5428 Chefe de Gabinete horacio.junior@ana.gov.br
VAGO Assessor (a)
Hamilton Pereira da Silva (61) 2109-5195 Assessor hamilton.silva@ana.gov.br
Área de Gestão
Paulo Lopes Varella Neto (61) 2109-5156 Diretor paulovarella@ana.gov.br
Carlos Motta Nunes (61) 2109-5361 Assessor carlos.motta@ana.gov.br
Paulo Augusto Cunha Libânio (61) 2109-5162 Assessor paulo.libanio@ana.gov.br
Mauri Cesar Barbosa Pereira (61) 2109-5115 Assessor mauri.pereira@ana.gov.br
Área de Hidrologia
Paulo Rodrigues Vieira
(61) 2109-5430 Diretor paulo.vieira@ana.gov.br
Regiane Maria Paes Ribeiro Hauschild (61) 2109-5522 Assessora regiane@ana.gov.br
Lizângela Dias Soares (61)2109-5523 Assessora lizangela.soares@ana.gov.br
Área de Planejamento
Dalvino Troccoli Franca (61) 2109-5223 Diretor dalvino.franca@ana.gov.br
Maria do Socorro Lima Castello Branco (61) 2109-5175 Assessora maria.branco@ana.gov.br
Jorge Thierry Calasans (61) 2109-5239 Assessor thierry@ana.gov.br
Área de Regulação
João Gilberto Lotufo Conejo (61) 2109-5431 Diretor jglotufo@ana.gov.br
Cesar Eduardo Bertozzo Pimentel (61) 2109-5190 Assessor cesar.pimentel@ana.gov.br
Eliana Adjuto Botelho (61) 2109-5106 Assessora eliana.a.botelho@ana.gov.br
Secretaria-Geral - SGE
Mayui Vieira Guimarães Scafuto (61) 2109-5101 Secretária-Geral mayui@ana.gov.br
Maurício Andrés Ribeiro (61) 2109-5254 Secretário-Geral Substituto mauricio.andres@ana.gov.br
Procuradoria-Geral - PGE
Emiliano Ribeiro de Souza (61) 2109-5448 Procurador-Geral procuradoria@ana.gov.br
Ariadne Mansú de Castro (61) 2109-5128 Procuradora-Geral Substituta procuradoria@ana.gov.br
Auditoria Interna - AUD
Edmar da Costa Barros (61) 2109-5426 Auditor Interno ecbarros@ana.gov.br
Ivarlindo Albuquerque Luna (61) 2109-5424 Auditor Interno Substituto ialuna@ana.gov.br
Coordenação de Articulação e Comunicação - CAC
Antônio Félix Domingues (61) 2109-5206 Coordenador de Articulação e Comunicação felix@ana.gov.br
Assessoria Parlamentar - ASPAR
João Paulo Mendes Madruga (61) 2109-5500 Assessor Parlamentar joao.madruga@ana.gov.br
Assessoria de Comunicação Social - ASCOM
Claudia Dianni (61) 2109-5103/ 9138-4898 Assessora de Comunicação Social claudia.dianni@ana.gov.br
Assessoria Internacional - ASINT
Raimundo Alves de Lima Filho (61) 2109-5170 Assessor Internacional raimundo.lima@ana.gov.br
Coordenação de Gestão Estratégica - CGE
Bruno Pagnoccheschi (61) 2109-5442 Coordenador de Gestão Estratégica bruno@ana.gov.br
Assessoria de Planejamento - ASPLA
Anna Flávia de Senna Franco (61) 2109-5496 Assessora de Planejamento anna.franco@ana.gov.br
Assessoria de Ciência, Tecnologia e Inovação - ASCIT
Antônio José Guerra (61) 2109-5504 Assessor de Ciência, Tecnologia e Inovação antonio.guerra@ana.gov.br
Corregedoria - COR
Elmar Luis Kichel (61) 2109-5487 Corregedor elmar.kichel@ana.gov.br
Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas - SAF
Luis André Muniz (61) 2109-5458 Superintendente luis.andre@ana.gov.br
Aluísio Guimarães Ferreira (61) 2109-5467 Superintendente Adjunto aluisio.ferreira@ana.gov.br
Neuza de Oliveira (61) 2109-5490 Gerente de Gestão de Pessoas neuza.oliveira@ana.gov.br
Ricardo de Oliveira Lira (61) 2109-5462 Gerente de Orçamento, Finanças, Contratos e Convênios ricardo.lira@ana.gov.br
João Luiz da Cunha (61) 2109-5472 Gerente de Execução Orçamentária e Financeira jlcunha@ana.gov.br
Superintendência de Implementação de Programas e Projetos - SIP
Ricardo Medeiros de Andrade (61) 2109-5220 Superintendente ricardo.andrade@ana.gov.br
Humberto Cardoso Gonçalves (61) 2109-5299 Superintendente Adjunto humberto.goncalves@ana.gov.br
Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológia- SGH
Valdemar Santos Guimarães (61) 2109-5210 Superintendente valdemar@ana.gov.br
Eurides de Oliveira (61) 2109-5290 Superintendente Adjunto eurides@ana.gov.br
Superintendência de Gestão da Informação - SGI
Sérgio Augusto Barbosa (61) 2109-5385 Superintendente sergio.barbosa@ana.gov.br
Maurício Cezar Rebello Cordeiro (61) 2109-5178 Superintendente Adjunto mauricio@ana.gov.br
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos - SPR
Ney Maranhão (61) 2109-5204 Superintendente ney.maranhao@ana.gov.br
Sergio Rodrigues Ayrimoraes Soares (61) 2109-5306 Superintendente Adjunto ssoares@ana.gov.br
Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos - SAG
Rodrigo Flecha Ferreira Alves (61) 2109-5240 Superintendente rodrigof@ana.gov.br
Victor Alexandre Bittencourt Sucupira (61) 2109-5264 Superintendente Adjunto victorsucupira@ana.gov.br
Superintendência de Outorga e Fiscalização - SOF
Francisco Lopes Viana (61) 2109-5250 Superintendente fcoviana@ana.gov.br
Flávia Gomes de Barros (61) 2109-5362 Superintendente Adjunta flavia.barros@ana.gov.br
Superintendência de Usos Múltiplos - SUM
Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho (61) 2109-5203 Superintendente joaquim@ana.gov.br
Manfredo Pires Cardoso (61) 2109-5334 Superintendente Adjunto manfredo.cardoso@ana.gov.br
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Maria do Socorro Lima Castello Branco (61) 2109-5175 Assessora maria.branco@ana.gov.br
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João Gilberto Lotufo Conejo (61) 2109-5431 Diretor jglotufo@ana.gov.br
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Emiliano Ribeiro de Souza (61) 2109-5448 Procurador-Geral procuradoria@ana.gov.br
Ariadne Mansú de Castro (61) 2109-5128 Procuradora-Geral Substituta procuradoria@ana.gov.br
Auditoria Interna - AUD
Edmar da Costa Barros (61) 2109-5426 Auditor Interno ecbarros@ana.gov.br
Ivarlindo Albuquerque Luna (61) 2109-5424 Auditor Interno Substituto ialuna@ana.gov.br
Coordenação de Articulação e Comunicação - CAC
Antônio Félix Domingues (61) 2109-5206 Coordenador de Articulação e Comunicação felix@ana.gov.br
Assessoria Parlamentar - ASPAR
João Paulo Mendes Madruga (61) 2109-5500 Assessor Parlamentar joao.madruga@ana.gov.br
Assessoria de Comunicação Social - ASCOM
Claudia Dianni (61) 2109-5103/ 9138-4898 Assessora de Comunicação Social claudia.dianni@ana.gov.br
Assessoria Internacional - ASINT
Raimundo Alves de Lima Filho (61) 2109-5170 Assessor Internacional raimundo.lima@ana.gov.br
Coordenação de Gestão Estratégica - CGE
Bruno Pagnoccheschi (61) 2109-5442 Coordenador de Gestão Estratégica bruno@ana.gov.br
Assessoria de Planejamento - ASPLA
Anna Flávia de Senna Franco (61) 2109-5496 Assessora de Planejamento anna.franco@ana.gov.br
Assessoria de Ciência, Tecnologia e Inovação - ASCIT
Antônio José Guerra (61) 2109-5504 Assessor de Ciência, Tecnologia e Inovação antonio.guerra@ana.gov.br
Corregedoria - COR
Elmar Luis Kichel (61) 2109-5487 Corregedor elmar.kichel@ana.gov.br
Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas - SAF
Luis André Muniz (61) 2109-5458 Superintendente luis.andre@ana.gov.br
Aluísio Guimarães Ferreira (61) 2109-5467 Superintendente Adjunto aluisio.ferreira@ana.gov.br
Neuza de Oliveira (61) 2109-5490 Gerente de Gestão de Pessoas neuza.oliveira@ana.gov.br
Ricardo de Oliveira Lira (61) 2109-5462 Gerente de Orçamento, Finanças, Contratos e Convênios ricardo.lira@ana.gov.br
João Luiz da Cunha (61) 2109-5472 Gerente de Execução Orçamentária e Financeira jlcunha@ana.gov.br
Superintendência de Implementação de Programas e Projetos - SIP
Ricardo Medeiros de Andrade (61) 2109-5220 Superintendente ricardo.andrade@ana.gov.br
Humberto Cardoso Gonçalves (61) 2109-5299 Superintendente Adjunto humberto.goncalves@ana.gov.br
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Valdemar Santos Guimarães (61) 2109-5210 Superintendente valdemar@ana.gov.br
Eurides de Oliveira (61) 2109-5290 Superintendente Adjunto eurides@ana.gov.br
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Sérgio Augusto Barbosa (61) 2109-5385 Superintendente sergio.barbosa@ana.gov.br
Maurício Cezar Rebello Cordeiro (61) 2109-5178 Superintendente Adjunto mauricio@ana.gov.br
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Ney Maranhão (61) 2109-5204 Superintendente ney.maranhao@ana.gov.br
Sergio Rodrigues Ayrimoraes Soares (61) 2109-5306 Superintendente Adjunto ssoares@ana.gov.br
Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos - SAG
Rodrigo Flecha Ferreira Alves (61) 2109-5240 Superintendente rodrigof@ana.gov.br
Victor Alexandre Bittencourt Sucupira (61) 2109-5264 Superintendente Adjunto victorsucupira@ana.gov.br
Superintendência de Outorga e Fiscalização - SOF
Francisco Lopes Viana (61) 2109-5250 Superintendente fcoviana@ana.gov.br
Flávia Gomes de Barros (61) 2109-5362 Superintendente Adjunta flavia.barros@ana.gov.br
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Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho (61) 2109-5203 Superintendente joaquim@ana.gov.br
Manfredo Pires Cardoso (61) 2109-5334 Superintendente Adjunto manfredo.cardoso@ana.gov.br
Começa cobrança pelo uso da água no rio São Francisco
Começa cobrança pelo uso da água no rio São Francisco
2/9/2010
Créditos: Anna Paola Bubel/ Banco de Imagens ANA
Os usuários do rio São Francisco, e outros rios de domínio da União da bacia, começaram a pagar pelo uso da água, conforme prevê a Lei nº 9.433/97, conhecida como “Lei das Águas”. Os boletos de 2010 já foram distribuídos e a Agência Nacional de Águas (ANA) iniciou em agosto a arrecadação, estima em R$ 10 milhões até o fim do ano, tendo em vista que o valor cobrando corresponde ao período julho-dezembro.
Passam a pagar pelos recursos hídricos quem capta mais de quatro litros por segundo (14,4 metros cúbicos por hora) como, por exemplo, companhias de saneamento, indústrias, irrigantes e o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF). Também estão sujeitos à cobrança os usuários que fazem lançamentos de efluentes nos rios federais da bacia.
“É importante ressaltar que a cobrança pelo uso da água dos rios não é um imposto, mas um preço público definido em consenso pelo próprio comitê de bacia e quem paga são usuários do rio, como se faz em um condomínio, por exemplo”, explica o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu.
O cálculo do valor da cobrança é baseado na outorga pelo uso da água concedida pela ANA aos usuários. O s valores do metro cúbico para as categorias de uso foram acordados no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) em um amplo processo que contou com a participação de representantes dos setores usuários, da sociedade civil e do Poder Público, que integram o CBHSF.
Na avaliação de Andreu, o País está crescendo e a disponibilidade de água é um fator essencial para manter a atividade econômica. Além disso, a cobrança pelo uso das águas das bacias hidrográficas é um instrumento que induz ao uso racional. “A cobrança é fundamental para melhor a gestão dos recursos hídricos, para garantir a manutenção da expansão econômica e assegurar a disponibilidade de água para as futuras gerações”, disse o diretor-presidente da ANA.
Os recursos serão arrecadados pela ANA e repassados integralmente à bacia do São Francisco, onde vão ser aplicados em ações de recuperação da bacia pela Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo - AGB Peixe Vivo, entidade delegatária que passou a exercer funções de agência de água da bacia, conforme aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
As ações de recuperação da bacia serão definidas pelos membros do CBHSF, com base nos programas, projetos e obras previstos no Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco. Estão inseridos na bacia do São Francisco os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal.
Histórico da cobrança pelo uso da água
Desde 2001, a ANA desenvolve ações para implementar a cobrança pelo uso da água no Brasil em parceria com gestores estaduais de recursos hídricos e comitês de bacias. Em rios de domínio da União – aqueles que cortam mais de uma unidade da Federação ou são compartilhados com outros países –, a cobrança já está em funcionamento na bacia do rio Paraíba do Sul (MG, RJ e SP) desde 2003 e na dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (MG e SP) desde2006.
A cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos pela Lei nº 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Para mais detalhes sobre cobrança pelo uso das águas consulte o site www.ana.gov.br/cobrancauso
2/9/2010
Créditos: Anna Paola Bubel/ Banco de Imagens ANA
Os usuários do rio São Francisco, e outros rios de domínio da União da bacia, começaram a pagar pelo uso da água, conforme prevê a Lei nº 9.433/97, conhecida como “Lei das Águas”. Os boletos de 2010 já foram distribuídos e a Agência Nacional de Águas (ANA) iniciou em agosto a arrecadação, estima em R$ 10 milhões até o fim do ano, tendo em vista que o valor cobrando corresponde ao período julho-dezembro.
Passam a pagar pelos recursos hídricos quem capta mais de quatro litros por segundo (14,4 metros cúbicos por hora) como, por exemplo, companhias de saneamento, indústrias, irrigantes e o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF). Também estão sujeitos à cobrança os usuários que fazem lançamentos de efluentes nos rios federais da bacia.
“É importante ressaltar que a cobrança pelo uso da água dos rios não é um imposto, mas um preço público definido em consenso pelo próprio comitê de bacia e quem paga são usuários do rio, como se faz em um condomínio, por exemplo”, explica o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu.
O cálculo do valor da cobrança é baseado na outorga pelo uso da água concedida pela ANA aos usuários. O s valores do metro cúbico para as categorias de uso foram acordados no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) em um amplo processo que contou com a participação de representantes dos setores usuários, da sociedade civil e do Poder Público, que integram o CBHSF.
Na avaliação de Andreu, o País está crescendo e a disponibilidade de água é um fator essencial para manter a atividade econômica. Além disso, a cobrança pelo uso das águas das bacias hidrográficas é um instrumento que induz ao uso racional. “A cobrança é fundamental para melhor a gestão dos recursos hídricos, para garantir a manutenção da expansão econômica e assegurar a disponibilidade de água para as futuras gerações”, disse o diretor-presidente da ANA.
