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Blog da Associação dos Servidores da SOHIDRA - ASSO, destinado à troca de informações com nossos colegas, colaboradores e população em geral.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
OCEANUS
Do Blog- QUERO FICAR RICO.
O que é um fundo de emergência?
Um fundo (ou reserva) de emergência nada mais é que uma reserva financeira que você constrói para se proteger de imprevistos ou de meses onde a entrada de recursos foi abaixo do esperado.
Esses imprevistos podem ser desde problemas no carro, despesas médicas inesperadas ou gastos em começo de ano até um mês de desempenho abaixo do esperado nos negócios, principalmente para pessoas que vivem de comissões ou com a maior parte da renda sendo variável.
Quem deve construir um fundo de emergência?
Todos! Algumas pessoas estão expostas a riscos maiores, como funcionários sem estabilidade no trabalho, ou com a maior parte da renda originada de uma parcela variável, tais como comissões ou produtividade. Outros, mesmo tendo um salário fixo e estabilidade no emprego, como servidores públicos, também precisam dessa reserva.
A grande diferença é que alguns precisam mais do que os outros. Um trabalhador que vive de comissões, por exemplo, precisa ter um fundo mais consistente, que represente algo em torno de 6 vezes seus custos fixos. Se os custos fixos mensais desse trabalhador seja de R$ 2.000, ele precisa poupar aproximadamente R$ 12.000.
O principal objetivo é ter tranquilidade financeira para trabalhar. Quem se enquadra nessa condição sabe o quanto é estressante não ter certeza se a renda ao final do mês será suficiente para pagar as contas. E tendo essa reserva, a pessoa se livra dessa terrível preocupação e ainda pode investir algum dinheiro, sempre que passar por meses mais rentáveis.
Onde o dinheiro deve ser aplicado?
O fundo de emergência deve ser mantido de forma muito líquida e conservadora. A intenção dele não é obter o máximo de rendimento, mas estar guardado num local seguro, que não ofereça riscos de perdas e que possa ser sacado assim que a necessidade aparecer.
Para tanto, o mais indicado é que esteja investido num fundo DI ou até mesmo na caderneta de poupança. Como falei antes, o foco não é rentabilidade, mas segurança e liquidez.
Como essa reserva deve ser utilizada?
O montante poupado para emergências, como o próprio nome já diz, só deve ser utilizado para situações excepcionais. Assim que o objetivo de poupar 6 vezes a necessidade mensal for alcançado, esse fundo não deve ser mexido enquanto não houver emergência. Deve ser “esquecido”.
Alguns ficam tentados a utilizá-lo para trocar de carro ou fazer uma viagem, mas não podemos nunca esquecer do objetivo desse fundo. Nada impede que, após poupar o valor total, passemos a investir com outros objetivos. É importante ter em mente que esse dinheiro significa tranquilidade financeira. E quem já passou por problemas financeiros decorrentes da falta de um fundo como esse, sabe o quanto é essa tranquilidade é valiosa!
Você já fez sua reserva para emergência?
Compartilhe conosco sua opinião sobre o assunto, explique como sua reserva foi feita, onde está investida, ou até se você discorda de algum ponto desse artigo. Enfim, deixe seu comentário!
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QUERO FICAR RICO
DO Blog 'QUERO FICAR RICO'
O sonho de qualquer pessoa é ter uma vida financeira equilibrada, com as contas em dia e ainda sobrando algum dinheiro para investir. O problema é que, enquanto 99,9% das pessoas querem estar nessa situação, apenas uma pequena fração delas realmente fazem por onde alcançar essa tranquilidade financeira.
A boa notícia é que organizar sua vida financeira não é nenhum bicho de sete cabeças. Existem algumas dicas bem simples que, se seguidas à risca, certamente te guiarão para o sucesso.
O objetivo desse artigo é compartilhar 10 dicas sobre como organizar sua vida financeira e mostrar que qualquer pessoa pode fazer isso, independente de quanto recebe por mês.
1. Defina objetivos financeiros
De nada adianta ter o conhecimento sobre o que e como fazer se você não souber onde quer chegar. A definição de objetivos financeiros permite transformar sonhos em valores monetários, onde é possível saber quanto falta para alcançar cada objetivo.
Para saber mais sobre essa dica, recomendo a leitura do artigo “Defina objetivos financeiros“.
2. Elabore seu orçamento
A elaboração do orçamento geralmente é feita em três passos: (1) Identifique como você está gastando seu dinheiro atualmente; (2) Avalie seus gastos atuais e defina metas de despesas que levem em conta seus objetivos financeiros de longo prazo; e (3) Acompanhe de perto suas futuras despesas para assegurar que estejam dentro do planejado.
