TREINAMENTO É CARO?
Certa vez li a seguinte frase “- Se você acha que treinamento é caro, experimente a ignorância.” A frase não tinha autor, em outras ocasiões já foi dada a autoria ao vice presidente da Mc Donald e também já li ser esta frase dita pelo reitor da Universidade de Harvard, mas nunca citaram nomes dos ditos autores. Portanto acredito que não seja de nenhum dos dois. É uma frase agressiva, mas interessante dentro de uma certa perspectiva. Você acha que treinamento é caro? Quanto custa a hora de um instrutor ou palestrante? Ou melhor quanto vale? Vamos analisar do ponto de vista do investimento em conhecimento o quanto um bom profissional hoje investe em si mesmo.
Primeiro ele tem que ter uma graduação, uma ou duas pós graduações ou talvez um mestrado e uma longa experiência em algum determinado assunto. Somando 4 anos de faculdade, mais 3 anos em duas pós-graduações e mais 3 anos de mestrado, são ao todo 10 anos de investimento acadêmicos, ou seja, 120 meses de mensalidades que vamos calcular em torno de R$ 800,00 para fazer uma média, isso nos leva a soma de 96.000,00. Bem além de pagar as mensalidades, ele teve que comprar livros, participar de seminários, viajar, aprender outra língua, então digamos que ele tenha gasto ao longo desses 10 anos uma média de R$ 1.000,00 mensais em sua educação e formação, já temos ai mais R$ 120.000,00 com os R$ 96.000,00 anteriores temos a soma de 216.000,00. Muito bem, ele está pronto, formado, especializado, é um mestre em alguma coisa. Agora é só aproveitar toda essa sua vasta experiência e colher os frutos!
Errado.
A formação de um bom profissional não acaba nunca, ele continuará tendo que ir a congressos, seminários, terá que ler pelo menos 3 livros por mês, gastar horas em pesquisas e atualização diária para poder estar sempre atualizado e fazer comentários coerentes em suas palestras e cursos, terá que ler jornais diários, entender de política, economia global, terá que ter um site, um blog, um twitter e terá que atualizá-los não mais diariamente mas hora a hora, minuto a minuto. Talvez este profissional de aulas em algum curso de pós-graduação ou esteja engajado em alguma atividade social, ecológica ou faça parte de alguma entidade de classe, de algum núcleo setorial e terá que dispor de tempo para isso também.
O que faz um treinamento ser caro definitivamente não é a hora paga ao instrutor. O que faz um treinamento ser caro é o seu mal dimensionamento, a falta de uma boa avaliação de desempenho que detecte exatamente quais as competências estão faltando no profissional, pode ser o treinamento certo na hora errada, no local errado, ou ministrado do jeito errado. Caro é não saber mensurar o que se espera do profissional depois de treinado e não ter ferramentas adequadas para fazer essa medição. Caro é treinar e depois não dar acompanhamento ou condições de aplicabilidade do que se aprendeu. Caro é quando o profissional diz que gostaria que seu chefe estivesse ouvindo aquilo porque provavelmente o problema esta na liderança e não nos liderados. Caro é não ter avaliação 360 graus onde todos avaliam todos. Caro é não mapear competências, é não deixar claro para o profissional o que se espera dele.
Tem outra frase que eu adoro e sempre se ouve em treinamentos, principalmente naqueles que envolvem planejamento estratégico “- Se você não sabe para onde quer ir, qualquer lugar serve.” Quando uma empresa quer investir em treinamento a primeira coisa que deve fazer é identificar quais são as suas necessidades de capacitação, quem precisa ser treinado? No que precisa ser treinado? O quanto ele precisa ser treinado, ou seja, qual a sua competência real x desejada? Como posso medir isso? Como posso medir o resultado do treinamento? Como vou comprometer o profissional na busca desse resultado após capacitá-lo? De quanto em quanto tempo devo reciclar este conhecimento?
Agora que sabemos que treinamento não é caro quando bem aplicado, quando efetivamente dá resultados, a questão passa a ser como contratar o profissional certo para as minhas necessidades de capacitação?
Hoje felizmente contamos com inúmeros profissionais muito qualificados para treinar nossas equipes, em qualquer assunto, em qualquer área você poderá encontrar excelentes profissionais. Portanto hoje o mercado tem inúmeras ofertas. E como em toda profissão existem os “não tão bons” assim... tome cuidado quando contratar um profissional, cheque sua experiência, suas credenciais, ligue para empresas onde ele já ministrou treinamento, fale com as pessoas, pergunte como foi, que resultados obteve, dê preferência às indicações afinal ninguém faz propaganda boca a boca quando não gosta. Veja qual a experiência que este profissional tem, porque muitas vezes uma boa formação acadêmica não garante que este profissional saiba repassar o conhecimento. Se você ainda tiver duvidas, peça a ele que faça uma previa, uma pequena apresentação para um grupo de diretores ou gestores para testar suas habilidades. Peça a ele uma avaliação pós treinamento, talvez o ponto de vista dele seja importante nas suas decisões futuras frente a equipe, ele poderá lhe dar ótimas sugestões! Certifique-se de que ele usará uma linguagem adequada ao grupo, deixe que ele conheça o máximo de sua empresa, tanto as coisas boas como as ruins. Participe sempre que possível dos treinamentos, desde que isso não iniba a turma. Se não for participar do curso todo esteja pelo menos na abertura e no encerramento da atividade. Faça uso de treinamentos ao ar livre, as vezes os resultados são muito mais impactantes do que em sala de aula, converse sobre isso com o profissional que esta contratando o treinamento (seu gerente, gestor, Rh, supervisor, etc.).
Lembre-se que um treinamento X deverá levar a um resultado Y e se você não souber medir isso, estará brincando de jogar dardos no escuro.
Stela Winters Steil – Com formação em Ciências Sociais e especialização em Empreendedorismo e Relações com o Mercado. Atua como consultora há 17 anos e é diretora da Essencial Talentos Humanos Consultoria Ltda.
Contato: diretoria@essencialth.com.br (47) 8801-4466
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