Os recursos serão arrecadados pela ANA e repassados integralmente à bacia do São Francisco, onde vão ser aplicados em ações de recuperação da bacia pela Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo - AGB Peixe Vivo, entidade delegatária que passou a exercer funções de agência de água da bacia, conforme aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
As ações de recuperação da bacia serão definidas pelos membros do CBHSF, com base nos programas, projetos e obras previstos no Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do São Francisco. Estão inseridos na bacia do São Francisco os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal.
Histórico da cobrança pelo uso da água
Desde 2001, a ANA desenvolve ações para implementar a cobrança pelo uso da água no Brasil em parceria com gestores estaduais de recursos hídricos e comitês de bacias. Em rios de domínio da União – aqueles que cortam mais de uma unidade da Federação ou são compartilhados com outros países –, a cobrança já está em funcionamento na bacia do rio Paraíba do Sul (MG, RJ e SP) desde 2003 e na dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (MG e SP) desde2006.
A cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão de recursos hídricos previstos pela Lei nº 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. Para mais detalhes sobre cobrança pelo uso das águas consulte o site www.ana.gov.br/cobrancauso
ANA vai coordenar Sistema de Segurança de Barragens
ANA vai coordenar Sistema de Segurança de Barragens
21/9/2010
Créditos: Denise Caputo/Banco de Imagens ANAO Diário Oficial da União publicou hoje, dia 21 de setembro, a Lei 12.334/2010 que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), destinadas à acumulação de água para quaisquer usos. A Lei cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB) e alteração a redação da lei 9.433/97, conhecida como "Lei das Águas", e a Lei 9.984/2000, que dispõe sobre a criação da ANA.
De acordo com a nova Lei, a ANA ficará encarregada de organizar, implantar e gerir o SNISB; promover a articulação entre órgãos fiscalizadores das barragens e coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens e encaminhá-lo anualmente ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Essas são as modificações que a Lei 12.334 estabelece que sejam feitas na Lei que criou a ANA, a 9.984. A ANA passa a ter novas atribuições.
O objetivo da Lei das Barragens é garantir a observância de padrões de segurança de barragens, de maneira a reduzir a possibilidade de acidentes e suas consequências, além de regulamentar as ações e padrões de segurança.
O empreendedor será o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para garantir a segurança.
A nova Lei estabelece que a fiscalização da segurança das barragens caberá à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio dos Recursos Hídricos, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico. Também ficará a cargo da fiscalização a entidade que concedeu ou autorizou o uso potencial hidráulico quando se tratar de uso para fins de geração de energia.
O órgão fiscalizador deverá implantar o cadastro das barragens, cuja fiscalização está sob sua responsabilidade, em um prazo de dois anos. Os empreendedores de barragens também terão prazo de dois anos, contados a partir da publicação da Lei, para submeter à aprovação dos órgãos fiscalizadores relatório especificando as ações e cronograma para a implantação do Plano de Segurança de Barragem.
Leia a ínteegra das Leis nos Anexos
DOU página 1
DOU página 2
DOU página 3
domingo, 26 de setembro de 2010
O crime choca; a falta de ética, muito mais
DIREITOS HUMANOS
O crime choca; a falta de ética, muito mais
Por Rodrigo Gomes da Paixão em 21/9/2010
Na quarta-feira, 15 de setembro, uma catadora de papel foi internada no Hospital de Urgências de Goiânia após ter tórax, rosto e braços queimados por resistir a uma tentativa de estupro. Os três agressores fugiram e até agora não foram identificados pela polícia. Sem dúvida, trata-se de mais um caso lamentável de agressão contra a mulher. Estes se propagam como vírus pelas grandes cidades do país. Apesar dos avanços na legislação, com a introdução da Lei Maria da Penha, casos como este evidenciam que a sociedade não muda via decreto.
Entretanto, penso que o mais lamentável de tudo foi a postura dos principais veículos de comunicação local, que divulgaram não só o nome como o local onde a mulher atacada se encontra internada, pondo sua vida novamente em risco. A agredida, que não possui família em Goiânia e mora nas ruas da cidade, foi atacada no bairro onde costumava recolher material reciclável para vender. Será que se a agredida possuísse um status social mais elevado seu nome seria divulgado? A ética jornalística parece ser interessante apenas quando não gera processo judicial que prejudique os bolsos do patrão.
É vergonhoso a que ponto o sensacionalismo na imprensa local chegou: colocam vítimas de abuso sexual em risco a fim de vender jornal. Esse filão jornalístico, pretensamente "popular", começou a ser explorado na cena local há cerca de três anos, como o lançamento, por um grande grupo empresarial, de um tabloide que custa 50 centavos (e que divulgou o caso com matéria de capa na sexta-feira, 17/9) e se tornou uma das publicações diárias de maior tiragem do país, sendo agora exportado para outros estados como "modelo" a ser seguido pelas grandes organizações de mídia privada para que estas possam se salvar da crise que aflige os grandes grupos de comunicação nacional.
O fantasma da censura
No início do ano, realizei extensa pesquisa para identificar a atuação da imprensa brasileira conforme o Código de Ética da Fenaj e os Códigos de Ética de outros quatorze países. A partir do resultado, produzi artigo analisando a relação destes com a divulgação do nome do menor (agora maior) de idade acusado de participação no assassinato do menino João Hélio, no Rio de Janeiro. Não questiono o crime, bárbaro, mas sim, o fato de que a imprensa, conforme fala do próprio juiz da Vara da Infância e da Juventude, Marcius da Costa Ferreira, coloca a vida do rapaz em risco toda vez que relembra o caso. A imprensa impede seu direito constitucional de se reintegrar à sociedade.
Durante a pesquisa, descobri que todos os Códigos de Ética são unânimes na condenação de práticas que invadam a vida alheia de forma arbitrária. O português é o mais explícito em casos como os descritos acima, determinando que "o jornalista não deve identificar, direta ou indiretamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor". Já o espanhol diz que "mencionar o nome de vítimas de crime, assim como a publicação de material que pode contribuir para a identificação da vítima, devem ser evitados". O americano recomenda precaução ao noticiar crimes de natureza sexual.
As cartas deontológicas citadas acima nasceram da bonita luta da categoria pelo direito à liberdade de expressão. Nesse processo histórico, ficou entendido que o direito à livre divulgação de ideias tem como pressuposto deveres a serem seguidos pela categoria. Entretanto, um jornalista que pensa mais no lucro da empresa para a qual trabalha do que no bem-estar dos personagens que retrata, joga toda essa luta na lata de lixo. Isso sem falar que dão munição para ações arbitrárias como a do governo venezuelano de fechar um jornal por alto nível de sensacionalismo. Uma imprensa que não cumpre seu papel social de zelar pelos direitos humanos, não tem credibilidade para se defender de arbitrariedades – e muito menos denunciá-las. Nesse cenário, fica cada dia mais difícil defender a necessidade de uma categoria unida e forte. Qual a necessidade de assistir aulas de ética na faculdade para se tornar jornalista? Nada daquilo parece importar no momento de produção das matérias mesmo.
Não me admira que as empresas jornalísticas tenham reagido como se a proposta do governo federal, contida no Programa Nacional de Direitos Humanos III, de criar ranking dos veículos de acordo com violações aos direitos básicos dos cidadãos brasileiros, fosse "censura". Aliás, esta vem sendo a posição da mídia privada em relação a qualquer tentativa de tentar fazê-los respeitar os direitos básicos dos cidadãos brasileiros. Sempre que possível, ressuscitam o fantasma da censura imposta pelo regime de exceção que eles mesmos apoiaram.
O crime choca; a falta de ética, muito mais
Por Rodrigo Gomes da Paixão em 21/9/2010
Na quarta-feira, 15 de setembro, uma catadora de papel foi internada no Hospital de Urgências de Goiânia após ter tórax, rosto e braços queimados por resistir a uma tentativa de estupro. Os três agressores fugiram e até agora não foram identificados pela polícia. Sem dúvida, trata-se de mais um caso lamentável de agressão contra a mulher. Estes se propagam como vírus pelas grandes cidades do país. Apesar dos avanços na legislação, com a introdução da Lei Maria da Penha, casos como este evidenciam que a sociedade não muda via decreto.
Entretanto, penso que o mais lamentável de tudo foi a postura dos principais veículos de comunicação local, que divulgaram não só o nome como o local onde a mulher atacada se encontra internada, pondo sua vida novamente em risco. A agredida, que não possui família em Goiânia e mora nas ruas da cidade, foi atacada no bairro onde costumava recolher material reciclável para vender. Será que se a agredida possuísse um status social mais elevado seu nome seria divulgado? A ética jornalística parece ser interessante apenas quando não gera processo judicial que prejudique os bolsos do patrão.
É vergonhoso a que ponto o sensacionalismo na imprensa local chegou: colocam vítimas de abuso sexual em risco a fim de vender jornal. Esse filão jornalístico, pretensamente "popular", começou a ser explorado na cena local há cerca de três anos, como o lançamento, por um grande grupo empresarial, de um tabloide que custa 50 centavos (e que divulgou o caso com matéria de capa na sexta-feira, 17/9) e se tornou uma das publicações diárias de maior tiragem do país, sendo agora exportado para outros estados como "modelo" a ser seguido pelas grandes organizações de mídia privada para que estas possam se salvar da crise que aflige os grandes grupos de comunicação nacional.
O fantasma da censura
No início do ano, realizei extensa pesquisa para identificar a atuação da imprensa brasileira conforme o Código de Ética da Fenaj e os Códigos de Ética de outros quatorze países. A partir do resultado, produzi artigo analisando a relação destes com a divulgação do nome do menor (agora maior) de idade acusado de participação no assassinato do menino João Hélio, no Rio de Janeiro. Não questiono o crime, bárbaro, mas sim, o fato de que a imprensa, conforme fala do próprio juiz da Vara da Infância e da Juventude, Marcius da Costa Ferreira, coloca a vida do rapaz em risco toda vez que relembra o caso. A imprensa impede seu direito constitucional de se reintegrar à sociedade.
Durante a pesquisa, descobri que todos os Códigos de Ética são unânimes na condenação de práticas que invadam a vida alheia de forma arbitrária. O português é o mais explícito em casos como os descritos acima, determinando que "o jornalista não deve identificar, direta ou indiretamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor". Já o espanhol diz que "mencionar o nome de vítimas de crime, assim como a publicação de material que pode contribuir para a identificação da vítima, devem ser evitados". O americano recomenda precaução ao noticiar crimes de natureza sexual.
As cartas deontológicas citadas acima nasceram da bonita luta da categoria pelo direito à liberdade de expressão. Nesse processo histórico, ficou entendido que o direito à livre divulgação de ideias tem como pressuposto deveres a serem seguidos pela categoria. Entretanto, um jornalista que pensa mais no lucro da empresa para a qual trabalha do que no bem-estar dos personagens que retrata, joga toda essa luta na lata de lixo. Isso sem falar que dão munição para ações arbitrárias como a do governo venezuelano de fechar um jornal por alto nível de sensacionalismo. Uma imprensa que não cumpre seu papel social de zelar pelos direitos humanos, não tem credibilidade para se defender de arbitrariedades – e muito menos denunciá-las. Nesse cenário, fica cada dia mais difícil defender a necessidade de uma categoria unida e forte. Qual a necessidade de assistir aulas de ética na faculdade para se tornar jornalista? Nada daquilo parece importar no momento de produção das matérias mesmo.
Não me admira que as empresas jornalísticas tenham reagido como se a proposta do governo federal, contida no Programa Nacional de Direitos Humanos III, de criar ranking dos veículos de acordo com violações aos direitos básicos dos cidadãos brasileiros, fosse "censura". Aliás, esta vem sendo a posição da mídia privada em relação a qualquer tentativa de tentar fazê-los respeitar os direitos básicos dos cidadãos brasileiros. Sempre que possível, ressuscitam o fantasma da censura imposta pelo regime de exceção que eles mesmos apoiaram.
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Observatório da Imprensa
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Mesa-redonda em Brasília debate a pobreza
Reportagens
Brasília, 16/09/2010
Mesa-redonda em Brasília debate a pobreza
Evento promovido por CIP-CI e Universidade Católica de Brasília busca chamar a atenção da sociedade para primeiro dos Objetivos do Milênio
Divulgação / Agência Brasil
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da PrimaPagina
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI), um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro, e a Universidade Católica de Brasília (UCB) promovem nesta sexta-feira (17) a mesa-redonda “O Desafio da Redução da Pobreza: Compartilhando Experiências Internacionais”. A iniciativa, que será realizada a partir das 10h, no auditório do centro de ensino, busca alertar a sociedade para a necessidade de erradicação da pobreza.
O evento ocorre no mesmo dia de início da edição 2010 da campanha “Levante-se e Faça Sua Parte contra a Pobreza”, que pretende mobilizar mais de 173 milhões de pessoas em todo o mundo. A mesa-redonda ainda antecede a Cúpula de Revisão dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que será realizada entre 20 a 22 de setembro na sede da ONU, em Nova York.
O diretor do Departamento de Filosofia e Ciência Política da UCB, professor Paulo Afonso Quermes, comandará nesta sexta a discussão “Erradicação da Pobreza: Um Imperativo Ético”. Para ele, é necessário que o debate internacional sobre o tema deixe de considerar unicamente o aspecto econômico.
“Não iremos superar a pobreza somente com o aumento de produção. Essa abordagem vai levar apenas a um esgotamento mais rápido dos recursos naturais. Hoje, há comida suficiente no mundo para superar a fome, mas ela se concentra em alguns países e empresas. É necessário, portanto, que a discussão leve em conta o aspecto ético do problema, fazendo com que a produção seja direcionada para itens básicos de alimentação”, afirma.
Além da mudança do foco na discussão global em torno da pobreza, ele também acredita que as ações desenvolvidas no setor devem contar com participação popular em todas as suas fases: de formulação, execução e avaliação.
“Não dá para erradicar a pobreza sem considerar o pobre como sujeito de sua própria mudança. Além disso, os projetos devem dar sustentabilidade aos beneficiários, através de formação e capacitação. Programas de transferência de renda são importantes até certo momento, mas depois eles minam a capacidade de iniciativa do indivíduo”, diz.
Exemplo internacional
Um exemplo a ser seguido, aponta o professor, é o Banco do Povo, desenvolvido em Bangladesh. O projeto, baseado no conceito de economia solidária, é um fundo que empresta dinheiro para pobres criarem seu próprio negócio. Logo que o empreendimento começa a dar retorno, o financiamento é pago, possibilitando que novas pessoas recebam o benefício.
O especialista acredita que é possível prestar cooperação internacional em programas sociais mantendo a autonomia dos beneficiário, desde que sejam observados alguns princípios. “As ações devem ser feitas com a comunidade, e não para ela. Assim, é fundamental conhecer a realidade onde o projeto será executado e envolver o público nele”, explica.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Revisão sem volta
Especiais
Revisão sem volta
14/9/2010
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Se for aprovada em sua forma atual, a revisão do Código Florestal brasileiro, em votação no Congresso Nacional, poderá levar a perdas irreversíveis na biodiversidade tropical, alertam cientistas em carta publicada na edição atual da revista Science.
Intitulada Perda de biodiversidade sem volta, a carta tem autoria de Fernanda Michalski, professora do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal do Amapá, Darren Norris, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
Na carta, os pesquisadores apontam que as propriedades privadas correspondem a 39% do território brasileiro e representam um componente essencial para a conservação da biodiversidade florestal, à parte das áreas protegidas formalmente.
Mas os “interesses de curto prazo de poderosos grupos econômicos, influentes proprietários de terra e políticos, ao diluir o Código Florestal, ignoram o valor das florestas privadas para a conservação”, segundo eles.
De acordo com Fernanda, a manifestação é um complemento à carta publicada na Science no dia 16 de julho, por pesquisadores ligados ao Programa Biota-FAPESP, com o título Legislação brasileira: retrocesso em velocidade máxima?. Segundo ela, o objetivo foi colocar em evidência a modificação do código relacionada à redução de área das Áreas de Proteção Permanente (APP).
“A Science abre espaço para que possamos reforçar comentários feitos em edições anteriores. Quisemos fazer isso para enfatizar um pouco mais o problema diretamente ligado à redução das áreas de APP, que está sendo levantado na proposta de reforma do Código Florestal”, disse à Agência FAPESP.
Professora do Departamento de Ecologia da Unesp até o fim do primeiro semestre de 2010, Fernanda concluiu seu doutorado em 2007, na Universidade de East Anglia, sob orientação de Peres, e realizou pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), com Bolsa da FAPESP.
“Parte do meu pós-doutorado correspondeu exatamente à avaliação do uso de áreas de APP por vertebrados de médio e grande porte. A partir dos dados obtidos nessa pesquisa achamos relevante destacar esse tópico no contexto da reforma do Código Florestal”, destacou.
A carta enviada em julho pelos pesquisadores do Biota-FAPESP apontava que as novas regras do Código Florestal reduziriam a restauração obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, as emissões de dióxido de carbono poderão aumentar substancialmente e, a partir de simples análises da relação espécies-área, “é possível prever a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade”, segundo eles.
O texto foi assinado por Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências da USP, Thomas Lewinsohn, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP, Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.
Efeito de borda
A carta publicada na edição atual da revista científica norte-americana afirma que a reforma da legislação irá “efetivamente condenar remanescentes florestais e a rebrota em terras privadas no maior país tropical da Terra”.
Segundo Fernanda, o texto reforça uma questão levantada na manifestação anterior, relacionada a um possível aumento do “efeito de borda” – uma alteração na estrutura, na composição ou na abundância de espécies na parte marginal de um fragmento florestal que acaba tendo impactos sobre a fauna e flora de toda a região.
“O efeito de borda se manifesta à medida que a permeabilidade da matriz aumenta e cria uma série de efeitos adversos para a flora e para a fauna. Mas, além disso, nossas pesquisas revelaram um outro dado importante que merecia ser destacado: quando a área de proteção é reduzida a menos de 50 metros de cada lado da APP, o resultado é um aumento considerável na mortalidade das árvores”, afirmou.
Os cientistas brasileiros alertam que, com as modificações propostas na legislação, a redução das áreas de proteção deverá provocar mudanças nas características da paisagem que reduzirão a capacidade da floresta para reter e conectar espécies, ou para manter a qualidade dos corpos d’água.
Segundo o texto, os proprietários rurais que cumprirem a nova legislação aumentarão a fragmentação da paisagem e reduzirão o valor das suas propriedades, por conta da erosão do solo e pela má regulação de captação de água nas bacias hidrográficas.
Mas ainda é possível ter esperança: “a comunidade científica e ambiental, as organizações não governamentais e o Ministério do Meio Ambiente ainda podem se conciliar com os defensores da reforma do Código Florestal”, ressaltam os autores.
“Para isso, será preciso melhorar a comunicação entre os segmentos da sociedade, desenvolvendo alternativas de gestão inteligente do uso do solo na matriz agropecuária existente e evitando, com isso, a expansão de novas fronteiras de desmatamento”, afirmam.
O artigo No Return from Biodiversity Loss (doi: 10.1126/science.329.5997.1282-a), de Fernanda Michalski, Darren Norris, and Carlos A. Peres, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org/cgi/content/full/329/5997/1282-a.
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Agência FAPESP
Curso de Gestão da Qualidade de Água
Curso de Gestão da Qualidade de Água
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Estão abertas as inscrições para o Curso de Gestão da Qualidade de Água oferecido pela Agência Nacional de Águas (ANA). Ao todo são 80 vagas para a capacitação que ocorrerá entre 28 de setembro e 1º de outubro, na sede da Agência, em Brasília. O objetivo do curso é capacitar profissionais com atuação no setor de recursos hídricos visando a melhoria na gestão da qualidade da água.
Com duração de 32 horas, o curso proporcionará aos inscritos a oportunidade de aprender, na teoria e na prática, a operacionalização dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos; parâmetros e procedimentos para avaliação da qualidade da água; além de conhecer o Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA) e o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
As inscrições seguem abertas até 24 de agosto pelo Portal da Capacitação da ANA (WWW.ana.gov.br/portalcapacita). As 80 vagas são gratuitas, assim como todo material didático de apoio. As despesas com hospedagem, alimentação e deslocamento são de responsabilidade do candidato. Ao final do curso os participantes que o concluírem com êxito receberão certificado emitido pela ANA.
Mais informações com a Sra. Daniela Chainho, pelo telefone (61) 2109-5501 ou pelo e-mail daniela.goncalves@ana.gov.br.
Serviço
Curso de Gestão da Qualidade de Água
Período: de 28 de setembro a 1 de outubro de 2010
Local: Auditório Flávio Terra Barth (Setor Policial, Área 5, Quadra 3, Bloco L - Agência Nacional de Águas)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Estão abertas as inscrições para o Curso de Gestão da Qualidade de Água oferecido pela Agência Nacional de Águas (ANA). Ao todo são 80 vagas para a capacitação que ocorrerá entre 28 de setembro e 1º de outubro, na sede da Agência, em Brasília. O objetivo do curso é capacitar profissionais com atuação no setor de recursos hídricos visando a melhoria na gestão da qualidade da água.
Com duração de 32 horas, o curso proporcionará aos inscritos a oportunidade de aprender, na teoria e na prática, a operacionalização dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos; parâmetros e procedimentos para avaliação da qualidade da água; além de conhecer o Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA) e o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
As inscrições seguem abertas até 24 de agosto pelo Portal da Capacitação da ANA (WWW.ana.gov.br/portalcapacita). As 80 vagas são gratuitas, assim como todo material didático de apoio. As despesas com hospedagem, alimentação e deslocamento são de responsabilidade do candidato. Ao final do curso os participantes que o concluírem com êxito receberão certificado emitido pela ANA.
Mais informações com a Sra. Daniela Chainho, pelo telefone (61) 2109-5501 ou pelo e-mail daniela.goncalves@ana.gov.br.
Serviço
Curso de Gestão da Qualidade de Água
Período: de 28 de setembro a 1 de outubro de 2010
Local: Auditório Flávio Terra Barth (Setor Policial, Área 5, Quadra 3, Bloco L - Agência Nacional de Águas)
ANA, MMA e SAE assinam acordo de cooperação para pesquisa em Recursos Hídricos
Imprensa » Notícias Voltar Página Inicial Imprimir ANA, MMA e SAE assinam acordo de cooperação para pesquisa em Recursos Hídricos
14/9/2010
Créditos: Jefferson Rudy/MMAA Agência Nacional de Águas (ANA), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para pesquisas sobre recursos hídricos. Os estudos vão subsidiar o planejamento estratégico e a elaboração de políticas públicas na área de meio ambiente e de outros setores usuários desses recursos.
O acordo prevê estudos sobre a gestão das águas, com foco na região nordeste, irrigação na agricultura e usos múltiplos da água por bacia hidrográfica. Também deverão ser elaboradas perspectivas sobre a relação água e mudanças climáticas e alternativas de governança global dos recursos hídricos.
Na avaliação do diretor-presidente substituto da ANA, Dalvino França, as pesquisas vão contribuir para a elaboração de ações concretas, no futuro. O acordo amplia parceria da ANA com a SEA, fechada em 2009, para pesquisas na área de recursos hídricos.
Para a ministra Izabella, "o acordo possibilita tratar temas estratégicos e essenciais para o avanço de políticas públicas no País". A parceria faz parte da revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos. Os estudos vão criar cenários sobre água e mudanças climáticas. "Poderemos aprimorar o sistema de governança de recursos hídricos no Brasil considerando a variável climática", avaliou a ministra. Ela ainda destacou que as pesquisas também serão úteis para temas como transporte fluvial, hidroelétricas e irrigação.
A ministra propôs a ampliação da cooperação com a SAE para pesquisas sobre florestas e biodiversidade. "Os estudos deverão ser balizados na nova realidade do meio ambiente inserido no debate sobre desenvolvimento. A tradução disso deve ser entregue para os tomadores de decisão", disse.
O ministro da SAE, Samuel Pinheiro, destacou que o acordo também trata de temas internacionais, por causa de rios compartilhados com países vizinhos. "É preciso ter uma colaboração estreita com esses países, conhecer suas políticas de recursos hídricos e de meio ambiente, para que possamos ter uma gestão correta", avaliou. Ele citou como exemplos rios na Amazônia, que não possuem nascentes no Brasil, e o Aquífero Guarani, que abrange Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Ascom/MMA
14/9/2010
Créditos: Jefferson Rudy/MMAA Agência Nacional de Águas (ANA), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para pesquisas sobre recursos hídricos. Os estudos vão subsidiar o planejamento estratégico e a elaboração de políticas públicas na área de meio ambiente e de outros setores usuários desses recursos.
O acordo prevê estudos sobre a gestão das águas, com foco na região nordeste, irrigação na agricultura e usos múltiplos da água por bacia hidrográfica. Também deverão ser elaboradas perspectivas sobre a relação água e mudanças climáticas e alternativas de governança global dos recursos hídricos.
Na avaliação do diretor-presidente substituto da ANA, Dalvino França, as pesquisas vão contribuir para a elaboração de ações concretas, no futuro. O acordo amplia parceria da ANA com a SEA, fechada em 2009, para pesquisas na área de recursos hídricos.
Para a ministra Izabella, "o acordo possibilita tratar temas estratégicos e essenciais para o avanço de políticas públicas no País". A parceria faz parte da revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos. Os estudos vão criar cenários sobre água e mudanças climáticas. "Poderemos aprimorar o sistema de governança de recursos hídricos no Brasil considerando a variável climática", avaliou a ministra. Ela ainda destacou que as pesquisas também serão úteis para temas como transporte fluvial, hidroelétricas e irrigação.
A ministra propôs a ampliação da cooperação com a SAE para pesquisas sobre florestas e biodiversidade. "Os estudos deverão ser balizados na nova realidade do meio ambiente inserido no debate sobre desenvolvimento. A tradução disso deve ser entregue para os tomadores de decisão", disse.
O ministro da SAE, Samuel Pinheiro, destacou que o acordo também trata de temas internacionais, por causa de rios compartilhados com países vizinhos. "É preciso ter uma colaboração estreita com esses países, conhecer suas políticas de recursos hídricos e de meio ambiente, para que possamos ter uma gestão correta", avaliou. Ele citou como exemplos rios na Amazônia, que não possuem nascentes no Brasil, e o Aquífero Guarani, que abrange Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Ascom/MMA
domingo, 12 de setembro de 2010
Aberta a chamada para o próximo livro
COMPÓS
Aberta a chamada para o próximo livro
em 7/9/2010
Muito tem sido dito sobre uma suposta crise que o jornalismo estaria experimentando nos dias atuais. A queda na tiragem dos jornais, a concorrência por parte de novos agentes, como blogueiros e jornalistas leigos e, no caso do Brasil, o fim da obrigatoriedade do diploma específico para o exercício profissional são algumas evidências desses impasses de ordem tecnológica, política, econômica e ética. Seria essa uma crise do jornalismo como um todo ou apenas crise de um modelo específico de jornalismo?
O momento impõe que se discuta o jornalismo para além do viés profissional que naturaliza um conjunto determinado de valores e práticas. Por isso, propomos pensar o jornalismo em interfaces mais abrangentes, tendo em vista sua natureza histórica, seus fundamentos culturais e tecnológicos, seu processo social de produção, circulação e consumo, suas relações com outras formas de produção textual. Buscamos reflexões que tratam tanto da diversidade dos objetos empíricos e referenciais teóricos que transitam nas pesquisas sobre jornalismo como também das limitações, críticas e possibilidades das nomeadas teorias do jornalismo. Para tanto, procuraremos (1) abordar tensões epistemológicas, opções metodológicas e desafios teóricos da própria ação investigativa nessa área e (2) trazer para o debate clássicas configurações e novos desenhos quanto a formatos, técnicas, gêneros, linguagens e discursos do fenômeno comunicacional noticioso.
Elegibilidade: Os textos serão analisados segundo a pertinência, a relevância e a contribuição para a matéria. Serão aceitos para seleção artigos de pesquisadores doutores e de doutorandos (vinculados ou não a PPGs em Comunicação) dentro do prazo e segundo as especificações formais abaixo indicadas.
Prazo para envio de artigos: 15 de novembro de 2010
Normas de formatação: Será adotado o mesmo modelo de submissão de textos do encontro anual da Compós (ver no site www.compos.org.br), com exceção do tamanho, ampliado para textos entre 6 e 8 mil palavras, incluindo resumo, notas e referências bibliográficas.
Endereço para envio dos trabalhos: os trabalhos deverão ser enviados para o email livrocompos2011@gmail.com
A Comissão Editorial: Afonso Albuquerque, Christa Berger, Dimas Kunsch
Aberta a chamada para o próximo livro
em 7/9/2010
Muito tem sido dito sobre uma suposta crise que o jornalismo estaria experimentando nos dias atuais. A queda na tiragem dos jornais, a concorrência por parte de novos agentes, como blogueiros e jornalistas leigos e, no caso do Brasil, o fim da obrigatoriedade do diploma específico para o exercício profissional são algumas evidências desses impasses de ordem tecnológica, política, econômica e ética. Seria essa uma crise do jornalismo como um todo ou apenas crise de um modelo específico de jornalismo?
O momento impõe que se discuta o jornalismo para além do viés profissional que naturaliza um conjunto determinado de valores e práticas. Por isso, propomos pensar o jornalismo em interfaces mais abrangentes, tendo em vista sua natureza histórica, seus fundamentos culturais e tecnológicos, seu processo social de produção, circulação e consumo, suas relações com outras formas de produção textual. Buscamos reflexões que tratam tanto da diversidade dos objetos empíricos e referenciais teóricos que transitam nas pesquisas sobre jornalismo como também das limitações, críticas e possibilidades das nomeadas teorias do jornalismo. Para tanto, procuraremos (1) abordar tensões epistemológicas, opções metodológicas e desafios teóricos da própria ação investigativa nessa área e (2) trazer para o debate clássicas configurações e novos desenhos quanto a formatos, técnicas, gêneros, linguagens e discursos do fenômeno comunicacional noticioso.
Elegibilidade: Os textos serão analisados segundo a pertinência, a relevância e a contribuição para a matéria. Serão aceitos para seleção artigos de pesquisadores doutores e de doutorandos (vinculados ou não a PPGs em Comunicação) dentro do prazo e segundo as especificações formais abaixo indicadas.
Prazo para envio de artigos: 15 de novembro de 2010
Normas de formatação: Será adotado o mesmo modelo de submissão de textos do encontro anual da Compós (ver no site www.compos.org.br), com exceção do tamanho, ampliado para textos entre 6 e 8 mil palavras, incluindo resumo, notas e referências bibliográficas.
Endereço para envio dos trabalhos: os trabalhos deverão ser enviados para o email livrocompos2011@gmail.com
A Comissão Editorial: Afonso Albuquerque, Christa Berger, Dimas Kunsch
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Observatório da Imprensa
Por um melhor jornalismo educacional
Por um melhor jornalismo educacional
Por Gabriel Perissé em 7/9/2010
Educação como tema recorrente, insistente, inevitável. Irá exigir um jornalismo educacional que supere a mera informação ou o simples noticiar de problemas constantes versus soluções esporádicas.
A carta-compromisso lançada por várias instituições no final do passado mês de agosto, tendo à frente o Movimento Todos pela Educação, apresenta metas inegociáveis para o Brasil nos próximos 10 anos: inclusão de todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola; universalização do atendimento da demanda por creche; superação do analfabetismo; aprendizagem ao longo da vida para todos; redução dos níveis de desigualdade na educação e ampliação do ensino profissionalizante e superior.
