Transnordestina terá conclusão só em 2013
A ferrovia Transnordestina, inicialmente prevista para o fim de 2010, só deverá ficar pronta em abril de 2012. Mesmo assim, não será totalmente concluída. Apenas o trecho entre Eliseu Martins (PI) e o porto de Suape (PE) sairá do papel. A outra parte, entre Missão Velha (CE) e o porto de Pecém (CE), ficou para 2013.
Embora no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a obra esteja classificada como de andamento "adequado´´ (selo verde) e a previsão de conclusão do empreendimento (1.728 km de novos trilhos e 550 km de remodelação) seja setembro de 2011, não será possível cumprir o cronograma previsto.
O contrato assinado entre a CSN (concessionária da malha ferroviária do Nordeste) e a Odebrecht prevê que as obras feitas no trecho entre Eliseu Martins e Suape durem 30 meses. Quanto ao restante da obra (Missão Velha - Pecém), não há previsão oficial, mas o governo não trabalha com a hipótese de ter a ferrovia pronta antes de 2013.
A Transnordestina vem enfrentando vários tipos de problema para sair do papel - desde uma intrincada modelagem financeira que envolve principalmente recursos públicos (87,5% dos R$ 5,4 bilhões previstos) até atrasos no cronograma de licenciamento ambiental e de desapropriações. Os constantes atrasos irritaram a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e levaram a desentendimentos com o ex-secretário-executivo do Ministério da Integração, Luiz Antonio Eira, que pediu demissão em junho, após uma discussão com Dilma. Depois do episódio, a ministra disse que "nem morta´´ deixaria de fazer a ferrovia. A Transnordestina é considerada um projeto prioritário desde o início do governo Lula e já teve a conclusão de sua primeira fase prevista até para 2007, mas sempre sofreu atrasos recorrentes.
Na visão do governo, é considerada importante para incrementar a atividade econômica em vários locais, como o plantio de frutas no Vale do São Francisco e a produção de álcool no Maranhão e no Piauí. Também é vista como fundamental para incentivar a produção de soja no sul do Piauí e no oeste da Bahia. Os grãos seriam escoados para o mercado externo via portos de Suape e Pecém. Os cálculos do governo indicam um potencial de 30 milhões de toneladas de soja, milho e algodão sendo exportadas por esses locais.
Necessidade de obras
O País precisará de R$ 54,5 bilhões em obras ferroviárias até 2025, de acordo com pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A maior parte dos recursos (R$ 39,7 bilhões) deverá ser aplicada na construção de novos trechos. O restante, dividido entre duplicação, recuperação e eliminação de gargalos.
Com base nos dados da pesquisa, a CNT avaliou que a rede ferroviária do país precisa aumentar dos atuais 29.817 km para 40.827 km. Transnordestina, Oeste-Leste e Norte-Sul, seria necessário construir a Litorânea Sul (ES), trechos entre Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis (MT) e Inocência (MS) e Águas Claras (MS), e ampliar a malha em Santa Catarina.
Fonte: Diário do Nordeste - 18/12/09
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