sábado, 10 de janeiro de 2009

TURISMO-DIÁRIO DO NORDESTE

MERCADO CENTRAL (9/1/2009)

Artesanato e sabores do Ceará

Galeria

Clique para Ampliar

No Mercado Central, o visitante confere, ao vivo, a arte produzida pela mulher rendeira (Foto: SILVANA TARELHO)

Clique para Ampliar

Ao caminhar pelo mercado, o turista tem a chance de degustar e adquirir saborosas guloseimas cearenses

Clique para Ampliar

Artigos utilitários e decorativos multicoloridos fascinam a clientela e se transformam em objetos de desejo

Clique para Ampliar

A madeira ganha formas diversas e se transforma em arte nas mãos de hábeis artesãos

Localizado no Centro de Fortaleza, o Mercado Central é o melhor e mais bem estruturado local para o turista adquirir lembracinhas e peças de artesanato

Erguido junto a prédios históricos da Capital, como a Catedral Metropolitana e a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, o prédio chama atenção pela grandiosidade e linhas modernas. Mas, o melhor está do lado de dentro. São 559 lojas, em cinco pisos (com o estacionamento), e mais 70 quiosques e seis restaurantes, onde se pode encontrar uma variedade em artesanato e produtos regionais. O turista faz uma viagem pela arte que o Ceará produz.

O Mercado Central é hoje a principal rota do turista em compras na Capital. A diversidade de artigos regionais em oferta impressiona. Para alcançar as lojas, o visitante trafega por largos corredores. O acesso aos andares pode ser por elevador, escadas ou passarelas, que oferecem uma visão geral do mercado. A ventilação natural deixa o turista ainda mais no clima do Ceará.

Nas lojas e quiosques do Mercado Central, o visitante encontra artigos de cama, mesa e banho, moda praia, artesanato minúsculo ou de grande porte, redes, confecções e uma infinidade de outros itens. A renda permanece como produto mais tradicional e se apresenta de diversas formas no mercado. Renda de bilro, filé, labirinto, bordados, richelieu, ponto cruz... Também são encontradas peças em madeira, barro, alumínio, cobre, cerâmica, vime, palha, bambu, tricô, areias coloridas, cobre, lona, pedras semipreciosas, couro...

Distribuidor

Muita coisa é produzida em Fortaleza, mas o celeiro é mesmo o interior do Estado. Seja no litoral, serras ou sertão do Ceará, a criação não pára. O mercado funciona como um grande centro distribuidor do trabalho dos cearenses. De acordo com a Associação dos Lojistas do Mercado Central (Almec), os comerciantes contam com fornecedores nos quatro cantos do Ceará. Eles vão até os locais de criação ou os artesãos trazem o produto de sua criatividade ao mercado.

O vaivém de fornecedores é mais intenso na alta estação, pois a ´saída´ de peças é constante. Então, não podem faltar produtos à disposição dos visitantes. Alguns poucos produzem sua arte no próprio mercado, diante dos visitantes e se tornam chamarizes de vendas.

É o caso da rendeira Fátima Oliveira e do artesão em bronze, pedra e ferro, Paulo Barroso. Sentada junto a uma das lojas, Fátima manipula habilmente os bilros, produzindo peças multicoloridas. Não há quem não pare a andança para conferir sua arte, tirar fotos, filmá-la e indagar sobre a arte.

O mesmo acontece com o artesão Paulo Barroso. Usando cobre, pedra e ferro, ele produz peças de plástica singular, que vêm ganhando espaço em ambientes decorados com requinte Brasil afora. Troféus e figuras que simbolizam conquistas são as peças preferidas.

Gastronomia

O visitante ainda tem no mercado a chance de adquirir e/ou saborear iguarias do Ceará. A castanha - natural ou caramelizada - e derivados do caju, como doces e licores, são a sensação. No mesmo local tem cachaças e rapaduras à venda.

Há mais de 20 lojas no andar térreo que vendem guloseimas. Ali também ficam os restaurantes com a típica comida cearense, como feijão verde, baião-de-dois, paçoca, mão de vaca, carne-de-sol, moqueca de arraia, tapioca e outras.

Para comodidade do visitante, o mercado dispõe de estacionamento e quiosques de lanches. Nas férias, programação folclórica anima os turistas. O local abre de segunda a sábado, das 8 às 19 horas; e aos domingos, das 8 às 13 horas.

Arte, história e cultura no Centro de Turismo

Idealizado pelo engenheiro Manuel Castro de Gouveia em meados dos anos 50, o prédio da Antiga Cadeia Pública foi desativado anos mais tarde em função da construção do Instituto Penal Paulo Sarasate, na Região Metropolitana. O prédio de linhas neoclássicas foi reformado e passou a funcionar como Centro de Turismo de Fortaleza, abrigando o comércio de artesanato e produtos típicos do Ceará.