As entidades que assinaram essa carta propõem aos que vão governar o país na próxima década que ampliem o financiamento da educação pública, valorizem os professores de modo real e cabal, promovam a gestão democrática nas escolas e aperfeiçoem políticas de avaliação e regulação.
Encontramos nessas justas reivindicações um roteiro para analisar as iniciativas do MEC e das secretarias de Educação estaduais e municipais, mas também um critério para verificar o quanto a mídia colaborará nesta luta pela qualidade educacional.
Em artigo recente na revista Veja (ed. 2181), o economista Gustavo Ioschpe mostra-se em sintonia com uma das preocupações explicitadas pelo Todos pela Educação. O título da matéria é longo: "Uma meta para o próximo presidente: todo aluno sai da escola alfabetizado". Pensando em termos de crescimento econômico, Ioschpe compara os números brasileiros com os de outros países, e constata que "estamos falhando barbaramente", que o nosso setor universitário é "mirrado", que o insucesso do esforço para alfabetizar é "uma verdadeira chaga coletiva", "uma vergonha nacional", que o Brasil, em suma, "vai muito mal" no campo da educação.
Ioschpe, no entanto, esqueceu de dizer que não chegamos a esse estado de coisas de repente. Nossas atuais dificuldades para superar tantos problemas educacionais se devem, em boa medida, a que presidentes e demais governantes do país, sobretudo a partir da década de 1970, não estiveram à altura de uma situação já calamitosa, como denunciava, em 1962, o então ministro da Educação, Darcy Ribeiro.
Caminho certo para o fracasso
Durante meio século, muito do que se deveria fazer não se fez, ou se começou a fazer muito tarde. Muito do que se fez não era para se fazer. Muito do que se quer fazer de bom não conta com a compreensão e união de todos. Concretamente, assistimos ao longo das décadas à imoral desvalorização da profissão docente. O professor, elemento fundamental do sistema escolar, está fragilizado, vulnerável, embora a população continue acreditando que as crianças e os jovens devem confiar em seus mestres. O magistério precisa – está mais do que claro, mas é preciso repetir, repetir – de melhores salários, de melhores condições de trabalho.
O economista Ioschpe também não comentou que nesses últimos 40 anos o Brasil continuou adotando uma arquitetura escolar de tipo prisional, que corresponde a uma mentalidade ultrapassada do que é ensinar e aprender. Os alunos da escola pública frequentam um espaço que tolhe e desmotiva. Também os professores se sentem meros instrutores e vigias da impossível disciplina. Faltam à escola pública condições materiais em que o aluno goste de estudar e o professor se sinta realizado como profissional do ensinar. Faltam, em sua grande maioria, áreas verdes, salas de aula com um número menor de alunos (25 é o ideal), salas de teatro, de arte, de ginástica, salas de vídeo, de música, biblioteca, tecnologia etc.
No que tange à tecnologia, não se pode mais adiar ou impedir o ingresso pleno da escola pública na Idade Mídia. Um projeto-piloto do MEC, conforme matéria da Folha de S.Paulo de domingo (05/09/2010) assinada por Guilherme Voitch, demonstra que os alunos de uma escola municipal de São Paulo aproveitam muito mais as aulas quando podem dispor, cada um deles, de um laptop, com o qual desempenham tarefas que fogem ao repetitivo, à decoreba, à ausência de sentido. Não importa o quanto custe sair da era do mimeógrafo. Economizar em educação é caminho certo para o fracasso.
Melhorar ou... melhorar
Torna-se cada vez mais patente o consenso de que o ensino público deve melhorar... ou melhorar! Caberá ao jornalismo educacional acompanhar o que se faz a favor ou contra essa melhoria. E os motivos que há para se trabalhar contra! E quem são, afinal, os que trabalham contra ou a favor da educação.
Trata-se de denunciar, entre outras situações intoleráveis, o uso sistemático da educação para fins eleitoreiros. Pois uma coisa é mencionar a educação como prioridade, e outra é agir em consequência. Pensemos no caso da educação paulista em seu âmbito estadual. Vejamos 10 dos muitos problemas reais, cotidianos (comentados à boca pequena nas redes sociais, em que professores temerosos usam perfis falsos para desabafar), problemas que a imprensa do estado mais rico da nação ignora, não sabe avaliar ou simplesmente abafa:
** Lentidão deliberada ou deliberada recusa a investir na infraestrutura das escolas.
** Delonga para informatizar a educação.
** Bibliotecas e laboratórios de informática fechados.
** Boicote a programas do governo federal, como é o caso da coleção DVD Escola, pouco usada.
** Professores que trabalham em escolas mais degradadas ou com problemas de segurança deveriam ganhar mais.
** Ausência de programas de formação docente continuada mais arrojados. Por exemplo, enviar professores de inglês para estágio no exterior. Veja-se, em contrapartida, uma iniciativa nesse sentido.
** Boicote ao piso nacional do professor.
** Demora para estruturar sistema disciplinar estadual, tendo em vista questões de segurança e outras, que acabam "sobrando" para os professores.
** Carga de 33 aulas. Como realizar trabalho de excelência com tantas aulas?
** Milhares de professores temporários, não concursados, em situação precária, o que resulta em insuficiente envolvimento com a escola e os alunos, acentuando defasagens e contribuindo para a sensação de que tudo é meio esculhambado mesmo.
Tais problemas são conhecidos quando entramos no âmbito da educação em sua realidade, que é a realidade dos professores e alunos, das famílias. O jornalismo educacional implica uma investigação sem receio de encontrar, mais do que um diagnóstico numérico do nosso atraso, os obstáculos que geram esses números. E, além dos obstáculos em si, que tipo de concepção de política e de sociedade gera esses obstáculos.
Mais ainda. Investigar quem constrói esses obstáculos. E quem é conivente. E quem se esconde atrás desses obstáculos. E quem, depois, vem queixar-se da inexistência de mão de obra qualificada no Brasil, queixar-se do analfabetismo funcional, escolhendo como bode expiatório o professor, aquele mesmo professor que não tem tempo para ler os jornais.
Por Gabriel Perissé em 7/9/2010
Educação como tema recorrente, insistente, inevitável. Irá exigir um jornalismo educacional que supere a mera informação ou o simples noticiar de problemas constantes versus soluções esporádicas.
A carta-compromisso lançada por várias instituições no final do passado mês de agosto, tendo à frente o Movimento Todos pela Educação, apresenta metas inegociáveis para o Brasil nos próximos 10 anos: inclusão de todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola; universalização do atendimento da demanda por creche; superação do analfabetismo; aprendizagem ao longo da vida para todos; redução dos níveis de desigualdade na educação e ampliação do ensino profissionalizante e superior.
As entidades que assinaram essa carta propõem aos que vão governar o país na próxima década que ampliem o financiamento da educação pública, valorizem os professores de modo real e cabal, promovam a gestão democrática nas escolas e aperfeiçoem políticas de avaliação e regulação.
Encontramos nessas justas reivindicações um roteiro para analisar as iniciativas do MEC e das secretarias de Educação estaduais e municipais, mas também um critério para verificar o quanto a mídia colaborará nesta luta pela qualidade educacional.
Em artigo recente na revista Veja (ed. 2181), o economista Gustavo Ioschpe mostra-se em sintonia com uma das preocupações explicitadas pelo Todos pela Educação. O título da matéria é longo: "Uma meta para o próximo presidente: todo aluno sai da escola alfabetizado". Pensando em termos de crescimento econômico, Ioschpe compara os números brasileiros com os de outros países, e constata que "estamos falhando barbaramente", que o nosso setor universitário é "mirrado", que o insucesso do esforço para alfabetizar é "uma verdadeira chaga coletiva", "uma vergonha nacional", que o Brasil, em suma, "vai muito mal" no campo da educação.
Ioschpe, no entanto, esqueceu de dizer que não chegamos a esse estado de coisas de repente. Nossas atuais dificuldades para superar tantos problemas educacionais se devem, em boa medida, a que presidentes e demais governantes do país, sobretudo a partir da década de 1970, não estiveram à altura de uma situação já calamitosa, como denunciava, em 1962, o então ministro da Educação, Darcy Ribeiro.
Caminho certo para o fracasso
Durante meio século, muito do que se deveria fazer não se fez, ou se começou a fazer muito tarde. Muito do que se fez não era para se fazer. Muito do que se quer fazer de bom não conta com a compreensão e união de todos. Concretamente, assistimos ao longo das décadas à imoral desvalorização da profissão docente. O professor, elemento fundamental do sistema escolar, está fragilizado, vulnerável, embora a população continue acreditando que as crianças e os jovens devem confiar em seus mestres. O magistério precisa – está mais do que claro, mas é preciso repetir, repetir – de melhores salários, de melhores condições de trabalho.
O economista Ioschpe também não comentou que nesses últimos 40 anos o Brasil continuou adotando uma arquitetura escolar de tipo prisional, que corresponde a uma mentalidade ultrapassada do que é ensinar e aprender. Os alunos da escola pública frequentam um espaço que tolhe e desmotiva. Também os professores se sentem meros instrutores e vigias da impossível disciplina. Faltam à escola pública condições materiais em que o aluno goste de estudar e o professor se sinta realizado como profissional do ensinar. Faltam, em sua grande maioria, áreas verdes, salas de aula com um número menor de alunos (25 é o ideal), salas de teatro, de arte, de ginástica, salas de vídeo, de música, biblioteca, tecnologia etc.
No que tange à tecnologia, não se pode mais adiar ou impedir o ingresso pleno da escola pública na Idade Mídia. Um projeto-piloto do MEC, conforme matéria da Folha de S.Paulo de domingo (05/09/2010) assinada por Guilherme Voitch, demonstra que os alunos de uma escola municipal de São Paulo aproveitam muito mais as aulas quando podem dispor, cada um deles, de um laptop, com o qual desempenham tarefas que fogem ao repetitivo, à decoreba, à ausência de sentido. Não importa o quanto custe sair da era do mimeógrafo. Economizar em educação é caminho certo para o fracasso.
Melhorar ou... melhorar
Torna-se cada vez mais patente o consenso de que o ensino público deve melhorar... ou melhorar! Caberá ao jornalismo educacional acompanhar o que se faz a favor ou contra essa melhoria. E os motivos que há para se trabalhar contra! E quem são, afinal, os que trabalham contra ou a favor da educação.
Trata-se de denunciar, entre outras situações intoleráveis, o uso sistemático da educação para fins eleitoreiros. Pois uma coisa é mencionar a educação como prioridade, e outra é agir em consequência. Pensemos no caso da educação paulista em seu âmbito estadual. Vejamos 10 dos muitos problemas reais, cotidianos (comentados à boca pequena nas redes sociais, em que professores temerosos usam perfis falsos para desabafar), problemas que a imprensa do estado mais rico da nação ignora, não sabe avaliar ou simplesmente abafa:
** Lentidão deliberada ou deliberada recusa a investir na infraestrutura das escolas.
** Delonga para informatizar a educação.
** Bibliotecas e laboratórios de informática fechados.
** Boicote a programas do governo federal, como é o caso da coleção DVD Escola, pouco usada.
** Professores que trabalham em escolas mais degradadas ou com problemas de segurança deveriam ganhar mais.
** Ausência de programas de formação docente continuada mais arrojados. Por exemplo, enviar professores de inglês para estágio no exterior. Veja-se, em contrapartida, uma iniciativa nesse sentido.
** Boicote ao piso nacional do professor.
** Demora para estruturar sistema disciplinar estadual, tendo em vista questões de segurança e outras, que acabam "sobrando" para os professores.
** Carga de 33 aulas. Como realizar trabalho de excelência com tantas aulas?
** Milhares de professores temporários, não concursados, em situação precária, o que resulta em insuficiente envolvimento com a escola e os alunos, acentuando defasagens e contribuindo para a sensação de que tudo é meio esculhambado mesmo.
Tais problemas são conhecidos quando entramos no âmbito da educação em sua realidade, que é a realidade dos professores e alunos, das famílias. O jornalismo educacional implica uma investigação sem receio de encontrar, mais do que um diagnóstico numérico do nosso atraso, os obstáculos que geram esses números. E, além dos obstáculos em si, que tipo de concepção de política e de sociedade gera esses obstáculos.
Mais ainda. Investigar quem constrói esses obstáculos. E quem é conivente. E quem se esconde atrás desses obstáculos. E quem, depois, vem queixar-se da inexistência de mão de obra qualificada no Brasil, queixar-se do analfabetismo funcional, escolhendo como bode expiatório o professor, aquele mesmo professor que não tem tempo para ler os jornais.
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sábado, 11 de setembro de 2010
Protect Your Groundwater DayHome » Public - Media » Protect Your Groundwater Day
September 14, 2010
Simple ways everyone can act to protect groundwater
Everyone can and should do something to protect groundwater. Why? We all have a stake in maintaining its quality and quantity.
•For starters, 95 percent of all available freshwater comes from aquifers underground. Being a good steward of groundwater just makes sense.
•Not only that, most surface water bodies are connected to groundwater so how you impact groundwater matters.
•Furthermore, many public water systems draw all or part of their supply from groundwater, so protecting the resource protects the public water supply and impacts treatment costs.
•If you own a well to provide water for your family, farm, or business, groundwater protection is doubly important. As a well owner, you are the manager of your own water system. Protecting groundwater will help reduce risks to your water supply.
Groundwater protection
There are two fundamental categories of groundwater protection:
•Keeping it safe from contamination
•Using it wisely by not wasting it.
Before examining what you can do to protect groundwater, however, you should know that sometimes the quality and safety of groundwater is affected by substances that occur naturally in the environment.
Naturally occurring contamination
The chemistry of the groundwater flowing into a well reflects what’s in the environment. If the natural quality of groundwater to be used for human consumption presents a health risk, water treatment will be necessary.
Examples of naturally occurring substances that can present health risk are:
•Microorganisms (i.e., bacteria, viruses, and parasites; these tend to be more common in shallow groundwater)
•Radionuclides (i.e., radium, radon, and uranium)
•Heavy metals (i.e., arsenic, cadmium, chromium, lead, and selenium).
Public water systems are required to treat drinking water to federal quality standards. However, it is up to private well owners to make sure their water is safe.
Contamination caused by human activities
Human activities can pollute groundwater, and this is where every person can help protect groundwater — both in terms of groundwater quality and quantity.
Some common human causes of groundwater contamination are:
•Improper storage or disposal of hazardous substances
•Improper use of fertilizers, animal manures, herbicides, insecticides, and pesticides
•Chemical spills
•Improperly built and/or maintained septic systems
•Improperly abandoned wells (these include water wells, groundwater monitoring wells, and wells used in cleaning contaminated groundwater)
•Poorly sited or constructed water wells.
An emerging concern in recent years is the occurrence of pharmaceuticals and personal care products in water. Much research remains to be done to assess the health risks of trace amounts of these items. Nevertheless, disposal strategies for these substances are increasingly being advocated.
Water conservation
Americans are the largest water users, per capita, in the world. In terms of groundwater, Americans use 79.6 billion gallons per day — the equivalent of 2,923 12-oz. cans for every man, woman, and child in the nation.
Agricultural irrigation is far and away the largest user of groundwater in America at 53.5 billion gallons a day followed by public use via public water systems or private household wells at a combined total of 18.3 billion gallons per day. More efficient use of water in either of these areas could save a huge amount.
At the household level, the greatest amount of water used inside the home occurs in the bathroom. The remainder of indoor water use is divided between clothes washing and kitchen use, including dish washing, according to the U.S. EPA. Calculate your household water use here.
