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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA QUESTÃO DE CIDADANIA E DE SUSTENTABILIDADE SOCIAL
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ELIANA SOARES
SOU PEDAGOGA E PROFESSORA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BASICA, TENHO CURIOSIDADES DE CONHECIMENTOS DIVERSIFICADOS. ATUALMENTE DESENVOLVO ESTUDOS NAS ÁREAS DE CURRÍCULO, EDUCAÇÃO INCLUSIVA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DEPENDÊNCIA QUÍMICA.
Por ELIANA SOARES
Publicado 13/05/2010
ARTIGO PRODUZIDO A PARTIR DE AÇÕES DE UM PROJETO AMBIENTAL
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA QUESTÃO DE CIDADANIA E DE SUSTENTABILIDADE SOCIAL
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA QUESTÃO DE CIDADANIA E DE SUSTENTABILIDADE SOCIAL
Maria Eliana Soares
A sociedade vive uma época de intensas modificações sociais que estão atreladas aos recursos oriundos da natureza, pensados de forma errônea serem inesgotáveis, eis a razão pela qual se dá de forma acelerada e contínua a exploração dos recursos e ao mesmo tempo o descuido com o espaço geográfico, bem como, a forma desordenada da expropriação e de consumo, tudo em nome de uma corrida mercadológica que acirra cada vez mais as desigualdades sociais, devido a miséria de quem está a margem e o descompromisso dos que detêm o poder.
Assim, por ser o homem um ser natural e ao mesmo tempo social, é impossível falar deste sem relacioná-lo com o meio ambiente, pois é da natureza que emana as inúmeras condições de vida, subsistência e de sua sobrevivência, independente da sociedade a qual pertença.
No dia-a-dia desenvolvemos inúmeras atividades de alimentação, trabalho, lazer, limpeza, construção, etc., das quais são utilizados muitos materiais e ao mesmo tempo boa parte é ignorada, havendo muitas vezes mais desperdício do que aproveitamento, isto porque, estamos “condicionados” culturalmente a satisfazer apenas as nossas necessidades sem nos dar conta do desequilíbrio ambiental que provocamos por meio de nossas ações, e dentre estas, o destino do material desprezado, torna-se a maior ameaça, pois os resíduos que são acumulados em áreas urbanas e na maioria das vezes próximo às nossas residências poluem o ambiente e descaracterizam as paisagens, estimulam a proliferação de insetos, bichos roedores e conseqüentemente causam endemias e males à natureza, à nós mesmos e à população em geral.
Por isso, pensar em sustentabilidade social é entender que a existência humana e a ação pensada sobre esta é fator primordial no que tange a garantia das nossas necessidades básicas: preservação da saúde, higiene, alimentação, bem como a preservação do espaço geográfico, habitat natural do homem. E nesse processo de interação entre o homem e a natureza, a Educação Ambiental assume um caráter decisório sobre a evolução da ciência e da tecnologia em consonância com a manutenção dos recursos naturais.
Há de se pensar que é impossível preservar a natureza mediante o avanço da tecnologia e da globalização, fatores estes que sustentam o consumo desaserbado a qual a sociedade é estimulada, seja pelo avanço da industrialização, pela influência dos veículos de comunicação ou pela necessidade de subsistência do homem, pois desde os primórdios da humanidade este vive condicionado na busca de suprir suas necessidades.
Hoje essa necessidade se intensifica numa dimensão científica e tecnológica visando minimizar os limites de tempo e espaço, fomentando assim um processo de constante substituição do natural pelo artificial, e conseqüentemente a desestruturação do ambiente e do organismo humano, o que sobrecai em bruscas mudanças orgânicas, climáticas, endêmicas e epidêmicas, devido o consumo de transgênicos, o acúmulo de detritos no solo provocando os abalos sísmicos, dentre muitos fatores que retardam ou aceleram a evolução natural.
Eis a necessidade da participação cidadã para que as políticas públicas dentre elas a ambientalista que é criada “para todos”, sejam desenvolvidas por todos por meio de uma conscientização globalizada de compromisso e responsabilidade social e ambiental, na perspectiva de controle e manutenção da natureza como garantia de uma vida saudável.
A perpetuação das espécies depende do compromisso de cada um de nós com o planeta, pois a natureza é um patrimônio da humanidade, que se encontra ameaçado, e nós como seres pensantes somos seus próprios demolidores, uma vez que historicamente temos uma forte influência em moldar o nosso espaço de acordo com nossos interesses, no entanto, tais interesses restringem-se apenas na capacidade de explorar, de consumir.
Historicamente existe uma evolução em nossas ações, antes, o de exploração da natureza para a subsistência, mas tarde, o de exploração para a riqueza e hoje, o de explorar para satisfação do ego, pelo prazer de consumo, de expropriação dos recursos hídricos, alimentícios, artesanais e científicos. Ação esta que compromete esse processo cronológico da cultura do homem, pois ao mesmo tempo em que este apresenta um avançado estágio de evolução científica, de descobertas, ao mesmo tempo se mantém estático diante de suas ações comprometedoras no espaço natural a que se destina sem pensar, ignorando que é deste espaço que depende a manutenção de sua existência e conseqüentemente das demais espécies animais, vegetais e minerais.
Portanto, falar de Educação Ambiental, de sustentabilidade social é uma tarefa que exige a necessidade de adentrarmos numa discussão mais aguçada a respeito da conjuntura sócio-política e ambiental da contemporaneidade e dentre essas discussões o movimento ambientalista é tomado como o pontapé inicial para a criação de políticas públicas e governamentais de preservação e alternativas ambientais.
Segundo Barros (2006), alguns estudiosos consideram o movimento ambientalista muito complexo, podendo ser caracterizado de três formas: o movimento-contra-estado, voltado apenas para os poderes institucionais; o movimento mantenedor - estado, seguindo uma visão preservacionista, positivista, que defende o desenvolvimento de transgênicos; e o movimento-contra-movimento que compreende o mundo de forma mais dialética e que permite uma relação coletiva por meio de uma articulação política de consciência ambiental, sendo este último, o movimento que busca a concepção de mundo e a mudança de atitudes diante da exploração da natureza. Mas,
Para que o movimento possua consistência, será necessário passar por todo esse processo, fazendo com que haja uma tomada de consciência, formando um grupo de pressão social, no intuito de firmar novos contatos sociais. Nesse sentido, será possível desmistificar a idéia de desenvolvimento inculcado por alguns ministérios e instituições governamentais, dando maior poder aos demais ministérios e até a própria presidência do país, procurando outros meios de desenvolvimento a caminho de um outro paradigma. (BARROS, 2006, p.147 )
Esse novo paradigma apontado por Barros segue uma vertente na qual o homem seja capaz de se reconhecer sujeito construtor e/ou destruidor do espaço natural, e nesse processo de reconhecimento, alcance a inquietude e o desejo de mudar a sua realidade no sentido de dá um significado às suas ações. Um significado que garanta sua sobrevivência e o que é mais importante, o alcance de uma vida saudável, por meio de uma cultura de reeducação alimentar, bem como a manutenção da produção agrícola, industrial e comercial, sem maiores agressões a natureza.
Essa proposta de cidadania ativa que permeia os âmbitos das políticas públicas está no bojo do panorama social exigindo cada vez mais do homem uma consciência da necessidade de preservação dos recursos naturais, pois a degradação destes acarretará conseqüências gravíssimas comprometendo não somente a subsistência do homem, mas a sua própria existência, pois na intensidade em que está, a tendência é a natureza ser deletada e nesse processo, os dois elementos que estão mais afetados é o ar e água, os elementos vitais para o homem.
Sobre isso, Cachapuz (2005) sugere que a escola enquanto espaço de formação do homem desenvolva programas de atividades educativas voltadas para a dimensão “esquecida da terra”, característica apontada por ele ao se referir às áreas de degradação ambiental, destacando dois elementos causadores nesse processo: a poluição ambiental e esgotamento dos recursos naturais, atrelados ao crescente processo de urbanização e o excessivo aumento do consumo estimulado pelo avanço da tecnologia e da industrialização. Como o mesmo argumenta,
A participação dos professores num workshop com estas características gera significativos avanços nas suas percepções acerca da situação do mundo (Edwards et al., 2001). Naturalmente ele não é suficiente para provocar uma mudança em profundidade que afecte de maneira durável os comportamentos. A influência da experiência, dos valores, das crenças e das atitudes, sujeitas a uma impregnação durante muitos anos são, em geral, dificilmente modificáveis com simples actividades de discussão, ainda que se apóiem em documentação adequada e conduzam à elaboração de propostas para levar à aula. O que é possível, numa primeira abordagem, é modificar as percepções e favorecer a tomada de consciência de que a educação científica tem de contribuir para pensar o futuro, dimensão até aqui esquecida (HICKS e HOLDEN apud CACHAPUZ, 2005, p. 178)
Por conseguinte, essa linha de ação, que envolve desde a formação dos profissionais da educação ao currículo desenvolvido por eles nos espaços escolares, impulsiona uma educação solidária voltada para os valores humanos, pelos quais seja alcançada a consciência ambiental e conseqüentemente a responsabilidade social por meio da qual os estudos científicos se dêem com base no desenvolvimento sustentável, mas que acima de tudo este seja visto como garantia das gerações futuras, pois o mundo só será melhor quando todos assumirem o compromisso de preservar a natureza e de viver a fraternidade em sua plenitude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Juventude Cidadania e Meio Ambiente: subsídios para a elaboração de políticas púbicas / Ministério do Meio Ambiente / Ministério da Educação – Brasília: Unesco, 2006.
CACHAPUZ, Antônio. A necessária renovação do Ensino de Ciências. Cortez: São Paulo, 2005.
LAKATOS, Eva Maria / MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia Científica. Atas: São Paulo, 1991.
REIGOTA, Marcos. Que é Educação Ambiental. Brasiliense. São Paulo,1994.
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