Nova York, 16/11/2009
África lidera prêmio socioambiental da ONU
Prêmio Seed, que elege iniciativas sociais em prol do meio ambiente, selecionou três projetos africanos entre cinco grandes vencedores
Leia também
Projeto 1 milhão de cisternas ganha prêmio
da PrimaPagina
A África é onde atuam três dos cinco vencedores do Prêmio Seed, concurso que dá US$ 35 mil em ajuda a cada uma das iniciativas sociais selecionadas que combatem a pobreza de forma sustentável. Foram premiados programas do Zimbábue, Níger, Bangladesh, Colômbia e um que atua ao mesmo tempo no sul da África e na Índia.
O valor do prêmio é repassado em forma serviços de suporte e parcerias durante um ano aos projetos premiados. O objetivo é ajudar as instituições a aumentar sua capacidade de atuação. No Zimbábue, país de 11 milhões de habitantes e onde mais de 35% são considerados pobres pelo governo, o prêmio foi para um grupo de mulheres fazendeiras. No programa “Pontes para o Mundo”, elas cultivam alimentos orgânicos, com técnicas ambientalmente corretas. Também produzem óleos usando a folha de um arbusto local, o Tarchonanthus camphoratus.
O trabalho feminino também foi o destaque do projeto de Níger, chamado “Almodo”. No país, pequenas empresas se juntaram para estudar melhores destinos para o lixo. Um grupo de mulheres atua na coleta dos resíduos. Níger tem população equivalente a da Bahia (15 milhões de habitantes), e 66% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza (com menos de US$ 1,25 por dia), segundo o RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano) de 2009.
Outra iniciativa premiada foi a “Protocolos Bioculturais”, que atua na Índia e em diversos países do sul da África, como África do Sul, Namíbia e Botsuana. O programa cria formas de exigir que as comunidades tradicionais tenham o direito de compartilhar dos lucros de qualquer produto que possa ser feito com recursos naturais da região.
Ainda foram vencedoras ações da Colômbia e de Bangladesh. A iniciativa colombiana, chamada “Ouro Verde”, reuniu uma série de ONGs no combate a práticas de mineração nocivas ao meio ambiente. Eles criaram um certificado para mineradores que respeitam regras ambientais. O país latinoamericano tem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) próximo ao do Brasil, ficando apenas duas posições atrás no ranking, na 77ª colocação.
Em Bangladesh, ONGs criaram lanternas solares a partir de materiais recicláveis. A tecnologia desenvolvida pelo programa “Conversão solar das lâmpadas de querosene” reaproveitou o material das lamparinas movidas a gás, bastante comuns na região. O país vizinho da Índia é o sétimo mais populoso do mundo, embora tenha uma área do tamanho do Ceará. Quase metade dos seus 157 milhões de habitantes vive abaixo da linha da pobreza.
Além dos cinco grandes vencedores, o Prêmio Seed elege mais 15 projetos, que recebem assistência no valor de US$ 5 mil. Este ano, três projetos brasileiros foram contemplados. Um deles foi o programa “1 Milhão de Cisternas”, que constrói reservatórios de água da chuva em áreas secas do nordeste e de Minas Gerais. O “Piabas do Rio Negro”, que promove a pesca sustentável de peixes ornamentais, e “O Uso Sustentável de Sementes Amazônicas”, sobre geração de renda a partir da produção de óleos feitos com sementes, também foram premiados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário