quarta-feira, 30 de junho de 2010

Desafios da química ambiental

Entrevistas
Desafios da química ambiental
30/6/2010

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – “É preciso conhecer os limites do planeta e definir melhor o que se entende por sustentabilidade”, disse Arnaldo Alves Cardoso, professor do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que coordena o projeto de pesquisa Effects of emissions on current and future rainfall patterns in Southeast Brazil, apoiado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

Segundo Cardoso, o desenvolvimento econômico dos países traz com ele o aumento no consumo de produtos e serviços, o que causa uma contradição: quanto mais rica uma nação se torna, maior será o impacto que ela provocará sobre o planeta.

Como exemplo, citou dados da Energy Information Administration (EIA) dos Estados Unidos, segundo os quais o país consumiu 71,4 exajoules de energia em 2006, enquanto o Brasil consumiu 8 exajoules e Moçambique, 0,207 exajoule, no mesmo período.

“Ou seja, Moçambique leva 345 anos para consumir a quantidade de energia que os Estados Unidos gastam em apenas um ano”, comparou Cardoso, para quem os desejos de consumo também provocam uma contradição.

“Queremos ter um belo carro, morar em um grande apartamento voltado para uma floresta e, de preferência, perto de uma praia ou cachoeira. E não nos damos conta de que o avanço dos padrões de consumo está exaurindo o planeta”, disse Cardoso.

O pesquisador destacou o artigo A safe operating space for humanity, escrito pelo grupo de Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo, Suécia, publicado na edição de setembro de 2009 da revista Nature.

O artigo listou nove limites críticos para a sustentabilidade do planeta: mudanças climáticas; perda da biodiversidade; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; acidificação dos oceanos; e perda do ozônio estratosférico.

Três áreas já teriam ultrapassado o limite da sustentabilidade: mudanças climáticas, perda da biodiversidade e o ciclo do nitrogênio. A expansão da agricultura seria, na opinião do professor da Unesp, um dos fatores que mais afetam o planeta. “A agricultura é uma atividade que influencia todos os nove limites divulgados no artigo de Rockström e colegas”, disse Cardoso à Agência FAPESP.

Utilizado nas lavouras como fertilizante, o nitrogênio é importado por vários países agrícolas, incluindo o Brasil, e apenas parte desse elemento é incorporado ao produto. A maior quantidade fica no ambiente em que é aplicado.

“As plantas absorvem, no máximo, 30% do nitrogênio aplicado no solo e todo o excedente fica no país que utiliza o fertilizante”, disse o professor, que também coordena o projeto Deposição atmosférica de espécies químicas nitrogenadas em corpos de água superficial, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Além de ser um importante contaminante e formador do óxido nitroso, um dos mais poderosos gases de efeito estufa, o nitrogênio também tem sido extraído da natureza de maneira desequilibrada, segundo Cardoso.

Em 1990, quando a produção mundial de nitrogênio atingiu 80 milhões de toneladas, o homem igualou a capacidade natural do planeta de utilizar esse elemento. Desde então, com índices crescentes de 156 milhões de toneladas em 1995 e 187 milhões em 2005, mais nitrogênio tem sido retirado da natureza, o que pode levar à escassez do elemento fundamental para a produção de alimentos e de bioenergia.

“O nitrogênio tem um papel fundamental na agricultura. Sem ele, cerca de 3 bilhões de pessoas, metade da população mundial, não estariam aqui hoje”, disse Cardoso, explicando que o elemento foi crucial na chamada revolução verde, proporcionando, por exemplo, um salto na produção de trigo na Índia de 12 milhões de toneladas, em 1965, para 73,5 milhões de toneladas em 1999.

Esse é um problema a ser enfrentado também na produção de biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol da cana-de-açúcar, de acordo com o cientista.

Esgoto terciário Cardoso destacou outro fator de forte impacto ambiental, especialmente no Brasil: a falta de tratamento de esgoto. Segundo o Sistema Nacional de Informação Sanitária (SNIS), em 2004 apenas 32,5% do esgoto produzido no Brasil recebia algum tipo de tratamento.

Além disso, a parte do esgoto que é tratada não retira as moléculas mais complexas. “Aquilo que chamamos de água limpa que sai dos tratamentos contém fármacos, hormônios, nitratos, sulfatos e fosfatos – e esses últimos vão para os rios gerando a proliferação de algas”, disse.

“Não sou contra o tratamento atual de esgoto, que é um serviço muito importante, mas é preciso dizer que ele precisa ser aperfeiçoado”, afirmou o professor, ressaltando que é crucial investir em tecnologia para que a química consiga atingir também o chamado nível terciário de tratamento de esgoto, que ataca essas substâncias.

Em relação ao consumo de energia, Cardoso coloca um vilão ambiental muito encontrado nas grandes cidades: a combustão. “Toda combustão é um processo de quebra e reorganização e produz sempre óxido de nitrogênio, composto envolvido na formação do ozônio”, explicou.

Importante elemento da alta atmosfera, por servir de filtro aos raios solares ultravioleta, na baixa atmosfera o ozônio pode ser nocivo. Cardoso citou uma medição feita em Araraquara, que apontou o aumento da presença desse gás na cidade.

O grupo de pesquisa da Unesp encontrou quase 70 partes por bilhão (ppb) na cidade paulista, enquanto o índice máximo recomendado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos é de 75 ppb.

Com a combustão provocada principalmente por indústrias e veículos, o ozônio tem subido a taxas de 1% a 2% ao ano em áreas remotas. “Precisamos conhecer as consequências disso, mas ninguém está falando desse problema”, disse.

Outro subproduto da combustão é o nitrogênio. Sua deposição a partir da atmosfera tem provocado a eutrofização dos oceanos, que é a proliferação de algas, e o aumento da acidez dos mares devido à formação de ácido nítrico.

Para Cardoso, contornar esses obstáculos requer uma participação dos químicos e de mais divulgação sobre essa matéria para a população. “Plantar uma árvore que exala aromas em um grande centro, por exemplo, pode piorar a qualidade do ar, pois ao exalar compostos orgânicos voláteis ela vai contribuir para formar mais ozônio”, disse.

Desenvolver tecnologias para o tratamento de esgoto terciário, criar fertilizantes inteligentes que sejam liberados conforme a capacidade de absorção das plantas, pesquisas de alternativas energéticas que dispensem a combustão, buscar alternativas para reduzir as emissões de orgânicos voláteis são algumas pautas sugeridas por Cardoso para os profissionais da química.

O professor ainda defende uma revisão do ensino de química em todos os níveis de formação. “É preciso que esses problemas também sejam colocados em sala de aula, para que os alunos sintam que a química está muito mais relacionada com o nosso cotidiano do que se imagina”, disse.

Após chuvas, falta de água preocupa em AL



Reportagens


Maceió, 28/06/2010
Após chuvas, falta de água preocupa em AL
Municípios de Alagoas atingidos pelas enchentes estão recebendo vários tipos de mantimentos, mas faltam garrafões de água potável



Leia também

Saiba como ajudar os desabrigados pelas chuvas em Alagoas e Pernambuco



PRISCILA LOPES
da PrimaPagina

As entidades que estão ajudando as vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco receberam vários mantimentos, mas detectaram carência de um item fundamental: água potável. O alerta é do projeto Nós Podemos Alagoas, formado para apoiar o estado no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM, uma série de metas socioeconômicas assumidas pelos países da ONU, abrangendo renda, educação, igualdade entre os sexos, meio ambiente e saúde).


“Recebemos roupas, cobertores, mantimentos e remédios, mas o problema maior é a falta de água potável. Pedimos que doem garrafões de água, porque muitas cidades estão sem quase nenhum abastecimento”, afirma a secretária-executiva do Nós Podemos Alagoas, Paula Fragoso Mattos.


Um levantamento da Defesa Civil alagoana mostra que 28 municípios do estado foram afetados pelas enchentes, o que resultou em mais de 75 mil desabrigados e desalojados e pelo menos 34 mortes. Pontes, escolas, ruas, casas, postos de saúde, cartórios, prédios públicos e redes de saneamento foram destruídos. Em alguns locais, a estrutura de energia elétrica e água foi danificada. Palmeira dos Índios, Cajueiro, Capela, Santana do Mundaú, Branquinha, Murici, além do distrito de Rocha Cavalcante, na cidade de União dos Palmares, são as regiões mais prejudicadas pela falta de água potável, segundo a Defesa Civil.


Paula conta que alguns mercados locais estão se aproveitando dos problemas para vender o litro de água a R$ 15. O governo alagoano está levando carros-pipas às cidades atingidas, para tentar amenizar a situação.


A secretária-executiva observa que haverá impacto negativo nos esforços das cidades em alcançar os Objetivos do Milênio, sobretudo os mais atingidos pelas chuvas, como Branquinha, Quebrangulo, Rio Lardo e União dos Palmares. “Com as enchentes, só restaram lama e destruição. Tudo que existia terá que ser reconstruído, o que é muito preocupante, pois mesmo antes desta tragédia alguns desses municípios já eram carentes.”


O Nós Podemos Alagoas instalou um ponto de coleta de donativos no Espaço Cultural, dentro da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas (praça Sinimbu, Maceió). A iniciativa conta com o apoio de entidades parceiras, como o Projeto Teteia, TV Pajuçara, Associação de Cegos de Alagoas, Instituto Lagoa Viva e Sistema Industria, que também estão recebendo donativos.


Todo o material arrecadado será entregue ao Corpo de Bombeiros de Maceió e enviado para as cidades necessitadas. Quem não estiver em Maceió e quiser ajudar, pode ir à Defesa Civil do seu Estado e entregar as doações.
Saiba como ajudar os desabrigados pelas chuvas em AL e PE
O Brasil está se mobilizando para ajudar as vítimas das chuvas que castigaram dezenas de municípios de Pernambuco e Alagoas no último fim de semana (19 e 20/6). As chuvas já deixaram 41 mortos e mais de 115 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Em Alagoas, 29 pessoas morreram em decorrência das chuvas e 15 cidades estão em situação de calamidade pública. No total, mais de 177 mil pessoas foram afetadas. Três corpos foram localizados em Branquinha (AL), nesta terça.


O Nós Podemos Alagoas instalou o ponto de coleta de donativos no Espaço Cultural localizado na praça Sinimbú, centro, Maceió (na Sala da Direção da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas). Estão sendo recolhidos donativos como: agasalhos, colchonetes, roupas, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, alimentos não perecíveis e água potável.


Em Pernambuco, de acordo com a coordenadoria de Defesa Civil (Codecipe), 54 municípios registraram estragos causados pelas chuvas, das quais trinta estão em situação de emergência e nove decretaram calamidade pública. Há pelo menos 12 mortes confirmadas e mais de 40 mil pessoas estão desabrigadas.


Desde segunda, cestas básicas estão sendo distribuídas nos municípios mais atingidos pela enxurrada. O governo federal anunciou o envio de 75 mil cestas básicas para as vítimas, além de dezenas de kits de cobertores e medicamentos.


Muitas cidades estão isoladas sem acesso, sem água, sem energia, sem telefonia. O Governo de Pernambuco já montou um comitê de crise de acompanhamento sistemático das ações de ajuda às vítimas, liberou R$ 50 milhões, está enviando mantimentos e o presidente Luís Inácio Lula da Silva destinou mais R$ 100 milhões, liberou homens para ajudar na reconstrução e o uso do FGTS para os atingidos pelas enchentes.


Mesmo com essas e outras medidas amplamente divulgadas, muita gente está precisando da nossa atenção e solidariedade.


Como ajudar
. Se você não mora em Pernambuco ou Alagoas, pode ir à Defesa Civil do seu Estado e dizer que quer destinar doação para estes locais. São necessários alimentos não perecíveis, água mineral, colchões, lençóis, material de limpeza, produtos de higiene pessoal, roupas e sapatos infantis.

> ONDE ENTREGAR EM PERNAMBUCO
RECIFE
. Rua do Lima, 250 e Rua da Fundição, 257 - Santo Amaro, das 8h às 19h)
. Loja de serviço JC (Rua Siqueira Campos, Galeria São Francisco, 160, loja 5 - Santo Antônio), das 8h às 18h.
. Pátio de São Pedro, Bairro de São José - Centro
. Sítio Trindade, Estrada do Arraial
. Prefeitura do Recife (Av. Cais do Apolo, 925, Bairro do Recife)
. Assembleia Legislativa (Rua da Aurora)
. Quartel da PM no Recife, Bairro do Derby
. Quartel do Corpo de Bombeiros (Av. João de Barros, 399)
. Instituto Federal de Pernambuco (IFPE): todos os campi do Instituto nas cidades de Recife, Ipojuca, Belo Jardim, Vitória, Pesqueira e Barreiros. Informações: (81) 2125-1639.
. IASC (Rua Imperial, 202, Bairro do Recife)
. Lojas Bompreço (Os donativos devem ser entregues nas lojas Hiper Bompreço de Boa Viagem, Av. Recife e Casa Forte)
. Ordem dos Advogados do Brasil-PE (Rua do Imperador Pedro II, 235, Santo Antônio).
. Faculdade Maurício de Nassau (Rua Guilherme Pinto, 114 - Graças/ Rua Fernandes Vieira, 110 - Boa Vista)
. Faculdade Joaquim Nabuco (Av. Guararapes, 233 - Centro - Recife/PE)
. Federação Espírita de Pernambuco (Av. João Barros, 1629 - Recife - PE, 52021-180)
. Instituto Pró-Cidadania (Rua Castro Alves, 343 - Encruzilhada - Recife/PE)
. Conselho Regional de Enfermagem (Rua Barão de São Borja, 243 Recife - PE, 50070-310)
. Secretaria Municipal de Programas Sociais e da Mulher (Recolhimento pode ser requisitado pelos telefones: (81) 3521-6759 / (81) 3521-6718
. Legião da Boa Vontade (LBV) - Rua dos Coelhos,219, Boa Vista. Fone:(81)3413-8600
. Sintepe - Rua General Semeão, 39, em Santo Amaro. Informações pelo 2127-8876.
. Colégio Apoio (De 22 a 29 de junho, das 7h às 18h25, Rua Conselheiro Nabuco, 44 - Casa Amarela)
. Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE) - Rua Amaro Bezerra nº 489 - Derby - Recife - (81) 3423-0604 / 3423-9907, das 8h às 12h e das 13h às 17h


INTERIOR
. Quartéis da PM e Corpo de Bombeiros


BARRA DE GUABIRABA
(81) 8848-1144 / (81) 9144-6052/ (81) 9144-6053 / (81) 3758-1145


BARREIROS
Posto da Polícia Rodoviária Federal de Barreiros, PE


BOA VIAGEM
. Lojas Frutaria (Avenida Conselheiro Aguiar, n° 3621)
. Casa Forte (Avenida 17 de agosto, n° 125, das 7h às 20h)


CARUARU
. Sistema Jornal do Commercio em Caruaru - Av. José Pinheiro dos Santos, 351 - Caiucá, das 8h às 18h.
. Subseccional da OAB de Caruaru (Rua Cônego Júlio Cabral, 267, Bairro Universitário)


GARANHUNS
. Rádio Jornal Garanhuns- Av. Rui Barbosa, s/n - Heliópolis, das 8h às 18h


GRAVATÁ
. Rua Francisco Bezerra de Carvalho, em Gravatá, ou em caminhões que passam pelas ruas coletando doações
. Prefeitura de Gravatá (Secretaria de Finanças, Secretaria de Saúde, Secretaria de Ação Social e Praça da Matriz. A Secretaria de Ação Social fica na Rua Francisco Bezerra de Carvalho, Centro - (81) 3563-9057 / 3563-9037)


LIMOEIRO
. Rádio Jornal Limoeiro- Rua Vigário Joaquim Pinto, 721 - Limoeiro, das 8h às 18h


PAULISTA
Av. Senador Salgado Filho S/N - Centro - Paulista/PE - CEP: 53.401-440


PESQUEIRA
. Rádio Jornal Pesqueira- Av. F. Pessoa de Queiroz, s/n - Pesqueira, das 8h às 18h


PETROLINA
. TV e Rádio Jornal - Av. Souza Filho, 631 3º andar sala 01 - Centro - Petrolina, das 8h às 18h


> OUTRAS FORMAS DE DOAR
. Cidade Alta Transportes em Paulista, Olinda e Recife ( os 223 ônibus de 31 linhas são pontos de arrecadação itinerantes)
. Banco do Brasil (Agência 0710-2/ Conta corrente 6070-4)


> Doações de outros Estados:
Moradores de outros Estados devem procurar as defesas civis locais e informar o destino da ajuda (Pernambuco ou Alagoas).

Lembranças agridoces de José Saramago

ENCONTROS INESQUECÍVEIS
Lembranças agridoces de José Saramago

Por Eduardo Szklarz em 29/6/2010

Reproduzido do blog do autor

Conheci José Saramago no Rio de Janeiro, em 1999, durante a Bienal do Livro. Eu era repórter do saudoso caderno "Espetáculo", do Estado de Minas, e ele acabava de ganhar o Nobel de Literatura – o único até hoje conferido a um autor de língua portuguesa. Foi uma entrevista exclusiva, mas nenhum de nós curtiu muito. Ele estava tenso com o assédio dos jornalistas e só topou sentar diante de meu gravador porque tinha um evento programado em Belo Horizonte na semana seguinte.

Nos encontramos numa sala do hotel onde ele se hospedava. Saramago chegou, me cumprimentou com cara fechada, sentou na poltrona e lançou um olhar do tipo "faça aí a pergunta, vamos acabar logo com isso". Como ele havia citado Belo Horizonte e Tiradentes no livro Cadernos de Lanzarote II, perguntei se sentia alguma identificação por essas cidades. Quem sabe, assim quebrava o gelo. "Não há uma identificação, há um conhecimento", respondeu o escritor, lembrando que já estivera em BH, Mariana, Ouro Preto, Congonhas e Tiradentes. E que gostava muito de Minas Gerais.

Saramago foi viver em Lanzarote, nas ilhas Canárias, depois que o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) estremeceu de vez sua relação com a Igreja católica. Disse-me que não desejava voltar a morar em Portugal, embora considerasse que ainda vivia por lá. Também não guardava rancores da Igreja: "Disseram que eu era um velho comunista, mas isso não me desagradou. Pior seria se dissessem que eu era um comunista velho."

Fui direto ao ponto.

O senhor tem falado muito dos problemas que o Nobel lhe trouxe, como a própria pausa no livro. Afinal, vale a pena o senhor continuar acreditando que o Nobel é notório apenas pelo lado material (quase um milhão de dólares)?

José Saramago – Eu disse algumas vezes que, no fundo, o que causava toda essa agitação tinha muito a ver com o próprio valor material do Nobel. Mas também é certo – e agora tenho a experiência – que o Nobel tem um certo valor mítico. No plano cultural, suponho que é o único acontecimento que reúne todo mundo diante do rádio e da TV. O Nobel confere à pessoa uma maior visibilidade no mundo. Recebê-lo faz aumentar não só a responsabilidade intelectual, mas também moral. Levar o Nobel nas costas é de fato muito agradável do ponto de vista material, mas envolve uma responsabilidade muito grande, que não se resolve por uma questão de prudência no que se diz ou faz. O que digo chega mais longe. As pessoas querem saber o que penso. Não passei a ter autoridade sobre tudo que há no mundo, mas as pessoas esperam uma opinião, um parecer, e não se pode fugir a isso.

Cegueira intelectual

Eu admiro muito alguns livros de Saramago. Ensaio sobre a Cegueira e O Evangelho... me parecem sublimes. Fiquei entediado com os Diários, mas ele sem dúvida foi um dos maiores artesãos da palavra, um dos grandes estilistas da língua portuguesa. No entanto, não posso dizer o mesmo sobre declarações que o escritor fazia. Para satisfazer a "responsabilidade moral", creio que ele cometeu graves disparates.

Um deles foi comparar os territórios palestinos com Auschwitz. Para começo de conversa, os nazistas implementaram uma política sistemática de extermínio. Juntos, os cinco crematórios de Auschwitz podiam queimar 4.675 corpos por dia. Era a morte em escala industrial. Nada menos que 1,5 milhão de judeus, homossexuais, ciganos e outras minorias morreram nesse campo, a maioria em câmaras de gás. Dois terços da população judaica da Europa foram eliminados pelo regime nazista, que só parou a matança porque sucumbiu ante os aliados.

É preciso muita cegueira intelectual pra comparar isso com a Cisjordânia – onde a população palestina, aliás, cresceu acima de 3% ao ano entre 1997 e 2007, segundo a UNRWA. Para se ter uma ideia, a taxa anual do Brasil é inferior a 2%. Em Gaza, o crescimento populacional foi ainda maior: 4,5% ao ano, um dos mais altos do mundo.

Cegueira ideológica

Saramago não foi o único escritor cegado pela ideologia. O filósofo francês Jean-Paul Sartre foi no mínimo ambíguo diante do terror soviético e dos horrores perpetrados nos campos do Gulag. "Como não éramos membros do Partido", escreveu Sartre, "não tínhamos o dever de escrever sobre os campos de trabalho forçado soviéticos." Em carta ao escritor Albert Camus, Sartre disse: "Como você, acho esses campos intoleráveis. Mas acho igualmente intolerável o uso que a imprensa burguesa faz deles."

É verdade que Saramago levantou a voz contra a ditadura de Fidel Castro e defendeu os direitos dos dissidentes cubanos. Quando falava do Oriente Médio, porém, sua visão se tornava seletiva. Ele disparou de forma reiterada contra Israel, sem nunca mencionar os abusos que os palestinos sofrem nas mãos de seus próprios líderes. Ele se calou ante as matanças mútuas promovidas por militantes do Fatah e do Hamas. Ele se calou ante a opressão feminina nos territórios ocupados, do mesmo jeito que se calou ante as perseguições que escritores e jornalistas palestinos sofrem se ousam criticar seus governantes.

Em nenhum momento ele reconheceu que os escritores israelenses – como Amos Oz e Abraham Yehoshua – têm plena liberdade para denunciar a intransigência dos religiosos de Israel. Sem ter que ir viver numa ilha por causa disso.

Cegueira voluntária

Em seu último romance, Caim, Saramago faz o mesmo que os fundamentalistas religiosos que ele tanto criticou: uma interpretação literal do Antigo Testamento. Relata as ações do Deus "sanguinário e caprichoso" dos judeus para concluir que a Bíblia é um "manual de maus costumes". Puxa, terá sido Saramago tão ingênuo a ponto de não saber que as narrativas mitológicas são simbólicas? Como diz o escritor americano-português Richard Zimler, especialista em religiões comparadas, o Velho Testamento não é prosa. É poesia.

"A história de Adão e Eva é poesia. Ou será que haverá alguém que acredite que Eva foi feita de uma costela de Adão?", questiona Zimler. "O autor desta narrativa do Antigo Testamento está a recorrer a uma linguagem simbólica – tal como poetas muito posteriores, como Shakespeare ou Camões, recorreram à linguagem simbólica para criar suas obras-primas. Ou será que algum leitor de Os Lusíadas pensa que os navegadores portugueses depararam com um temível gigante chamado Adamastor nas suas viagens da época das Descobertas?"

O escritor americano Jack Miles, prêmio Pulitzer de Literatura, deixou bem clara essa distinção quando escreveu Deus, uma biografia. Ele informou o leitor que não estava fazendo uma análise teológica, mas uma abordagem do protagonista do romance mais vendido da História: a Bíblia. Ou seja, o Deus do livro de Miles é uma personagem literária. Arrogante, invejoso, cheio de defeitos humanos, mas uma personagem que é produto da compilação de histórias feita na Bíblia. Muito diferente do tratamento que Saramago lhe dá em Caim.

Pena que Saramago, o escritor brilhante, tenha sofrido dessa cegueira voluntária. Fico mais perplexo ao ver que muitos admiradores dos livros de Saramago admirem também seus comentários.

É fácil usar belas palavras para fazer comparações irresponsáveis. Difícil é ter discernimento para entender que nenhum prêmio – nem mesmo o Nobel – garante a um bom ficcionista o dom de distorcer a realidade.

VAI CHOVER?

VAI CHOVER?
Moças do tempo e as mudanças climáticas

Por Alberto Dines em 29/6/2010


Vai chover, o tempo vai virar, o clima está mudando? Aparentemente banais, essas perguntas hoje resumem uma das mais graves aflições do planeta. E a nossa mídia não percebeu o seu papel conscientizador neste processo. Uma nuvem negra no horizonte pode representar algo mais tenebroso do que algumas gotas de chuva aqui embaixo.

O dilúvio que desabou há duas semanas sobre o Nordeste poderia ter sido menos desastroso se os alarmes fossem acionados com antecedência. Pouco adianta identificar a formação de um "evento meteorológico máximo" se não existe uma rede de comunicação confiável, capaz de levar esses avisos aos governantes e governados.

Os ingleses sabem quando pendurar o guarda-chuva no braço porque os seus jornais, rádios, televisões – e agora sua internet – jamais esquecem de avisá-los de que vai chover, ventar ou nevar. Ainda que levemente.

A mídia brasileira nunca prestou muita atenção à previsão do tempo, os editores a tratam como obrigação, chatice que só interessa aos idosos, imaginam que ninguém as lê, por isso não vale a pena caprichar, nem investir.

Nos telejornais em horário nobre, as lindas "moças do tempo" não conseguem explicar que a [temperatura] mínima em Curitiba nada tem a ver com a [temperatura] máxima em Tocantins. A culpa não é delas, é do jornalismo mundano e superficial que se adota no Brasil.

A obsessão pelos números – no caso a temperatura máxima e mínima – eliminou os dados analíticos e contextuais. O barômetro e o anemômetro são tão uteis ao leitor quanto a coluna de mercúrio do termômetro. Satélites e computadores oferecem elementos conjunturais que devem ser convertidos em informação sobre sensação térmica, duração, intensidade e periculosidade dos fenômenos.

Nada casual

Este Observatório já tratou deste serviço público repetidas vezes. Agora é obrigatório trazê-lo de volta diante da repetição e intensidade das tormentas – e porque as recentes plásticas operadas no Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo foram cosméticas e implacáveis com a meteorologia. Ambos encolheram ainda mais os quadrinhos do tempo da primeira página, esquecidos de que são o elo entre as mudanças climáticas e o cotidiano dos leitores.

No Estadão o quadro do tempo para o estado de São Paulo ou para o Brasil (na edição dita nacional) perdeu a sua porção essencial: desapareceu ou tornou-se irrelevante o pequeno texto que indicava a movimentação das massas de ar frio ou quente e demais elementos para uma razoável antecipação. A Folha (que vai muito na onda do Estadão) manteve a sua seção de meteorologia com dois mapas (estadual e nacional), desacompanhado de avaliações complementares.

O Globo oferece o mais completo conjunto de informações meteorológicas (dividas pelas zonas do Rio e regiões do estado, capitais do país e do mundo), mas é produzido por um empresa especializada.

Este é o problema: quantos jornais, rádios e emissoras de TV regionais dispõem de recursos e disposição para investir num serviço que os jornalões paulistas esnobam de forma tão flagrante?

O site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) fornece continuamente, online, um excelente acervo de informações meteorológicas, mas esta massa de informações precisa ser sintetizada e traduzida em linguagem corrente. Há redatores de meteorologia em nossas redações? Quantas escolas de jornalismo oferecem cursos de jornalismo científico?

"Vai chover?" deixou de ser umas pergunta casual. Pode ser a última antes que o seu carro ou sua casa sejam arrastados por uma inesperada enchente.

Futebol é uma caixinha de surpresas

COPA DO MUNDO
Futebol é uma caixinha de surpresas

Por Deonísio da Silva em 29/6/2010


A frase que dá título a este artigo é atribuída ao radialista brasileiro Benjamin Wright, que cobriu todas as Copas, de 1950 a 1970, e morreu no Rio, em 2009, aos 84 anos.

A mídia discute – e persistirá nisso sabe lá Deus até quando – o erro crasso do juiz uruguaio Jorge Larrionda no jogo entre Alemanha e Inglaterra.

A Alemanha teve um começo arrasador e vencia por 2 x 0 quando a Inglaterra fez o primeiro gol. O empate foi evitado pelo juiz. O jogador inglês Frank Lampard teve seu gol anulado, ainda que a bola tenha ultrapassado em 33 cm a linha branca que no chão marca a meta. É claro que o resultado poderia ter sido outro se a Inglaterra chegasse ao empate. Chegar, chegou, mas foi roubada. De todo modo, tomar depois um gol produzido pelo passe do goleiro alemão ao atacante inglês foi coisa para desmoralizar o time inglês e seu técnico, o italiano Fábio Campello. Este foi o erro da manhã.

Olhos de ver

É verdade que, como reconheceu o primeiro-ministro britânico David Cameron, que assistiu ao jogo ao lado da chanceler alemã Angela Merkel, desta vez o erro não foi fatal, como aconteceu na final da Copa de 1966, no jogo final entre as duas seleções. Pois a Alemanha aplicou desta vez uma goleada de 4 x 1, eliminando a Inglaterra.

Na final de 1966, com o jogo empatado em 2 x 2, já na prorrogação, o juiz validou um gol inglês que levou a Inglaterra conquistar seu primeiro e único título mundial até então. Depois os ingleses fizeram mais um e o resulto final foi 4 x 2. Os inventores do futebol só ficaram campeões do mundo uma vez e assim mesmo com um gol no mínimo polêmico.

À tarde o juiz italiano Roberto Rosetti encarregou-se da segunda lambança. Validou o gol de Tevez, impedido, quando a Argentina sofria diante de um México muito bem postado em campo. O bandeirinha não viu que Tevez estava impedido? Neste caso, precisava de óculos, pois somente ele não viu o que todo mundo viu. Com a diferença de que ele é regiamente pago para decidir se há impedimento ou não, isto é, se a regra foi transgredida ou não. E a regra foi violada na cara do bandeirinha.

Assuntos à beça

Debalde os mexicanos reclamaram. Mas quem fez a jogada que resultou no segundo gol da Argentina – um presente da zaga mexicana ao atacante argentino Higuaín – merecia levar mais alguns e foi o que aconteceu. A Argentina fez três, sem precisar de Messi, que chegou a essa Copa aclamado como rei precoce.

E esqueçamos o pavoroso erro a nosso favor no jogo Brasil x Costa do Marfim, quando Luís Fabiano ajeitou a bola duas vezes com o braço para fazer o gol que a mídia brasileira exaltou com um dos mais bonitos dessa Copa. Muito bem! Mas seria bom que ele fizesse outros usando apenas os pés. Não é pedir muito.

A Seleção Brasileira, dirigida pelo mesmo Dunga, foi derrotada pela Argentina por 3 x 0 nos Jogos Olímpicos de Pequim. E ao voltar, com o cargo do técnico em perigo, o Brasil venceu o Chile por 3 x 0 pelas eliminatórias, em Santiago.

Vencendo ou perdendo, a mídia sempre tem assuntos em profusão no futebol.

sábado, 26 de junho de 2010

REALIDADE

DANOS AMBIENTAIS

CELSO LAFER NA FAPESP


Celso Lafer é reconduzido à presidência da FAPESPGovernador de São Paulo, Alberto Goldman, nomeia professor da Faculdade de Direito da USP para exercer presidência da Fundação em um novo mandato de três anosEdição Online - 22/06/2010
© Fapesp

Nomeação de Lafer foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo de hoje
Celso Lafer, professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), foi reconduzido à presidência da FAPESP pelo governador Alberto Goldman.

A nomeação, nos termos do art. 10, da Lei 5.918-60, e do art. 5º dos Estatutos da FAPESP, aprovados pelo Dec. 40.132-62, foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo de 22 de junho de 2010. Lafer ocupa a presidência da Fundação desde 2007 e o novo mandato se estenderá até 2013.