Depending on where in the country you live, outdoor water use can vary widely.
If you want to get an ever better idea how much water you use, find out your “water footprint” by calculating the amount of water it takes to produce some of the food you consume.
ACT — acknowledge, consider, take action
On Protect Your Groundwater Day, NGWA urges you to ACT. Use this day to begin doing your part for protecting one of our most important natural resources — groundwater!
1. Acknowledge the causes of preventable groundwater contamination —
Everyone
•There are hazardous substances common to households
•Most household water use occurs in a few areas around the home.
If you own a water well
•Wellheads should be a safe distance from potential contamination
•Septic system malfunctions can pollute groundwater
•Poorly constructed or maintained wells can facilitate contamination
•Improperly abandoned wells can lead to groundwater contamination (read related article).
2. Consider which apply to you —
Everyone
•What specific hazardous substances are in and around your home?
•Where do you and your family use the most water?
If you own a water well
•Is your wellhead a safe distance from possible contamination?
•Is your well/septic system due for an inspection?
•Are there any abandoned wells on your property?
3. Take action to prevent groundwater contamination —
Everyone
When it comes to hazardous household substances:
•Store them properly in a secure place
•Use them according to the manufacturer’s recommendations
•Dispose of them safely.
When it comes to water conservation:
•Modify your water use (more water saving tips)
•Install a water-saving device.
If you own a water well
•Move possible contamination sources a safe distance from the wellhead
•Get current on your septic system inspection and cleaning
•Get your annual water well system inspection
•Properly decommission any abandoned wells using a professional.
For more information
To discuss groundwater protection and other groundwater-related issues, follow NGWA’s Facebook page and post your comments or questions on the discussion board.
For more information on Protect Your Groundwater Day, contact NGWA Public Awareness Director Cliff Treyens at 800 551.7379, (614 898.7791), ext. 554, or ctreyens@ngwa.org.
View Protect Your Groundwater Day promotional sponsors.
(Print, clip, and post:)
Nunca queimará o Alcorão...
AE-AP - Agência Estado
O pastor Terry Jones da Flórida disse que sua igreja nunca queimará o Alcorão, mesmo se uma mesquita for construída no Marco Zero, local onde estavam as torres gêmeas que desabaram após ataques terroristas em 11 de setembro de 2001. No programa de televisão matutino "Today", da rede de TV NBC, Jones disse que o objetivo de sua igreja era "mostrar que há uma parte do Islã muito perigosa e radical". Jones disse ter "definitivamente realizado essa missão".
O pastor ameaçou queimar o Alcorão no aniversário dos ataques de 11 de setembro em protesto a um projeto de construção de centro islâmico próximo ao Marco Zero. Ele viajou ontem para Nova York, onde hoje as cerimônias para marcar o 11 de setembro podem ser tensas. Ao contrário dos anos anteriores, em que a cerimônia no Marco Zero basicamente ficou restrita à leitura dos nomes das quase 3 mil vítimas do ataque às torres gêmeas, as autoridades se preparam desta vez para manifestações daqueles que são contra e a favor da construção do centro islâmico.
O presidente Barack Obama e a primeira-dama, Michele Obama, participarão de cerimônias em Washington e Shanksville, Pennsylvania, em memória das vítimas dos aviões sequestrados que caíram sobre o Pentágono e em um campo rural em 2001.
Nesta manhã, em seu programa semanal de rádio, o presidente norte-americano pediu aos norte-americanos que se lembrem da unidade que emergiu após 11 de setembro de 2001.
"Se há uma lição a ser retirada desse aniversário é o de que os Estados Unidos são uma nação e um povo unido por ideais comuns", disse. "Nesse dia, lembramos de nossos momentos mais sombrios, nos reunimos com um senso de unidade e propósito comum".
Obama disse que o país enfrenta tempos difíceis, levando algumas pessoas a alimentar a amargura e a divisão. Mas o 11 de setembro deveria lembrar os americanos do que têm em comum, acrescentou.
"Permanecemos uns com os outros. Lutamos uns ao lado dos outros", disse Obama. "Não permitiremos que sejamos levados pelo medo, mas pela esperança que temos em nossas famílias, em nossa nação e em nosso brilhante futuro". As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Tópicos: Alcorão, 11 de setembro, Pastor, Internacional, Geral
O pastor Terry Jones da Flórida disse que sua igreja nunca queimará o Alcorão, mesmo se uma mesquita for construída no Marco Zero, local onde estavam as torres gêmeas que desabaram após ataques terroristas em 11 de setembro de 2001. No programa de televisão matutino "Today", da rede de TV NBC, Jones disse que o objetivo de sua igreja era "mostrar que há uma parte do Islã muito perigosa e radical". Jones disse ter "definitivamente realizado essa missão".
O pastor ameaçou queimar o Alcorão no aniversário dos ataques de 11 de setembro em protesto a um projeto de construção de centro islâmico próximo ao Marco Zero. Ele viajou ontem para Nova York, onde hoje as cerimônias para marcar o 11 de setembro podem ser tensas. Ao contrário dos anos anteriores, em que a cerimônia no Marco Zero basicamente ficou restrita à leitura dos nomes das quase 3 mil vítimas do ataque às torres gêmeas, as autoridades se preparam desta vez para manifestações daqueles que são contra e a favor da construção do centro islâmico.
O presidente Barack Obama e a primeira-dama, Michele Obama, participarão de cerimônias em Washington e Shanksville, Pennsylvania, em memória das vítimas dos aviões sequestrados que caíram sobre o Pentágono e em um campo rural em 2001.
Nesta manhã, em seu programa semanal de rádio, o presidente norte-americano pediu aos norte-americanos que se lembrem da unidade que emergiu após 11 de setembro de 2001.
"Se há uma lição a ser retirada desse aniversário é o de que os Estados Unidos são uma nação e um povo unido por ideais comuns", disse. "Nesse dia, lembramos de nossos momentos mais sombrios, nos reunimos com um senso de unidade e propósito comum".
Obama disse que o país enfrenta tempos difíceis, levando algumas pessoas a alimentar a amargura e a divisão. Mas o 11 de setembro deveria lembrar os americanos do que têm em comum, acrescentou.
"Permanecemos uns com os outros. Lutamos uns ao lado dos outros", disse Obama. "Não permitiremos que sejamos levados pelo medo, mas pela esperança que temos em nossas famílias, em nossa nação e em nosso brilhante futuro". As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Tópicos: Alcorão, 11 de setembro, Pastor, Internacional, Geral
Ipea defende mais investimentos públicos para sustentar taxa de crescimento do país
Ipea defende mais investimentos públicos para sustentar taxa de crescimento do país
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor público precisa investir mais na economia para estimular o setor privado e elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas e serviços do país. A avaliação foi feita pelo coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messemberg, durante a divulgação, hoje (10), da Carta de conjuntura com dados sobre a economia brasileira, como inflação, emprego e PIB. Messemberg disse que a taxa de investimentos (formação bruta de capital fixo) deveria se manter entre 23% e 25%. No acumulado do ano, a taxa está em 26,2%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No entanto, o economista lembrou que, diante da retraída base de comparação, já que a taxa reflete efeitos da crise econômica em 2009 (quando fechou em queda de 9,9%), a taxa de investimentos acumulada este ano é considerada alta e deve cair no segundo semestre. Entre abril e junho, o indicador ficou em 17,85% e entre janeiro e março, em 17,96%.
"Se o Estado deve começar, e ele está começando, a ganhar espaço na taxa de investimento da economia, fazendo um Orçamento mais robusto para o ano que vem, aplicando recursos em áreas carentes para provocar um ampliação do potencial produtivo da economia, isso não deixará de ser percebido e explorado pelo setor privado”, disse o coordenador.
Na opinião de Massemberg, o dinheiro do governo deve ser investido em áreas de infraestrutura e bem estar social, como saneamento básico, rodovias e portos. "Os gastos do governo e das estatais poderiam subir de cerca de 4% para cerca de 7%, puxando os investimentos privados, que complementariam o restante da taxa", afirmou.
Assim, sem pressão da inflação, que apesar das oscilações segue dentro da meta estabelecida pelo governo (de 4,5% com dois pontos percentuais de variação para mais ou para menos), o país não dará "voos de galinha", explicou o economista. Messemberg alerta que o consumo das famílias, que puxou o PIB na época da crise, tem crescido menos e, sem uma elevação da renda por meio dos investimentos, tende a se estagnar.
No ano, o crescimento do PIB está em 8,9%. A taxa é considerada alta em relação a 2009, quando o produto fechou em queda de 0,2%. E aponta para um crescimento menor nos próximos meses. O Ipea estima em 6,5% a taxa do PIB em 2010.
Edição: Vinicius Doria
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor público precisa investir mais na economia para estimular o setor privado e elevar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas e serviços do país. A avaliação foi feita pelo coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messemberg, durante a divulgação, hoje (10), da Carta de conjuntura com dados sobre a economia brasileira, como inflação, emprego e PIB. Messemberg disse que a taxa de investimentos (formação bruta de capital fixo) deveria se manter entre 23% e 25%. No acumulado do ano, a taxa está em 26,2%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No entanto, o economista lembrou que, diante da retraída base de comparação, já que a taxa reflete efeitos da crise econômica em 2009 (quando fechou em queda de 9,9%), a taxa de investimentos acumulada este ano é considerada alta e deve cair no segundo semestre. Entre abril e junho, o indicador ficou em 17,85% e entre janeiro e março, em 17,96%.
"Se o Estado deve começar, e ele está começando, a ganhar espaço na taxa de investimento da economia, fazendo um Orçamento mais robusto para o ano que vem, aplicando recursos em áreas carentes para provocar um ampliação do potencial produtivo da economia, isso não deixará de ser percebido e explorado pelo setor privado”, disse o coordenador.
Na opinião de Massemberg, o dinheiro do governo deve ser investido em áreas de infraestrutura e bem estar social, como saneamento básico, rodovias e portos. "Os gastos do governo e das estatais poderiam subir de cerca de 4% para cerca de 7%, puxando os investimentos privados, que complementariam o restante da taxa", afirmou.
Assim, sem pressão da inflação, que apesar das oscilações segue dentro da meta estabelecida pelo governo (de 4,5% com dois pontos percentuais de variação para mais ou para menos), o país não dará "voos de galinha", explicou o economista. Messemberg alerta que o consumo das famílias, que puxou o PIB na época da crise, tem crescido menos e, sem uma elevação da renda por meio dos investimentos, tende a se estagnar.
No ano, o crescimento do PIB está em 8,9%. A taxa é considerada alta em relação a 2009, quando o produto fechou em queda de 0,2%. E aponta para um crescimento menor nos próximos meses. O Ipea estima em 6,5% a taxa do PIB em 2010.
Edição: Vinicius Doria
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Agência Brasil
José Alencar está na UTI do Sírio-Libanês com quadro de edema agudo do pulmão
José Alencar está na UTI do Sírio-Libanês com quadro de edema agudo do pulmão
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da República, José Alencar, foi internado hoje (10) na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo boletim médico, Alencar apresenta quadro de edema agudo de pulmão e está respondendo bem ao tratamento.
Aos 78 anos, José Alencar luta contra um câncer há mais de dez anos e já passou por 15 cirurgias. O tratamento do vice-presidente é coordenado pelos médicos Paulo Hoff, Alberto Calil Filho e Paulo Ayrova Galvão.
Edição: Antonio Arrais
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente da República, José Alencar, foi internado hoje (10) na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo boletim médico, Alencar apresenta quadro de edema agudo de pulmão e está respondendo bem ao tratamento.
Aos 78 anos, José Alencar luta contra um câncer há mais de dez anos e já passou por 15 cirurgias. O tratamento do vice-presidente é coordenado pelos médicos Paulo Hoff, Alberto Calil Filho e Paulo Ayrova Galvão.
Edição: Antonio Arrais
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JOSE ALENCAR
Presos da Operação Mãos Limpas chegam a Brasília
Presos da Operação Mãos Limpas chegam a Brasília
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O advogado do governador do Amapá, Cícero Bordalo Júnior, chegou agora à noite à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, para tentar conversar com o seu cliente, Pedro Paulo Dias de Carvalho. Ele e mais 17 pessoas presas hoje (10) no Amapá, pela Operação Mãos Limpas, chegaram ao aeroporto de Brasília e foram encaminhados para a Superintendência da PF.
Segundo a PF, a intenção é que todos sejam ouvidos até a madrugada deste sábado (11). Eles vão passar, agora, por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A PF disse que esse é um procedimento padrão para garantir a integridade física dos presos durante a transferência de custódia, já que 16 deles vão ser levados para o Presídio da Papuda.
A prisão foi consequência da Operação Mãos Limpas, que desarticulou um esquema criminoso de desvio de dinheiro público envolvendo políticos, empresários e servidores públicos do Amapá.
Entre os presos, estão o ex-governador Waldez Góis (PDT) e o presidente do Tribunal de Contas do estado, José Júlio Miranda. Os dois permanecerão detidos na Superintendência da PF. O advogado, que também representa alguns empresários envolvidos no esquema, disse que se reuniu hoje com o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha. “O ministro informou que vai entregar [aos advogados] uma cópia da decisão judicial do STJ, impreterivelmente, na segunda-feira (13)”, disse.
Noronha foi quem expediu os 18 mandados de prisão temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão. Segundo Bordalo Júnior, a investigação é extremamente delicada, pois envolve acusações muito graves. Os acusados deverão permanecer presos em Brasília por cinco dias.
“Já estou ajuizando pedido de liberdade provisória e de revogação da prisão temporária”, disse. Até o momento, o advogado informou que só ingressou com o pedido de liberdade provisória em favor do empresário Eric Lucena. Ele está aguardando a conversa com o governador para saber como vai proceder em sua defesa.
A matéria foi alterada para acréscimo de informações//Edição: Lana Cristina
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Agência Brasil
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Menos sono, menos sexo
Entrevistas
Menos sono, menos sexo
9/9/2010
Por Fabio Reynol
Agência FAPESP – Disfunção erétil, obesidade, diabetes, estresse e maior suscetibilidade para contrair doenças são alguns dos problemas que podem ser causados por distúrbios de sono. Estima-se que um terço da população da cidade de São Paulo tenha algum problema para dormir adequadamente.
Estudar os efeitos da privação de sono tem sido, desde 1995, o foco da pesquisa de Monica Andersen, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ela coordena um trabalho de investigação dos efeitos da privação e da restrição de sono na função reprodutiva de ratos machos, que conta com o apoio FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
Integrante do Centro de Estudos do Sono/Instituto do Sono, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela FAPESP, Monica apresentou resultados de seu trabalho com animais durante a 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada de 25 a 28 de agosto na cidade paulista de Águas de Lindoia.
Na ocasião, ela concedeu à Agência FAPESP a entrevista a seguir, na qual resume resultados do laboratório que coordena e de outras pesquisas voltadas aos problemas do sono.
Agência FAPESP – De quantas horas de sono precisamos?
Monica Andersen – Não há uma resposta única. A média são oito horas diárias, mas uma pessoa pode ficar bem com quatro horas, enquanto outra precisará de dez. Chamamos os extremos de “pequenos dormidores” e “grandes dormidores”. Agora, se me perguntar de quantas horas você precisa, temos que ver primeiro como você acorda.
Agência FAPESP – Pela manhã, quais são os sinais de uma noite bem dormida?
Monica Andersen – Quem acorda abrindo a janela, de bom humor, dormiu a quantidade de que precisava. Quem acorda já cansado, com a sensação de que um caminhão passou por cima, ainda que tenha ficado na cama mais de nove horas, não teve um sono suficiente ou reparador.
Agência FAPESP – A quantidade de sono por noite pode ser modificada ao longo do tempo?
Monica Andersen – Sim, essa mudança ocorre ao longo da vida. Ao nascer, costumamos dormir 16 horas por dia. No fim da vida, precisamos de poucas horas. O problema é que a sociedade está forçando essa redução, tentando se adaptar à falta de sono.
Agência FAPESP – Estamos dormindo menos do que as gerações anteriores?
Monica Andersen – Nossa sociedade é cronicamente privada de sono. Há uma denominação nos Estados Unidos que é sintomática, da “sociedade 24 por 7”, isto é, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Que não para jamais. E isso traduz muito bem o que vivemos atualmente. Nós queremos a sociedade 24 por 7, principalmente nas grandes cidades. Nós participamos dessa autoprivação de sono. Queremos fazer mais um curso, terminar mais um trabalho e tudo o mais que conseguirmos encaixar em nosso dia e quem paga por tudo isso é o sono. Por que simplesmente não vamos dormir e deixamos as tarefas para o dia seguinte? Isso é cada vez mais impensável.
Agência FAPESP – Que problemas essa privação pode causar?
Monica Andersen – Um deles é o acúmulo de gordura em nosso corpo. A privação de sono aumenta o apetite por comidas calóricas, estimula o hormônio da fome (grelina) e reduz o hormônio da saciedade (leptina). Pouco sono também afeta o desempenho no trabalho ou estudo e provoca pequenos deslizes que afetam nosso rendimento. Há algumas profissões em que deslizes são particularmente perigosos, como aquelas ligadas à segurança ou à saúde pública.
Agência FAPESP – Não é paradoxal que justamente as profissões que envolvem grande responsabilidade e não podem ter tais deslizes sejam justamente aquelas que têm jornadas extenuantes, como médicos, policiais, pilotos de avião ou caminhoneiros?
Monica Andersen – De fato. Uma das consequências mais sérias da falta de sono atualmente é o aumento no número de acidentes. Em fevereiro de 2009, por exemplo, na cidade de Buffalo, nos Estados Unidos, a queda de um avião em uma área residencial matou 50 pessoas. A investigação concluiu que a causa mais provável do acidente foi a fadiga dos pilotos e os registros da jornada de trabalho realmente mostraram que eles haviam trabalhado horas excessivas. Também nos Estados Unidos, houve outro caso em que um avião simplesmente passou do aeroporto de destino e isso só foi notado uma hora depois. A causa do erro foi que os dois pilotos haviam dormido. Na medicina é a mesma coisa, há estudos mostrando que, no fim de um plantão, o número de erros médicos é bem maior.
Agência FAPESP – Essa situação tem piorado?
Monica Andersen – Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até às 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana às seis da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.
Agência FAPESP – Que consequências essa rotina pode trazer?
Monica Andersen – Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.
Agência FAPESP – É um problema que atinge outras faixas etárias?
Monica Andersen – Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades on-line e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.
Agência FAPESP – Quais são os principais distúrbios de sono que essas rotinas causam?
Monica Andersen – Temos visto muita insônia em mulheres. Em São Paulo, cerca de um terço delas tem problemas para dormir adequadamente. Mas os homens também sofrem de insônia. E 32,9% da cidade de São Paulo tem a síndrome da apneia do sono, que pode levar à sonolência excessiva diurna.
Agência FAPESP – O que caracteriza a apneia do sono?
Monica Andersen – São paradas respiratórias durante o sono. Essas paradas podem ocorrer até 80 vezes por hora, ou mais de uma vez por minuto. Com isso, o coração tem que bater muito mais forte para levar o oxigênio para o cérebro. Imagine a pressão arterial dessa pessoa, uma vez que isso ocorre todas as noites. A apneia do sono é mais prevalente em homens e, entre seus principais fatores de risco, está a obesidade.
Agência FAPESP – A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?
Monica Andersen – Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar a fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não têm a função erétil adequada.
Agência FAPESP – Isso pode ser extrapolado para seres humanos?
Monica Andersen – Em 2007, fizemos o Episono, um grande levantamento epidemiológico no qual foram analisados 1.042 voluntários refletindo uma amostra representativa da população da cidade de São Paulo. Foi nesse estudo que levantamos que cerca de um terço dos moradores da capital paulista sofre de apneia do sono. Não estamos falando de gente que acha que tem a doença, são pessoas que foram diagnosticadas em laboratório de sono por médicos especialistas em sono com a síndrome. É um número enorme. Isso explica por que existem mais de 400 laboratórios de sono espalhados pelo Brasil e por que todos ficam lotados.
Agência FAPESP – O estudo encontrou problemas sexuais nas pessoas com a síndrome da apneia do sono?
Monica Andersen – O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM tinha maior probabilidade de ter queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.
Agência FAPESP – E quanto aos que dormiam bem?
Monica Andersen – Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.
Agência FAPESP – Em mulheres essa relação também é encontrada?
Monica Andersen – Fizemos testes de privação de sono com ratas e observamos que, quando elas são privadas de sono REM em fases nas quais estão receptivas para o sexo, o desejo sexual aumenta muito. Por outro lado, quando a privação de sono REM foi imposta em fases nas quais a fêmea não estava disposta ao acasalamento, equivalentes à tensão pré-menstrual da mulher, a rejeição ao macho aumentou bastante. Registramos ratas agredindo os machos para evitar a relação. Mas não dá para extrapolar para as mulheres comportamentos como esse, porque, além do ciclo menstrual, a mulher também recebe influências de uma série de alterações psicológicas. Nessa linha, estou fazendo uma pesquisa com a ginecologista Helena Hachul, também da Unifesp, para averiguar se a privação de sono pode afetar a reprodução nas mulheres. Para isso, estamos investigando a relação entre qualidade de sono e gestação.
Agência FAPESP – A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?
Monica Andersen – Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo. Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco ao diabetes e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha. Conheço uma mulher jovem, de 23 anos, que dorme muito pouco e tem um colesterol altíssimo, por volta de 300. Essa foi inclusive parte de um trabalho meu, de 2004, que mostrou, em ratos, que a privação de sono provoca o aumento do colesterol ruim, o LDL.
Agência FAPESP – Qual é o papel do sono no sistema imunológico?
Monica Andersen – Há exemplos muito interessantes em relação a isso. Muitos idosos que tomam a vacina contra a gripe voltam ao médico doentes dizendo que a vacina “não pegou”. Isso pode estar relacionado ao fato de o sono deles não estar bem consolidado. Um trabalho de 2003 na Alemanha acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e eles também não formaram anticorpos.
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Agência FAPESP
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Da ditadura do silêncio à “lista negra”
Da ditadura do silêncio à “lista negra”
Por Alberto Dines em 7/9/2010
Capa raffinée, ilustrações idem, ao todo cinco páginas com textos de alto quilate. Tudo superlativo, comme il faut, no novo suplemento literário da Folha de S.Paulo (domingo, 5/9).
Mulato, pobre, morador de subúrbio carioca, funcionário público de terceira categoria, jornalista, escritor, bêbado, psicótico, solitário, amargo, intenso, inconformado, Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) está de volta.
Em grande estilo: O Triste Fim de Policarpo Quaresma tem agora versão teatral, os contos serão republicados na íntegra, devidamente reavaliados e contextualizados. E a sua exemplar biografia, paradigma do gênero, agora em 8ª edição (as sete anteriores minuciosamente atualizadas pelo autor) está disponível nas livrarias. Assim como seu diário e as memórias do hospício.
Ao vivo
Marginalizado, banido e embargado a partir da sua estréia em Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Lima Barreto não é apenas um dos símbolos dos preconceitos que dominavam nossa sociedade e os salões literários. É talvez a primeira vítima daquilo que ele próprio designou como "ditadura do silêncio".
Graças a esta ditadura o escritor foi levado à condição de freqüentador assíduo tanto da história literária do século 20 como da história do nosso jornalismo. Num caso como gênio incompreendido, no outro como o primeiro sacrificado por uma das mais abomináveis e duradouras práticas das nossas redações: a "lista negra", o Index dos Nomes Proibidos, repertório dos não-existentes, vivos ou mortos.
O nome de Lima Barreto ficou quase 50 anos banido das páginas do liberalíssimo Correio da Manhã porque Isaías Caminha passava-se na redação de um poderoso matutino facilmente identificável e o seu fundador, Edmundo Bittencourt, era um dos protagonistas, embora disfarçado por um pseudônimo. O destemido Paulo Bittencourt que enfrentou tantas ditaduras manteve o embargo contra o literato que denegriu o pai.
Por coterie, reciprocidade corporativa, espírito de panelinha, o resto da imprensa aliou-se ao Correio e ignorou a obra que o editor ingenuamente apresentara como "livro de intriga jornalística fluminense".
"Os demais jornais também receberam de pé atrás o livro inconveniente e atrevido onde tantas figuras respeitáveis – algumas delas, diga-se de passagem, falsamente ilustres e falsamente respeitáveis – eram retratadas ao vivo, quase sem nenhum disfarce", constatou o magistral biógrafo, Francisco de Assis Barbosa (pág.194)
Nome aos bois
Lima Barreto poderia ter escolhido outro livro para estrear, tinha pelo menos outros dois na gaveta. Preferiu algo novo, agressivo, um romance diferente dos cânones, capaz de abrir-lhe as portas da fama.
Fecharam-se na mesma hora. Ficou com fama de maldito, raivoso, que o preconceito racial tornou irremediável. Conseguiu publicar outros três romances, contos, sátiras. Não foi longe: a ditadura do silêncio acabou com ele, levou-o ao álcool e este aos delírios.
Nos inspirados textos do caderno "Ilustríssima" (5/9) menciona-se o castigo imposto, mas não os motivos da punição. O triste fim de Lima Barreto fica parecendo obra de deuses vingativos, do perverso destino e não de seus humaníssimos contemporâneos, companheiros de profissão. A Folha tem o dom de contar histórias sem dar nome aos bois. É uma arte. Mãe extremada, transmite sua expertise a todos os rebentos.
O leitor que se dane.
***
A Vida de Lima Barreto, de Francisco de Assis Barbosa (José Olympio, 2002); Policarpo Quaresma, direção de Antunes Filho (SESC Consolação, até 31/10); Contos Completos de Lima Barreto (Companhia das Letras), Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos, prefácio de Alfredo Bosi (Cosac Naify).
O caso de Lima Barreto é fartamente mencionado na História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré, e na biografia Santos Dumont, do jornalista Gondin da Fonseca (Editora Vecchi, 1940), outro maldito que ousou revelar que o Pai da Aviação cometeu suicídio.
Por Alberto Dines em 7/9/2010
Capa raffinée, ilustrações idem, ao todo cinco páginas com textos de alto quilate. Tudo superlativo, comme il faut, no novo suplemento literário da Folha de S.Paulo (domingo, 5/9).
Mulato, pobre, morador de subúrbio carioca, funcionário público de terceira categoria, jornalista, escritor, bêbado, psicótico, solitário, amargo, intenso, inconformado, Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) está de volta.
Em grande estilo: O Triste Fim de Policarpo Quaresma tem agora versão teatral, os contos serão republicados na íntegra, devidamente reavaliados e contextualizados. E a sua exemplar biografia, paradigma do gênero, agora em 8ª edição (as sete anteriores minuciosamente atualizadas pelo autor) está disponível nas livrarias. Assim como seu diário e as memórias do hospício.
Ao vivo
Marginalizado, banido e embargado a partir da sua estréia em Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Lima Barreto não é apenas um dos símbolos dos preconceitos que dominavam nossa sociedade e os salões literários. É talvez a primeira vítima daquilo que ele próprio designou como "ditadura do silêncio".
Graças a esta ditadura o escritor foi levado à condição de freqüentador assíduo tanto da história literária do século 20 como da história do nosso jornalismo. Num caso como gênio incompreendido, no outro como o primeiro sacrificado por uma das mais abomináveis e duradouras práticas das nossas redações: a "lista negra", o Index dos Nomes Proibidos, repertório dos não-existentes, vivos ou mortos.
O nome de Lima Barreto ficou quase 50 anos banido das páginas do liberalíssimo Correio da Manhã porque Isaías Caminha passava-se na redação de um poderoso matutino facilmente identificável e o seu fundador, Edmundo Bittencourt, era um dos protagonistas, embora disfarçado por um pseudônimo. O destemido Paulo Bittencourt que enfrentou tantas ditaduras manteve o embargo contra o literato que denegriu o pai.
Por coterie, reciprocidade corporativa, espírito de panelinha, o resto da imprensa aliou-se ao Correio e ignorou a obra que o editor ingenuamente apresentara como "livro de intriga jornalística fluminense".
"Os demais jornais também receberam de pé atrás o livro inconveniente e atrevido onde tantas figuras respeitáveis – algumas delas, diga-se de passagem, falsamente ilustres e falsamente respeitáveis – eram retratadas ao vivo, quase sem nenhum disfarce", constatou o magistral biógrafo, Francisco de Assis Barbosa (pág.194)
Nome aos bois
Lima Barreto poderia ter escolhido outro livro para estrear, tinha pelo menos outros dois na gaveta. Preferiu algo novo, agressivo, um romance diferente dos cânones, capaz de abrir-lhe as portas da fama.
Fecharam-se na mesma hora. Ficou com fama de maldito, raivoso, que o preconceito racial tornou irremediável. Conseguiu publicar outros três romances, contos, sátiras. Não foi longe: a ditadura do silêncio acabou com ele, levou-o ao álcool e este aos delírios.
Nos inspirados textos do caderno "Ilustríssima" (5/9) menciona-se o castigo imposto, mas não os motivos da punição. O triste fim de Lima Barreto fica parecendo obra de deuses vingativos, do perverso destino e não de seus humaníssimos contemporâneos, companheiros de profissão. A Folha tem o dom de contar histórias sem dar nome aos bois. É uma arte. Mãe extremada, transmite sua expertise a todos os rebentos.
O leitor que se dane.
***
A Vida de Lima Barreto, de Francisco de Assis Barbosa (José Olympio, 2002); Policarpo Quaresma, direção de Antunes Filho (SESC Consolação, até 31/10); Contos Completos de Lima Barreto (Companhia das Letras), Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos, prefácio de Alfredo Bosi (Cosac Naify).
O caso de Lima Barreto é fartamente mencionado na História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré, e na biografia Santos Dumont, do jornalista Gondin da Fonseca (Editora Vecchi, 1940), outro maldito que ousou revelar que o Pai da Aviação cometeu suicídio.
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Observatório da Imprensa
Filtro de água nanoeletrificado
Divulgação Científica
Filtro de água nanoeletrificado
1/9/2010
Agência FAPESP – Cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo tipo de filtro de água, que funciona muito rapidamente e tem baixo custo. O objetivo é poder aplicar a tecnologia em países em desenvolvimento.
O funcionamento do filtro se baseia na nanotecnologia. Ele é formado por fios de prata e tubos com medidas na casa da bilionésima parte do metro. Em vez de reter as bactérias para limpar a água, como fazem outros filtros, o novo modelo mata os microrganismos.
As bactérias são mortas ao passar pelo campo elétrico existente na superfície altamente condutora do filtro. Nos testes realizados foram mortas 98% das bactérias Escherichia coli, expostas a 20 volts de eletricidade por vários segundos.
O filtro é formado por várias camadas de tecido de algodão, reunidas em um “sanduíche” de 6 centímetros de espessura.
“Esse é um novo método de tratamento para eliminar patógenos da água, que pode ser facilmente utilizado em áreas remotas nas quais as pessoas não têm acesso a tratamentos químicos como os que utilizam cloro”, disse Yi Cui, professor associado de ciência de materiais e engenharia de Stanford e um dos autores da pesquisa.
