06-01-2009
O Mova-se aponta defasagem salarial de 68% entre o funcionalismo público estadual
A reposição salarial de 4,15% prevista para o servidor estadual na proposta de orçamento de 2008 é considerada insignificante, tendo em vista que as perdas salariais acumuladas da categoria já atingem 68%. A insatisfação foi manifestada por José Airton Lucena Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Ceará (Mova-se).
Lucena disse que recebeu com surpresa o percentual de reposição, ao saber que já está incluído na conta de pessoal do orçamento de 2008 entregue à Assembléia Legislativa. O percentual de reposição deveria ter sido levado para a mesa de negociação e poderíamos ter apresentado uma contraproposta. "No ano passado, havia sido destinado um aumento de 5% para os servidores, no entanto o governo estadual só concedeu 3,55%, enquanto a nossa reivindicação era de 12%", ressaltou.
O presidente do Mova-se criticou a política de aumento diferenciado para algumas categorias, como professores e policiais, dentro do Plano de Cargos ou através de gratificações. "Com isso, esse percentual de 4,15% pode não ser linear, o que significa menores reajustes para as demais categorias". Lucena adiantou que no próximo dia 9 de janeiro, o sindicato vai discutir a pauta de reivindicações para a categoria e com base em estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos e Estatísticos), definir a proposta de reajuste do servidor para este ano.
"Vamos tentar encontrar uma brecha para que o assunto seja possa ser discutido. A nossa mesa de negociação é paritária - o governo não colocou e nem consultou a proposta dos trabalhadores", observa.
Diálogo
Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão, Silvana Parente, uma avaliação do desempenho da Secretaria aponta para uma abertura do canal do diálogo entre o governo e as entidades representativas dos servidores, uma antiga reivindicação. "Há uma nova relação de interlocução, com a instalação da Mesa Estadual de Negociação Permanente", destacou. Reforçou que o governo trabalha para reverter baixos salários e qualificação, implantando instrumentos de gestão, como a avaliação de desempenho institucional e pessoal.
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