“A FAPESP é uma das grandes instituições brasileiras, criada pelo Estado de São Paulo, cujo apoio à pesquisa tem sido um fator decisivo no avanço e no aprofundamento do conhecimento em nosso país. Servir à FAPESP nestes últimos três anos, como seu presidente, tem sido um privilégio. Agradeço o apoio dos membros do Conselho Superior que indicaram o meu nome na lista tríplice e a confiança do governador Goldman, que me reconduziu para um novo mandato”, disse Lafer.

“Reitero, com convicção, o meu empenho em prol do contínuo aperfeiçoamento desta grande instituição paulista, em sintonia com o Conselho Superior e o Conselho Técnico-Administrativo, e em convergência com a comunidade científica que dá à FAPESP o seu lastro de qualidade”, afirmou.

Lafer é, desde 1988, professor titular da Faculdade de Direito da USP, onde estudou e leciona desde 1971 (Direito Internacional e Filosofia do Direito). Fez mestrado e doutorado na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, na área de Ciência Política (MA 1967, PhD 1970) e a livre-docência em Direito Internacional Público na Faculdade de Direito da USP (1977). É membro da Academia Brasileira de Ciências (eleito em 2004) e da Academia Brasileira de Letras (eleito em 2006).

Foi Ministro das Relações Exteriores em 1992 e novamente em 2001 e 2002, e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio em 1999. De 1995 a 1998 foi Embaixador, Chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio em Genebra. Na OMC, foi Presidente de Órgão de Solução de Controvérsias (1996) e do Conselho Geral (1997).

Recebeu, em 2002, a mais alta condecoração da Ciência e Tecnologia do Brasil, a Ordem Nacional do Mérito Científico. Doutor honoris causa da Universidade de Buenos Aires (2001) e da Universidade Nacional de Cordoba, Argentina (2002), recebeu, em 2001, o Prêmio Moinho Santista na área de Relações Internacionais.

É autor de vários livros, entre eles A Reconstrução dos Direitos Humanos, um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt (1988), Desafios: Ética e Política (1995), Comércio, Desarmamento, Direitos Humanos – reflexões sobre uma experiência diplomática (1999), JK e o Programa de Metas (1956-1961) – Processo de planejamento e sistema político no Brasil (2002), A Internacionalização dos Direitos Humanos: Constituição, Racismo e Relações Internacionais (2005), em coautoria com Alberto Filippi, e A presença de Bobbio – América Espanhola, Brasil, Península Ibérica (2004).

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)


JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)
Encontros e desencontros

Por Jorge Fernando dos Santos em 22/6/2010


Com a morte de José Saramago, a literatura portuguesa perde um de seus maiores escritores. Mais que isso, a comunidade lusófona perde um genuíno intelectual marxista que não desistiu de mudar o mundo apenas pelo fato de as tentativas socialistas terem descambado para o estatismo, o imobilismo e o absolutismo canhestro.

Saramago se definia como um homem pessimista, pois só os pessimistas querem mudar o mundo e as coisas à sua volta. A exemplo dele, também me considero de esquerda e um tanto pessimista, na medida em que desejo um mundo melhor, no qual também os pobres possam viver com dignidade. O verdadeiro esquerdista é aquele que anseia por uma sociedade mais justa e igualitária, livre da hipocrisia do politicamente correto e do vale-tudo praticado por governantes que se agarram tanto ao poder que se distanciam de si mesmos – independentemente da ideologia.

No entanto, confesso que nunca fui um fiel leitor dos livros de Saramago e tampouco concordava com tudo o que ele dizia. Sempre achei seu estilo narrativo difícil, pelo menos para os meus parcos conhecimentos literários. Sou daqueles que preferem textos enxutos, com poucas vírgulas e nenhum adjetivo. Gosto de Graciliano Ramos, Ernest Hemingway, Camilo José Cela, Murilo Rubião, Albert Camus. Em se tratando de períodos longos com sinalizações próprias, abro exceção para Guimarães Rosa – um gênio, a meu ver.

Uma missão para cumprir voluntariamente

Apesar disso, sempre fui fã de Saramago e me orgulho ao lembrar que nossos caminhos se cruzaram por duas vezes. Em setembro de 1983, um time de 11 autores portugueses desembarcou em São Paulo para diversos eventos literários. Depois de cumprir a agenda local, que incluía a Bienal Internacional do Livro – salve engano – o grupo se subdividiu, dirigindo-se a diferentes regiões do país. Era como se aqueles escritores tivessem a missão secreta de redescobrir o país inventado por Cabral.

Vieram a Minas Gerais José Saramago, sua então mulher, Isabel da Nóbrega, e o poeta Pedro Tamen. Queriam conhecer Ouro Preto e outras cidades históricas, para onde se dirigiriam em caravana com autores da província, entre eles Branca Maria de Paula, Robinson Damasceno dos Reis e o luso-brasileiro Cunha de Leiradella, meu amigo e guru. Na ocasião, tive a oportunidade de entrevistar os três visitantes nas dependências do Othon Palace Hotel, onde se hospedaram de passagem por Belo Horizonte.

A entrevista seria feita para o Estado de Minas, jornal com o qual eu já colaborava como colunista de teatro e cinema. Para minha surpresa, o editor de cultura, Geraldo Magalhães, havia escalado o repórter Waldir Vasconcelos para a mesma tarefa. Afinal, na minha ingenuidade de "foca", não avisei ao jornal que estaria ali para cumprir a missão voluntariamente. O resultado disso é que publiquei minha reportagem no Suplemento Literário do Minas Gerais, editado naquela época pelo contista Duílio Gomes.

Férias na Península Ibérica

Naquele momento, com o gravador em punho, eu jamais poderia supor estar diante de um futuro ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Mais que isso, o único autor a conquistar a láurea escrevendo numa língua que é quase um dialeto no mundo globalizado. Para aproveitar o encontro com os três visitantes, fiz quatro ou cinco perguntas a cada um deles, já que teria apenas uma página para publicar a reportagem. Foram todos simpáticos e objetivos. A matéria pode ser lida aqui.

"A vossa literatura está com muita pujança e não está em crise", disse Saramago ao responder a uma de minhas perguntas. Sobre sua estada no Brasil, ele de certa forma traduziu o ponto de vista de seus companheiros de viagem: "Desejamos que a nossa vinda sirva para que os leitores brasileiros pensassem um pouco mais e atendessem um pouco mais a uma literatura que está a ser feita em nossa terra, que me parece a mim ter mérito suficiente para que o leitor brasileiro se interesse. É possível que os escritores portugueses não sejam muito conhecidos do público brasileiro, mas são com certeza bastante conhecido e muito estimados nas faculdades, por professores de Literatura Portuguesa e por estudantes."

Saramago voltaria várias vezes a Belo Horizonte, inclusive como convidado do projeto "Sempre um Papo", comandado pelo jornalista Afonso Borges. O que eu também não poderia supor é que nossos caminhos se cruzariam mais uma vez. Em 1998, aproveitando a euforia do Plano Real, juntei meu suado dinheirinho e fui passar férias na Península Ibérica em companhia de Vilma, minha mulher.

Por amor ao jornalismo e à literatura

Depois de quase 12 horas de viagem, desembarcamos em Lisboa e nos dirigimos ao hotel. Chegamos famintos, cansados e sonolentos. Enquanto ela tomava banho, liguei a TV do apartamento para saber das notícias locais. Os telejornais informavam que o grande escritor lusitano havia acabado de ganhar o Prêmio Nobel.

Naquele momento, penso eu, o próprio Saramago recebia a notícia de uma comissária ou recepcionista numa sala de espera do aeroporto de Frankfurt, onde fora participar da famosa Feira de Livros. Arregacei as mangas e telefonei para a redação do Estado de Minas, dizendo que poderia repercutir a notícia do ponto de vista dos portugueses. Aliás, a opinião pública se dividia: a esquerda e os leitores comuns comemoravam, enquanto os direitistas e a comunidade católica mais conservadora lamentavam o fato de se premiar o autor de Memorial do Convento.

Corri às bancas de revistas, ouvi por telefone o editor do Jornal de Letras, Artes e Ideias, Carlos Vasconcelos (que havia conhecido num encontro literário realizado em Manaus), comprei vários jornais e visitei livrarias cujas vitrines exibiam livros de Saramago. A prefeitura havia distribuído placas pelas principais esquinas de Lisboa, cumprimentado o autor.

Também colhi depoimentos do rádio e da TV, ouvi pessoas nas ruas, juntei as anotações e fui com Vilma para a casa de nossa amiga Maria de Santa-Cruz, professora de Literatura que residia em Paredes – lugar onde conhecera Saramago quando ele ainda era jornalista. Portugal ainda não tinha internet. O jeito foi ligar a cobrar para a redação e ler a reportagem manuscrita para a colega Clara Arreguy, que teve o cuidado de respeitar cada vírgula do meu texto.

Uma década depois, ao nos excluírem de sua folha de pagamento, os Diários Associados não mais se lembravam desse nosso esforço de reportagem em plenas férias. Até porque, para os grandes jornais, cultura é pouco mais que um detalhe na pauta. Mas valeu a aventura por amor ao jornalismo e à literatura. Interessante notar que no momento em que Vilma e eu rumávamos de ônibus numa excursão pelo Sul da Espanha, Saramago e Pilar, sua mulher e tradutora, deixavam Madri num voo para Lisboa, onde seriam merecidamente recebidos com pompa e circunstância.

Detector de enchentes e poluição

Especiais
Detector de enchentes e poluição
22/6/2010

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – Uma rede de sensores sem fio capaz de alertar autoridades sobre inundações iminentes poderá ser uma importante ferramenta de auxílio aos órgãos de defesa civil. O equipamento de monitoramento também é capaz de medir a poluição dos rios.

A novidade foi desenvolvida pelo professor Jó Ueyama, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos.

Segundo ele, a poluição pode ser avaliada por meio da condutividade elétrica da água. Quanto mais limpa estiver a água menos eletricidade será capaz de conduzir. Ou seja, quanto maior a condutividade elétrica medida, maior será o grau de poluição.

A pesquisa para o desenvolvimento da rede de sensores teve apoio da FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes. Sob o título “Explorando o paralelismo e a reconfiguração dinâmica em redes de sensores”, o projeto de Ueyama recebeu uma aplicação prática depois de uma sugestão vinda de um ex-colega de doutorado.

O inglês Daniel Hughes, enquanto cursava doutorado na Universidade de Lancaster (onde Ueyama esteve entre 2002 e 2006), no Reino Unido, desenvolveu um sensor de monitoramento de enchentes para rios britânicos. “Na época, pensei na viabilidade de trazer essa ideia para o Brasil, que também sofre muito com enchentes”, disse Ueyama à Agência FAPESP.

Para isso, o pesquisador convidou Hughes, que atualmente é professor da Xi'an Jiaotong-Liverpool University (XJTLU), na China, para vir ao Brasil apresentar seu trabalho. O pesquisador britânico esteve por aqui em janeiro de 2010, com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Pesquisador Visitante.

A proposta era desenvolver uma rede de sensores de enchentes baseada na cidade de São Paulo. “Utilizamos no Brasil outro sensor e outro software”, disse Ueyama, explicando que a detecção de poluição também foi uma adaptação que não havia no projeto original inglês.

O equipamento brasileiro ainda conta com um terceiro sensor inédito, voltado à detecção de tentativas de furto do aparelho. Um acelerômetro no interior da central de processamento percebe os movimentos utilizados por alguém que esteja tentando roubar o aparelho e envia um alerta para uma central.

“Testamos o sistema submetendo o equipamento aos balanços naturais do vento e o sensor não foi enganado. Ele só alertou nos ensaios de tentativa de furto”, disse Ueyama.

O monitoramento do nível da água é feito por meio de um sensor de pressão submerso que possui sensibilidade suficiente para detectar variações de centímetros no leito do rio. O equipamento completo é composto por painéis fotovoltaicos para fornecer energia a uma pequena bateria que alimenta o sistema.

Uma unidade central de processamento pouco maior que uma caixa de fósforos é conectada aos sensores. Essa unidade é capaz de transmitir dados por radiofrequência a uma distância máxima de 200 metros. Instalados em pequenos postes nas margens de um rio, os sensores podem formar uma rede de monitoramento de enchentes e de outros dados ambientais, como temperatura e pressão atmosféricas, além da poluição.

O equipamento ainda pode contar com um aparelho GPRS (General Packet Radio Service), que permite o envio e recepção de informações por meio de uma rede de telefonia celular.

“Equipado com GPRS, o sensor poderia enviar mensagens de texto aos telefones celulares da defesa civil ou dos moradores de áreas de risco, alertando sobre uma enchente iminente”, disse o professor da USP. Segundo ele, o acessório também garantiria maior alcance de transmissão de dados, contanto que a região monitorada seja coberta por uma rede de telefonia.

O sensor de enchente é consequência da pesquisa de pós-doutorado de Ueyama, realizada no Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (IC-Unicamp), durante a qual ele investigou redes de sensores e contou com Bolsa da FAPESP.

Rede no Tietê

Um projeto para monitorar cheias e poluição em um trecho do rio Tietê que banha a capital paulista foi apresentado em maio à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Além de Ueyama, assinam a proposta outros pesquisadores do ICMC-USP e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) do campus USP Leste.

Batizado de REDE (de “rede de sensores para detectar enchentes”), o projeto propõe a instalação de no mínimo dez kits de monitoramento automático espalhados entre a ponte da Casa Verde e a ponte das Bandeiras.

O trecho foi escolhido porque engloba a confluência do Tietê com o córrego da avenida do Estado. Ao fazer medições antes e depois dessa junção será possível saber se o córrego aumenta ou não a poluição do Tietê, segundo Ueyama.

Essa instalação também ajudaria na formação de recursos humanos. O projeto inclui bolsistas de mestrado e de iniciação científica que iriam se familiarizar com as novas tecnologias envolvidas, como as redes de sensores sem fio e o modelo de componentes, o qual permite que partes específicas dos programas de computação empregados permaneçam isoladas e, com isso, possam ser alteradas e mesmo eliminadas com o sistema em funcionamento.

“Caso seja aprovado, será um ótimo teste”, disse Ueyama, que também prevê a divulgação desse protótipo a outras cidades paulistas sujeitas a enchentes.

Outros Estados também poderiam se beneficiar dessa tecnologia e adaptar os sensores de acordo com suas necessidades. “Isso é possível porque trabalhamos com software livre que pode ser modificado para atender cada usuário”, afirmou.

Metano e radioatividade

Ueyama trabalha agora no aprimoramento do equipamento e na ampliação de suas aplicações com a adição de novos sensores. “Com um sensor de gás metano, por exemplo, poderíamos inferir a quantidade de coliformes fecais presentes na água”, disse.

Pesquisadores da EACH-USP que participam do projeto sugeriram também a instalação de sensores de radiação. “Eles destacaram que produtos radioativos podem vazar para a atmosfera a partir de diversos caminhões que passam diariamente pela marginal do rio Tietê”, disse Ueyama, ressaltando que pode haver radiação no próprio rio, decorrente de contaminações.

A gestão de energia é outra preocupação da equipe de pesquisa, que tem procurado otimizar o funcionamento dos sensores. “Em período de estiagem as medições do nível de água podem ser mais espaçadas, de meia em meia hora, por exemplo, ao mesmo tempo em que as medições de poluição são enfatizadas”, disse.

Por outro lado, em períodos de chuva intensa as leituras que indicam a altura do rio devem ser mais frequentes. “Estamos trabalhando nesses ajustes”, contou o professor da USP em São Carlos.

Os pesquisadores também estudam outros materiais para a composição do sensor de pressão. Submetido a condições severas devido aos produtos químicos diluídos na água poluída, o instrumento pode sofrer corrosão mais rápido do que o normal e ter a sua vida útil reduzida.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nasa e IPT analisam bola da Copa

Divulgação Científica
Nasa e IPT analisam bola da Copa
24/6/2010

Agência FAPESP – Golaço ou gol contra? A maior polêmica da Copa do Mundo na África do Sul até o momento ainda não tem uma conclusão. Para alguns, a bola oficial do evento, denominada Jabulani (“celebração”, em zulu), representa uma notável evolução do ponto de vista tecnológico. Para outros, o resultado deixou a desejar.

O atacante Luis Fabiano, da Seleção Brasileira, criticou. O goleiro Júlio César chamou de “bola de supermercado”. Fernando Torres, atacante espanhol, também falou mal. Kaká está entre os que elogiaram.

As maiores críticas foram com relação aos movimentos imprevisíveis, promovidos pela resposta aerodinâmica da nova redonda, especialmente nos chutes mais fortes. Na primeira rodada, com o baixo número de gols, a reclamação foi ainda maior. Mas no fim da primeira fase da Copa, os gols voltaram. Portugal enfiou sete na Coreia do Norte. O próprio Luis Fabiano marcou dois contra a Costa do Marfim.

Para o fabricante, a Adidas, a bola representa um avanço. Mas o próprio presidente da empresa, Herbert Hainer, reconheceu que é preciso um certo tempo para se acostumar com a Jabulani, por ser “mais aerodinâmica e mais rápida”.

Pesquisadores da Nasa, a agência espacial norte-americana, e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), decidiram avaliar o comportamento da Jabulani.

No Centro de Pesquisa Ames da Nasa, na Califórnia, foram feitos testes para comparar a bola com a usada na Copa de 2006 na Alemanha, a Teamgeist (“espírito de equipe”). A Teamgeist, no lugar dos hexágonos costurados das bolas tradicionais, tinha oito painéis fundidos por um processo térmico, que elimina a necessidade de costura, mesmo interna, entre eles. A Jabulani tem 14 painéis e ganhou sulcos aerodinâmicos.

A conclusão da Nasa é que com a Jabulani os jogadores não deverão ter melhor controle do que com a Teamgeist. “É bem óbvio. O que estamos vendo é um efeito knuckle-ball”, disse Rabi Mehta, engenheiro aeroespacial no centro Ames. Knuckle-ball é um arremesso no beisebol no qual a bola não é segura com os dedos, mas sim com seus nós, resultando em movimento com acentuada curva e imprevisível para o rebatedor.

Segundo Mehta, quando a Jabulani se desloca em velocidade elevada, o ar próximo à superfície é afetado pela sua superfície, resultando em um fluxo assimétrico. Essa assimetria cria forças laterais que podem resultar em mudanças súbitas no percurso. De acordo com o cientista, a Jabulani tende a assumir o efeito knuckle ao superar os 75 km/h, o que corresponde a um chute forte.

Outro ponto a se considerar, segundo Mehta, é que vários dos estádios em que ocorrem os jogos na Copa da África do Sul estão em altitude elevada (Joanesburgo, por exemplo, fica a cerca de 1.600 metros do nível do mar). “Isso afeta a aerodinâmica da bola, uma vez que a densidade do ar é menor. Em altitudes altas, a bola tende a se deslocar mais rapidamente, com menos empuxo”, disse.

Maior arrasto

Os pesquisadores Gilder Nader e Antonio Luiz Pacífico, do Laboratório de Vazão do IPT, realizaram testes no túnel de vento atmosférico do instituto com bolas de torneios oficiais de futebol.

Foram testadas as bolas do campeonato Paulista e Brasileiro deste ano e das copas de 2006 e 2010. Os testes foram encomendados pela Rede Globo. Segundo Nader, foram feitas medições com visualização do escoamento de ar em volta de cada bola. Para isto foi utilizado o sistema PIV (“Particle Image Velocimetry”) com emprego de raios laser.

“Verificamos que a bola do Campeonato Brasileiro, por exemplo, com superfície mais rugosa, do tipo clássico, tem coeficiente de arrasto (resistência ao ar) mais baixo e bom deslocamento. As bolas das Copas apresentaram um ‘descolamento’ mais rápido e maior coeficiente de arrasto”, disse.

Ao ser chutada, a bola ganha uma velocidade inicial que vai diminuindo até que, em um determinado momento, atinge o chamado “ponto de crise de arrasto”, explicou Gilder.

“É quando ela faz uma curva. Com a bola do ‘Brasileirão’, esse ponto demorou mais para ser alcançado, em uma velocidade de aproximadamente 13 metros por segundo. A Jabulani atinge esse ponto e faz a curva bem antes, em uma velocidade que ainda vamos medir com exatidão”, disse.

As bolas de futebol evoluem constantemente, com as grandes novidades surgindo justamente em cada Copa do Mundo. As atuais, e não apenas a Jabulani, são muito diferentes das usadas há meio século. Na Copa da Suécia, em 1958, por exemplo, a bola era de couro curtido, chamada de “capotão”, pesada e que se encharcava em dias chuvosos, dificultando a precisão dos chutes.

Mas isso, claro, não impediu que o Brasil fosse campeão nem que um certo garoto apelidado de Pelé, então com 17 anos, assombrasse o mundo com momentos antológicos, como o gol na final, em que deu um lençol no zagueiro sueco e chutou a bola ainda no ar para o fundo das redes e da história. Mostrou que craque que é craque dá show com qualquer bola. E isso o mundo já está vendo na Copa da África do Sul, independentemente das polêmicas da bola.

Bolsas no IPT

Bolsas no IPT
25/6/2010

Agência FAPESP – A Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT) divulgou nova chamada para concessão de bolsas a estudantes de nível superior das áreas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação.

Serão selecionados 20 projetos de pesquisa que serão contemplados com bolsas de iniciação tecnológica no valor de R$ 420, com duração de um ano.

Os interessados devem apresentar um projeto aprovado por um orientador da universidade em que estuda e um orientador do quadro do IPT. A proposta deve ser submetida à comissão da FIPT até o dia 13 de agosto.

Os resultados serão divulgados no dia 27 de agosto e as atividades de pesquisa terão início no dia 1º de setembro.

O programa FIPT de Iniciação Tecnológica tem como objetivo formar recursos humanos que aumentem a capacidade inovadora do setor produtivo.

As propostas devem ser encaminhadas para a FIPT, no endereço Av. Professor Almeida Prado, 532, prédio 11 – 1º andar – Sala “Gestão do Termo de Cooperação IPT X FIPT”, Cidade Universitária, Butantã, CEP 05508-901, São Paulo, SP, aos cuidados de Izabel Cristina Pires – Recursos Humanos.

Mais informações: www.fipt.org.br/novo/eventos.htm ou izabelp@fipt.org.br.

Minerals in northern Mars craters seen by two orbiters suggest that a phase in Mars' early history with conditions favorable to life occurred globally

PASADENA, Calif. -- Minerals in northern Mars craters seen by two orbiters suggest that a phase in Mars' early history with conditions favorable to life occurred globally, not just in the south.

Southern and northern Mars differ in many ways, so the extent to which they shared ancient environments has been open to question.

In recent years, the European Space Agency's Mars Express orbiter and NASA's Mars Reconnaissance Orbiter have found clay minerals that are signatures of a wet environment at thousands of sites in the southern highlands of Mars, where rocks on or near the surface are about four billion years old. Until this week, no sites with those minerals had been reported in the northern lowlands, where younger volcanic activity has buried the older surface more deeply.

French and American researchers report in the journal Science this week that some large craters penetrating younger, overlying rocks in the northern lowlands expose similar mineral clues to ancient wet conditions.

"We can now say that the planet was altered on a global scale by liquid water about four billion years ago," said John Carter of the University of Paris, the report's lead author.

Other types of evidence about liquid water in later epochs on Mars tend to point to shorter durations of wet conditions or water that was more acidic or salty.

The researchers used the Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer for Mars (CRISM), an instrument on the Mars Reconnaissance Orbiter, to check 91 craters in the northern lowlands. In at least nine, they found clays and clay-like minerals called phyllosilicates, or other hydrated silicates that form in wet environments on the surface or underground.

Earlier observations with the OMEGA spectrometer on Mars Express had tentatively detected phyllosilicates in a few craters of the northern plains, but the deposits are small, and CRISM can make focused observations on smaller areas than OMEGA.

"We needed the better spatial resolution to confirm the identifications," Carter said. "The two instruments have different strengths, so there is a great advantage to using both."

CRISM Principal Investigator Scott Murchie of Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory, Laurel, Md., a co-author of the new report, said that the findings aid interpretation of when the wet environments on ancient Mars existed relative to some other important steps in the planet's early history.

The prevailing theory for how the northern part of the planet came to have a much lower elevation than the southern highlands is that a giant object slammed obliquely into northern Mars, turning nearly half of the planet's surface into the solar system's largest impact crater. The new findings suggest that the formation of water-related minerals, and thus at least part of the wet period that may have been most favorable to life, occurred between that early giant impact and the later time when younger sediments formed an overlying mantle.

"That large impact would have eliminated any evidence for the surface environment in the north that preceded the impact," Murchie said. "It must have happened well before the end of the wet period."

The report's other two authors are Francois Poulet and OMEGA Principal Investigator Jean-Pierre Bibring, both of the University of Paris.

NASA's Jet Propulsion Laboratory, a division of the California Institute of Technology, Pasadena, manages the Mars Reconnaissance Orbiter for NASA. Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory provided and operates CRISM, one of six instruments on that orbiter.

For more information about the Mars Reconnaissance Orbiter, visit http://www.nasa.gov/mro.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

VAGAS PARA PROFESSOR NA USP.

USP tem vagas para professor titular
9/6/2010

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) abriu processo seletivo para o preenchimento de vagas de professores titulares para atuar em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (MS-6), em diferentes departamentos e campi. Os interessados devem ter título de livre docente.

Na Escola de Engenharia de São Carlos são três vagas: no Departamento de Geotecnia, na área de conhecimento e geotecnia ambiental; no Departamento de Engenharia de Produção, em engenharia de produção; e no Departamento de Estruturas, na área de engenharia de estruturas.

Há duas vagas na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), com programa que inclui as disciplinas Economia, gestão e política, Informação e tecnologia, Cultura, arte e lazer, Sociedade, saúde e educação, Natureza e Comunicação e marketing.

A Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto tem uma vaga em aberto para titular na área de enfermagem psiquiátrica, ciências humanas e estatística. Na mesma escola, há uma vaga para doutor em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa, nível M-3, para atuar nas disciplinas Cuidado integral em saúde mental e enfermagem psiquiátrica e Cuidado integral em saúde mental I e II, entre outras.

Na Escola Politécnica também há três vagas: no Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, no Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais e a terceira no Departamento de Engenharia de Transportes.

A Escola de Comunicações e Artes (ECA) tem uma vaga para titular no Departamento de Artes Plásticas, na área de História da arte. Há ainda uma oportunidade no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, em Piracicaba.

Existem outras vagas para titular no campus de Ribeirão Preto, nas faculdades de Arquitetura e Urbanismo, de Ciências Farmacêuticas, de Economia, Administração e Contabilidade e também na Faculdade de Educação.

Os concursos serão constituídos de julgamento dos títulos, prova pública oral de erudição e prova pública de arguição. Há pesos diferentes a depender do edital. O prazo de inscrição varia de julho a novembro, dependendo da unidade e departamento.

Os salários são de R$ 9.642,43 ou R$ 10.216,96, dependendo do edital. A inscrição e os documentos exigidos devem ser entregues nas seções específicas de cada departamento.

Mais informações: www.usp.br/drh/novo/recsel/cargosdoc.html

Notícias do MOVA-SE

MOVA-SE e FUASPEC fazem ato pelo reajuste dos servidores estaduais10-06-2010

Manifestantes foram solicitar o empenho dos deputados em marcar audiência com o governo do Estado


O MOVA-SE e o Fórum das Associações e Sindicatos de Servidores Estaduais (FUASPEC) realizaram hoje, 10/06, na Assembléia Legislativa, manifestação em defesa da Campanha Salarial 2010 dos servidores públicos estaduais, cujos itens da Pauta com repercussão financeira foram recusados pelo governo. O documento foi apresentado na Seplag em 17/05 e a secretária de Planejamento, Desirée Mota, ficou de marcar agenda dos trabalhadores com o governador. No entanto, quase um mês depois nada foi agendado. A secretária alega que a pauta teria que ser refeita por conter em sua maioria pontos econômicos que devido ao período eleitoral o governo estaria impedido de conceder.

Os trabalhadores, por sua vez, dizem que a secretária não tem poder de decisão e insistem numa audiência com o governador. Eles entregaram aos deputados uma cópia da Pauta de Reivindicação 2010 e receberam de cada um a promessa de empenho em agendar audiência da categoria com o governador. A deputada Rachel Marques ainda agendou audiência pública com indicativo de data para o dia 23/06, às 14h30min, para ouvir a categoria e buscar solução para o impasse.

Segundo estudos apresentados pela assessoria econômica do FUASPEC, o reajuste salarial de 15% está abaixo do Limite Prudencial do Estado que é de 23% e respeita a Lei de Responsabilidade Fiscal. O MOVA-SE e as entidades integrantes do FUASPEC alegam que o reajuste é necessário, uma vez que as que as perdas salariais dos servidores chegam a 65%.

Outra manifestação em prol da Campanha Salarial e pelo resgate das perdas deve acontecer no dia 14/06, às 16 horas, no Palácio Iracema.

Reivindicações feitas pelo FUASPEC e negadas pelo governo:





•Revisão geral e Perdas Históricas


•Data Base


•Reestruturação da Tabela Salarial


•Piso


•Gratificação de Incentivo Profissional (Servidores de Nível Médio de Formação Acadêmica)


•Gratificação de Deslocamento – (interior)


•Diária Integral/Ajuda de Custo


•Auxílio - Alimentação


•Auxílio - Creche


•Ajuda de Custo para Curso de Graduação


•Assistência à Saúde


•Concurso Público


•Aposentadoria e Abono de Permanência


•Ascensão Funcional


•Liberação de Dirigentes de Entidades


•Assédio Moral


•Revisão na Operacionalização das Consignações




Entidades que compõem o FUASPEC:

ACSM/PM – ASSEEC – ASSEMA – ASNUT – APEOC – ASSEINFRA – ASPRAMECE – ASSEDRU – ACECRIM – ASSO – ASSIDACE – ASSOFI – ASSTDS – ASRH – CUT – MOVA-SE – SASEC – SINDUECE – SINDER – SINDETRAN – SINDSAÚDE – SINTAF – SINPOCI – SINDASP – SINPLAG – SINDIUTE – ASENMESC – ASCECE – ASFUN – SINTBEM

ENTREVISTA / LUÍS NASSIF/"A ‘cascata’ substituiu a técnica"

ENTREVISTA / LUÍS NASSIF
"A ‘cascata’ substituiu a técnica"

Luiz Egypto

Arguto observador do ambiente socioeconômico, não raras vezes o jornalista Luís Nassif embute em suas análises diárias avaliações sempre contundentes sobre a mídia e o papel que esta desempenha na cobertura e na reverberação da crise brasileira. Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, para compensar a eventual aridez dos temas que aborda não deixa de dedicar, aos domingos, seu espaço no jornal a outra de suas paixões, a música popular – o que não causa estranhamento vindo de um bandolinista de mão-cheia.

Ao mesclar o jornalismo econômico com a crítica da mídia, Nassif constrói argumentos capazes de oferecer ao leitor ângulos insuspeitados para a compreensão da realidade nacional e para o fomento do debate de idéias. Na entrevista a seguir, ele analisa o comportamento da imprensa brasileira nesses tempos de vale-tudo editorial.


No episódio do impeachment de Fernando Collor, o frenesi de fatos novos levou a imprensa a praticar uma investigação jornalística açodada, sem critério e visando tão-somente o furo. Era melhor sair na frente do que dar a melhor matéria. Passados quase 10 anos, o uso continuado desse "cachimbo" terá entortado a boca da mídia?

Luís Nassif – A campanha do impeachment derrubou todos os filtros técnicos pelos quais a reportagem tem de passar. Desde então, não interessa se a reportagem tem ou não fundamento, desde que provoque impacto. Esse modelo mal acabado e apressado de cobertura acabou fazendo com que a "cascata" substituísse a técnica. O repórter pode soltar qualquer boato, como se fosse verdade, porque não será cobrado pelo erro.

A mesma mídia que ajudou a derrubada de Collor embarcou de armas e bagagens, a partir de 1995, no sonho de um paraíso construído com a estabilidade econômica, o fim do fisiologismo político e o crescimento sustentado. Até quando durou a lua-de-mel da mídia com o governo Fernando Henrique? Começou o processo de divórcio?

L.N. – A lua-de-mel durou até a mudança do câmbio. Lembro que o modelo de busca da unanimidade, por parte da mídia, é o mesmo antes e depois do divórcio. Antes, não se aceitava nenhuma crítica contra FHC. Todas as críticas eram tratadas como se fosse sinal de atraso contra a modernidade proposta por ele. Essa mesma unanimidade se volta contra ele, especialmente depois que perdeu grande parte da sua credibilidade atacando o que sempre defendera: a manutenção do câmbio a qualquer preço. Tanto lá quanto cá o estilo de cobertura é o mesmo: minimizando qualquer fato que vá contra a maioria e supervalorizando qualquer detalhe que confirme a posição da maioria. Nos dois casos, trata-se de uma mediocrização tremenda, de uma incapacidade de pensar.

Como avalia a divulgação contumaz pela mídia, como se investigação jornalística fosse, de gravações ilegais e dossiês suspeitos? Isso significa que agora é a fonte quem manda na pauta?

L.N. – Há dois pontos a se considerar. O primeiro é o uso da mídia por chantagistas. Nesse jogo de vale-tudo pela manchete, muitas reputações foram feitas por esses chantagistas ao permitir a seus aliados os "furos" jornalísticos – muitos deles premiados em função da falta de critério que domina a mídia hoje em dia. O pagamento foi conferir a esses chantagistas um poder inédito. Pela primeira vez eles saíram do gueto das publicações alternativas e passaram a utilizar o canhão da grande imprensa para seus propósitos pessoais, dando o escândalo como moeda de troca. O segundo ponto, que é igualmente relevante, é que se deu aos grampos um tratamento pouco técnico. Separam-se trechos de diálogos, que muitas vezes nada significam, e a eles são conferidos tratamentos escandalosos.

Tomem-se dois casos. O primeiro, da Sudam. Ninguém nega que existam escândalos na Sudam. Mas das trezentas e tantas horas de fita anunciadas, os trechos selecionados nada significam, por si. A reportagem é que enche de adjetivos a transcrição, tipo "a mais estrondosa denúncia" etc. e tal. Se os trechos selecionados são os mais expressivos, como é que fica o todo? No caso da capa da Veja sobre o "esquema Chico Lopes" ocorre o mesmo. Fala-se o tempo todo de grampos que permitiram a Cacciola chantagear Chico Lopes, e o único trecho mencionado não tem significado algum – a não ser o significado que foi colocado arbitrariamente pelo repórter.

No artigo "A marcha da insensatez" (Folha, 25/5/01), referindo-se às reações da opinião pública diante da crise instalada no governo Fernando Henrique, você escreveu que "em todos os campos abriu-se espaço para os ‘catárticos’, os que pensam com o fígado e estimulam todas as formas de linchamento, menos contra seus aliados". Como esses comportamentos catárticos e figadais reverberam na mídia? Que conseqüências suscitam?

L.N. – Suscitam o linchamento, a injúria, a irresponsabilidade e a manipulação da informação. Cada vez que a mídia descobre um culpado, o jornalista se sente no direito de imputar qualquer mentira ao acusado, no pressuposto de que, sendo ele culpado, levar uma culpa a mais não fará diferença. Esquece que o seu compromisso é com a informação. O pensamento catártico, por não ser técnico, estimula o uso da informação pelo jornalista de maneira subjetiva. De um lado, quando se trata de uma CPI contra adversários meus, desconsidero todas as críticas contra essa forma de investigação – amadorismo, exibicionismo, falta de respeito aos direitos individuais etc. Quando é uma investigação contra meus aliados, passo a considerar todos esses aspectos.

Com a falta de racionalidade, de lógica, o jornalista pode utilizar o argumento que melhor lhe servir naquele momento, independentemente até de preservar sua própria coerência pessoal. Como esses pensamentos catárticos se esgotam em si, quando passa o furacão ninguém é punido pelas informaçoes incorretas ou pelas avaliações apressadas.

A contrapartida das novas tecnologias da informação (velocidade) e do acirramento da competição jornalística (aumento da oferta de notícias) será o comprometimento do necessário rigor de apuração e de edição?

L.N. – Jamais. O que ocorreu é que a mídia brasileira descobriu, a partir de meados da década de 80, que a notícia tem que ter marketing. Em um primeiro momento, esse comportamento se refletiu no estilo das manchetes, das chamadas. Depois, no "esquentamento" da matéria, contornando a falta de substância com adjetivação pesada. Finalmente, na "cascata" pura e simples, em exercícios de ficção extraordinários. Há um princípio jornalístico simples: se o jornalista tem provas, indícios que reforcem sua acusação, ele os apresenta, porque isso garante a veracidade das denúncias.

Nos últimos anos prescindiu-se disso. Por exemplo, a famosa capa de Veja sobre suposto "esquema Chico Lopes" cozinhou todos os rumores não confirmados divulgados por ocasião da mudança do câmbio. Na disputa por manchetes, os diversos órgãos de imprensa aventaram inúmeras hipóteses. Parte delas, consistente, teve continuidade. Parte enorme morreu por si, porque era fantasiosa. Se tivesse consistência, o próprio veículo que insinuou a denúncia teria continuado atrás dela. As denúncias vazias morreram de morte morrida e, de repente, ressurgem belas e faceiras na reportagem da Veja, sem que se apresente um indício, uma indicação de quem era a fonte, detalhes sobre as supostas reuniões ocorridas, nada. Como é que fica? .

A mídia brasileira tem dado mostras de responsabilidade institucional na cobertura da crise em que enredou-se o governo Fernando Henrique?

L.N. – De modo algum, como não demonstrou no período em que ele estava popular e que os alertas sobre a crise cambial foram varridos para baixo do tapete. É importante que se esclareça que essa atitude da mídia não é ideológica, política. É um vezo, um anacronismo, uma maneira antiga de pensar, tão velha como a Inquisição, que não poupa ninguém. Tome-se ACM. Apesar da vasta influência que tem na mídia, foi fulminado da mesma maneira, com linchamento – embora eu mesmo defendesse a sua cassação. Tome-se Ciro Gomes. Ganhou espaço com esses escândalos todos, mas bastou investir contra a maioria (no caso ACM) para ser patrulhado.

O problema básico é que essa falta de critério, essa estratégia de buscar aumento de vendas no curto prazo, essa leviandade em espalhar denúncias pesadíssimas sem apresentar uma prova sequer, jogou o país em uma crise institucional, sim. Não houve grandeza nem responsabilidade. Nunca defendi que a manutenção da estabilidade econômica ou política sejam argumentos contra a divulgação de denúncias procedentes. Mas permitir que "cascatas" jornalísticas joguem mais lenha na fogueira, não pode. O leitor acaba sendo enganado, julgando que as denúncias (por irem ao encontro da justa bronca que tem de FHC) são sinal de independência e coragem, quando não passam de estratégias comerciais que a médio prazo depõem contra a credibilidade da mídia como um todo, mas no curto garantem aumento de tiragem – e mais crise.

Tabela da Primeira Fase da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

Tabela da Primeira Fase da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

Grupo A
África do Sul
México
Uruguai
França

11/06/2010 11h00 África do Sul x México
11/06/2010 15h30 Uruguai x França
16/06/2010 15h30 Africa do Sul x Uruguai
17/06/2010 15h30 França x México
22/06/2010 11h00 México x Uruguai
22/06/2010 11h00 França x África do Sul

Grupo B
Argentina
Nigéria
Coréia do Sul
Grécia

12/06/2010 8h30 Coréia do Sul x Grécia
12/06/2010 11h00 Argentina x Nigéria
17/06/2010 8h30 Argentina x Coréia do Sul
17/06/2010 11h00 Grécia x Nigéria
22/06/2010 15h30 Nigéria x Coréia do Sul
22/06/2010 15h30 Grécia x Argentina

Grupo C
Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovênia

12/06/2010 15h30 Inglaterra x Estados Unidos
13/06/2010 8h30 Argélia x Eslovênia
18/06/2010 11h00 Eslovênia x Estados Unidos
18/06/2010 15h30 Inglaterra x Argélia
23/06/2010 11h00 Eslovênia x Inglaterra
23/06/2010 11h00 Estados Unidos x Argélia

Grupo D
Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana

13/06/2010 11h00 Sérvia x Gana
13/06/2010 15h30 Alemanha x Austrália
18/06/2010 8h30 Alemanha x Sérvia
19/06/2010 11h00 Gana x Austrália
23/06/2010 15h30 Gana x Alemanha
23/06/2010 15h30 Austrália x Sérvia

Grupo E
Holanda
Dinamarca
Japão
Camarões

14/06/2010 8h30 Holanda x Dinamarca
14/06/2010 11h00 Japão x Camarões
19/06/2010 8h30 Holanda x Japão
19/06/2010 15h30 Camarões x Dinamarca
24/06/2010 15h30 Dinamarca x Japão
24/06/2010 15h30 Camarões x Holanda

Grupo F
Itália
Paraguai
Nova Zelândia
Eslováquia

14/06/2010 15h30 Itália x Paraguai
15/06/2010 8h30 Nova Zelândia x Eslováquia
20/06/2010 8h30 Eslováquia x Paraguai
20/06/2010 11h00 Itália x Nova Zelândia
24/06/2010 11h00 Eslováquia x Itália
24/06/2010 11h00 Paraguai x Nova Zelândia

Grupo G
Brasil
Coréia do Norte
Costa do Marfim
Portugal

15/06/2010 11h00 Costa do Marfim x Portugal
15/06/2010 15h30 Brasil x Coréia do Norte
20/06/2010 15h30 Brasil x Costa do Marfim
21/06/2010 8h30 Portugal x Coréia do Norte
25/06/2010 11h00 Brasil x Portugal
25/06/2010 11h00 Coréia do Norte x Costa do Marfim

Grupo H
Espanha
Suíça
Honduras
Chile

16/06/2010 8h30 Honduras x Chile
16/06/2010 11h00 Espanha x Suíça
21/06/2010 11h00 Chile x Suíça
21/06/2010 15h30 Espanha x Honduras
25/06/2010 15h30 Chile x Espanha
25/06/2010 15h30 Suíça x Honduras

Tabela das fases de mata-mata da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

Oitavas-de-final
26/06 11h00 - 1o Grupo A x 2o Grupo B - Jogo 1
26/06 15h30 - 1o Grupo c x 2o Grupo D - Jogo 2
27/06 11h00 - 1o Grupo D x 2o Grupo C - Jogo 3
27/06 15h30 - 1o Grupo B x 2o Grupo A - Jogo 4
28/06 11h00 - 1o Grupo E x 2o Grupo F - Jogo 5
28/06 15h30 - 1o Grupo G x 2o Grupo H - Jogo 6
29/06 11h00 - 1o Grupo F x 2o Grupo E - Jogo 7
29/06 15h30 - 1o Grupo H x 2o Grupo G - Jogo 8

Quartas-de-final
02/07 11h00 - Vencedor jogo 5 x Vencedor jogo 6 - Jogo 9
02/07 15h30 - Vencedor jogo 1 x Vencedor jogo 2 - Jogo 10
03/07 11h00 - Vencedor jogo 3 x Vencedor jogo 4 - Jogo 11
03/07 15h30 - Vencedor jogo 7 x Vencedor jogo 8 - Jogo 12

Semi-finais
06/07 15h30 - Vencedor jogo 9 x Vencedor jogo 10 - jogo 13
07/07 15h30 - Vencedor jogo 11 x Vencedor jogo 12 - jogo 14

Decisão do 3o lugar
10/07 15h30 - Perdedor jogo 13 x Perdedor jogo 14

Final
11/07 15h30 - Vencedor jogo 13 x Vencedor jogo 14

ÁFRICA DO SUL-02

Seleções participantes da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

A Copa de Mundo de 2010 na África do Sul reunirá 32 seleções.