Hoje, as celas servem como boxes para o comércio da arte do povo cearense em suas diversas versões. É a chamada diversidade cultural do Ceará, expressa em artesanato, moda, arte, culinária, souvenirs e muito mais. O Centro de Turismo acabou se transformando em parada obrigatória no roteiro dos visitantes de Fortaleza e de nativos que apreciam e preservam a beleza das criações do povo cearense.

Há quem assegure que o Centro de Turismo é a opção mais tranqüila para fazer compras do rico artesanato cearense. Ali se encontra praticamente tudo o que é comercializado no Mercado Central. A diferença reside na quantidade de lojas, que é menor. A qualidade dos produtos não fica atrás. São 101 lojas distribuídas em três alas (Norte, Central e Sul) e mais a Galeria João Moreira. Em alguns espaços, os artesãos demonstram seu ofício para admiração dos visitantes.

O prédio do Centro de Turismo se destaca por sua grandiosidade e imponência, conservando a arquitetura colonial e os imensos portões de ferro trabalhado. Ao cruzar as muralhas, o visitante se encanta com o ambiente tranqüilo, arborizado e seguro, mais que propício para compras.

O turista, então, percorre corredores históricos e encontra trabalhos de labirinto e renda, bordados, peças para cama, mesa e banho, moda praia, redes, artesanato de todos os tamanhos e formas, peças em couro, palha, metal e madeira, doces, bebidas, produtos do caju, quadros, garrafas de areia colorida e uma centena de lembrancinhas do Ceará.

A qualidade e o perfeito acabamento das peças à disposição são outros diferenciais que atraem compradores, sem falar nos preços. Há peças a partir de R$ 1,00. No bate-papo descontraído sempre é possível obter algum desconto se o cliente desejar grandes quantidades.

Cada peça tem como procedência principal o interior do Ceará. Pode ser de Maranguape, Itapajé, Irauçuba, Cascavel... As areias coloridas são de Beberibe. O artigos em madeira vêm do sertão e de pontos na periferia da Capital.

“É mais fácil afirmar que no Centro de Turismo há peças e artigos produzidos em todo o Ceará, pois os fornecedores são de todas as regiões. Cada uma trás sua tipologia e a gente faz o comércio”, conta a presidenta da Associação dos Comerciantes do Centro de Turismo (Acentur), Márcia Gadelha. Ela prefere não arriscar a quantidade real de produtos comercializados ali e ensina: “é melhor vir conferir aqui toda a variedade”. Nesse tocante, se destaca o comerciante Raimundo Quixadá, com sua oferta de castanhas de caju de qualidade.

O passeio pelo Centro de Turismo não fica completo sem a visita aos espaços no andar superior da ala central. Ali, funcionam dois museus e uma pinacoteca. No acervo do Museu de Arte e Cultura Popular, com 1,5 mil peças, se destacam uma jangada original, um tear e um carro de boi original.

O acervo inclui também uma estátua do Padre Cícero, toalhas bordadas por escravas, artigos religiosos diversos, bonecos, peças em cerâmica, latão, ferro, barro, couro, palha e flandre, armas antigas, instrumentos musicais criados por cearenses, ex-votos, máscaras, figuras de barro extraídas do imaginário popular e esculturas em madeira.

Na pinacoteca do Centro de Turismo há quadros em óleo sobre tela que retratam imagens do Ceará e de sua gente. Anexo, fica o Museu de Mineralogia Dr. Odorico Rodrigues de Albuquerque, o primeiro geólogo cearense. Ali estão expostas pedras preciosas e semipreciosas e rochas extraídas do subsolo cearense, usadas para ornamentação ou como matéria-prima para indústrias de vários segmentos econômicos.

O Centro de Turismo funciona de segunda a sábado, das 8 às 18 horas; e aos domingos, das 8 às 12 horas.

Mais opções

Outras excelentes opções para quem deseja adquirir o melhor do artesanato produzido pelos artistas populares cearenses são a Feirinha de Artesanato da Avenida Beira-Mar, que ocupa uma área de 500 metros ao ar livre, na praia do Náutico, próxima aos principais hotéis da orla marítima de Fortaleza; a Central de Artesanato do Ceará (Ceart), que dispõe de pontos de venda de artesanato instalados na Avenida Santos Dumont, na Aldeota; no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema; no Aeroporto Internacional Pinto Martins e na sede do Sebrae/CE; e a Avenida Monsenhor Tabosa, onde inúmeras lojas vendem confecções, acessórios, calçados e moda praia com aquele toque todo especial de cearensidade.

Mais informações:
Mercado Central: (85) 3454.8586
Centro de Turismo: (85) 3212.4586
Central de Artesanato do Ceará: (85) 3101.1625

FERNANDO BRITO
Especial para Turismo

Nenhum comentário: