segunda-feira, 4 de julho de 2011

Peritos do estado iniciam greve geral na segunda-feira, 4/7

Peritos do estado iniciam greve geral na segunda-feira, 4/7
A decisão foi tomada na sede do Instituto de Identificação na segunda-feira, 27/6, como uma resposta da categoria à posição antidemocrática do governador do estado de não se disponibilizar sequer a ouvir as reivindicações da categoria.
Para o coordenador do MOVA-SE, João Batista Silva, a intransigência do governo levou a PEFOCE a caminhar para a sua primeira greve geral, o que significa dizer que ficarão comprometidos: a emissão de carteiras de identidade, os laudos periciais e os laudos de medicina legal (que sem os auxiliares não podem ser feitos).
Os peritos e auxiliares são responsáveis pelos levantamentos periciais de natureza diversas, desde os exames em locais de crime, acidentes, perícias especializadas (Fonética, Balística, Documentoscopia, Informática, DNA), bem como a elaboração de laudos e a responsabilidade por esse trabalho tanto na esfera criminal quanto judicial.
O QUE QUEREM OS PERITOS
1 – Equiparação salarial à média dos estados brasileiros. Até mesmo em relação a estados do Nordeste como é o caso da Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte os peritos cearenses estão em desvantagem.
2 – Redução das distorções salariais. Por terem acentuadas diferenças salariais em três categorias de peritos, PERITO LEGISTA (farmacêuticos e odontólogos), PERITO CRIMINAL (equipes de local de crime, engenheiros, contadores, analistas de sistemas), PERITOS CRIMINAIS AUXILIARES (mesmas especialidades dos anteriores), que exercem funções equivalentes. “O laudo pericial é a soma do trabalho do perito legista, perito criminal e do perito criminal auxiliar, portanto os três devem ter o mesmo peso e o mesmo salário. É assim em todo o país menos no Ceará. Aqui, cada uma dessas três categorias de peritos têm vencimentos diferenciados”, denuncia o coordenador do MOVA-SE, João Batista Silva.
3 – Condições dignas de trabalho (principalmente no SVO onde a pericia forense vem funcionando precariamente desde que o IML foi desativado)
TENTATIVAS DE DIÁLOGO
Desde 2007 a categoria tem enviado representantes para a Mesa de Negociação Permanente – MENP (canal de comunicação oficial do Governo com os servidores), apresentado propostas. A própria SEPLAG chegou a realizar pesquisas em outros estados comprovando a defasagem salarial.
No dia 2 de fevereiro deste ano, o sindicato e os representantes da categoria foram recebidos pelo secretário adjunto de Segurança, Cel. Vasconcelos, que se comprometeu de abortar o concurso até que as solicitações sejam analisadas pelo governo, o que deverá acontecer após audiência com o governador. Ele solicitou da categoria o adiamento da decisão sobre a greve que já vinha sendo articulada até o encontro com o governador que nunca chegou a acontecer.
Em 18 de maio, a categoria foi recebida pelo chefe de gabinete, Ivo Gomes, que pediu prazo de 10 dias para fazer os encaminhamentos de ima audiência com o governador e o secretario de segurança. Após ouvir o MOVA-SE e os peritos, Ivo Gomes disse que a demanda dos peritos e auxiliares nunca chegou ao governador por intermédio do secretário de Segurança e que precisaria do prazo para fazer os encaminhamentos necessários e o estudo do impacto financeiro. No entanto, não houve do Governo qualquer proposta, o que deixou os servidores sem alternativa senão o movimento paredista.
A greve não foi a única opção discutida durante a assembléia. A alternativa proposta foi a Operação Padrão, situação em que os peritos e auxiliares trabalham de forma mais lenta, recusam todo o trabalho que não estiver estritamente dentro das suas atribuições e repudiam tudo o que estiver fora do contexto do serviço público ou do estatuto do servidor. No entanto, os servidores alegaram que nos estados em que a operação padrão funcionou os resultados levaram anos para acontecer. É o caso de Sergipe em que os servidores tiveram reajustes salariais depois de dois anos. “Temos necessidades urgentes e a consciência de que fizemos tudo o que podíamos para evitar a greve”, alegaram os servidores.

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