terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Terça-feira, 03 de Janeiro de 2012
16/11/2011
GEOTECNIA
Aluna ganha prêmio com pesquisa sobre entulho
Alejandra Gómez comprovou que restos de construção civil podem ser usados para tornar estradas terrestres brasileiras mais resistentes e baratas. Descoberta rendeu o terceiro lugar no Jovem Cientista do CNPq
Luiz Filipe Barcelos/UnBCiência

Diogo Lopes de OliveiraDa Secretaria de Comunicação da UnB
Mais de duas toneladas de restos da demolição do estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal, viraram objeto de investigação científica. Depois de analisar os destroços, a estudante da Universidade de Brasília Alejandra Gómez, colombiana radicada no Brasil há quase três anos, comprovou que os resíduos podem ser usados para tornar as estradas brasileiras mais resistentes e baratas.
A descoberta rendeu à pesquisadora o prêmio Jovem Cientista de 2011, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A aluna foi a terceira colocada na categoria que avalia projetos de mestrado e doutorado. A pesquisadora Unde Aparecida Figueiredo Gomes, da Universidade Federal de Minas Gerais, conquistou o primeiro lugar e a segunda colocação ficou com Karin Regina de Castro Marins, da Universidade de São Paulo.
O trabalho de Alejandra foi desenvolvido como dissertação de mestrado durante os meses de janeiro a agosto deste ano pelo Departamento de Engenharia Civil. “Estou muito orgulhosa. Esse reconhecimento serve como motivação para continuarmos trabalhando”, contou Alejandra, que recebeu a notícia por telefone.
A aluna, que atualmente está fazendo o doutorado, também na UnB, demostra no experimento que o material de construções e demolições pode ser reaproveitado na composição da camada que fica imediatamente abaixo do asfalto, chamada pavimento. Alejandra explica que, em geral, uma estrada é composta de quatro camadas. Com cerca de 20 centímetros, o pavimento é composto hoje por cascalho ou brita.
Alejandra mostra que se a camada fosse feita com restos de construção, acrescido de cimento, seria mais firme e duradoura que a usada atualmente na maioria das estradas brasileiras. “Os testes comprovam que a resistência e a durabilidade aumentam na medida em que a estrada é utilizada. Isso porque o cimento vai reagindo com os restos da construção civil, diferentemente do que acontece com o cascalho ou a brita”, explica. “Além de ficar mais firme, a camada com resíduos preserva o asfalto por mais tempo, porque distribuiu melhor o peso dos veículos ao longo do tempo”, acrescenta.
Em outro trabalho, semelhante ao de Alejandra, a pesquisadora Ivonne Alejandra Góngora demonstrou que restos de demolições podem ser utilizados para substituir a brita em estradas não pavimentadas.
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TESTES – Para chegar aos resultados, a estudante submeteu as amostras de resíduos a testes de densidade, teor de umidade, índice de quebra e compactação. Veja detalhes no infográfico.

Marcelo Jatobá/UnBCiência

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