segunda-feira, 27 de abril de 2009

Reduzir, reutilizar, reciclar > Conscientização ou marketing?

Reduzir, reutilizar, reciclar > Conscientização ou marketing?
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Por Mônica Vitória • 22/04/2009
É verdade que, vendo os apelos de ONGs, ambientalistas e instituições públicas mundiais, as empresas estão tentando fazer a sua parte e promover o desenvolvimento sustentável - principalmente porque são elas as responsáveis pelos impactos maiores na natureza. Mas o professor Jorge Saboya alerta para as segundas intenções que partem de muitas indústrias que pensam apenas em aumentar o consumo. "A verdade é que o discurso ambiental é um bom negócio para o capitalismo. Toda empresa causa impacto no meio ambiente, então passam a falar de sustentabilidade e responsabilidade social para venderem a imagem de 'ecologicamente corretos' e lucrarem", indica. Não devemos esquecer que o consumismo desenfreado esgota os recursos naturais e gera lixo que, se não reciclado, certamente causará mais prejuízos ao planeta.
Mas é claro que existe gente no mercado realmente preocupada com o meio ambiente. Empresas diminuem suas embalagens para evitar acúmulo de lixo depois do descarte. Lojas têm criado e estabelecimentos têm adotado as sacolas de papel e tecido para substituirem as de plástico, que demoram muito mais para serem decompostos pela natureza. Na Alemanha, por exemplo, quem não anda com sua própria sacola para levar compras é obrigado a pagar uma taxa pelo uso de sacos plásticos. Há também o plástico oxi-biodegradável, que, ainda sendo caro, constitui uma nova esperança para o problema do lixo.
Embora 77% dos consumidores brasileiros estejam muito interessados em conhecer as práticas de responsabilidade social das empresas, apenas 30% buscam informações sobre o assunto. Mas esta tarefa está cada dia mais fácil. O recém-lançado Catálogo Sustentável, ferramenta online criada pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, pode ajudar a população a escolher produtos e serviços sustentáveis, com informações sobre os impactos ambientais que eles provocam, da matéria-prima até o descarte.
O problema do lixo
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Cada brasileiro gera, em média, de 600 gramas a um quilo de lixo por dia. O número só aumentou nos últimos anos. Para se ter uma idéia, a cidade de São Paulo produzia, em 1985, quase quatro toneladas de lixo diariamente. Em 2000, quinze anos depois, este número saltou para 16 mil. Estima-se que cerca de 30% da composição dos resíduos encaminhados aos aterros são embalagens que poderiam ter outro destino. Além do espaço que ocupa, o lixo pode contaminar o solo, a água, o ar e oferecer riscos à saúde humana.
Por outro lado, cerca de 35% do lixo que vai para os aterros é composto por materiais que poderiam ser reutilizados ou reciclados. O impacto negativo que provém do consumo da sociedade é amenizado quando os três "Rs" são seguidos: reduzir (o consumo), reutilizar (o que for possível) e reciclar (o lixo). Veja o tempo em que os materiais demoram para se decompor e reflita se a reciclagem dos produtos não é uma ótima iniciativa de preservação ambiental:
Papel: 3 a 6 meses
Jornal: 6 meses
Pedaços de pano: 6 meses a 1 ano
Toco de cigarro: 20 meses
Chicletes: 5 anos
Isopor: 8 anos
Lata de aço: 10 anos
Nylon: mais de 30 anos
Copos de plástico: 50 anos
Garrafa plástica: 400 anos
Tampas de garrafa: 150 anos
Fralda descartável biodegradável: 1 ano
Fralda descartável comum: 450 anos
Pneus: 600 anos
Vidro: 4.000 anos
(Fonte: Reciclagem.Net)

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