Para saber mais, leia o artigo “Elabore seu orçamento“.
3. Controle suas dívidas
Manter as dívidas sob controle é essencial para o sucesso do seu planejamento.
É importante ter consciência que existem dívidas boas (financiamento da casa própria, por exemplo) e dívidas ruins (dívidas com cartão de crédito ou cheque especial), sendo necessário se livrar das ruins o quanto antes.
Além disso, comece pelo pagamento das dívidas com taxas de juros mais altas.
Para mais detalhes, leia o artigo “Controle suas dívidas“.
4. Faça uma reserva para emergências
Como não sabemos o que estar por vir no dia de amanhã, é necessário estar preparado para qualquer imprevisto que possa acontecer.
O objetivo de montar um fundo para emergência é justamente se preparar para emergências financeiras, como um problema de saúde, consertos no automóvel e na residência ou até mesmo com a perda do emprego.
É importante ter tranquilidade financeira em momentos como esses e um fundo de emergência garante isso.
Para saber mais, sugiro a leitura do artigo “A importância de um fundo de emergência“.
5. Invista em educação financeira
É triste observar que existem tantas pessoas dispostas a entregar boa parte do seu patrimônio “de olhos fechados” para o gerente do banco administrá-lo, muitas vezes aplicando em títulos de capitalização ou previdências privadas com altas taxas de administração, mas não investem 50 reais para a compra de um bom livro ou 200 reais para fazer um curso de educação financeira.
Pior: ainda acham que o valor pago pelo livro e/ou pelo curso é um gasto, e não um investimento.
Posso garantir que o investimento na sua educação é – sem dúvida alguma – o mais rentável que existe. Antes de aprender a investir seu dinheiro, é fundamental ter uma base sólida e educação financeira para saber lidar com o dinheiro.
Em relação a livros, recomendo inicialmente “Pai Rico, Pai Pobre” e “Os Segredos da Mente Milionária“.
6. Tenha disciplina
Essa é, na minha opinião, a dica mais valiosa que existe. Todas as demais são essenciais, mas sem disciplina é impossível seguir um planejamento e alcançar o sucesso.
Muitas vezes, por falta de disciplina, sabotamos nosso próprio plano, deixando de investir o montante programado ou gastando mais do que havíamos calculado. Isso pode causar danos irreversíveis no longo prazo.
Para saber mais sobre essa importantíssima dica, recomendo a leitura do artigo “Qual o investimento mais rentável?“.
7. Seja equilibrado
O principal objetivo em organizar a vida financeira é viver bem tanto no presente quanto se preparar para estar bem também no futuro.
Ao investir nosso dinheiro, devemos dividir o montante entre objetivos de curto prazo (viajar ou trocar de carro), mas também os objetivos mais distantes (aposentadoria).
Para saber mais, recomendo o artigo “Viver ou juntar dinheiro? Escolho os dois!“.
8. Invista em renda fixa
Já se foi o tempo em que o dinheiro que sobrava era aplicado na poupança. Atualmente o poupança tem apresentado resultados ridículos e existem alternativas tão seguras quanto a caderneta de poupança, porém muito mais rentáveis.
Quem acompanha o Quero Ficar Rico já sabe que estou falando de títulos públicos.
Existe uma infinidade de artigos no Quero Ficar Rico que tratam desse tema e minha sugestão de leitura é “Alcance seus objetivos investindo em títulos públicos“.
9. Invista em renda variável
Mesmo o mais conservador dos investidores deveria ter uma pequena parte do seu patrimônio investido em ações, sobretudo se o tempo está a seu favor.
Quanto mais jovens somos, mais tempo temos para investir nosso dinheiro e o retorno do mercado de ações costuma ser bem superior que a rentabilidade da renda fixa, desde que haja uma boa estratégia de investimento.
Para esse tema, recomendo o artigo “Como investir na bolsa em 6 passos“.
10. Revise sua carteira e não pare de aprender!
Para obter sucesso nos investimentos, é fundamental ter uma estratégia para balancear a carteira de investimentos periodicamente e também estar sempre buscando novas informações.
Para a estratégia de balanceamento da carteira, recomendo o artigo “Qual a melhor estratégia para investir?“.
Já para estar por dentro das novidades sobre educação financeira e investimentos, sugiro que conheça o eBook Como Investir Dinheiro, best-seller no segmento de produtos digitais, e continue acompanhando o Quero Ficar Rico!
