CAPTAÇÃO DE ENERGIA
MPX quer baratear valores da usina solar
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Etapas anteriores se o beneficiamento do silício e a produção das placas fotovoltaicas fossem realizadas no Estado, reduziriam o custo do empreendimento
Objetivo da empresa é melhorar o custo das placas fotovoltaicas, que ainda são consideradas muito carasA MPX, empresa do grupo EBX, controlada por Eike Batista, negocia meios de reduzir o custo da usina solar comercial que irá construir no Ceará, no município de Tauá. Orçada inicialmente em US$ 250 milhões, o valor é considerado alto pela investidora. ´Nós estamos fazendo um esforço no desenvolvimento comercial da usina. Queremos melhorar o custo das placas, que são muito caras ainda. Para se ter uma idéia, a usina solar tem um investimento por quilowatt seis a sete vezes maior que o de uma termelétrica a carvão´, explica o diretor de Negócios e Meio Ambiente da empresa, Paulo Monteiro.A unidade, que será a primeira usina solar em escala comercial da América Latina, com capacidade de produzir 50 MW de energia, conta com a parceria da chinesa Yingli, que fornecerá as placas fotovoltaicas (responsáveis pela transformação da luz solar em energia). De acordo com o diretor, as negociações com a empresa estão avançadas, e a MPX tem conversado, também, com vários fabricantes para baratear o custo. ´A produção das placas envolve várias etapas. A primeira delas é o beneficiamento do silício [componente da placa], que existe no Ceará, e estamos conversando com possíveis investidores nestas outras etapas´, elucida.O silício é retirado do minério de quartzo, que, de acordo com informações dadas pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, existe por aqui em excelente qualidade, como comprovaram estudos já realizados.O diretor da MPX esclarece que a captação ao Estado de indústrias que realizassem as etapas anteriores à produção da energia solar, como o beneficiamento do silício e a produção das placas fotovoltaicas, reduziria o custo do empreendimento. O governo estadual já informou que busca estes investimentos, e a MPX também procura estes parceiros.´Nós estamos tentando tornar esta energia comercializável. O preço baixa se nós trouxermos mais investimentos. É um projeto de longo tempo, já andamos bastante e vamos andar mais´, afirma Monteiro. ´Não é só a MPX que vai investir no Ceará nesta área. Tem que incentivar mais pessoas. Existem empresas que tem interesse em ter o Selo Verde, temos pesquisa de mercado identificando estas empresas para que nós possamos manter negociações´, acrescenta.Além de trazer estes investimentos, outra forma de reduzir os custos da energia solar, explica Monteiro, seria garantir incentivos fiscais para este tipo de negócio. ´Os governos estadual e federal devem lançar incentivo, assim como já lançaram para a biomassa e para a eólica, com o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica)´, adianta. Monteiro garante que, de toda forma, o projeto será realizado, mas ele prefere não definir prazos. O projeto básico da usina está, segundo informa, em fase de término, e os estudos ambientais estão sendo realizados.Energia térmicaCom relação aos avanços na usina térmica da MPX, em construção no Pecém, o presidente da empresa Moacyr Carmo informa que as primeiras peças metálicas (parafusos para as fundações da caldeira) chegaram e já foram liberadas pelas autoridades portuárias, devendo chegar ao canteiro de obras nesta semana. ´A partir do próximo semestre começam a desembarcar os equipamentos maiores´, conta. PARA ATRAIR INVESTIMENTOSGoverno quer incentivar maior consumoConsciente de que a energia solar ainda não é uma fonte economicamente sustentável, o governo estadual elabora um programa de incentivo ao consumo deste tipo de energia para que possa garantir os investimentos na área ao Estado. O projeto está sendo finalizado pela Adece e será encaminhado ao governador Cid Gomes já na próxima semana.´Os investidores de toda a parte do mundo necessitam de estímulos para que possam vir ao Brasil. A energia solar só é sustentável através de mecanismos que incentivem o consumo, como acontece na Alemanha. Lá, existem benefícios não só para a geração, como para o consumo, mesmo residencial. O Brasil, porém, ainda não tem um programa específico, e nós queremos começar isso, já que temos a intenção de que o Ceará se torne referência no Brasil na geração de energias alternativas´, explica Antônio Balhmann, presidente da Adece.Segundo ele, o modelo cearense de benefícios irá voltar-se para o consumo industrial. De acordo com Balhmann, o lançamento do programa irá viabilizar não somente as usinas de produção comercial de energia solar, como toda a cadeia envolvida. A expectativa é de que, assim, as fábricas que estão sendo prospectadas pelo governo na produção de placas fotovoltaicas com a Yingli e na etapa anterior de beneficiamento do silício sejam concretizadas.A Yingli já havia demonstrado o interesse de instalar uma fábrica no Brasil, e vinha em analisando as possibilidades de que esta unidade viesse para o Ceará, ou fosse para o Rio de Janeiro. ´Nós estamos desenvolvendo as alternativas possíveis para que possamos permitir a geração de um parque solar no Ceará´, afirma.
Sérgio de SousaRepórter
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