Quando implantou medidas de saúde pública no Rio de Janeiro, no começo do século 20, Oswaldo Cruz teve de enfrentar uma grande desconfiança popular e até um levante - a Revolta da Vacina. Mas como foi a recepção de suas ideias pelo meio científico da época? O historiador Jorge Augusto Carreta se debruçou sobre a correspondência do bacteriologista para analisar como se deu o debate, na própria comunidade científica, sobre o uso das vacinas.
A pesquisa de Carreta está resumida no artigo Oswaldo Cruz e a controvérsia da sorologia, publicado na revista científica História, Ciência e Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O texto analisa cartas trocadas com amigos cientistas, como Miguel Pereira, Vital Brazil e Francisco Fajardo. A correspondência evidencia o grau de incerteza e experimentação que marcava a bacteriologia no Brasil daquele momento, e revela as diferentes preocupações que afligiam os cientistas - sobretudo depois da morte de um deles, aparentemente após aplicar com seringa em sua própria região abdominal uma mistura de vacina com soro antipestoso.
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