Ceará é destaque na logística de exportação de frutas
Os terminais marítimos do Estado escoaram 62,6% dos US$ 724,2 milhões exportados pelo País
Os dois portos cearenses — Pecém e Mucuripe — são responsáveis por mais da metade de toda a produção de frutas brasileiras vendida nas prateleiras dos supermercados internacionais.
De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano passado, os terminais marítimos do Estado escoaram 377 mil toneladas (t) de frutas frescas, o equivalente a aproximadamente US$ 453,6 milhões.
Vale ressaltar que, em 2008, o País mandou ao mercado externo US$ 724,2 milhões em frutas frescas. Ou seja, os portos locais escoaram 62,6% desse volume. “O Pecém ocupa isolado a primeira colocação no ranking dos portos brasileiros em volume de embarque de frutas frescas”, destaca Euvaldo Bringel, presidente do Instituto Frutal e, atualmente, um dos maiores produtores de graviola do País.
No ano passado, passaram pelo porto de São Gonçalo do Amarante, rumo ao exterior, 327 mil toneladas de frutas, o equivalente a US$ 370 milhões. Já o terminal de Fortaleza, no Mucuripe, ficou na sexta posição, com 50 mil toneladas embarcadas, representando divisas de US$ 83,6 milhões. Deixou para trás o Porto de Suape, em Pernambuco, com 34 mil toneladas (US$ 57,8 milhões).
Atualmente, os portos cearenses recebem para embarque a produção não só dos pólos de fruticultura do Estado, como a do Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia), Assu/Mossoró (Rio Grande do Norte), da Paraíba, Piauí, entre outros. Essa procura pelos terminais se dá não somente pela localização privilegiada — mais próximos da Europa e dos Estados Unidos — mas pelos preços competitivos e pela logística.
O Terminal Portuário do Pecém vai contar, até o fim do mês, com mais 264 tomadas para plugagem de contêineres refrigerados. Assim, totaliza 888 tomadas.
A ampliação da quantidade de tomadas para posssibilitar a refrigeração das frutas deve elevar o número de produtores, que escoam seus produtos pelo porto do Pecém.
Liderança
O Ceará, surpreendentemente , continua na primeira posição na exportação de frutas frescas do Brasil, com US$ 28,521 milhões comercializados de janeiro a maio último. O montante corresponde a 50.156 toneladas de frutas frescas. “O Estado vem se mantendo na liderança desde o início do ano”, comenta Bringel. Ele acrescenta que o Ceará terminou 2007 na quinta posição, e subiu para a terceira, em 2008.
Conforme o ranking de janeiro a maio deste ano, depois do Ceará aparecem os estados de São Paulo (US$ 27,7 milhões), Rio Grande do Norte (US$ 26,3 milhões), Bahia (US$ 15,9 milhões) e Pernambuco (US$ 7,4 milhões). Vale destacar que as exportações brasileiras de frutas despencaram 21% no período acumulado, ao passo em que as vendas do Estado sofreram uma redução de apenas 7%.
“Este é o resultado de um trabalho continuado, da união da sociedade e do apoio decisivo do governador Cid Gomes. Só na atual gestão, saímos de US$ 49,4 milhões em exportação, no início do governo, para US$ 77,2 milhões, no primeiro ano de governo, chegamos à impensável marca de US$ 131,6 milhões”, afirma.
EXEMPLOMobilização cearense é seguida por outros estados
A mobilização do Ceará para transformar a fruticultura numa atividade empresarial de importância para o Estado já é visto no País e está sendo aplicada em outras regiões. A Região Norte, por exemplo, sediou, de quinta-feira da semana passada até ontem, o 4º Frutal Amazônia, um evento realizado em parceria pelo Instituto Frutal e Governo do Estado do Pará. “Os resultados no Pará que já são expressivos, sobretudo no tocante às exportações de sucos, uma vocação daquela região”, afirma Euvaldo Bringel, do Instituto Frutal.
No período de janeiro a março deste ano, as exportações de sucos de frutas da Região Norte obtiveram um crescimento de 203,57%, comparado-se com o mesmo período de 2008. Em 2009 foram exportados US$ 9,4 milhões, enquanto no mesmo período do ano passado o valor atingiu US$ 3,1 milhões.
Apoiado pelo Sebrae/CE, um grupo de produtores de flores do estado também vai expor na Frutal Amazônia, sob a coordenação da Câmara Setorial da Floricultura. “Esta é uma oportunidade para as flores cearenses ganharem mercados e trazerem novas tecnologias e cultivares”, comenta o produtor e presidente do Instituto Frutal.
No mesmo modelo do evento do Ceará, a feira de Belém conta com estandes com expositores da agroindústria de sucos, frutas, flores, e ainda de equipamentos e serviços. O Frutal Amazônia, que acontece no Centro de Convenções Hangar, mobiliza 14 auditórios com palestras cursos, painéis e seminários setoriais.
“A idéia é associar a feira, com a mostra de equipamentos e de tecnologias, a um encontro de negócios, em parceria com o Sebrae do Pará e Nacional”, conta, entusiasmado, Euvaldo Bringel.
Fonte: Diário do Nordeste - 29/06/09
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