Grupo A
África do Sul
México
Uruguai
França Grupo B
Argentina
Nigéria
Coréia do Sul
Grécia
Grupo C
Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovenia Grupo D
Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana
Grupo E
Holanda
Dinamarca
Japão
Camarões Grupo F
Itália
Paraguai
Nova Zelândia
Eslováquia
Grupo G
Brasil
Coréia do Norte
Costa do Marfim
Portugal Grupo H
Espanha
Suíça
Honduras
Chile

Tabela da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul

A primeira fase da Copa de Mundo de 2010 na África do Sul reunirá 32 seleções divididas em 8 grupos de 4, dos quais 2 seleções de cada grupo se classificarão para as oitavas-de-final. Essa primeira fase acontecerá entre os dias 11 e 25 de Junho. A partir do dia 27 de junho acontecerão jogos eliminatórios em confronto direto ("mata-mata") nas oitavas-de-final, quartas-de-final, semi-finais até a final que ocorrerá dia 11 de julho em Johannesburgo. A disputa de terceiro lugar acontecerá dia 10 de julho em Port Elizabeth.

A Copa do Mundo é online

ÁFRICA DO SUL
A Copa do Mundo é online

em 10/6/2010


Com jogos transmitidos ao vivo em celulares e computadores, a Copa do Mundo terá mais cobertura online do que qualquer outro grande evento esportivo, prevê Jake Coyle em artigo da AP [9/6/10]. Quando as partidas tiverem início, nesta sexta-feira [11/6], fãs de futebol poderão acompanhá-las de diversos aplicativos online em computadores e plataformas móveis, aproveitando ainda para compartilhar suas opiniões nas redes sociais.

Nos EUA, país com torcidas bem maiores para esportes como baseball, basquete e futebol americano, as emissoras que exibem os jogos da Copa decidiram ampliar a cobertura deste ano com a ajuda da internet. O canal ESPN exibirá 54 jogos ao vivo no site ESPN3.com (ex-ESPN360). O acesso será gratuito para clientes que assinam nos EUA o serviço de internet de provedores afiliados à emissora esportiva, incluindo AT&T, Verizon e Comcast. As 10 partidas que irão ao ar, ao vivo, na rede ABC não estarão disponíveis no site da ESPN, mas todos os 64 jogos da Copa poderão ser vistos em aparelhos móveis para clientes cujos planos incluam exibição de TV. Já a emissora Univisión tem os direitos de exibição em espanhol nos EUA e também disponibilizará os jogos no Univision.com e no Univision Movil.

Meio do dia

A ampliação da transmissão na internet será extremamente importante nos EUA porque grande parte do público americano deve assistir à Copa enquanto estiver em horário de trabalho. "Esta será a maior e a mais poderosa demonstração de cobertura digital, e isso é só o começo", afirma o vice-presidente da ESPN Digital Media, John Kosner, comparando o evento deste ano às Copas anteriores.

A cobertura online da NBC das últimas Olimpíadas de Inverno – também um evento internacional, exibido durante o dia – atraiu 45 milhões de pessoas aos vídeos online. O tráfego para o site NBCOlympics.com mais do que triplicou em relação aos Jogos de Inverno de 2006. Isto aconteceu mesmo com a NBC exibindo em horário nobre o evento pela TV. A ESPN espera que o tráfego online para a Copa do Mundo dobre ou triplique em relação a 2006. O site ESPN3.com ainda dará a opção de assistir aos jogos com narração em português, árabe, alemão, japonês ou coreano.

Muitos veículos de comunicação – como Fox Soccer Channel, Associated Press, Goal.com, dentre outros – lançaram aplicativos móveis, com atualizações, resultados de jogos e integração com Twitter e Facebook. A Akamai Technologies, responsável por 20% do tráfego mundial da internet, espera que o tráfego triplique em relação ao medido no dia em que o presidente Barack Obama assumiu o governo americano. "Poderá ser outro evento divisor de águas em termos de as pessoas entenderem o que é possível fazer, hoje, com vídeos online", explica Tom Leighton, cientista-chefe da empresa.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

5 DE JUNHO-DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

Outorgas e Licenças

Outorgas e Licenças
Publicado ( Ter, 21 de Outubro de 2008 10:46 )
A outorga de direito de uso dos recursos hídricos e a licença para construção de obras ou serviços de interferência hídrica, compreendem instrumentos de gestão importantes para a implantação da Política Estadual de Recursos Hídricos e estão regulamentados pelos decretos 23.067/94 e 23068/94, respectivamente.

A outorga é um ato administrativo do Secretário dos Recursos Hídricos na forma de autorização que assegura ao usuário, o direito de captar água em local determinado de um corpo hídrico, com vazão, volume e período definidos, bem como as finalidades de seu uso, sob determinadas condições.

Objetiva assegurar o efetivo exercício dos direitos de acesso à água e o controle qualitativo e quantitativo dos seus usos.

Estão sujeitos a outorga: a derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo hídrico para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo em processo produtivo; o lançamento em um corpo hídrico de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo hídrico.

A licença de obras hídricas é uma autorização expedida pelo Secretário dos Recursos Hídricos ao interessado em executar qualquer obra ou serviço de interferência hídrica, que possam influenciar o regime hídrico de um determinado curso d’água ou de um aqüífero.

Objetiva a construção de obras e/ou serviços de interferência hídrica de qualidade e compatíveis com as condições hidroambientais da bacia hidrográfica; a disseminação da cultura de projetos, garantindo a realização dessas intervenções dentro de padrões técnicos e econômicos consagrados em normas técnico científicas; e o efetivo controle técnico das obras com manutenção de cadastro e mapeamento das mesmas com vistas ao monitoramento dos recursos hídricos das bacias hidrográficas.
Última atualização ( Ter, 21 de Outubro de 2008 10:52 )

O Secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Cesar Augusto Pinheiro, foi agraciado



Cesar Pinheiro é "Guardião do EPMont"
Publicado ( Qui, 20 de Maio de 2010 13:17 )
O Secretário dos Recursos Hídricos do Estado, Cesar Augusto Pinheiro, foi agraciado com a comenda “Guardião do EPMont”, distinção honorífica do Esquadrão de Polícia Montada Coronel Moura Brasil, “em reconhecimento ao zelo e a dedicação dispensados por Vossa Excelência em todos os assuntos de interesse desta Subunidade Hipomóvel da Polícia Militar do Ceará”, segundo afirmou o Comandante do Esquadrão de Polícia Montada, Major QOPM José Durval Beserra Filho.

A solenidade de outorga da comenda foi realizada às 9 horas de hoje, dia 20, em solenidade de comemoração dos 25 anos de existência do Esquadrão de Polícia Montada Coronel Moura Brasil-EPMont “pautados sempre na dedicação aos preceitos emanados de nossa Instituição referentes ao pleno zelo pelos direitos à pessoa humana e ao Estado Democrático de Direito”, conforme ressaltou o comunicado da solenidade, oportunidade em que reafirmou que, “no decorrer da história, os Oficiais e Praças do EPMont procuraram sempre nortear suas ações voltadas para valorização da pessoa humana, de acordo com os preceitos constitucionais de respeito incondicional aos Direitos Humanos”.

Referida cerimônia é parte das comemorações aos 175 anos da Polícia Militar do Ceará, que transcorrem este ano, e foi realizada em presença de autoridades civis e militares e convidados, tendo como local o Quartel do EPMont, situado na avenida Washington Soares, 7250 – bairro do Cambeba.

Outras autoridades administrativas, políticos e militares foram distinguidos com igual comenda, destacando-se a outorga da distinção à Primeira Dama do Estado, Maria Célia Habbib Moura Ferreira Gomes, esposa do Governador Cid Gomes.

Assessoria de Imprensa da SRH

Fort. 20/05/2010

Prêmio ANA

Caixa se torna patrocinadora exclusiva do Prêmio ANA
1/6/2010
Na fase final das inscrições ao Prêmio ANA – que se encerram em 30 de junho – a Caixa Econômica Federal firmou patrocínio exclusivo para a premiação, que é realizada a cada dois anos. Além do apoio financeiro, a instituição disponibilizará o teatro da Caixa Cultural de Brasília para a cerimônia de entrega do Prêmio, que está marcada para 1º de dezembro.

Desde as duas primeiras edições da premiação, em 2006 e 2008, a Agência e a Caixa estão juntas, já que a solenidade de entrega da premiação ocorreu no teatro da Caixa Cultural de Brasília em ambas as ocasiões. Além disso, a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas) apoia o evento.

Segundo o presidente da Comissão Organizadora do Prêmio, Bruno Pagnoccheschi, a parceria com a Caixa tem uma importância estratégica para a Agência Nacional de Águas e é um avanço para a premiação. “A cada nova edição do Prêmio ANA, buscamos fortalecer parcerias com instituições que compartilhem o objetivo de promover o uso racional da água e de apoiar projetos que nos ajudem a promover este princípio, como é o caso da Caixa”, destaca Pagnoccheschi.

Inscrições

Até 30 de junho, os interessados em participar do Prêmio ANA 2010 poderão se inscrever gratuitamente para qualquer uma das sete categorias em disputa: Governo, Empresas, ONG, Pesquisa e Inovação Tecnológica, Ensino, Organismos de Bacia, Imprensa. Com o tema “Água: o Desafio do Desenvolvimento Sustentável”, a premiação tem como objetivo reconhecer o mérito de iniciativas das sete categorias, promovendo o combate à poluição e ao desperdício e apontando caminhos para assegurar água de boa qualidade e em quantidade suficiente para o desenvolvimento e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

Mais informações

Para mais informações acesse o hotsite www.ana.gov.br/premio, envie e-mail para premioana@ana.gov.br ou ligue para (61) 2109-5412.
Ascom/ANA

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