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terça-feira, 21 de setembro de 2010
Mesa-redonda em Brasília debate a pobreza
Reportagens
Brasília, 16/09/2010
Mesa-redonda em Brasília debate a pobreza
Evento promovido por CIP-CI e Universidade Católica de Brasília busca chamar a atenção da sociedade para primeiro dos Objetivos do Milênio
Divulgação / Agência Brasil
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da PrimaPagina
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (CIP-CI), um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro, e a Universidade Católica de Brasília (UCB) promovem nesta sexta-feira (17) a mesa-redonda “O Desafio da Redução da Pobreza: Compartilhando Experiências Internacionais”. A iniciativa, que será realizada a partir das 10h, no auditório do centro de ensino, busca alertar a sociedade para a necessidade de erradicação da pobreza.
O evento ocorre no mesmo dia de início da edição 2010 da campanha “Levante-se e Faça Sua Parte contra a Pobreza”, que pretende mobilizar mais de 173 milhões de pessoas em todo o mundo. A mesa-redonda ainda antecede a Cúpula de Revisão dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que será realizada entre 20 a 22 de setembro na sede da ONU, em Nova York.
O diretor do Departamento de Filosofia e Ciência Política da UCB, professor Paulo Afonso Quermes, comandará nesta sexta a discussão “Erradicação da Pobreza: Um Imperativo Ético”. Para ele, é necessário que o debate internacional sobre o tema deixe de considerar unicamente o aspecto econômico.
“Não iremos superar a pobreza somente com o aumento de produção. Essa abordagem vai levar apenas a um esgotamento mais rápido dos recursos naturais. Hoje, há comida suficiente no mundo para superar a fome, mas ela se concentra em alguns países e empresas. É necessário, portanto, que a discussão leve em conta o aspecto ético do problema, fazendo com que a produção seja direcionada para itens básicos de alimentação”, afirma.
Além da mudança do foco na discussão global em torno da pobreza, ele também acredita que as ações desenvolvidas no setor devem contar com participação popular em todas as suas fases: de formulação, execução e avaliação.
“Não dá para erradicar a pobreza sem considerar o pobre como sujeito de sua própria mudança. Além disso, os projetos devem dar sustentabilidade aos beneficiários, através de formação e capacitação. Programas de transferência de renda são importantes até certo momento, mas depois eles minam a capacidade de iniciativa do indivíduo”, diz.
Exemplo internacional
Um exemplo a ser seguido, aponta o professor, é o Banco do Povo, desenvolvido em Bangladesh. O projeto, baseado no conceito de economia solidária, é um fundo que empresta dinheiro para pobres criarem seu próprio negócio. Logo que o empreendimento começa a dar retorno, o financiamento é pago, possibilitando que novas pessoas recebam o benefício.
O especialista acredita que é possível prestar cooperação internacional em programas sociais mantendo a autonomia dos beneficiário, desde que sejam observados alguns princípios. “As ações devem ser feitas com a comunidade, e não para ela. Assim, é fundamental conhecer a realidade onde o projeto será executado e envolver o público nele”, explica.
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