Brasil quer fortalecer comércio com os países árabes
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil reunirá os chefes dos setores de Promoção Comercial das embaixadas no Oriente Médio na próxima semana, em Doha, no Catar, para discutir e traçar estratégias de fortalecimento do comércio brasileiro com a região. A iniciativa faz parte de uma série de ações de reforço da área comercial do Itamaraty anunciadas no começo do mês pelo chanceler Antonio Patriota.
De acordo com o diretor do Departamento de Promoção Comercial do ministério, Rubens Gama, o principal foco das conversas deverá ser estratégia para exportações, mas também serão discutidas ações para investimentos brasileiros na região e árabes no Brasil. O encontro ocorre nos dias 01 e 02 de novembro e reunirá representantes de 12 embaixadas, entre elas dos Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Líbano, Egito, Síria, Catar, Kuwait, Arábia Saudita e Omã.
Gama afirma que o plano de reforço de atuação comercial do Itamaraty estará mais focado em mercados emergentes. “Dentro destes países, os árabes tiveram grande crescimento de comércio e passam a ter prioridade para nós”, diz o diretor. Ele lembra que até 2005, 50% do comércio exterior brasileiro ocorria com os países desenvolvidos. Atualmente, de acordo com o diplomata, 60% da comercialização acontece com os mercados emergentes.
O diretor lembra que produtos brasileiros da agroindústria, como sucos e frangos, são bastante competitivos no mundo árabe. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil faturou com exportações para os países da Liga Árabe US$ 11 bilhões até setembro deste ano, principalmente com carnes, minérios e açúcar. Em 2005, foram apenas US$ 5 bilhões.
A iniciativa do Itamaraty de reforçar a área comercial – que é parte da “Estratégia Nacional das Exportações 2011-2014” do Governo Federal – incluirá várias ações, desde participação maior em feiras no exterior, aumento no número de diplomatas que trabalham na Coordenação Geral de Contenciosos (CGC), que atua em questões de comercio internacional, mais formação comercial no Instituto Rio Branco, além de treinamento para os que já atuam nas embaixadas.
Segundo Gama, nesta última área, o Itamaraty usará videoconferências com o intuito de levar treinamento de Brasília até as embaixadas. Já foram feitas experiências nos EUA e China e está prevista uma para a Colômbia. Essa ferramenta deve ser usada também para trabalhar com os países árabes. Ela é feito em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Eventos institucionais para mostrar o Brasil lá fora, como seminários feitos recentemente na Turquia, devem ser realizados também no mundo árabe.
Fonte: ANBA
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