Cólera, tifo e hepatite são algumas das doenças ligadas ao consumo de água contaminada com microrganismos, um sério problema nos países mais pobres. Segundo Cui, a nova tecnologia poderá ser empregada em sistemas de purificação de pequenas vilas ou mesmo de cidades.
Filtros que prendem as bactérias devem ter poros suficientemente pequenos para segurar os patógenos, evitando que atinjam a água. Mas isso limita a velocidade de funcionamento do aparelho, isto é, o fluxo de água limpa.
Como o modelo desenvolvido agora mata as bactérias, mas não as prendem, a água é limpa muito mais rapidamente. “Nosso filtro é cerca de 80 mil vezes mais rápido do que os outros que retêm bactérias”, disse Cui. Os resultados foram publicados no periódico Nano Letters, da Sociedade de Química Norte-Americana.
Os poros maiores do novo filtro, para reter resíduos sólidos e outras impurezas, também fazem com que o equipamento entupa menos do que os demais, resultando em uma manutenção mais fácil.
O filtro emprega nanotubos de carbonos, que são bons condutores de eletricidade, e prata em minúsculas quantidades, de modo que o custo final seja baixo. A base do filtro é feita de tecido de algodão.
O tecido foi mergulhado em uma solução de nanotubos, seco e, depois, mergulhado novamente, mas dessa vez em uma solução de nanofios de prata. Os nanotubos usados tinham cerca de 1 nanômetro de espessura, e os fios, entre 40 e 100 nanômetros.
O resultado foi a produção de uma estrutura regular pelos fios de algodão. “Com uma estrutura contínua pela espessura do filtro, podemos mover os elétrons muito eficientemente e fazer com que o equipamento seja altamente condutor. Isso implica que ele precisa de uma quantidade mínima de eletricidade”, disse Cui.
A corrente que mata as bactérias tem apenas alguns miliamperes e pode ser fornecida facilmente por uma bateria de automóvel. A corrente também pode ser produzida por um dispositivo a manivela.
Na próxima etapa da pesquisa, os cientistas vão analisar a eficiência do filtro com outros tipos de microrganismos e experimentar filtros sucessivos.
“Com um filtro, matamos 98% das Escherichia coli. Mas, para água de beber, não queremos nenhuma bactéria. Para isso, vamos experimentar a filtragem em vários estágios”, disse Cui.
O artigo High Speed Water Sterilization Using One-Dimensional Nanostructures (doi: 10.1021/nl101944e), de Yi Cui e outros, pode ser lido por assinantes da Nano Letters em http://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/nl101944e.
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Agência FAPESP
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Anvisa suspende propagandas de pulseiras que prometem equilíbrio
Anvisa suspende propagandas de pulseiras que prometem equilíbrio
3 de setembro de 2010
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta sexta-feira (3), a suspensão da propaganda (RE 4092/10) das pulseiras Bioquântica Life Extreme e Power Balance. As propagandas apresentam indicações de uso em saúde que não foram comprovadas.
A medida vale para todos os meios de comunicação de massa, inclusive na internet, especialmente nos sites www.bioperformance.com.br, www.surftrip.com.br, www.brasilpowerbalance.com e www.lifeextreme.net, identificados pela Agência. As propagandas devem ser adequadas ou retiradas do ar. A comercialização do produto continua permitida, mas os fabricantes não podem alegar propriedades terapêuticas.
Imprensa/Anvisa
3 de setembro de 2010
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta sexta-feira (3), a suspensão da propaganda (RE 4092/10) das pulseiras Bioquântica Life Extreme e Power Balance. As propagandas apresentam indicações de uso em saúde que não foram comprovadas.
A medida vale para todos os meios de comunicação de massa, inclusive na internet, especialmente nos sites www.bioperformance.com.br, www.surftrip.com.br, www.brasilpowerbalance.com e www.lifeextreme.net, identificados pela Agência. As propagandas devem ser adequadas ou retiradas do ar. A comercialização do produto continua permitida, mas os fabricantes não podem alegar propriedades terapêuticas.
Imprensa/Anvisa
Brasileiro é tão bonzinho...
Brasileiro é tão bonzinho...
Por Carlos Brickmann em 7/9/2010
A frase do título ficava ótima quando dita por Kate Lyra, bonitinha, simpática, engraçada, esposa de um monumento da música brasileira, Carlos Lyra. Talvez por isso o ministro Franklin Martins evite pronunciá-la. Mas faz tudo e não poupa recursos (desde que sejam os nossos) para mantê-la verdadeira.
A nova e grande festa é o patrocínio da visita de onze jornalistas estrangeiros para acompanhar as eleições. Dois dos jornalistas pagam as próprias despesas; os outros nove viajam por nossa conta – ou melhor, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a Secom de Franklin Martins. Mas a Secom não está sozinha: tem auxílio da Petrobras, do Banco do Brasil e da Eletrobrás, todas empresas do governo.
Há alguma dúvida internacional sobre a validade das eleições no Brasil, o que explicaria o convite aos jornalistas? Não, não há dúvida nenhuma. Então, para que pagar a visita dos jornalistas estrangeiros, como se o Brasil estivesse comprando suas reportagens? É algo como o que se fazia antigamente, na época do Carnaval: convocavam-se astros de Hollywood, com tudo pago e hospedagem no Copacabana Palace, bebida à vontade (o que explica a atitude da lindíssima Rita Hayworth, de jogar todos os móveis de seu apartamento pela janela), e entrevistas do playboy Jorginho Guinle contando como tinha conquistado as mais belas e famosas atrizes do cinema. Os artistas aprendiam a falar "obrigádou" e o público se envaidecia quando diziam que não havia país mais bonito do que o Brasil. Claro que só voltavam quando convidados de novo, com tudo pago de novo.
Jornalista, é óbvio, não tem o status de astro de cinema. Vão obrigar os convidados a assistir ao debate entre os candidatos à Presidência, com tradução simultânea, conversar com os coordenadores das campanhas, ser recebidos por ONGs e a entrevistar um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Não está no programa oficial, mas eles não escapam da visita a uma favela. Se não tiverem a sorte a seu lado, ainda terão de ouvir o senador Suplicy cantando em inglês.
Virão profissionais da Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra e Chile. É por isso que o convite inclui todas as despesas de viagem, hospedagem etc. Como países tão mais pobres que o Brasil poderiam arcar com o gasto?
Tudo lindo
Abra um caderno de Turismo de qualquer meio de comunicação: não há uma praia feia, não há sujeira, não há hotéis ruins, não há restaurantes que não sirvam refeições e petiscos divinamente deliciosos. Até o voo, com aquelas poltronas dimensionadas para pessoas de no máximo 1m60 e 40 kg, escapa de críticas.
Claro: as viagens são feitas a convite, sem despesas para o veículo. Não dá para falar mal. A mesma coisa acontece com os jornalistas estrangeiros convidados, por nossa conta, ao espetáculo eleitoral: vão gostar muito e destacar o crescimento do novo gigante mundial e a capacidade de seus magníficos dirigentes.
Meu candidato é...
A campanha vai-se desenrolando normalmente, com as irregularidades de costume, talvez mais acentuadas (nada que seja decisivo, ou que modifique de maneira importante a vontade do eleitorado). Mas, para quem se informar pelos jornalistas mais ferozes, a impressão é de que há, ou haverá, conflagração nas ruas. Multidões entoando "Serra, Serra" enfrentarão multidões entoando "Dilma, Dilma", todos dispostos a lutar e morrer por seus carismáticos líderes. Piores que os jornalistas são os integrantes do cordão de comentaristas, prontos a lutar até a última gota do sangue dos outros. Sangue, sangue. Veja:
** "O tapetão pode se manchar de sangue".
** "Eu estou absolutamente tranquilo. Os postes estão nas ruas, imóveis e impassíveis, sempre à disposição do povo caso o povo queira pendurar os pescoços dos golpistas, velhos e novos".
Este, pelo menos, admite que os postes estão imóveis e impassíveis. Porque, no dia em que enxergar uma marcha de postes em favor de qualquer dos candidatos, é muito provável que esteja sendo traído por seus sentidos.
...mais bonito que o seu
Este colunista assiste à campanha com mais calma: não vê, em caso da vitória de qualquer candidato viável, o risco imediato de ruptura da ordem democrática. Os grandes meios de comunicação parecem compartilhar esse ponto de vista. Não há nenhum jornal, rádio ou TV de prestígio pregando a revolta contra o resultado das urnas, nem recorrendo às Forças Armadas para depor os eleitos, se não forem os de sua preferência, em nome da preservação do regime. E comunismo, sejamos sérios: se a URSS e a China não conseguiram impor o comunismo ao mundo, não será o coronel Hugo Chávez que irá consegui-lo.
Quem tiver o candidato derrotado, portanto, precisará apenas de paciência: daqui a alguns anos terá nova oportunidade de vitória. E, a propósito, poderá aproveitar esse tempo para participar da reorganização das forças que apóia, para que tenham mais possibilidades de vencer da próxima vez.
Ameaças aqui...
Não podemos esquecer, entretanto, que O Estado de S.Paulo está há mais de 400 dias sob censura, imposta por um juiz do Maranhão, para evitar que publique informações colhidas pela Polícia Federal sobre o império econômico da família Sarney. O pedido de censura foi feito (e retirado mais tarde) por Fernando Sarney, que comanda as empresas familiares. O Estadão não aceitou a retirada da ação: prefere que o mérito seja julgado. Mas tem gente sentada em cima.
As informações foram colhidas pela Operação Boi-Barrica (que mudou de nome para Operação Faktor). E o Estadão, que é vítima, também está perdendo uma oportunidade histórica: a de desafiar legalmente a Justiça que censura o jornal, mesmo sabendo que a Constituição proíbe a censura prévia. Bastaria fazer o que os jornais americanos fizeram na época dos "Papéis do Pentágono": um jornal foi proibido de publicar, passou para outro, que prosseguiu na série; quando este foi proibido, enviou-a a um terceiro, e assim por diante. Os "Pentagon Papers" saíram na íntegra, dentro da lei, sem esperar que a demora do Judiciário matasse a novidade.
...e lá fora
Na Argentina, continua a guerra do governo Kirchner, mulher e marido, contra o Clarín e o La Nación. A presidente Cristina Kirchner tentou tomar dos jornais oposicionistas, via intervenção, a Papel Prensa, que fornece três quartos do papel utilizado na imprensa do país. Por enquanto, está perdendo: a Justiça determinou o fim da intervenção. Mas Cristina Kirchner está determinada a sufocar quem quer que lhe faça oposição na imprensa.
Na Rússia, policiais armados invadiram a revista de oposição Novos Tempos e exigiram que lhes fossem entregues gravações das entrevistas ainda não publicadas. Parece ser represália à publicação, pela revista, de informações sobre a corrupção no governo russo.
Filha, não
Os meios de comunicação têm, corretamente, condenado a violação dos sigilos tanto de políticos ligados ao candidato José Serra quanto de sua filha Verônica. É um golpe baixo, sujo, que diz tudo sobre quem o aplica.
Mas falta investigar um pouco – e não apenas o papel do governo, mas também o dos meios de comunicação. É inacreditável, por exemplo, que uma casa de R$ 5 milhões, pertencente a um funcionário público cuja renda é notoriamente insuficiente para tê-la e mantê-la, tenha passado incólume por cinco anos, sem que nenhum fiscal, nenhum repórter, nenhuma autoridade a tenha notado. É de imaginar que um repórter, mesmo apressado e atarefado, de vez em quando arrisque um olhar pela janela ao lado. E não é de imaginar que jamais tenha tido a curiosidade de averiguar de quem era aquela casa. Agaciel Maia foi investigado muito mais tarde, em consequência de outras investigações que chegaram a ele.
A propósito, alguém acredita que nenhum jornalista soubesse que, no Senado, havia um belo ninho de amor, supersecreto, superseguro, muito bem equipado, para os amigos e amigas? Ou que não-funcionários do Senado, entre eles jornalistas, utilizavam liberalmente seu bem-equipado centro médico?
Parece incrível que só agora a imprensa tenha despertado para a venda aberta, por camelôs, no centro de São Paulo, de CDs com dados sigilosos de empresas e pessoas físicas (tudo baratinho, abaixo de R$ 20). Isso acontece faz tempo, já foi mencionado em diversas reportagens, mas nunca foi investigado pela reportagem. Quem fornece os CDs? De onde tira os dados? Quem compra os CDs? Que é que pretende fazer com as informações sigilosas?
Tudo vai longe. Mas cadê a investigação sobre a origem dos dólares na cueca, ou do dossiê dos aloprados? Por que a tolerância total com atividades como os desmanches ilegais? Sabe-se, por exemplo, que boa parte dos veículos roubados vai para desmanches clandestinos. Clandestinos, aliás, é uma palavra estranhíssima: o desmanche, por definição, ocupa uma grande área, faz muito barulho, só é clandestino por não ter documentos. E, naturalmente, porque há autoridades cujo olho de vidro enxerga muito melhor do que o natural.
História fantástica
A Justiça proibiu a entrada de menores numa exposição de flores e frutas realizada na Holambra, no interior de São Paulo. As crianças que foram à exposição tiveram de ficar dentro dos ônibus que as levaram, sem poder descer.
A imprensa deu a notícia, explicou que o juiz de Arthur Nogueira encontrou irregularidades nos documentos referentes às condições de segurança. OK – mas onde estará a insegurança numa exposição de flores, numa fazenda modelo? Ao que se saiba, não há urtigas expostas, nem cactos; as tulipas, principal produto da fazenda, exportadas para a Holanda, não oferecem qualquer tipo de risco. Talvez os espinhos das roseiras? Ou, dado o clima seco em todo o estado, pode ser que a grama esteja dura, podendo picar os pés de quem nela pisar descalço?
Dá para especular muito. Só não dá para encontrar a resposta. Nossos meios de comunicação aparentemente não estão preocupados com isso.
Como...
Capa da edição digital de um grande jornal, sob o título "Quadrilha faz arrastão em condomínio na Oscar Freire" (uma das ruas mais chiques de São Paulo):
** "Um grupo de pelo menos homens invadiu um prédio na rua Oscar Freire (...)"
Quantos homens? Bem, aí é preciso folhear a edição digital. No terceiro caderno, bem longe da capa, a gente descobre que o grupo tinha oito integrantes.
...é...
De um grande portal noticioso:
** "Detran do Rio leiloa 1.401 veículos apreendidos até sexta"
Dúvida pertinente: o leilão vai até sexta ou os carros a leiloar foram apreendidos até sexta?
...mesmo?
De um grande portal noticioso:
** "Vencer como mandante: o que ainda falta ao Corinthians"
E dá-lhe a discutir o tema, sempre dizendo que o problema do time é vencer como mandante. Um pequeno equívoco: o Corinthians, como mandante, ganhou todas. O problema que enfrenta é como visitante.
Já o problema do portal é não saber a diferença entre mandante e visitante.
Mundo, mundo...
Esta é no Japão: pelo oitavo ano consecutivo, o canal de TV Paradise, especializado em programação adulta (como diria o excelente Homem-Legenda, pornográfica), faz evento beneficente pornô com renda para o combate à Aids. Por R$ 20,00, os fãs podem apalpar os seios de suas atrizes favoritas.
...vasto ...
Bem americana: em Sumter, na Carolina do Sul, uma mulher foi presa por não limpar a casa. A queixa partiu dos vizinhos, e a polícia encontrou uma camada de lixo de 25 a 30 cm de altura.
Nem em determinados lugares de certos países é fácil encontrar sujeira igual.
...mundo
O título é supersugestivo:
** "Carolina Ferraz fica sem roupas na Suíça"
Mas não é bem assim: a atriz viajou para Genebra e suas roupas foram sabe-se lá para onde, enviadas pela empresa aérea. Carolina Ferraz ficou só com a roupa do corpo e da maleta de mão. E lá já começa a esfriar.
E eu com isso?
Vamos ao frufru, só frufru. A semana é mais curta, todos os meios de comunicação estão saturados de propaganda política, de análises eleitorais, de entrevistas com gente extremamente séria, ultraespecializada. Chatíssimo. Chega!
** "Segunda-feira deixa as pessoas mais bonitas"
** "Latino leva garrafadas do público e abandona palco"
** "Indiana vira atração por amamentar bezerro"
** "Xuxa beija seu cachorro na boca"
** "Empresário gasta R$ 40 mil para fazer boneca inflável da ex"
** "Atriz americana Julia Roberts aparece na praia com as axilas sem depilar"
** "Aos 69 anos, Betty Faria é flagrada com as pernas de fora em praia carioca"
** "Ellen Pompeo nega que tenha seis dedos no pé"
** "Kylie Minogue sente dificuldades em vender seu apartamento"
** "Viciado, veado bebe duas cervejas por dia na China"
Há quem beba mais.
O grande título
Este colunista nunca conseguiu entender a teoria, mas sabe que Albert Einstein provou que o tempo é relativo. A imprensa acaba de concordar:
** "Desemprego no Brasil tem menor julho desde 2002"
Antigamente, julho tinha sempre 31 dias.
Pornô? Picante? Erótico? Nada disso: apenas uma, digamos, licença poética.
** "Sheila Mello e Xuxa contam tudo sobre a lua-de-mel"
Quase tudo. Ou quase nada.
** "Chinês compra carro com moedas do cofrinho"
O homem é fera. Aqui, para comprar um carro (tudo bem que é do bom, daqueles de luxo) o sujeito precisa guardar os dólares também na cueca.
E o grande título vem do esporte, do blog de Chico Lang. Trata-se de uma enfática declaração do centroavante do Santos, Neymar:
** "Dou mesmo!!!"
Mas não seja maldoso, caro colega. O jogador se referia a seu hábito de dar chapéus nos adversários quando o jogo está parado.
Por Carlos Brickmann em 7/9/2010
A frase do título ficava ótima quando dita por Kate Lyra, bonitinha, simpática, engraçada, esposa de um monumento da música brasileira, Carlos Lyra. Talvez por isso o ministro Franklin Martins evite pronunciá-la. Mas faz tudo e não poupa recursos (desde que sejam os nossos) para mantê-la verdadeira.
A nova e grande festa é o patrocínio da visita de onze jornalistas estrangeiros para acompanhar as eleições. Dois dos jornalistas pagam as próprias despesas; os outros nove viajam por nossa conta – ou melhor, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a Secom de Franklin Martins. Mas a Secom não está sozinha: tem auxílio da Petrobras, do Banco do Brasil e da Eletrobrás, todas empresas do governo.
Há alguma dúvida internacional sobre a validade das eleições no Brasil, o que explicaria o convite aos jornalistas? Não, não há dúvida nenhuma. Então, para que pagar a visita dos jornalistas estrangeiros, como se o Brasil estivesse comprando suas reportagens? É algo como o que se fazia antigamente, na época do Carnaval: convocavam-se astros de Hollywood, com tudo pago e hospedagem no Copacabana Palace, bebida à vontade (o que explica a atitude da lindíssima Rita Hayworth, de jogar todos os móveis de seu apartamento pela janela), e entrevistas do playboy Jorginho Guinle contando como tinha conquistado as mais belas e famosas atrizes do cinema. Os artistas aprendiam a falar "obrigádou" e o público se envaidecia quando diziam que não havia país mais bonito do que o Brasil. Claro que só voltavam quando convidados de novo, com tudo pago de novo.
Jornalista, é óbvio, não tem o status de astro de cinema. Vão obrigar os convidados a assistir ao debate entre os candidatos à Presidência, com tradução simultânea, conversar com os coordenadores das campanhas, ser recebidos por ONGs e a entrevistar um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Não está no programa oficial, mas eles não escapam da visita a uma favela. Se não tiverem a sorte a seu lado, ainda terão de ouvir o senador Suplicy cantando em inglês.
Virão profissionais da Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra e Chile. É por isso que o convite inclui todas as despesas de viagem, hospedagem etc. Como países tão mais pobres que o Brasil poderiam arcar com o gasto?
Tudo lindo
Abra um caderno de Turismo de qualquer meio de comunicação: não há uma praia feia, não há sujeira, não há hotéis ruins, não há restaurantes que não sirvam refeições e petiscos divinamente deliciosos. Até o voo, com aquelas poltronas dimensionadas para pessoas de no máximo 1m60 e 40 kg, escapa de críticas.
Claro: as viagens são feitas a convite, sem despesas para o veículo. Não dá para falar mal. A mesma coisa acontece com os jornalistas estrangeiros convidados, por nossa conta, ao espetáculo eleitoral: vão gostar muito e destacar o crescimento do novo gigante mundial e a capacidade de seus magníficos dirigentes.
Meu candidato é...
A campanha vai-se desenrolando normalmente, com as irregularidades de costume, talvez mais acentuadas (nada que seja decisivo, ou que modifique de maneira importante a vontade do eleitorado). Mas, para quem se informar pelos jornalistas mais ferozes, a impressão é de que há, ou haverá, conflagração nas ruas. Multidões entoando "Serra, Serra" enfrentarão multidões entoando "Dilma, Dilma", todos dispostos a lutar e morrer por seus carismáticos líderes. Piores que os jornalistas são os integrantes do cordão de comentaristas, prontos a lutar até a última gota do sangue dos outros. Sangue, sangue. Veja:
** "O tapetão pode se manchar de sangue".
** "Eu estou absolutamente tranquilo. Os postes estão nas ruas, imóveis e impassíveis, sempre à disposição do povo caso o povo queira pendurar os pescoços dos golpistas, velhos e novos".
Este, pelo menos, admite que os postes estão imóveis e impassíveis. Porque, no dia em que enxergar uma marcha de postes em favor de qualquer dos candidatos, é muito provável que esteja sendo traído por seus sentidos.
...mais bonito que o seu
Este colunista assiste à campanha com mais calma: não vê, em caso da vitória de qualquer candidato viável, o risco imediato de ruptura da ordem democrática. Os grandes meios de comunicação parecem compartilhar esse ponto de vista. Não há nenhum jornal, rádio ou TV de prestígio pregando a revolta contra o resultado das urnas, nem recorrendo às Forças Armadas para depor os eleitos, se não forem os de sua preferência, em nome da preservação do regime. E comunismo, sejamos sérios: se a URSS e a China não conseguiram impor o comunismo ao mundo, não será o coronel Hugo Chávez que irá consegui-lo.
Quem tiver o candidato derrotado, portanto, precisará apenas de paciência: daqui a alguns anos terá nova oportunidade de vitória. E, a propósito, poderá aproveitar esse tempo para participar da reorganização das forças que apóia, para que tenham mais possibilidades de vencer da próxima vez.
Ameaças aqui...
Não podemos esquecer, entretanto, que O Estado de S.Paulo está há mais de 400 dias sob censura, imposta por um juiz do Maranhão, para evitar que publique informações colhidas pela Polícia Federal sobre o império econômico da família Sarney. O pedido de censura foi feito (e retirado mais tarde) por Fernando Sarney, que comanda as empresas familiares. O Estadão não aceitou a retirada da ação: prefere que o mérito seja julgado. Mas tem gente sentada em cima.
As informações foram colhidas pela Operação Boi-Barrica (que mudou de nome para Operação Faktor). E o Estadão, que é vítima, também está perdendo uma oportunidade histórica: a de desafiar legalmente a Justiça que censura o jornal, mesmo sabendo que a Constituição proíbe a censura prévia. Bastaria fazer o que os jornais americanos fizeram na época dos "Papéis do Pentágono": um jornal foi proibido de publicar, passou para outro, que prosseguiu na série; quando este foi proibido, enviou-a a um terceiro, e assim por diante. Os "Pentagon Papers" saíram na íntegra, dentro da lei, sem esperar que a demora do Judiciário matasse a novidade.
...e lá fora
Na Argentina, continua a guerra do governo Kirchner, mulher e marido, contra o Clarín e o La Nación. A presidente Cristina Kirchner tentou tomar dos jornais oposicionistas, via intervenção, a Papel Prensa, que fornece três quartos do papel utilizado na imprensa do país. Por enquanto, está perdendo: a Justiça determinou o fim da intervenção. Mas Cristina Kirchner está determinada a sufocar quem quer que lhe faça oposição na imprensa.
Na Rússia, policiais armados invadiram a revista de oposição Novos Tempos e exigiram que lhes fossem entregues gravações das entrevistas ainda não publicadas. Parece ser represália à publicação, pela revista, de informações sobre a corrupção no governo russo.
Filha, não
Os meios de comunicação têm, corretamente, condenado a violação dos sigilos tanto de políticos ligados ao candidato José Serra quanto de sua filha Verônica. É um golpe baixo, sujo, que diz tudo sobre quem o aplica.
Mas falta investigar um pouco – e não apenas o papel do governo, mas também o dos meios de comunicação. É inacreditável, por exemplo, que uma casa de R$ 5 milhões, pertencente a um funcionário público cuja renda é notoriamente insuficiente para tê-la e mantê-la, tenha passado incólume por cinco anos, sem que nenhum fiscal, nenhum repórter, nenhuma autoridade a tenha notado. É de imaginar que um repórter, mesmo apressado e atarefado, de vez em quando arrisque um olhar pela janela ao lado. E não é de imaginar que jamais tenha tido a curiosidade de averiguar de quem era aquela casa. Agaciel Maia foi investigado muito mais tarde, em consequência de outras investigações que chegaram a ele.
A propósito, alguém acredita que nenhum jornalista soubesse que, no Senado, havia um belo ninho de amor, supersecreto, superseguro, muito bem equipado, para os amigos e amigas? Ou que não-funcionários do Senado, entre eles jornalistas, utilizavam liberalmente seu bem-equipado centro médico?
Parece incrível que só agora a imprensa tenha despertado para a venda aberta, por camelôs, no centro de São Paulo, de CDs com dados sigilosos de empresas e pessoas físicas (tudo baratinho, abaixo de R$ 20). Isso acontece faz tempo, já foi mencionado em diversas reportagens, mas nunca foi investigado pela reportagem. Quem fornece os CDs? De onde tira os dados? Quem compra os CDs? Que é que pretende fazer com as informações sigilosas?
Tudo vai longe. Mas cadê a investigação sobre a origem dos dólares na cueca, ou do dossiê dos aloprados? Por que a tolerância total com atividades como os desmanches ilegais? Sabe-se, por exemplo, que boa parte dos veículos roubados vai para desmanches clandestinos. Clandestinos, aliás, é uma palavra estranhíssima: o desmanche, por definição, ocupa uma grande área, faz muito barulho, só é clandestino por não ter documentos. E, naturalmente, porque há autoridades cujo olho de vidro enxerga muito melhor do que o natural.
História fantástica
A Justiça proibiu a entrada de menores numa exposição de flores e frutas realizada na Holambra, no interior de São Paulo. As crianças que foram à exposição tiveram de ficar dentro dos ônibus que as levaram, sem poder descer.
A imprensa deu a notícia, explicou que o juiz de Arthur Nogueira encontrou irregularidades nos documentos referentes às condições de segurança. OK – mas onde estará a insegurança numa exposição de flores, numa fazenda modelo? Ao que se saiba, não há urtigas expostas, nem cactos; as tulipas, principal produto da fazenda, exportadas para a Holanda, não oferecem qualquer tipo de risco. Talvez os espinhos das roseiras? Ou, dado o clima seco em todo o estado, pode ser que a grama esteja dura, podendo picar os pés de quem nela pisar descalço?
Dá para especular muito. Só não dá para encontrar a resposta. Nossos meios de comunicação aparentemente não estão preocupados com isso.
Como...
Capa da edição digital de um grande jornal, sob o título "Quadrilha faz arrastão em condomínio na Oscar Freire" (uma das ruas mais chiques de São Paulo):
** "Um grupo de pelo menos homens invadiu um prédio na rua Oscar Freire (...)"
Quantos homens? Bem, aí é preciso folhear a edição digital. No terceiro caderno, bem longe da capa, a gente descobre que o grupo tinha oito integrantes.
...é...
De um grande portal noticioso:
** "Detran do Rio leiloa 1.401 veículos apreendidos até sexta"
Dúvida pertinente: o leilão vai até sexta ou os carros a leiloar foram apreendidos até sexta?
...mesmo?
De um grande portal noticioso:
** "Vencer como mandante: o que ainda falta ao Corinthians"
E dá-lhe a discutir o tema, sempre dizendo que o problema do time é vencer como mandante. Um pequeno equívoco: o Corinthians, como mandante, ganhou todas. O problema que enfrenta é como visitante.
Já o problema do portal é não saber a diferença entre mandante e visitante.
Mundo, mundo...
Esta é no Japão: pelo oitavo ano consecutivo, o canal de TV Paradise, especializado em programação adulta (como diria o excelente Homem-Legenda, pornográfica), faz evento beneficente pornô com renda para o combate à Aids. Por R$ 20,00, os fãs podem apalpar os seios de suas atrizes favoritas.
...vasto ...
Bem americana: em Sumter, na Carolina do Sul, uma mulher foi presa por não limpar a casa. A queixa partiu dos vizinhos, e a polícia encontrou uma camada de lixo de 25 a 30 cm de altura.
Nem em determinados lugares de certos países é fácil encontrar sujeira igual.
...mundo
O título é supersugestivo:
** "Carolina Ferraz fica sem roupas na Suíça"
Mas não é bem assim: a atriz viajou para Genebra e suas roupas foram sabe-se lá para onde, enviadas pela empresa aérea. Carolina Ferraz ficou só com a roupa do corpo e da maleta de mão. E lá já começa a esfriar.
E eu com isso?
Vamos ao frufru, só frufru. A semana é mais curta, todos os meios de comunicação estão saturados de propaganda política, de análises eleitorais, de entrevistas com gente extremamente séria, ultraespecializada. Chatíssimo. Chega!
** "Segunda-feira deixa as pessoas mais bonitas"
** "Latino leva garrafadas do público e abandona palco"
** "Indiana vira atração por amamentar bezerro"
** "Xuxa beija seu cachorro na boca"
** "Empresário gasta R$ 40 mil para fazer boneca inflável da ex"
** "Atriz americana Julia Roberts aparece na praia com as axilas sem depilar"
** "Aos 69 anos, Betty Faria é flagrada com as pernas de fora em praia carioca"
** "Ellen Pompeo nega que tenha seis dedos no pé"
** "Kylie Minogue sente dificuldades em vender seu apartamento"
** "Viciado, veado bebe duas cervejas por dia na China"
Há quem beba mais.
O grande título
Este colunista nunca conseguiu entender a teoria, mas sabe que Albert Einstein provou que o tempo é relativo. A imprensa acaba de concordar:
** "Desemprego no Brasil tem menor julho desde 2002"
Antigamente, julho tinha sempre 31 dias.
Pornô? Picante? Erótico? Nada disso: apenas uma, digamos, licença poética.
** "Sheila Mello e Xuxa contam tudo sobre a lua-de-mel"
Quase tudo. Ou quase nada.
** "Chinês compra carro com moedas do cofrinho"
O homem é fera. Aqui, para comprar um carro (tudo bem que é do bom, daqueles de luxo) o sujeito precisa guardar os dólares também na cueca.
E o grande título vem do esporte, do blog de Chico Lang. Trata-se de uma enfática declaração do centroavante do Santos, Neymar:
** "Dou mesmo!!!"
Mas não seja maldoso, caro colega. O jogador se referia a seu hábito de dar chapéus nos adversários quando o jogo está parado.
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