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QUERO FICAR RICO
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Brasil e China discutem parceria na área de geologia
Brasil e China discutem parceria na área de geologia
O encontro reuniu representantes dos dois países |
O diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Roberto Ventura, participou, na semana passada (3/1), na sede da CPRM, em Brasília, de reunião com representantes do Centro de Pesquisa de Nanjimg, vinculado ao Serviço Geológico Chinês (CGS) para discutir acordo de cooperação na área de geologia e formação profissional. O acordo prevê o intercâmbio de geólogos dos dois países e o desenvolvimento de estudos geológicos e metalogenético nas formações ferríferas que ocorrem no Craton São Francisco, no Brasil, para estabelecer correlações com áreas na Província Jiang Xi, na China.
A visita da delegação chinesa ao Brasil foi definida em novembro do ano passado durante a Conferência de Mineração da China, realizada na cidade de Tianjin. O evento contou com participação do diretor-presidente, Manoel Barretto, que juntamente com Roberto Ventura, se reuniu com representantes do CGS para acertar os termos do acordo de cooperação entre os dois países. Segundo estabelecido no encontro, ficou previsto a ida de técnicos da CPRM para a China e a vinda de técnicos chineses para o Brasil, para treinamento em mapeamento geológico, geoquímica e visita a minas. Os brasileiros também serão treinados na utilização de datações geocronológicas utilizando o método Shrimp.
Ventura explica que a CPRM irá enviar à china um grupo de pesquisadores formado por homens e mulheres que integram equipe especializada em mapeamento geológico da empresa. A previsão é de que o treinamento aconteça em maio deste ano. O encontro contou com a presença da chefe da Assessoria de Assunto Internacionais, Maria Glicia, e da coordenadora executiva da DGM, Cláudia Resende.
O encontro foi realizado na sede da CPRM, em Brasília |
Chefe da delegação chinesa recebe publicação da CPRM |
Alterado em: 10/01/2013
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CPRM-Serviço Geológico do Brasil
sábado, 12 de janeiro de 2013
Cogerh - Ceará acumula 8,5 bilhões de metros cúbicos de água
Publicado ( Qui, 10 de Janeiro de 2013 07:53 ) |
Mesmo com a grave estiagem enfrentada pelo Ceará nos últimos meses, considerada pelos meteorologistas com uma das piores dos últimos 40 anos, o Estado acumula cerca de 8,5 bilhões de metros cúbicos de água, volume considerado aceitável e que está dividido entre os 139 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Das 12 Bacias Hidrográficas monitoradas pela Companhia, onde estão localizados os principais reservatórios cearenses, três apresentam volume acima de 50%: Alto Jaguaribe (64,74%), Médio Jaguaribe (54,66%) e Serra da Ibiapaba (66%). Entre os açudes das bacias citadas que apresentam o maior volume armazenado estão o Orós (71%), localizado no município de Orós, Valério (72%), localizado no município de Altaneira, Trussu (76%), localizado no município de Iguatu, e Castanhão (55%), localizado no município de Alto Santo.
Outras nove bacias apresentam volume inferior a 50%, dentre as quais está a Bacia dos Sertões de Crateús, que apresenta um volume de 17%, o menor índice entre todas as bacias. Nove açudes compõem a Bacia dos Sertões de Crateús e todos apresentam volume inferior a 30%. Entre os reservatórios da bacia que apresentam o menor índice estão os açudes Sucesso (8%), localizado no município de Tamboril, Realejo (10%), localizado no município de Crateús, e Colina (9%), localizado no município de Quiterianópolis.
Apesar da estiagem que afeta o estado e da diferença apresentada entre os volumes armazenados nas bacias hidrográficas, o Governo do Estado do Ceará, por intermédio da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Cogerh e da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), garante a segurança hídrica para consumo humano, industrial e de outros usos.
09.01.2013
Assessoria de Comunicação e Marketing da Cogerh
Leonardo Meireles E. de Souza
Fone: + 55 85 3218.7024 / 3218.7025
ascom@cogerh.com.br
Twitter: @Cogerh_ce
Facebook:https://www.facebook.com/cogerh
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
A POLÍTICA SEGUNDO TIM MAIA
Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
Sempre que perguntada, a maioria da população brasileira tem se manifestado contra a liberação do aborto, da maconha e do casamento gay, e a favor da pena de morte e da maioridade penal aos 16 anos. Sem dúvida são posições conservadoras, ou "de direita", como diz o Zé Dirceu, e, no entanto, são esses que elegem os governos e as maiorias parlamentares ditas "de esquerda" hoje no Brasil. Como harmonizar o conservadorismo na vida real com o progressismo na política ?
Talvez Tim Maia tivesse razão quando dizia que, "no Brasil, não só as putas gozam, os cafetões são ciumentos e os traficantes são viciados, os pobres são de direita". Uma ingratidão com a esquerda que lhes dá o melhor de si e luta pelo seu bem estar. Mas tanto a maioria dos velhos pobres como dos novos, da antiga classe média careta e da nova mais careta ainda, e, claro, as elites, acreditam em Deus, na família e nos valores tradicionais, e rejeitam ideias progressistas. Discutir, apenas discutir as suas crenças, é considerado suicídio eleitoral.
Quando Abraham Lincoln, em 1862, promulgou a Homestead Law, a lei da reforma agrária nos Estados Unidos, assegurando a cada cidadão o direito de requerer uma propriedade de até 4 mil metros quadrados de terra do Estado, pagando 1 dólar e 25 centavos, criou milhões de pequenos proprietários rurais - que deram origem às grandes maiorias conservadoras de hoje, que ganharam sua bolsa-terra e não querem mudar mais nada. Uma ação politicamente progressista gerou milhões de novos reacionários.
Um século e meio depois, no Brasil, a nossa "nova classe média", que tem casa, carro, crédito, viaja de avião, e é eleitoralmente decisiva, parece ser ainda mais conservadora do que a "velha". A ascensão social exige segurança e instituições sólidas, quer conservar o que conquistou e reage a mudanças que ameacem suas conquistas. Como Tim Maia, querem sossego.
Então por que não param de falar em esquerda e direita como se fosse de futebol e tentam entender o que está acontecendo ? Como disse o ex-comunista Ferreira Gullar, "no meu tempo ser de esquerda dava cadeia, hoje dá emprego".
Talvez Tim Maia tivesse razão quando dizia que, "no Brasil, não só as putas gozam, os cafetões são ciumentos e os traficantes são viciados, os pobres são de direita". Uma ingratidão com a esquerda que lhes dá o melhor de si e luta pelo seu bem estar. Mas tanto a maioria dos velhos pobres como dos novos, da antiga classe média careta e da nova mais careta ainda, e, claro, as elites, acreditam em Deus, na família e nos valores tradicionais, e rejeitam ideias progressistas. Discutir, apenas discutir as suas crenças, é considerado suicídio eleitoral.
Quando Abraham Lincoln, em 1862, promulgou a Homestead Law, a lei da reforma agrária nos Estados Unidos, assegurando a cada cidadão o direito de requerer uma propriedade de até 4 mil metros quadrados de terra do Estado, pagando 1 dólar e 25 centavos, criou milhões de pequenos proprietários rurais - que deram origem às grandes maiorias conservadoras de hoje, que ganharam sua bolsa-terra e não querem mudar mais nada. Uma ação politicamente progressista gerou milhões de novos reacionários.
Um século e meio depois, no Brasil, a nossa "nova classe média", que tem casa, carro, crédito, viaja de avião, e é eleitoralmente decisiva, parece ser ainda mais conservadora do que a "velha". A ascensão social exige segurança e instituições sólidas, quer conservar o que conquistou e reage a mudanças que ameacem suas conquistas. Como Tim Maia, querem sossego.
Então por que não param de falar em esquerda e direita como se fosse de futebol e tentam entender o que está acontecendo ? Como disse o ex-comunista Ferreira Gullar, "no meu tempo ser de esquerda dava cadeia, hoje dá emprego".
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
O jornalismo indesejável para a ciência/Por Júlio Ottoboni em 08/01/2013 na edição 728
Há momentos em que boa parte dos cientistas deveria descer do Olimpo e reconhecer o valor que a imprensa leiga tem para quebrar paradigmas construídos no meio acadêmico. Embora esteja ela longe da perfeição em suas abordagens, particularmente quando o assunto envolve ciência, é também imensurável sua agilidade em apresentar novos fatos e derrubar antigas certezas. O fenômeno dos tornados em território nacional se tornou um clássico digno de estudos como o preconceito gerado no meio acadêmico é facilmente camuflado sob a égide do zelo científico – e altamente pernicioso para a sociedade.
Logo no primeiro dia de 2013, o site Ambiente Brasil replicou a reportagem que havia sido veiculada no portal UOL – embora já divulgado pela Unicamp em setembro passado e com certa repercussão na imprensa –, a qual apresentou com destaque um assunto que meteorologistas e climatologistas ridicularizaram até pouco tempo atrás: “o Brasil é o segundo país no mundo em incidência de tornados”. Essa afirmação há menos de 15 anos era motivo para qualquer meteorologista brasileiro encerrar uma entrevista.
A veemência em negar esse fenômeno era tanta por parte dos pesquisadores que o assunto se tornou praticamente proibido nas redações dos grandes veículos de comunicação. Era melhor usar um sinônimo – como ventania, vendaval e até o popular “pé de vento”. Tornado, nunca. Pois a ciência nacional rejeitava sua existência e ponto final. Mesmo que esses turbilhões deixassem profundas marcas em cidades, plantações e até mesmo em torres de alta tensão que comprovassem sua espalhafatosa presença.
Obra do deus Adad
A quebra definitiva deste paradigma – termo sofisticado para enrustir as atitudes permeadas de prejulgamento – veio agora de uma fonte inconteste, o Instituto de Geociências da Unicamp. Mas basta um interessado buscar informações no passado recente da meteorologia tupiniquim para entender que há algo difícil de explicar. Pois em menos de duas décadas o fenômeno que sequer ocorria no país surgiu e avançou sobre os limites pátrios alcançando o segundo posto em ocorrências no planeta.
O primeiro estudo apresentado sobre tornados no Brasil ocorreu no evento científico decorrente da Rio 92 – e com pouquíssima cobertura da imprensa –, a Rio-94. O geólogo autônomo Robert Cartner Dyer, de Petrópolis (RJ), pesquisava sistematicamente os tornados desde 1979. Seu vastíssimo material, com observações de campo criteriosas, era amparado por diversas fotos aéreas e comparações com pesquisas feitas nos Estados Unidos. Mas o trabalho de Dyer foi insuficiente para sensibilizar os estudiosos do tempo ou sequer chamar atenção para as comprovações exibidas. A conclusão dos herdeiros do deus do clima e da tempestade Adad, que atormentou as antigas culturas do Oriente Médio, foi a pior possível. Qual era a validade do trabalho de um geólogo a se intrometer numa área de pesquisa tão complexa?
Os pesquisadores do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eram categóricos ao afirmar que esse fenômeno inexistia em território nacional. Foi quando por obra do deus Adad ou da própria natureza caótica foram visitados por um tornado, em 1996. O funil atravessou as instalações do Inpe, em São José dos Campos (SP), retorcendo árvores e transformando uma antena de aço em algo próximo a um parafuso. Pouco tempo depois, surgiu na USP a primeira tese de doutorado sobre a existência de tornados no Brasil e, como foi desenvolvida por um meteorologista, prontamente aceita. Agora, sim, o país passou a ter oficialmente tornados!
Sistema de alerta
O ano de 2004 foi excepcionalmente violento em termos de tornados na grande Curitiba e em municípios do interior do Paraná, inclusive atingindo áreas povoadas e com estragos materiais significativos. O jornalGazeta do Povo registrou as ocorrências em diversas reportagens, entretanto o assunto perdeu a competição midiática para o furacão Catarina, ocorrido em Santa Catarina. Em 2006, um tornado arrebentou hangares e aviões da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em São José dos Campos, e mesmo localizada ao lado do Inpe não foi suficiente para que seus cientistas se deslocassem até o local.
Agora foi a vez de um geógrafo, Daniel Henrique Candido, enterrar de vez o mito, se é que alguém ainda duvidava dele, e mostrar cientificamente que há muito mais do que se esperava ou se registrava sobre o fenômeno em território nacional. Contudo, trata-se de um geógrafo e não um ungido pela divindade Adad, o que é um empecilho em credibilidade no sectário meio científico. Embora haja atualmente um fortíssimo apoio informal de milhares de pessoas que utilizaram as câmeras digitais de seus telefones celulares para promover uma enxurrada de imagens de cones tocando o solo. E informações diversas, como as exibidas na página Tornados no Brasil, no Facebook. Além de ter proporcionado à imprensa leiga um período único em noticiar a presença deste fenômeno de norte a sul do país.
Pelo visto, a imprensa, as redes sociais e a sociedade têm auxiliado em muito na divulgação das ocorrências e sobre a frequência desses eventos. Mas sempre ficará a questão: o que será preciso acontecer para que exista um sistema de alerta de tornados e um aprofundamento nos estudos em território nacional? Com a palavra, os meteorologistas.
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[Júlio Ottoboni é jornalista pós-graduado em jornalismo científico]
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/OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
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