quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Canal crítico a Chávez é tirado do ar

VENEZUELA
Canal crítico a Chávez é tirado do ar

Por Leticia Nunes (edição), com Larriza Thurler em 26/1/2010


A emissora venezuelana Radio Caracas Television (RCTV) ficou famosa internacionalmente em 2007, quando o presidente da Venezuela Hugo Chávez se negou a renovar sua licença de funcionamento. Na ocasião, o canal era acusado de ter participado de um golpe, cinco anos antes, para tentar tirar Chávez do poder. Depois de deixar a TV aberta, a RCTV passou a ser transmitida por cabo e satélite – até o último domingo [24/1], quando foi tirada novamente do ar. Desta vez, por se negar a cumprir nova regra governamental que a obrigaria a transmitir os discursos do presidente.

Os serviços de cabo e satélite interromperam a programação da RCTV depois que ela não exibiu um discurso de Chávez no sábado durante uma manifestação de partidários em apoio ao líder. Em nota, a emissora afirmou que a agência estatal de telecomunicações "não tem qualquer autoridade para dar esta ordem aos provedores de TV a cabo". "O governo os está pressionando de maneira inapropriada a tomar decisões acima de suas responsabilidades." Diosdado Cabello, diretor da agência de telecomunicações, afirmou no sábado que todos os canais nacionais por assinatura do país devem obedecer à lei e que não pode haver exceções.

Interrupção do sinal

Pelas novas regras impostas pelo governo, dezenas de canais locais transmitidos por cabo devem exibir discursos de Chávez e outros eventos oficiais quando as autoridades considerarem necessário. A mesma norma já era aplicada aos canais da TV aberta. O presidente é conhecido pelos longos discursos, que podem durar até sete horas.

Roger Santodomingo, secretário-geral da associação nacional de jornalistas, classificou o novo fechamento da RCTV como uma violação dos direitos humanos, da liberdade de expressão e da democracia. Uma agência de notícias estatal informou que a interrupção do sinal incluiu quatro canais, que poderão voltar a funcionar se decidirem respeitar a lei. Com informações da Associated Press [24/1/10].

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