Acordo deve tirar sacolinhas de circulação
9 de maio de 2011 | 23h20 | Tweet este Post
Categoria: Administração, Comportamento, Geral, Meio ambiente
Andrea Vialli
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou ontem um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para retirar de circulação até 2012 as sacolas plásticas descartáveis derivadas do petróleo.
Pelo acordo, voluntário, os supermercados deixam de fornecer as sacolas gratuitamente para os consumidores e passam a oferecer outras alternativas para o transporte das compras.
O objetivo da medida é tirar de circulação cerca de 2,5 bilhões de sacolinhas distribuídas mensalmente em todo o Estado de São Paulo. Muitas são descartadas de maneira incorreta e acabam entupindo bueiros e dificultando a drenagem urbana, agravando o problema de enchentes. Também são danosas à vida marinha, pois podem ser engolidas por animais ou asfixiá-los.
“Não é obrigatório. Queremos estimular uma cultura de sustentabilidade nos supermercados”, disse Alckmin, após assinar o protocolo, na abertura do 27º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, no Expo Center Norte, na capital. Os donos de supermercados terão seis meses para fazer campanhas de estímulo à mudança de hábito do consumidor.
Na prática, os lojistas deverão incentivar alternativas como o uso de sacolas retornáveis, carrinhos de feira e caixas de papelão para o transporte das compras. Se optar pela sacola descartável, o consumidor terá de pagar pela versão biodegradável, feita de amido de milho, que estará disponível nos supermercados por cerca de R$ 0,20.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas, a medida propõe uma mudança de atitude. “Esperamos uma grande adesão. Em Jundiaí, que já tomou essa iniciativa, no primeiro mês houve a adesão de 75% dos consumidores. A própria população cobrou dos supermercados que ficaram de fora e, hoje, 95% das pessoas aderiram”, disse.
Em oito meses, segundo Covas, 480 toneladas de plástico deixaram de ir para os aterros.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, participou da cerimônia e disse que o projeto vai ao encontro dos anseios dos brasileiros. “É muito importante que a gente possa avançar em políticas públicas que protejam o meio ambiente”, defendeu.
O prefeito disse ainda acreditar em um entendimento para que, numa segunda etapa, as sacolinhas biodegradáveis não sejam cobradas, mas oferecidas gratuitamente aos consumidores.
Reação
A restrição do uso das sacolas desagradou aos trabalhadores da indústria química e dos plásticos. Representantes do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo receberam o governador Geraldo Alckmin, na abertura do congresso, com faixas e cartazes em que criticavam a medida, acusando o governador de reduzir empregos e aumentar o lucro dos supermercados.
O coordenador político do sindicato, Osvaldo Bezerra, alega que o projeto pode representar a o fechamento de 20 mil vagas diretas e 100 mil indiretas.
Dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente indicam que são produzidas no País 210 mil toneladas anuais de plástico filme (matéria-prima da sacolinha). Nos aterros sanitários, elas levam 100 anos para se decompor e se misturar ao solo. Já a sacola biodegradável, segundo a secretaria, se desfaz em até 180 dias em usina de compostagem e em dois anos em aterro.
Proibição
A Câmara dos Vereadores pode aprovar nesta terça-feira, em segunda votação, a proibição do uso de sacolas plásticas nos mercados e shopping centers da capital. Se o texto passar, seguirá para a sanção do prefeito Kassab.
A proposta em tramitação na Câmara estipula prazos para os estabelecimentos, de acordo com seu tamanho, substituírem as embalagens plásticas por aquelas feitas de material biodegradável ou reutilizável.
Colaboraram Gustavo Uribe e Tiago Dantas
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