terça-feira, 30 de junho de 2009

CE pode economizar R$ 188 mi com os ventos

CE pode economizar R$ 188 mi com os ventosCom a regularidade dos ventos e investimentos privados, Estado economizaria com linhas de transmissão
A regularidade dos ventos do litoral cearense pode ajudar o Estado a economizar R$ 188 milhões em linhas de transmissão, caso as empresas privadas interessadas no programa de energias alternativas do governo federal entrem em ação. Além da instalação do parque eólico do Pecém, do governo estadual, o que pode gerar US$ 800 milhões no Ceará. É o que chama a atenção Sandra Florentino, Engenheira Civil da empresa alemã Fuhrlander AG, especialista em fabricação de aerogeradores.
“A velocidades do vento nessa região é muito alta, tendo a possibilidade de ter usinas com fatores de capacidade até 50%. Na Europa, um parque com 30% já é considerado viável, principalmente pela escassez de terras por lá. Isso indica que outros estados brasileiros também têm potencial de se produzir energia eólica e deverão, em um futuro próximo, serem explorados”, destaca.
De acordo com Florentino, o Brasil, além de possuir naturalmente um dos maiores potenciais eólicos do Mundo, representa uma imensa oportunidade de investimento, quer de caráter empresarial, quer no aspecto social, pois contrariamente a outros países, apresenta notáveis desenvolvimentos em relação a programas de incentivo de geração de energia através de fontes renováveis.
De fato, em termos de energia eólica, o Ceará caminha bem. Atualmente, o Estado, com nove parques eólicos em operação, produzindo 121,83 MW de energia, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), fica atrás somente do Rio Grande do Sul, que apesar de possuir apenas três parques em atividade, gera 150 MW. Com mais oito usinas em construção, previstas para estarem concluídas até o fim de 2009, o Ceará totalizará 518,33 MW de potência em geração eólica e se tornará o principal estado produtor desse tipo de a energia no País.
Além da aplicação de capital nacional, diversos investimentos externos também contribuem para a concretização deste cenário no Estado. No inicio deste ano, foi inaugurada a Usina de Energia Eólica Foz do Rio Choró, no município de Beberibe, que começou a operar com potência instalada de 25,2 (MW). O Ceará foi o primeiro estado nordestino a receber investi mentos da Econergy, empresa de energia renovável, norte-americana com operações nas Américas Central e do Sul. A usina em Beberibe é a primeira de duas que a organização destinou ao Brasil.
Debate
Frente a todo esse cenário favorável às energias limpas, Fortaleza será palco a partir de hoje, indo até quarta-feira, da 4ª edição do Power Future – Exposição Internacional e Seminários das Energias Alternativas e Renováveis. O evento reunirá investidores, empreendedores, fabricantes de turbinas eólicas, empresas de serviços, fornecedores de equipamentos, empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia, instituições governamentais, agências ambientais, representantes de ONGs bem como profissionais e estudantes ligados com o setor.
Estimulado pelo preço elevado dos combustíveis fósseis e as preocupações com as emissões de dióxido de carbono, que aumentam o aquecimento global, aproveitar o movimento das ondas do mar, para obter energia; captar os raios solares e por meio de painéis transformá-los em energia; e converter a força dos ventos em energia cinética, são uma realidade em todo o mundo e, segundo o Programa de Meio Ambiente da ONU (Unep, na sigla em inglês), o investimento mundial em energia renovável aumentou 60%, chegando a 148 bilhões de dólares em 2007.
Para os participantes, o Power Future 2009 é ideal para conhecer esse mercado. “Hoje temos um novo cenário, com um maior número de grandes empreendedores envolvidos, auto-produtores, geradores e distribuidores de energia elétrica, o que torna este evento igualmente importante”, ressalta Sandra Florentino da Fuhrlander AG.
A geração de energia eólica no País teve um grande impulso com o programa do governo federal de incentivo ao setor, o Proinfa, que possibilitou a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras, principalmente aquelas localizadas no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil.
Fonte: Diário do Nordeste - 29/06/09

Nenhum comentário: