Empresa quer manter investimentos de US$ 320 bilhões para a exploração do petróleo na camada do pré-sal nos próximos dois anos
A Petrobras vai adiar a construção das refinarias "premium" nos portos do Pecém, no Ceará e em Itaqui, no Maranhão. A alteração será para adequar o caixa da empresa aos tempos de crise e manter intactos os investimentos previstos para a exploração do petróleo na camada de pré-sal nos próximos dois anos, considerados estratégicos para o desenvolvimento da estatal por conta de sua alta lucratividade. Até o final do ano, a empresa divulgará outras alterações em seu plano estratégico.As modificações se baseiam em um dos cenários de investimentos da estatal elaborado para o desenvolvimento do pré-sal. Pelo cronograma inicial, que deve ser mantido, em março do próximo ano começa um teste no campo de Tupi, com produção de 30 mil barris/dia. Em dezembro de 2010, entra em operação um sistema-piloto de produção em Tupi, de 100 mil barris/dia.
Os investimentos entre 2009 e 2020 na exploração do pré-sal ficam acima de US$ 320 bilhões. Apenas entre 2009 e 2010 os valores somam, respectivamente, US$ 3,24 bilhões e US$ 3,30 bilhões, montante considerado suportável pela empresa mesmo com o cenário econômico nacional.
Apenas a partir de 2011 a conta de US$ 5,12 bilhões começaria a ficar impraticável pela empresa se não fossem feitos os ajustes. Em 2012, os investimentos seriam maiores, US$ 11,85 bilhões. Os investimentos ficam ainda mais pesados a partir de 2014, ano previsto anteriormente para o início de uma produção em larga escala comercial do pré-sal. Em 2015, os valores alcançariam US$ 36,54 bilhões, atingindo o pico em 2018 (US$ 50,61 bilhões).
» Industrial naval. A obtenção de investimentos para desenvolver a indústria naval brasileira que dará suporte à exploração do pré-sal é a maior preocupação do Palácio do Planalto à curto prazo. Pelos cálculos iniciais, a meta até 2010 é concluir seis plataformas de grande porte e encomendar outras sete, contratar 28 sondas de perfuração de águas profundas e 49 navios para petróleo e derivados e dois superpetroleiros.
Partindo de um investimento de US$ 100 investidos no setor, US$ 70 serão para desenvolver a indústria e US$ 30 para a exploração nos primeiros anos. Depois, essa relação começa a se inverter.
Segundo o governo, boa parte dos equipamentos deve ser produzida por empresas nacionais para fortalecer a indústria naval do país. Por isso, é necessário que seja garantido crédito para os empresários brasileiros.
Fonte: O Estado - 01/12/08
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