Brasília, 05/01/2009 da PrimaPagina
A Secretaria Nacional de Segurança Pública deve encerrar em janeiro as conclusões de um levantamento sobre as condições de saúde dos policiais e bombeiros brasileiros. Seis consultores contratados em parceria com o PNUD passaram um mês em visitas por 19 Estados. O objetivo é reunir dados sobre a existência e funcionamento de programas em prol da saúde e qualidade de vida dos profissionais de segurança pública. As conclusões serão usadas na criação do Programa Nacional de Qualidade de Vida nas Instituições de Segurança Pública.
Levantamento semelhante foi feito há dois anos e indicava que eram poucas as iniciativas que consideravam as dificuldades psicológicas e emocionais do ofício dos profissionais de segurança. “Naquele momento, percebeu-se que, quando há esse tipo de preocupação, o foco é a atenção à saúde física, mas não a mental ou psicosocial”, diz a coordenadora da pesquisa no Ministério da Justiça, Tatiana Vasconcelos.
O processo atual começou com a apuração no meio de outubro de 2008. Os pesquisadores passaram três dias em cada Estado visitado, captando informações nos comandos gerais da Polícia Civil, Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros. Um questionário com perguntas sobre os atendimentos já realizados, as carências e a estrutura dos serviços e programas de saúde foi respondido pelos responsáveis em cada força.
A psicóloga Ariane Pinho fez visitas em Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal. Do que viu na região, ela diz que não há programas que compreendam a qualidade de vida dos profissionais como um todo: “falta planejamento e conhecimento global das dificuldades. Nenhuma das forças que conheci atua no mapeamento dos problemas ou na prevenção e não há acompanhamento de quem já passou pelos serviços de saúde”.
Segundo Ariane, muitos dos profissionais que hoje ocupam cargos no atendimento de saúde são ex-policiais ou ex-bombeiros sem especialização para atuar na área. Foi essa a situação que ela encontrou no Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e nas forças policiais de Goiás. Além disso, ela aponta que as equipes de saúde que conheceu eram muito pequenas para o tamanho das corporações. A Polícia Civil do Mato Grosso conta com três especialistas no serviço de psicologia, mas atende a um efetivo de mais de 2 mil policiais.
O Ministério da Justiça afirma que os Estados apresentam situações diferentes e que alguns apresentam programas de qualidade de vida estruturados. Embora os dados já tenham sido coletados nos Estados, ainda deve ser apresentada uma compilação das análises e propostas em janeiro. Não há previsão de quando o Programa Nacional estará funcionando, o que depende do andamento e das conclusões dos levantamentos.
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
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